quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A importância da China

À Preciosa Princesa, neste seu aniversário.
Venho insistindo há tempos que por detrás da crise atual econômicofinanceira vige uma crise de paradigma civilizatório. De qual civilização? Obviamente se trata da civilização ocidental que já a partir do século XVI foi mundializada pelo projeto de colonização dos novos mundos. Este tipo de civilização se estrutura na vontade de poder-dominação do sujeito pessoal e coletivo sobre os outros, os povos e a natureza. Sua arma maior é uma forma de racionalidade, a instrumental analítica, que compartimenta a realidade para melhor conhecê-la e assim mais facilmente submetê-la. O Zen não é uma religião. É uma sabedoria, uma maneira de se relacionar com todas as coisas de tal forma que se busca sempre a justa medida, a superação dos dualismos e a sintonia com o Todo. A primeira coisa que o zenbudismo faz, é destronar o ser humano de sua pretensa centralidade, especialmente do eu, cerne básico do individualismo ocidental. Ele nunca está separado da natureza, é parte do Todo. BOFF, Frei Leonardo, Zen e a Crise da Cultura Ocidental
Os EUA pretendem se comportar mais como China do que como EUA daqui em diante. CANZIAN, F., O mundo pós crise. Folha de São Paulo, 24/8/2009
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A Academia negou acesso aos poetas, artistas e humanistas, à tristeza da civilização. Seus artífices já haviam iluminado os primatas, e ninguém duvidava: a noite é contrário do dia. Então lá se foram a separar corpo da alma, o céu da Terra, e depois a filosofia, da matemática. Eis a via-cruxis lavrada:
É uma questão que atualmente deve ser reconsiderada, tendo em vista que a fragmentação já se espalhou completamente, não apenas na sociedade, mas especialmente em cada indivíduo; e isso conduz a um tipo de confusão generalizada da mente, que por sua vez cria uma série infinita de problemas, interferindo com a nossa clareza de percepção de maneira tão grave a ponto de bloquear nossa capacidade de resolver a maioria deles. BOHM, D., Totalidade e ordem implicada: 17
Ao alívio da humanidade, a China dificultou o ingresso dos mitos produzidos pela Academia.
A simples existência da China cria um problema para os registros ocidentais sobre a história mundial. A Bíblia não dizia nada sobre a China. Hegel via a história mundial como tendo começado na China e terminado em uma crescente perfeição com a civilização alemã. A tese do fim da história com Fukuyama simplesmente substitui a Alemanha pelos Estados Unidos. Mas, de repente, o Ocidente descobriu que no Oriente existe essa tal de China: um grande império, com uma longa história e um passado glorioso. Um completo novo mundo acaba de surgir Leonard, 2008: 17.
Se eu tivesse de resumir em uma frase a principal diferença entre chineses e nós, deveria dizer que eles, em sua maioria, visam o prazer, enquanto nós, na maioria visamos ao poder. RUSSELL,B., 2008: 99
“Enquanto a tradição ocidental dá valor ao heroísmo e ao choque frontal de forças, a estratégia chinesa dá ênfase à paciência, à sutileza e ao acúmulo persistente de pequenas vantagens”, registra Henry Kissinger em On China (2011). 
Ela já tinha Confúcio, para dissipar a confusão. Ao povo ainda acorreu Lao-Tzé, fundador do taoísmo. De quebra, o colosso assimilou os ventos budistas do Himalaia. Tal tradição, para sobreviver a tantos cataclismas, só pode ter mérito.  (Pessoal anda sintonizando a frequência da Nav's All; Por que a China é o que é) A Ásia compõe essa espécie de reserva ecológica, preservada pela distância.
Nós gostamos das delimitações, das classificações, das hierarquias, das identidades claras. O essencial do esforço ocidental é afinal de contas nos traçados de fronteiras. Trata-se sempre, para nós, de esclarecer  os contornos de uma idéia, de um objeto, de um projeto, de uma ato. Nós nos esforçamos de estabilizar esses contornos e de operar escolhas. Por exemplo: entre o verdadeiro e o falso, o justo e o injusto, o homem e a natureza, os fiéis e os infiéis. O movimento profundo, na Ásia, é exatamente o contrário: trata-se de apagar as barreiras, as distinções, de dissolver ou de afastar o sujeito fechado, o conceito que resiste, as aparentes contradições que bloqueiam o movimento. Último objetivo: a fusão com o Todo, a inserção imediata em um real fluido e movediço. Chegar a esse estado onde todas as fronteiras param ou se apagam, viver nessa indistinção suprema, tal seria a sabedoria. www.expressaototal.blogspot.com/2008/01/espiritualidade-asitica.html

Para quem almejasse conquistá-la, a gigantesca Muralha* elidia a pretensão.
O malvado Gengis Khan** e seus sucessores souberam mantê-la longe dos olhos arregalados, fora do alcance da cobiça. Ainda que sofresse lá suas conturbações, invasões bárbaras, dinastias manchus e mongóis, o lastro a tudo resistiu. Na China ninguém se chama João
Depois de milênio ela foi, de certo modo, contaminada. O vírus platônico se imiscuiu devido à vizinha aloprada. Pela U.R.S.S. o carma ocidental  logrou acesso às veias amareladas, valiosas estepes. Aparentemente o marxismo combinava com seu desdém à matéria. Ora a China apresenta espetacular reversão, resgatando o mixto de complexidade e simplicidade, reduto de pacíficos paradoxos onde os polos não são excludentes, mas curiosamente complementares.
Num futuro próximo, a China desembocará na sociedade perfeita, onde reinará a justiça distributiva e todos receberão o que pedem, segundo as próprias necessidades, e então a utopia coletivista igualitária se tornará realidade. Mário Vargas Llosa
Experts em tornar tudo yin e yang, os malandros aprenderam a conjugação:
O crescimento de 8% da economia chinesa em 2009, e sinais de estabilização em outros países, são indicativos de uma recuperação global; maior consumo interno chinês ajudou outros países da Ásia e Pacífico que exportaram matérias-primas para a China. ZOELLICK, R., Presidente do Banco Mundial. - www.cenariointernacional.com.br - 4/9/2009
Em que pese a concordância, a participação, a divulgação e até os estupendos lucros esperado no evento olímpico, a China deve achar ridículo a humanidade se dedicar a tão prosaico, estéril e alienado objetivo, mas acata.(1) Tenta entender os motivos de tanta euforia, mas lhe encorpa e colhe seus frutos. Não se importa em vestir gravata para poder ser entendida.
O que vemos é uma imensa comunidade praticamente intacta aos apêlos e artimanhas ocidentais (2), por isso capaz de renascer mais do que gato, desta feita com inédito ímpeto, um furor e uma velocidade espantosa, incompatíveis de serem dimensionadas pelos simplórios instrumentos pitagóricos que dispomos.

APESAR DA CRISE GLOBAL, a China não abranda. Em todos os domínios se pode dizer que acelera o seu desenvolvimento. Das suas universidades saem centenas de milhares de cientistas e engenheiros e os melhores destes fazem cursos de pós- graduação nas escolas ocidentais onde se vão apropriando e desenvolvendo o conhecimento de ponta.
LETRIA, Joaquim, www.sorumbatico.blogspot.com - 14/5/200

A população supera a norteamericana e dobra a brasileira. Como arrumar casa, emprego, transportes, comida, centros de compras e diversão para toda essa gente? Pois em apenas duas décadas o consumo de carne na China quadruplicou. E lá se foi a sombria e sinistra previsão de Malthus.  Os olhos gateados já vasculham até o espaço sideral:
O astronauta chinês Zhai Zhigang, de 41 anos e comandante-em-chefe da missão Shenzhou VII, sai do módulo orbital em 27/9/2008 para flutuar no espaço, a 343 quilômetros da Terra.
O país está prestes a inaugurar a mais longa ponte sobre o mar do mundo, com 36,48 km, na cidade litorânea de Qingdao.
O interessante é que mal ela se abre ao mundo, e lá vem os pregadores greco-romanos tentando resgatar a sua parte. (3) Catolicismo clandestino

A pujante história da Nação não pode ser escrita e compreendida do modo ao qual fomos (en)formados. Os chineses eram totalmente analfabetos!
Sua história, como de resto a asiática, não cabe em linguagem ordenativa, nem por descrição em palavras, muito menos pelos números. São conceitos que balizam as condutas,
combinações sofisticadas que envolvem mediações culturais. Dependem do contexto da frase e dos tons com que serão lidos. Há uma exuberante carga simbólica. Termos abstratos se explicam por inteligentes parábolas, porém feitas especialmente para adultos, não para crianças.
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As sutilezas são incompreensíveis para nós, jumentos acadêmicos. Enquanto preferimos a retórica, a dialética, o sofisma, o discurso, o0 misticismo e a perfídia, por que não dizer, para eles o mais importante sempre foi a relação com a natureza, simples esteio que cadencia o comportamento social. Por jamais excluírem as possibilidades sensitivas, comunicam-se com diminutos e estranhos rabiscos, e todos se entendem..
Não se via os tradicionais signos de soma, subtração, divisão, ou multiplicação. Tampouco dialéticas, as lutas de espadas dos pensamentos. Como a natureza é una, qualquer instrumento que a reparta evidentemente incorrerá em risco de assassiná-la.
A percepção da unidade natural preserva uma relação ética, por conseguinte científica, totalmente diversa da artificial impregnação pela qual fomos todos embretados.
Ao longo irei tentado descrever alguns contrastes, o que posso divisar através de meu parabrisa embaciado, infestado de insetos atenienses, espartanos e romanos.
 A importância da produção e da economia chinesa
Sentada sobre US$ 1,8 trilhão de reservas internacionais -o maior volume do mundo- a China freqüenta a lista de possíveis compradores de algumas das mais tradicionais instituições financeiras norte-americanas arrastadas pela crise do setor imobiliário.
Estadão, 10/9/2008
Embora igualmente precisasse e não hesitasse se valer da força para impor a pseudociência marxista, e tentasse estender os seus braços aos vizinhos mais enfraquecidos, um indivíduo, apenas, um anônimo popular foi forte para balançar todo regime, e desviar a frota da estupidez. O mundo assistiu, perplexo, inédito show no seio da ignorância: em plena Praça Celestial, tornada bestial, um estudante colocava à linha-de-fundo a pujança do poder. Os tanques se desviaram, e levaram consigo as idiotas pretensões dos generais, esses por lá nacionalistas, pero comunistas.
O segundo grande ato foi levado em cena vizinha, em Taiwan, princesa crescida no exterior, e que voltava, magnífica e realizada, à casa paterna. Os irmãos viram o tamanho do atraso a que estavam submetidos, e a podridão se fez no chão.
Mas seriam os decisivos aspectos do desenvolvimento econômico chinês que o mundo ora pode melhor usufruir? (Se bem que há quem receie do Perigo Amarelo)
Não foi a China que inventou as competições; nunca foi, mas será recordista de ouro.
Embora criasse o papel-moeda, não foi ela que instituiu o dinheiro, ou a linha-de-produção. A potência "só" inventou a bússula, a pólvora, o papel e a sêda, e muito mais
(4). Se o mundo se vestiu de palhaço, culpa não lhe cabe. Mas ela contribuirá, de novo, não tenho dúvidas, agora para orientar o confuso ocidente. E para fazer valer tamanhas verdades não hesita, como tem demonstrado, lutar nas olimpíadas da industrialização e aculturação em larga escala, sustentada pelo maior campo de agricultura do mundo, aliada à moderna tecnologia asiática, sabidamente de ponta.
Para depois das Olimpiadas já está lançado um novo desafio, como que a contrabalançar a secura espartana dos esportes.
O mundo terá em Pequim uma nova capital do espetáculo. Por iniciativa da Shibo Investment Holding, uma rua inteira, à la Broadway, será consagrada á produção teatral, constando do projeto duas dúzias de salas de espetáculos, com aproximadamente uns seiscentos mil metros quadrados.
A China's Broadway contará com hotéis, centros comerciais e prédios comerciais.
No entremeio dessas escaramuças de cunhagem mercantil, estará impresso o vírus legal, jamais letal, ao contrário, apto para colar de volta esse ser humano espatifado em si mesmo, mercê de tanta besteira, arrogância, prepotência e ignorância, crendices ardilosamente impregnadas através de preconceitos metafísicos.
Na China, ocorreu uma mudança de rumo, mas o país está longe de sair da tradição paternalista ou patrimonialista: o poder continuará a ter "donos". O abandono do comunismo maoísta pela atual elite dirigente não significou um rompimento com a tendência à privatização do poder por parte de uma elite ou de uma casta. A burocracia chinesa (chamada de "mandarinato") se modernizou. Tornou-se gestora de uma nova "sociedade limitada" capitalista. O capitalismo chinês não é uma economia aberta às sociedades anônimas. É um modelo de capitalismo dirigido desde o Estado. Quem não se ajustar - como aconteceu com o Google -, tem de arrumar as malas e ir embora. Por outro lado, houve a inserção da prática democrática no contexto do paternalismo de Estado. A China pós-Mao mudou a base cultural da dominação. O mandarinato chinês reciclou-se, aderiu ao terno e à gravata, engavetou Marx e desengavetou Confúcio. Os chineses acreditam numa "democracia dos melhores" nas várias instâncias da administração. A China constitui uma potência nuclear. Brics: democracia e perspectivas de integração
Sobretudo depois do afastamento de Bo Xilai, o que mais há aqui é o anúncio de reformas que cobrirão as áreas social, econômica e política. Nas muitas visitas que fiz ao longo dos anos a autoridades locais, vi um número significativo de pessoas jovens em altas posições, com bom traquejo no uso do inglês, comprometidos com a modernidade. Insegurança chinesa, esperança ocidental

Malgrado o cruel subjugo tibetano, e as mazelas políticas ainda vigentes e tão bem elencadas pelo nobre professor.Ricardo Vélez Rodriguez, a China logra descentralizar a economia, livrando-se até mesmo dos tradicionais artificialismos (chinês é fascinado pela arte de qualquer espécie, inclusive e especialmente imitações), ela está mais exuberante do que nunca.
Por que, então, a China, um paradigma moderno de gestão vitoriosa, caminhou em direção inversa à nossa, procurando adiar pelo maior tempo possível a valorização de sua moeda? Por que os chineses não quiseram sentir-se 'ricos' como os brasileiros se sentem hoje? E por que os políticos de lá não deixaram isso acontecer logo para usufruir as delícias da popularidade? Uma explicação é que lá não há urnas de votação. A explicação fica melhor se lembrarmos que os chineses têm um plano decenal para o crescimento da economia. No Brasil, o que der de expansão do PIB, tudo bem. E, se não der, paciência. Aliás, muito se explica por esta palavra: paciência. Os brasileiros querem e precisam de resultados logo. Somos impacientes. E eles têm uma paciência chinesa. Jogam no longo prazo. Trabalham para o coletivo. Olham para o time, não para o umbigo.  CASTRO, Prof. Dr. Econ. Paulo Rabello, /www.imil.org.br/artigos/a-paciencia-da-china-e-o-dolar-barato-do-brasil/comment-page-1/#comment-46009

Brasil fica para  trás no jogo chinês

Bem disposta, madura, equilibrada, e rejuvenescida, ela retomará o caminho compatível com seu continental espaço, e com sua volumosa população.
Em 1978, ela se deu conta da asneira da revolução cultural (1966-1976) ao apresentar um pífio Produto Interno Bruto no valor atualizado de 364 bilhões de yuanes. Em 2007, a China contou um PIB de 25 trilhões de yuanes, ou 3,5 trilhões de dólares.
Nos últimos 12 meses, a fortuna combinada das 1.000 pessoas mais ricas do país aumentou em 30%, para US$ 571 bilhões. A China tem hoje o segundo maior número de bilionários de todo o mundo. Quase todos que aparecem no ranking do Relatório Hurun são novos ricos. Construíram suas fortunas a partir do zero. Dos 1.000 integrantes da lista, menos de 1% herdou sua fortuna. Para entrar no ranking é necessário patrimônio pessoal US$ 150 milhões, US$ 50 milhões a mais que em 2008. Os números são eloqüentes per se. *****
No distrito financeiro de Xangai centenas de escritórios internacionais acorrem ávidos por fazer negócios. Mais de 700 escritórios de arquitetura e engenharia estrangeiros montaram bases na cidade. No mundo, só Pequim e Dubai rivalizam com Xangai em tamanho e volume de investimentos. A meta ao fim década atinge 9.500 quilômetros de estradas de rodagem de várias partes do país até o delta do Yang-tse.
Apesar do descomunal esforço, e diante de tanta confusão política que se viu envolta nos últimos tempos, A China ainda requer modernizar sua forma administrativa de acordo com a tecnologia e capacidade produtiva que seu povo apresenta, mas ela compra terras pelo mundo afora, especialmente na África, onde introduz modernas plantações, com alta tecnologia (incluindo genética e transgenia).
Mais de um milhão de estudantes estrangeiros se vestem de amarelo para se prepararem,****atraídos pela força da determinação chinesa; pela sutileza da arte produzida; pela a certeza da filosofia dos antepassados, e pela capacidade infinita de sintonizá-los na globalização.
Os chineses merecem organizar o grande feito olímpico, ao nosso gáudio. Mais ainda, o país faz jus ao crédito de portal à remissão da humanidade. Eis a razão maior de sua presença. Pode haver algo mais importante e oportuno?
Tentarei acompanhar a enxurrada de informações que proporcionarão esses joguinhos gregos, momentos lúdicos e singulares à reunião de todos os povos, na certeza de que, pelas entrelinhas, confirmar-se-ão esses meus parcos e apenas intuitivos prenúncios. (5).
O silêncio precedeu o BigBang. O pergaminho compôs o desenho do pássaro. Seu grito ecoará por todo espaço. O Ninho se incorporará ao patrimônio da civilização, elevado à Nova Maravilha.(6)

Amanhã será dia 8/8/2008.
Os chineses acreditam não haver dia mais propício ao bafejo da sorte, e da felicidade geral. Não conheci momento mais adequado para ser chamado mágico. De quebra, eles anunciam outra retumbante programação internacional: a Expo 2010 discutirá o futuro das cidades, para um público estimado em 70 milhões de pessoas, fora os televisivos!
Em Xangai, o distrito de Pudong, há 20 anos uma planície coberta por arrozais, é uma Wall Street quatro vezes maior e com o dobro ou o triplo de arranha-céus. Tanto lá como em Pequim, a transformação urbana é portentosa: pontes, avenidas, túneis, edifícios, lojas, galerias, parques exibem modernidade e prosperidade, um efervescente dinamismo 24 horas ao dia.Uma riqueza ostensiva, sem complexos, pavoneia-se nos shopping centers e nos hotéis luxuosíssimos, nas gigantescas vitrines que exibem roupas femininas, masculinas, bolsas, joias, relógios, calçados, automóveis, fantasias e loucuras das marcas mais afamadas do mundo. Há restaurantes por toda parte e todos estão lotados de gente em geral bem vestida e amável, que conversa e come sem largar o celular, espiando de vez em quando ao seu redor, por cima de óculos marca Ray Ban, Ferragamo, Gucci ou Lanvin.Parece que, desde que Deng Xiaoping lançou o lema "Enriquecer é glorioso!", 1,4 bilhão de chineses começaram a produzir e a ganhar dinheiro de maneira frenética. Será que esse é mesmo um país marxista-leninista? 
Serão construídas 20 estradas ligando outras cidades a Xangai, e 11 até o local da Expo, uma área de 5,28 km2 entre as pontes Nanpu e Lupu, às margens do Rio Huangpu. O setor imobiliário planeja lançar mil novos prédios até a data do evento. Tudo o que estiver no meio do caminho deve sair. O estaleiro Jiangnan Shipyard, de 140 anos, já está sendo remontado em outro ponto.
O xodó será o trem-bala Maglev, apto a flutuar sobre trilhos a uma velocidade acima dos 400km/h. Ele fará a primeira viagem ainda em 2009. "Ligará em três horas os mil quilômetros entre Wuhan a Guangzhou, cobrando entre US$72 e US$114. Quase o mesmo projetado para cobrar os 400 km entre Rio-SP.
Os chineses fazem o melhor que podem pelo prazer de ser útil, e cobram o mínimo que podem, exatamente por isso.
Só vai
A China se transformou no principal sócio comercial do Brasil e do Chile, e já é o segundo parceiro comercial do Peru e da Argentina, de acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento. Os números são realmente espetaculares: as importações chinesas de produtos latino-americanos aumentaram 1.153% entre 2000 e 2010, enquanto as exportações subiram 1.800%.
De acordo com dados da Comissão Europeia para a América Latina e Caribe (Cepal), nos últimos dez anos a China, que antes monopolizava 1% das exportações da região, hoje monopoliza 7%. O órgão estima que se for mantido o atual ritmo de crescimento da demanda de produtos pelos EUA, União Europeia e pelo resto do mundo, e se a demanda chinesa for de 50% apenas do ritmo registrado na década atual, a China superará a União Europeia em 2014, passando a ser o segundo maior mercado de produtos exportados pela região.
 Notas
* No século XIX houve um grande declínio chinês. Motivo: o ingresso ocidental. As duas Guerras do Ópio e o tráfico daquela droga foram custosos para a Dinastia Qing e o povo chinês. O tesouro imperial quebrou duas vezes, por conta do pagamento de indenizações devidas às guerras e à grande evasão de prata causada pelo tráfico de ópio. A China sofreu duas fomes extremas vinte anos após cada uma das Guerras do Ópio nos anos 1860 e 1880, Tais eventos tiveram um profundo impacto ao desafiar a hegemonia de que os chineses gozavam na Ásia há séculos, e mergulharam o país no caos. Uma vasta revolta, a Rebelião Taiping, fez com que cerca de um-terço do país passasse ao controle de um movimento religioso pseudo-cristão chefiado pelo "Rei Celestial" Hong Xiuquan. Somente ao cabo de catorze anos é que as forças qings lograram destruir o movimento, em 1864. Estima-se que a rebelião teria causado entre vinte e cinqüenta milhões de mortos.
Os católicos, todavia, não desistem:
Roma, 5 ago 2008 (EFE) - O papa Bento XVI afirmou hoje que é muito importante 'que a China se abra ao Evangelho', durante sua visita à pequena localidade de Oies (norte da Itália), lugar de nascimento do santo italiano José Freinademetz, que por 30 anos missionou nesse país. É importante, sim, para o Vaticano, como reserva de mercado pouco explorada.

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** Gengis Khan (116218 de agosto de 1227) nasceu cercado de lendas xamânicas sobre a vinda de um lobo cinzento que devoraria toda a Terra. Estrategista brilhante, com hábeis arqueiros montados à sua disposição, venceu a grande muralha da China, conquistou aquele país e foi o comandante militar mais bem sucedido da história da humanidade.
Estendeu o seu império em direção ao oeste e ao sul. Gengis morreria antes de ver seu império alcançar sua extensão máxima, mas todos os líderes mongóis posteriores associariam sua própria glória às conquistas de Gengis Khan.
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Em honra a Zeus, a Grécia se reunia a cada quatro anos no Peloponeso, na confluência dos rios Alfeu e Giadeo, onde se erguia a cidade de Olímpia, que a partir do ano 776 a.C. cedeu seu nome para aquele que viria a ser a maior competição esportiva em toda a história da humanidade, os Jogos Olímpicos - mais tarde, genericamente Olimpíadas -, que teve como primeiro vencedor o atleta Coroebus, cingido por uma coroa trançada por folhas de louro , único prêmio e símbolo da maior vitória. Os jogos olímpicos Modernos- que começaram a se celebrar em 1896 são na verdade, uma nova versão dos festivais esportivos que os gregos realizavam, também de 4 em 4 anos, na antiga Élida na honra de Zeus e de outros deuses que habitavam o Olimpo. Dessa versão modernizada resultaram outras, inclusive a dos Jogos Olímpicos de Inverno.-
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A China possui o maior sistema educacional do mundo: 457 mil escolas primárias, 66 mil secundárias e 2 mil universidades. 100 escolas ministrando MBA, com um total de 50 mil alunos.
O país tem seis universidades na lista das 200 melhores do mundo preparada pela Times Higher Education, com sede na Inglaterra. A Índia aparece com duas instituições, mesmo número da Rússia. O Brasil não tem nenhuma. www.timeshighereducation.co.uk/Rankings2009-Top200.html
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***** A economia chinesa (2007):
PIB Paridade Poder Aquisitivo - U$ 11 trilhões / 2º do mundo
PIB - U$ 3.43 trilhões / 3º do mundo
PIB per Capita PPA - U$ 7,600
PIB per Capita - U$ 2,200
Crescimento PIB - 11.4 %
PIB Por Setor
Agricultura 11 %
Indústria 49,5 %
(Manufaturados) (40 %)
Serviços 39,3 %
Fonte: Economist, Banco Mundial, MOFC
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1.
Chinesas esperam pelo ouro fazendo bordados
"Eu tenho um travesseiro para terminar depois de minhas competições olímpicas."
(Estadão, 14 de agosto de 2008)


2. Investidores estrangeiros perguntam sobre "a falta de um sistema de leis comerciais na China”. Responde-lhes colega de Hong Kong: "Basta um aperto de mãos."
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3. PEQUIM, 18 de agosto de 2008 - Quatro norte-americanos foram detidos tentando entrar com mais de 300 Bíblias na China, segundo a imprensa estatal chinesa e um membro da entidade responsável pela ação. (Estadão)
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4. A tipografia (século VIII), o papel (século II a.C.), a bússola (século IV a.C.), a pólvora (ano 850), o papel-moeda (fins do século VIII)., o compasso, os mastros múltiplos, as cartas marítimas, o leme, os sistemas de aragem da terra, da reprodução de sementes, do sistema de plantação em fileiras do milho, do arroz e do trigo, a enxada, o carrinho de mão, a carroça, os condutos de bambu. Foi de lá também que no século IV a.C. foi descoberto o uso do carvão de pedra, do petróleo e do gás como combustíveis. Os sistemas de irrigação por gravidade, os canais navegáveis e as pontes suspensas de corda e madeira, a primeira ponte de pedra em arco no ano 610 e até hoje intacta. A fundição do bronze, do ferro e do aço, a energia hidráulica, o balão, o pára-quedas. A porcelana (século III), o jogo de xadrez (século VI), o álcool (século VII), o fósforo (século IV), o relógio (século VIII).
5. PEQUIM - A China informa que "assombrará novamente o mundo" com a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Pequim, (South China Morning Post.)
6. Nav's ALL não é o Hubble, porque voltada ao futuro. Por isso pode lhe antecipar, com alcance considerável, o que sói se confirmar na medida em que vai de transformando em presente:
O termo Geração Ninho de Pássaro apareceu nesta segunda-feira em meios de comunicação chineses apos uma enquete online realizada pelo portal mais popular da China, o sina.com, e o jornal China Youth Daily. Dos 3 mil participantes, 43% acreditam que esta Olimpíada mostrou ao mundo o êxito dos 30 anos de reforma e abertura chinesa... Daí, tem horas em que penso que em vez de a China absorver o mundo - o que fez com sua política de reforma e abertura ha 30 anos - chegou a hora de o mundo tentar entender e absorver a China, num movimento de abertura inverso. Para isso, o Ninho de Pássaro bem que serve como ícone. O projeto dos suíços Herzog & De Meuron deixou o mundo babando.
Janaina Camara da Silveira, China in Blog, Click RBS, 25 de agosto de 2008

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