segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A dureza do Dakar 2009


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Acostumados com as agruras dos desertos africanos,
mesmo assim não há competidor do
Rally Paris-Dakar da América do Sul
que não se

reporte à gama de dificuldades e perigos encontrados
nas parcas trilhas. O Rally já assinala nada menos do
que 180 abandonos, sendo 90 motos, três bizarramente
expulsos por infrações no regulamento, 70 carros,
e até os caminhões, no expressivo número de 15.
Nos quadriciclos também houve desistências às
pencas, entre as quais a do então líder
Juan Manuel González "Pedregá"..
Os abandonos de carros foram significativos, destacando-se as baixas na Mitsubishi, que estréia um protótipo mal preparado, segundo reconhecimento da própria equipe. Já viajaram de volta às origens os campeoníssimos Hiroshi Masuoka e Luc Alphand, o multicampeão Stephane Peterhansel a Yvan Muller, este campeão mundial de turismo, além de Máximo Biasion, campeão do mundo de rallis.
Este Dakar tem sido muito duro e, nada melhor do que dosear o andamento e poupar a mecânica do Toyota. As duas anteriores etapas foram muito desgastantes, hoje voltámos a ter areia com muita lama e temperaturas altas. Passamos muitas dificuldades na região montanhosa, por diversas vezes ficamos atolados e ainda tivemos que rebocar dois carros franceses e o carro de assistência rápida da nossa equipa. , Para além de correr ainda fui bombeiro! Era por e tirar prancha, atar e desatar cinta, isto é mesmo duro, disse Adélio Machado, piloto português.




O belga Christian Lavieille capotou, e teve seu carro incendiado.
Foi uma etapa bastante dura, principalmente na parte final onde houve muita navegação e muita gente a perder-se. Hesitei duas vezes e a partir dessa altura apostei num ritmo mais calmo concentrando-me no road-book e no GPS, em detrimento da velocidade, disse outro português, Hélder Rodrigues, que acabou em sétimo na etapa de hoje, com uma KTM.
Para os brasileiros Paulo Pichini e Lourival Roldan a disputa está sendo tão ou até mais sofrida que as provas realizadas no continente africano, que sediava a prova até 2007:
O Dakar sul-americano está mostrando que a África tem sua magia, mas que o nosso continente também traz belezas naturais e obstáculos que marcarão profundamente os participantes desta edição. Os mais experientes comentam que nunca viram um Dakar tão exigente quanto este. Está devastador.
Nas motos é saliente a falta de Alfil Cox, sul-africano terceiro das motos em 2005,
além dos ex-pilotos de Fórmula 1 - Ukyo Katayama e Eliseo Salazar.
O destacado paraplégico e ex-piloto de motos Takuma Aoki, igualmente não resistiu.
Um perigo a mais tem sido constante nos Andes, nas proximidades de Atacama: a travessia de llamas, inusitado para a maciça maioria.


Mitsubishi Pajero Racing Lancer.
Malgrado expectativas, foi lance fraco.
R
Racing Lancer V6,
3.0 , diesel.
A criação teve a assinatura de alguns projetistas do A
udi R10, vitorioso nas últimas quatro edições das 24 Horas de Le Mans.
A adaptação não surte o efeito esperado, em surpreendente o fracasso.


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A delegação brasileira no Paris-Dakar 2009
encontra-se reduzida a menos da metade.
Foram-se o Mitsubishi, algumas motos, e o
quadriciclo.
O caminhão Mercedes-Benz de
Salvador Serviá/Giovanni Godói/Jadeilson de Araujo
abandonou a prova para acompanhar a Equipe
Mitsubishi Brasil já de retorno. Sobra o valente

Hélio, e os Azevedos, com destaque
ao caminhão
Tatra, confiado às mãos
do perito André.
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Guilherme Spinelli e Marcelo Vívolo, da Mitsubushi/Brasil, vinham voando baixo com seu Pajero Evolution MPR13 quando foram surpreendidos por um degrau de dois metros na descida de uma duna. "O carro tombou de frente e batemos com a cabeça no teto do Pajero", contou o piloto, já por duas vezes vencedor do Rali dos Sertões. Queixando-se de fortes dores no pescoço, Vívolo foi mesmo resgatado do local por um helicóptero da organização. Os exames não revelaram qualquer lesão e o navegador recebeu alta no próprio dia. Ele ressalvou a qualidade do carro, colocada em dúvida:

O carro é absolutamente fantástico. Corro no TT desde 1999 e já pilotei muitos carros da Mitsubishi, mas esse é um veículo muito rápido e resistente. É incrível o que fizemos com ele! E nada acontecia a ele, nem sequer desalinhava a direção. Superou as minhas expectativas.

A prova recém se encaminha à etapa derradeira, surpresas ainda deverão surgir, mas os carros da VW apresentam desempenho excepcional. Tudo indica que pelo menos um da meia-dúzia de azuis será o fita-azul.
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O favorito, e vem confirmando etapa por etapa, é o aguerrido Carlos Sainz.
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AAmanhã a caravana continuará em pleno Atacama.
A especial sai de Copiaco, e volta ao mesmo reduto.
Ainda que encurtado em 200 km, considera-se
o trecho mais difícil do rally, devido a imensidão
de dunas pela frente . A especial terá exatos 476kms.
Mesmo os mais experientes provarão um sentimento
de novidade. As dunas chilenas são verdadeiras
montanhas de areia, pelas quais é necessário saber
escalar e descer os flancos, sobre mais de quilômetros.
Como se nada bastasse, ainda reina
grande calor sobre a região.
Além do desgaste pessoal, e dos motores,
ninguém conhece com precisão o comportamento
da areia, mormente em caóticas ventanias. Valerá
a lucidez da pilotagem, e a resistência do veículo.
Está previsto forte nevoeiro na hora da largada,
o que poderá provocar algum atraso.
142 motos e quads, 109 carros e 61 caminhões
foram autorizadas a tomar a partida.
Número oficial de abandonos: 188.

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