terça-feira, 19 de agosto de 2008

JK, O Amigo da Onça?


Personagem criado por Péricles de Andrade Maranhão e publicado pela revista O Cruzeiro, entre 23 de outubro de 1943  a 3 de fevereiro de 1962.´p
"Os diretores da revista O Cruzeiro queriam criar um personagem fixo e já tinham até o nome, adaptado de uma famosa anedota."(www.arcadovelho.com.br)



Além da faixa lançada naquela edição especial, "O Amigo da Onça" para Presidente, não encontrei mais nenhuma referência específica,  nenhum dado objetivo, um depoimento, ou  acusação, sequer ouvi algum comentário, mas a semelhança dos traços, do cabelo, ambos pretos, lisos, colados com gumex,  das vestimentas, em especial a gravatinha borboleta, e  a maneira obtusa, canhestra do comportamento que pude rapidamente levantar, bem sugere, e a mim se torna bastante provável:  O Amigo da Onça veio ao mundo em sua homenagem. Nada por acaso.  A famosa e inesquecível revista tinha firme posição política, mormente no ataque à corrupção desenfreada desde os tempos do patrono Getúlio Vargas.

Juscelino Kubitschek de Oliveira
Deputado Federal em 1934, Constituinte de 1946, Prefeito de Belo Horizonte, Governador de Minas Gerais, Presidente da República em 1955, com 36% dos votos, eleito através da aliança PTB-PSD, partidos filhotes do Getúlio Vargas, (pai dos pobres e mãe dos ricos). O lançamento da candidatura fascistóide de Plínio Salgado lhe garantiu a vitória, por este enfraquecer, dividir os votos dos adversários. Não por acaso o sucessor, Jânio Quadros¨*, portava o distintivo da vassoura para se eleger. (1961). Acusado e processado por corrupçãoPé-de-Valsa  teve os direitos políticos cassados em 1964.
Em 15 de dezembro de 1959, JK criou a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste,  Sudene, para integrar a região ao mercado nacional, esta mesma pela qual Jader Barbalho enriqueceu, e por isso foi encerrada, de modo que seus arquivos sumiram. Por conta disso e após a sucessão de escândalos denunciados pela imprensa, especialmente a partir de 1999, F;H.C   tratou de extingui-lo. Afinal, o professor já estava por demais sobrecarregado com uma infinidade de deslizes, somados às maracutaias do SIVAN, PROER, privatizações, maxidesvalorizações, e a famosa compra de votos no Congresso, para alterar a Constituição em benefício pessoal, no ano anterior.
Em maio de 1960, um mês após a inauguração de Brasília, Juscelino fez com que o Brasil obtivesse do FMI um empréstimo de 47,7 milhões de dólares para financiar o seu plano industrial — sobretudo, a indústria automobilística em São Paulo.
Os críticos de Juscelino Kubitschek frisam o fato de ele ter priorizado o transporte rodoviário em detrimento do ferroviário devido à indústria automobilística, o que teria causado prejuízos ou isolamento a certas cidades. A opção pelas rodovias é considerada por muitos danosa aos interesses do país, que seria melhor servido por uma rede ferroviária.


De fato, a expansão do crédito e as constantes emissões de moeda - para manter os investimentos estatais e pagar os empréstimos externos - provocaram crescimento da inflação e queda no valor dos salários. Em 1960, a inflação estava a 25% ao ano, subiu para 43% em 1961, para 55% em 1962 e chegou a 81% em 1963.

Lucas Lopes, (p.147) o Ministro da Fazenda de Getúlio e pai de Francisco, o famigerado Chicolopes do Banco Central de Fernando Henrique Cardoso, saído com algemas do Congresso, exultava:
Seguramente Juscelino era um político que complementava Vargas na sua formação. Vargas era um homem de espírito social, que dava a prioridade ao problema político e social, enquanto Juscelino era mais um formulador e executor de programas de desenvolvimento. Mas Juscelino dava todo o apoio à política social de Vargas no sentido de dar maior participação ao trabalhador, de criar mais empregos
A dívida externa aumentou 1,5 bilhão de dólares, chegando ao todo a 3,8 bilhões de dólares. Foi ainda agravada pelas altas remessas de lucros das empresas estrangeiras de "capital associado" e pelo consequente aumento do déficit na balança de pagamentos.
"O mandato de Juscelino Kubitschek terminou com crescimento da inflação, aumento da concentração de renda e arrocho salarial. Ocorreram várias manifestações populares, com greves na zona rural e nos centros industriais."
JK também foi acusado diversas vezes de corrupção. As acusações vinham desde os tempos em que ele era governador, e se intensificaram no período em que ele foi presidente. As denúncias se multiplicaram por conta da construção de Brasília: havia sérios indícios de superfaturamento das obras e favorecimento de empreiteiros ligados ao grupo político de Juscelino, além do fato de apenas a Panair do Brasil fazer transporte de pessoas e materiais. Na época, a imprensa chegou a dizer que JK teria a sétima maior fortuna do mundo, o que nunca foi provado. Durante a campanha de sucessão presidencial, as denúncias de corrupção contra JK foram amplamente exploradas pelo candidato Jânio Quadros, que prometia "varrer a corrupção" do governo de JK.
E Juscelino foi morar na Vieira Souto, em Ipanema, Rio de Janeiro, metro quadrado mais caro do país.

A conversa era a respeito das faladas grandes fortunas de certos políticos. E o môço (vinte e poucos anos, função técnica numa autarquia, rapaz sério), disse com convicção, na defesa do ex-Presidente:- Mas êle não tinha precisão de roubar para ficar rico! Só a companhia X, sua protegida especial durante o govêrno, deu-lhe de presente 40% das ações! Rachel de Queiroz, O Cruzeiro - 18 de julho de 1964
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Agora, porém, que os nossos amigos estão tomando conta deste País saqueado (a expressão é do Presidente da República) e tratam de reerguer o que virou ruína, e tentam recuperar o que não caiu por terra, e se empregam a caçar os facínoras fugitivos, e iniciam o processo dos grandes criminosos. (idem,4 de julho de 1964)
Com a palavra, o ex-Presidente:
- Considera que a inflação pode ser utilizada como instrumento de progresso?
- Os técnicos informam que o desenvolvimento econômico se faz com a importação de capitais estrangeiros ou com sacrifício de um povo. Êsse último foi o caminho seguido, por exemplo, pelos Estados Unidos. Sacrifício provisório, representado pelos ônus que recaem sôbre todos que anseiam por viver uma nação mais rica e mais livre.

Depois de exercer a Presidência, modificou-se sua maneira de encarar o povo brasileiro?
- Para melhor. A matéria-prima é formidável. Com ela pode-se fazer um grande país.
Tratar gente como "matéria-prima" bem demonstra o grau de seu "humanismo".Além do surto inflacionário (A introdução de Keynes no Brasil), o presidente Bossa Nova contraiu o vultoso empréstimo junto ao FMI, legando o passivo à sua amada "matéria-prima". O sacrifício foi mesmo monumental, e boa parte dele foi jogado no mar, na esdrúxula aquisição de um porta-aviões, no que neste particular também seria imitado por FHC;
http://www.franklinmartins.com.br/som_na_caixa_player.php?titulo=brasil-ja-vai-a-guerra-de-juca-chaves
De que vale afirmar que êle, o Brucutu dos verdes mares de Iracema ou da sede permanente na Guanabara (quanto mais tempo ficar parado, melhor), passará a ter número nas listas telefônicas e será, inevitávelmente, um prolongamento da Ilha das Cobras?
1 milhão e 625 mil toneladas de trigo.
- 8.660 caminhões nacionais.
- 13.000 km de estradas de rodagem.
- 30 meses de salários de tôdas as professôras do Brasil.
- 52 milhões de sacos de cimento.
- Duas usinas siderúrgicas com a produção anual de 120 mil toneladas de lingotes.
- Duplicar os investimentos da Petrobrás.
- Aumentar em 70% todo o patrimônio do parque ferroviário brasileiro.

- 12 estaleiros idênticos ao japonês que está sendo montado aqui.
- Valor idêntico a todos os empréstimos fornecidos às estradas de ferro pelo BNDE de 1953 a 1957.
- Manter a Universidade do Brasil durante 10 anos.
- Importar 80 mil toneladas de papel de imprensa.
- Adquirir 2.600.000 toneladas de fertilizantes.
- Importar 29 mil tratores para agricultura.
- Construir outra Brasília.

(David Nasser, O Cruzeiro - 31 de outubro de 1959
* * *
Féliz hc gostava da comparação. Suspendeu a importação de veículos por microempresas, sob o argumento de que o Brasil não tinha dinheiro para importar carros. Então abriu o parque para diversas montadoras virem se aventurar por aqui. Até elas começarem a produzir, os investidores do ramo automobilístico da campanha do p$db se lavaram de vender suas bugigangas, além de firmarem milionários contratos de fornecimento exclusivo à frota oficial por isso renovada.
Não obstante, Féliz adquiriu um moderno substituto daquele Brucutú dos verde mares de Iracema. Por mais equipado, mais moderno, e muito maior, o São Paulo deve te custado um múltiplo do o preço do folclórico Minas Gerais, isso se não foi dação em pagamento pela Copa do Mundo, entregue Delivery ao fornecedor J. Chirac.
Não estaria O Amigo da Onça ora de cabelos brancos, e ondulados, porque sem brilhantina?
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* Jânio renunciou no mesmo ano, para voltar glorioso à vida publica muito tempo depois:
Em 1985 elegeu-se prefeito de São Paulo pelo mesmo partido, derrotando o candidato situacionista senador Fernando Henrique Cardoso (PMDB) e o representante das esquerdas, deputado federal Eduardo Suplicy (PT). A vitória de Jânio Quadros contrariou os prognósticos dos institutos de pesquisa e contradisse as avaliações segundo as quais o ex-presidente era tido como um nome "ultrapassado" no novo contexto da política brasileira emergente do processo de redemocratização e da campanha das Diretas Já. Fernando Henrique Cardoso, que era o favorito nas pesquisas, chegou a tirar uma foto, que foi publicada pela Revista Veja, sentado na cadeira de prefeito de São Paulo. O que levou Jãnio, a tomar posse com um tubo de inseticida nas mãos, declarando: "Estou desinfetando a poltrona porque nádegas indevidas a usaram" [11]. (Wikipédia)




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