sábado, 15 de março de 2008

A nomenklatura yankee

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A burocracia americana, que se contentava com 350.000 funcionários, saltou para 5 milhões hoje. (Veja, 29/4/1992: 47).
O objeto se resume em 'combinar uma profunda preocupação pelo interesse público com um lucrativo interesse pelas necessidades de seus grandes clientes institucionais'. (Stycer, Maurice, Folha de S.Paulo, 12/12/1995, World Media, Guia do Poder: 2).
PATROCINADORES DE CAMPANHAS, diretores de entidades prestigiadas, como Fundações Ford e Rockfeller, executivos e banqueiros eloqüentes, grandes industriais, alguns reitores e professores universitários obtinham a preferência de atenção do novo negociador oficial: “A fama e o envolvimento crescentes de Keynes nos negócios públicos também estreitaram o círculo e a qualidade de suas amizades” (Skidelsky: 37). As tarefas federais multiplicaram-se, a fim de atender crescente número de dependentes, mas o federalismo foi cerceado, suplantado em prol do organicismo hegeliano, primordial alimento fascista. Mesmo Galbraith (1989: 197) se espantou:
O poder nos EUA foi mais concentrado do que se costuma imaginar. Quem controlava o Pentágono, a Cia, o Departamento de Estado, o Tesouro e o homem que coordena estes órgãos na Casa Branca, controlava tudo, e tudo isso o sistema controlava.
Tudo era completamente estranho às tradições sociais, econômicas e familiares anglo-saxônicas:
Não há quem não veja também nesse simples, mas transparente exemplo, que o federalismo ou o regionalismo é um ato de análise, a conseqüência de um comportamento mental que aprecia as dessemelhanças mais do que as semelhanças, as disparidades mais do que as uniformidades, o que é peculiar mais do que o comum.
Bobbio, Teoria Geral da Política: a Filosofia Política e as Lições dos Clássicos: 636
Deprimiram-se pequenas empresas e foram suprimidos direitos de minorias em nome do conjunto. O objetivo restringia-se em manter um máximo de controle. Desarranjaram-se a microeconomia e as relações interpessoais. Na esteira de um “positivismo” provado falsamente científico, além de limitado e cerceador, e numa enfraquecida dialética que fora, apenas e tão-somente, uma tentativa de suplante do determinismo positivista pela introdução "negativista", ou monetarista, Keynes e seus encantados ignoraram estruturas atômicas intrínsecas dos atos e fatos, detalhes propulsores da própria economia que se preocuparam em enaltecer, mas que a mantinham ofuscada pela lógica apregoada, imperativo de salvação, doce veneno, retórica e dissimulação, leão e serpente:
"Keynes trabalhava com as duas dimensões simultaneamente, a intencional e a persuasiva, a estratégica e a consensual. Onde há sentido há projeto, mas onde há diferenças de classe e poder a persuasão entra no jogo. A alternativa é enfrentar a barbárie; o pânico, ou a revolução" (Schwartz: 182).
Na imposição da cartilha, o humanismo não merece templo:
"Em poucos anos de vigência assinalou-se o êxito do dourado programa de Roosevelt entre os professores de ciências sociais e ciências naturais; jamais atingiu advogados, trabalhadores, médicos e dentistas, técnicos, profissionais liberais (Lipset: 330).
O arremedo ao fascismo exigiu organismos assemelhados, a fim de retirar com presteza e silêncio as vantagens econômicas de suas ações. Criaram-se departamentos nacionais de agricultura, de interior, de administração, de previdência e bem-estar social, controles - Trade Commission, Communications Commission e Interstate Commerce Commission, etc. Em 1954 os pesquisadores Umbreit, Hunt e Kinter levantaram o impressionante dado:
"Mais de 115.000 diferentes entidades governamentais, da esfera federal aos órgãos distritais de combate aos mosquitos arrecadavam e aplicavam cerca de 100 bilhões de dólares por ano, aproximadamente 25% do Produto Nacional Bruto norte-americano." (Umbreit, Myron, Hunt, Elgin F. & Kinter, Charles V. Economics - an Introcuction to Principles and Problems, cit. Rosseti: 347).
Isso chocava os pesquisadores por tratar-se de um paradoxo:
Mesmo nos Estados Unidos, onde a livre iniciativa encontra sua mais alta expressão, as atividades governamentais e a responsabilidade do Estado em relação ao conjunto da economia vêm registrando sensíveis acréscimos, ampliando-se durante a grande depressão e mantendo-se desde então substancialmente elevado.
(Idem)
Apraz a moda 30.

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