sexta-feira, 29 de agosto de 2008

A "Economia" Introdutora do Fascismo no Brasil

Se Stálin roubou um banco, não o fez para encher de dinheiro seus próprios bolsos, mas para ajudarseu Partido e movimento. O senhor não pode considerar isso um roubo de banco.
Adolf Hitler
(Documentos da polícia alemã; cit. Toland, J.,: 657)-
Apaixonados nacionalistas ainda sustentam com facilidade  o fascismo no Brasil e alhures:
O homem bom também quer ser verdadeiro e crê na verdade de todas as coisas. Não só da sociedade, mas também do mundo...De fato, por que razão o mundo deveria enganá-lo?
NIETZSCHE, F., O livro do filósofo: 55
Este "homem bom" acreditava que Mussolini tivesse algum apreço à Nação, e aos seus conterrâneos, e seus imitadores presumivelmente seriam dotados da mesma benevolência. Ninguém questionava o envio dos "protegidos trabalhadores" aos campos talados de minas e canhões, a fim de defender as posições do vizinho debilóide. Ora, o que sempre moveu os fascistóides, e, diante de inúmeros fatos da história, os comunistas e a maioria que se diz democrata é a possibilidade de se agadanharem do poder, sim, mas não do político, que afinal pouco representa, a não ser para satisfazer alguma rara e infantil vaidade, mas do poder econômico. A chave do cofre. Abre-te Sésamo!, é o que seduz legalistas, nazistas, fascistas, socialistas, marxistas, comunistas, ou de outra pista. Ascendência ao Banco Central, à Casa da Moeda, isso é o que a todos interessa. Na caixa-forte mora o marido da ideologia.
O cambalear capitalista
Desde as famosas priscas eras o homem tem seu relacionamento ligado pelo dinheiro. Naturalmente não seria o papel, em si, o valor buscado, mas por ele representar a existência de um raro metal, instituído como denominador comum a todas as nações. O sistema começou a ser colocado sob suspeita, todavia, quando o Reverendo Malthus sentenciou:a população aumentaria geometricamente, e os alimentos, apenas aritmeticamente. Marx transplantou ao específico campo financeiro, e conclamou os operários do mundo a demolirem o sistema capitalista, justamente porque não haveria ouro disponível para todos. O mundo passaria a viver, desde então, por dramáticos momentos, e a Revolução Bolchevique acelerou a certeza marxista.
Com a revolução do proletariado soviético, a política tomou a dramática finalidade econômica, quando se sabe que ela fora instituída como meio de relação civil. Não obstante o que se via era o terror espalhado no mundo ocidental, por violência, ou pobreza,.Alemanha e Itália viviam sérias conturbações, e os EUA encaminhavam uma recessão sem precedentes. O tapete estava estendido:
Quanto mais as pessoas são ricas, mais são cínicas e amedrontadas. Têm medo de perder os privilégios que, justamente, não merecem. Foi este o medo que serviu de base ao fascismo. Quem tem medo deseja um pai disposto a assumir a responsabilidade de todas as suas questões mais complicadas. Depois, acaba aceitando até palmadas do papai.
(DE MASI, D., p. 279)
Keynes (cit. TOFFLER, A., e TOFFLER, H. :64) surgeriu a fórmula mágica para tapear a classe operária, como de resto todas as classes, assim mantendo o capitalismo aceso, ainda que de modo totalmente artificial:
"O desemprego é um mal. Se quiser que desapareça, inflacione o meio circulante."
Em primeiro instante a panacéia fracassou na conturbada Alemanha, mas na Itália de Mussolini a artimanha se quedava fulgurante, e voltava a vingar no nazismo. Nos EUA, mercê de ser precedida pela provocação da recessão, a torpe estratégia logrou pleno sucesso. Os americanos cultuavam Hitler como salvador capitalista; e Keynes, seu maior estrategista:

A gradual descoberta de Keynes e a influência de Mannheim ajudavam a legitimar, no ocidente, as idéias de planejamento que pareciam dar tanto resultado nos planos qüinqüenais da União Soviética, e começavam a ser difundidas pelos programas de assistência técnica das Nações Unidas
(http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_05/rbcs05_03.htm )
Johnson (p.232) sublima
“Os anos 30 formam uma época de mentiras heróicas."
Mentiras têm pernas curtas, mas podem se multiplicar.
Itália e Alemanha já tinham se precipitado na lorota. Em seguida submeteram-se Portugal, Polônia, Hungria, Áustria, Turquia, Grécia, Romênia, Japão, e mais, todos devidamente apoiados por Roosevelt:
Inspirados por essas certezas keynesianas, desenvolvimentistas e social-democráticas - já amplamente consensuais - Estados Unidos, Itália, Espanha, França e Inglaterra, além de vários países latino-americanos, entre os quais o Brasil, apertaram o gatilho e dIspararam políticas desenvolvimentistas, trabalhistas e sociais.
(MASCARENHAS, E.: 130).
Macaquices

Afinal, o que não aprende o homem, quando o elefante,
submetido a treinamento, vira acrobata,
o urso fica saltador e o asno dá-se em espetáculo?

Erasmo de Roterdã, De Pueris, p. 53.
Marx anunciara o fim do capitalismo.
Tocqueville (cit. LUKÁCKS, John, O Fim do Século 20, p. 53.) denunciou a chicana já em sua nascente, em 1852:
“O medo insano do socialismo atira a burguesia de cabeça nos braços do despotismo”.
Não deu outra:
"O medo atingiu o povo e a liderança seria entregue àqueles que oferecessem uma saída fácil, a qualquer preço. A época estava madura para a solução fascista." (POLANYI, p. 275)
O totalitarismo de esquerda criou o totalitarismo de direita. O comunismo e o fascismo se fizeram em martelo e a bigorna pelos quais o liberalismo foi despedaçado. O leninismo gerou o fascismo de Mussolini; e o stalinismo tornou possível o leviatã nazista.
Getúlio Vargas (cit. CAMPOS, Humberto, Crítica; JORGE, F., p. 296/7.) colheu o ensejo, travestido de salvador:
“Burgueses burros, não entenderam que eu estou querendo salvar a vida deles.”
A velha dialética se prestava de excelente serventia:
“O Estado, jornal, expressava que Getúlio, o caudilho, chefe do peronismo brasileiro, fomentava a crise a fim de justificar perante ao povo e as classes armadas, o seu tão acariciado golpe continuista.” (SKIDMORE, Thomas, Brasil, de Getúlio a Castelo, p. 167.)
-
A "economia"

Não é de causar espanto que a economia seja,
com freqüência, chamada de ‘triste ciência'!
(Pilzer , Paul, Deus quer que você enriqueça : a teologia da economia;
tradução Marli Berg. - São Paulo: Record, 1997: 35)
Embora muito distante dos megalomaníacos da moda 30 - Mussolini, Hitler, Stálin, Salazar, Franco, até Roosevelt - também no Brasil o Estado passou a ser visto, usado e difundido como único instrumento capaz de proporcionar o progresso econômico, o motor do desenvolvimento:
“Estão todos lembrados que foi sobretudo logo após a Revolução de 1930 que se exarcebou a crítica aos bacharéis em direito, como se eles, com seu amor ou apego aos sistemas normativos, constituíssem um empecilho ao despertar da nacionalidade.” (REALE, Miguel, Pluralismo e Liberdade, p. 271.)
A competente bateria vinha ditando o ritmo, cadência daquele dois prá cá, um prá lá, ou seja, um pouco para você, o resto para mim:

Reverberações keynesianas rondavam Vargas. É o getulismo, tornado claro e plenamente delineado ao longo do Estado Novo, uma assimilação do New DealEstado Novo, Vargas tão logo tomou posse tratou de criar o Min. Trabalho e de propor leis trabalhistas. A Lindolfo Collor competiu comandar as ditas leis trabalhistas, antecedendo, deste modo, em dois anos, as políticas trabalhistas do New Deal. O Estado desenvolvimentista latino-americano, na sua versão getulista e brasileira, seria isto: um keynesianismo antropofágico, assumido ou por contágio. Um Welfare State abrasileirado, antropofágico. E mesmo antes do verde amarelo, industrializador e autoritário, talhado em Pau Brasil.
OLIVEIRA, Jaime A. de Araújo e TEIXEIRA, Sônia M. Fleury, p. 114.
O New Deal, aqui cognominado New State, quero dizer, Estado Novo, prescindia de bacharéis. A “política”, bem “disfarçada” na ciência expressa pelos padrões exclusivos da maquinaria financeira do Estado, dispensava conceitos éticos, a “vã filosofia”, e o Direito Natural. O poleiro mais alto foi reservado aos passistas-economistas:
"Como grupo profissional, chegam a rivalizar-se com os advogados. O papel mais destacado que representam é uma das características mais marcantes dessa nossa época de intervencionismo." (MISES, 1990: 776.)
Se até Donald Duck engolira o blefe, a Zé Carioca tocou o requentado:
"Getúlio Vargas, líder da Revolução de 1930, é apoiado por políticos reformistas e liberais [?] e inspirado na doutrina keynesiana. Na realidade, o desenrolar de seu governo não representou ruptura com o passado, mas reacomodação de interesses." (MASCARENHAS, E., p. 51)
Quando o governo não se subordina a normas gerais de conduta, ele passa a ter uma interferência intensa na economia, ou através de medidas indiretas; em conseqüência, perde o indivíduo segurança na condução de seus afazeres, diminui o ritmo de progresso da sociedade como um todo, cresce a incerteza no dia a dia da vida das pessoas e intensificam-se. O fascismo e toda a espécie de totalitarismo leva o hábito dos grandes negócios entre o abuso, os desmandos, a corrupção e o arbítrio por parte dos homens de mau caráter que fatalmente acabam empoleirando-se em todos os galhos do poder governamental desregrado.
(MAKSOUD, Henry, Demarquia: um novo regime político e outras idéias, p. 48.)
Em todo o período da influência que o caudilho missioneiro exerceu sobre o nosso povo, não há um traço nobre, um laivo de idealismo, uma sincera atitude de humanidade. Há, simplesmente, mentira, mistificação e o ópio de um paternalismo apodrecido na manipulação das negociatas e das facilidades corruptoras
(Oliveira, Rafael Correia de, cit. Jorge, Fernando, p. 15.)
Grande amigo de Einstein, David Bohm foi um dos baluartes da Teoria Quântica. Nasceu na Pensilvânia de 1917, para falecer enquanto engatava essas pesquisas, há um quarto. Morou no Brasil, trabalhando na USP, entre 52 e 54. Aqui presenciou, estupefato, o “festival da corrupção” e desrespeito à ciência, fatos que continuam permeando nosso "sistema". (BOHM,D., cit. MOREIRA E VIDEIRA, Einstein e a Ciência no Brasil, p. 267) escreveu ao célebre amigo:
"O que caracteriza esse governo (Getúlio Vargas) é uma incrível e absoluta corrupção, de tal intensidade que nem mesmo um norte-americano imaginaria antes de vê-lo de perto. Do topo à base, todos aceitam propinas."
A emissão de dinheiro sem lastro, segundo o molde keynesiano, foi o que proporcionou a farra dessa corrupção generalizada, e o esmagar das forças rebeldes, especialmente as paulistas.
Os partidos Socialista, Unionista dos Empregados no Comércio, etc., se punham naturalmente contra o “imperialismo inglês e americano”. Reconheciam a justiça (!?) soviética e faziam coro à promulgação da Carta di Lavoro tupiniquim!
O gado foi orden(h)ado pelos bretes positivistas. A legislação social, a regorganização sindical de 1931, a criação dos Tribunais de Trabalho e Juntas de Conciliação, a representação classista, a liberdade sindical episódica de 1934, os conselhos técnicos setoriais e de assessoria governamental, a Carta de 37, a reorganização sindical de 1939, a Lei do Enquadramento Sindical de 1940, e, finalmente a Consolidação das Leis do Trabalho, documentam a institucionalização de um modelo de relações entre Estado e sociedade conduzidas vertical e hierárquicamente pelo Estado, conforme regras por ele estabelecidas. Enquanto protegiam a classe trabalhadora da “famigerada exploração”, os mentores e amigos resolviam suas próprias vidas. Tudo isso somente foi viável através de missões desmedidas de papel-moeda, sem o menor controle, oposição, ou comprometimento com algum lastro financeiro, ou produtivo.
Essa perda da compreensão dos fatores que determinam tanto o valor do dinheiro como os efeitos dos eventos monetários sobre o valor de bens específicos é um dos principais danos que a avalanche keynesiana causou ao entendimento do processo econômico.
Hayek, 1986: 73

Um comentário:

  1. Fabulouѕ, ωhat а webpage it is! Thiѕ wеbρаge provides helpful
    data tο us, keep it up.

    My page; payday loans

    ResponderExcluir