quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Impeachment.

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A FESTA PROPORCIONADA PELO CVM - o Cartão que Vale Milhão - é impressionante. Não há paralelo, sequer vasculhando todo EspaçoTempo. Perto dela, o carnaval é aniversário de criança. Há convivas em todo o Brasil, mas em Brasília o bloco é estupendo. O Sentador Suplício, recém chegado pra-cá-de-Bagdad, disparou: não foi sua gang que o instituiu, mas a corja de Féliz. Agora mente que quer refreá-la, por baixo de legislação. O álibi é pitoresco. A irresponsabilidade assombra. Somos obrigados a interromper nossa programação.

Aperte o sinto: o dinheiro sumiu. Cinto muito.
Quando Féliz assumiu, de fato o dinheiro sumiu. Notas de cem nunca mais se viu. Nem em bancos. Os caixas, coitados, são obrigados a folhear trocados para cumprir seus pagamentos. Pensei estivessem elas apenas em veraneio nas Caymmais, mas qual nada! Mudaram-se definitivamente. Em seu lugar, vieram as cédulas de dois mirréis. Certamente não por coincidência, elas são idênticas, da mesma cor. Sem oxigenação, já há uma década, o que se vê é um apodrecimento generalizado.
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SOS

A turba se distrai com a "tropa de elite"; e você purga sem cessar, ao batalhão do rebite.
As mãos da produção oferecem abundante alimento à garganta profunda do ladrão. Os golpes se sucedem. O PROER cobriu o astronômico furto de 30% de todo o circulante! As privatizações levaram uns dez. O Mensalão leva cinco, a cada mês. E agora essa, do cartão, o qual ainda não se tem dimensão. Sequer alguém formado em Cambridge com pósgraduação em Princetown poderá avaliar. São seguranças, agências reguladoras, essas maracutaias inventadas pelo professor, ministros, esposas de ministros, amantes de ministros, babás de ministros. Mensalão sem fronteira, e processos desapropriatórios em larga escala, constituiem o caráter dessa gentalha que se agadanhou do poder. Tudo é facilmente sustentado.
Todo dia o sistema produtivo é pilhado por uma retirada inimaginável, para gáudio de milhares de baratas. Seria a tal "equitativa distribuição de renda", tão apregoada?
A Associação Comercial de São Paulo instituiu o "impostômetro" para aferir a tunga do gigante. Pois se isso tudo não desencadear, imediatamente, um procedimento de Impeachment, o país deixará o Estado de Direito para os livros americanos e ingleses. Salve-se quem puder. Por esse intermédio, lavro de plano meu pedido de socorro.
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Festa no arraiá
Não foram poucas as camarilhas municipais que aproveitaram o carnaval para estipularem alterações salariais aos cobres ver ea dores. A Nav's ALL tentou colher outras experiências no EspaçoTempo. Desta vez saiu frustrada, perdão pela decepção. Ao pesquisar a história da humanidade, em todos os países, ela encontrou algo tão bizarro. Então, se atém a narrar de um modo um tanto distante. Surgiu-lhe o mercantilismo, uma prática de freira se comparado com os métodos que campeiam na Ilha da Fantasia. A ideologia do poder, em quase todo lugar, à esquerda, à direita, em cima, ou embaixo, ou enrustido, é mesmo de mercantilismo e locupletação. Isso é velho:
"Os partidos são por natureza tirânicos, parciais, perseguidores de interesses mundanos; eles não se deixam guiar pela razão e, por isso, são inconciliáveis com a liberdade e a felicidade de cada um e de todos." (Spinoza, cit. Pinto: 53)
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Reportagem
Os povos se submetem às aberrações por ignorância, ou desinteresse. Elefantes não conhecem suas forças. Então descemos com um TriPulante, a vasculhar algum modelo capaz de elidir o apetite dos "eleitos". Nossa emissária Foca Lisa identificou:
"A Nação inglêsa é a única da terra que chegou a regulamentar o poder dos reis resistindo-lhes e que de esforço em esforço, chegou, enfim, a estabelecer um governo sábio, onde o príncipe, todo-poderoso para fazer o bem, tem as mãos atadas para fazer o mal; onde os senhores são grandes sem insolência e sem vassalos, e onde o povo participa do governo sem confusão." (Voltaire)
Sua filha, modernizada, prefere eleger o seu “rei”, mero delegado em “contrato social” por termo certo, não muito longo, quatro anos, a fim de permitir constantes consultas à população (a contratante), para que esta ratifique ou retifique, desse modo periódico, o gerenciamento escolhido às suas coisas. Como todo contrato, este “social por termo certo” gera às partes direitos e obrigações recíprocas, traduzidos por mínimas condições estipuladas na enxuta Constituição. Para a “contratante”, a sociedade, recai a obrigação de amparar o “contratado”, fornecendo-lhe os elementos pecuniários para a consecução das finalidades pré-estipuladas. Inúmeras sanções são aplicadas à contratante, caso descumpra sua parte. Ao “contratado”, o Executivo, cabem não só prerrogativas, mas principalmente obrigações; e caso não honre o Grande Pacto balizado pelas disposições eleitorais e constitucionais, a inadimplência pode até gerar a rescisão, o Impeachment*. Tal procedimento nada mais é do que isto mesmo - uma rescisão, judiciosa e judicial, sem deixar de ser política e social, do pacto democrático entre povo e governante, devido a inobservância do último: "O principal exercício da liberdade é resistir (to stand still), abrir os olhos, olhar em torno, e examinar a conseqüência do que faremos, tanto quanto o peso que o assunto exija. (Locke, J.)
Karnal (p. 62) aprecia:
"O dado mais interessante de Locke é sua defesa do direito de rebelião. Quando o Estado não cumprir seus objetivos e não assegurar aos cidadãos a defesa de seus direitos naturais, os cidadãos têm o deves e o direito de fazer uma revolução para depô-lo."

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Foca
Lisa
desce no Funil
"Brasileiro, contudo, é tão bonzinho", completou. Anistia sequestradores, subversivos, comunistas e marginais, oferta-lhes indenizações para várias gerações, e não se importa em trabalhar para sustentar a enorme plêiade dos sanguessugas.
Hei, Clodoaldo e Pelé: vamos embora, que de nada somos.
Aprecie
O nascimento do Direito
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* “Assentamos em que um príncipe não pode deixar de cumprir as leis sancionadas nas Cortes por ser maior o poder da república que o dos reis; e dizemos agora que se, apesar das nossas instituições e da força do direito, chegasse a violá-las, se poderia castigá-lo. Destroná-lo e até, exigindo-se as circunstâncias, impor-lhe o último suplício.” (Spinoza, cit Pinto: 83)

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