FOCA LIZA realizou nova escala no além, desta feita para tentar obter algum retrato-falado que facilitasse as buscas dos responsáveis pelo recrudescimento criminal. No pórtico ela se deparou com o anúncio:
O Real poderá sofrer maxidesvalorização como ocorreu em 1999 após a reeleição de FHC. Os sinais de antes, de reversão do ciclo econômico no Brasil, hoje são certezas. O que os economistas -independentes- ainda têm dúvidas é sobre a velocidade com que isso vai acontecer: se abertamente no final de 2009, ou um pouco mais tarde. O 'pau da barraca do circo' é a taxa de câmbio. Hoje é o que segura tudo. Mas balança. Os economistas do governo tentam segurar o 'pau da barraca' até 2010. Formou-se um quadrado de cinema animado, com seus lados e vértices balançando: preços, atividade econômica, câmbio e déficit público.
http://oglobo.globo.com/pais/noblat
Essa é velha. Uma das máxis de DELFIM.
Pois é mesmo. Nada de novo no front ocidental:
A taxa de câmbio já está sendo, de novo, motivo de reclamação dos exportadores. Com o mercado interno congelado e as exportações em queda, montadoras cortaram produção e empregos.
LEITÃO, M., Os dois lados. - O Globo, 25/9/2009
O FMI não controla isso? Promover maxisdesvalorização já não é mais tolerado. O monitoramente impede inexplicáveis emissões.
O Fundo se volta no sentido de preservar o comércio exterior, mas a rigor desdenha carga tributária, redistribuição da arrecadação, taxas de juros, precatórios, custos sociais, e índices de desemprego, bem como pouco lhe interessa o modo pelo qual o Executivo mantém o garrote.
"O FMI divulgou nesta quinta-feira mais uma revisão de suas perspectivas para a economia mundial. O relatório continua, no entanto, com números defasados." (LEITÃO, M., O Globo, 1/10/2009)
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Como o FMI encara a disposição do Brasil em lhe oferecer créditos, esses valores retirados justamente de quem produz? A organização não se sente prestigiada?
Pois ela recomenda justamente que o Brasil pare com o fútil exibicionismo. E não são poucos os brasileiros que condenam a obssessão por reconhecimento do estrangeiro.
O ministro Tarso Genro (Justiça) não se conforma com os cortes que o governo pretende realizar em sua pasta. Em visita ao Recife, Tarso voltou a dizer que vai tentar 'convencer o Executivo de que tal ação não pode ser feita no setor de segurança do país'.
Não tem sentido o país guardar em caixa-forte o dinheiro retirado da produção, enquanto milhares sofrem no desemprego, saúde, e tudo o mais. Se for o caso, que se pratique deficits em conta-corrente, em vez de superavits conquistados à base de compulsórios.
Evidente. No entanto, querem restringir ainda mais a circulação monetária:
"Há uma tentativa de terrorismo fiscal para provocar uma expectativa de elevação dos juros." (BARBOSA, Nelson, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. - O GLOBO, 1/10/2009)
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a recuperação econômica do Brasil acontece acima das expectativas do mercado e que poderá ser necessária uma elevação dos juros básicos até o início de 2010 a fim de combater alta da inflação. Lula ficou preocupado com eventual subida de juros, mas também se mostrou positivamente surpreso.
Folha de São Paulo, 1/10/2009
Essas atuais manobras não são ainda mais imprudentes?
O Sancho continua adorando peripécias:
"Lula é o maior economista do Brasil. O Lula é o único economista que presta no Brasil porque é o único que está falando a verdade.” (DELFIM NETTO, A., entrevista para Agência Estado. - www.avozdavitoria.blogspot.com, 31/12/2008)
"Eu acho que o Lula salvou o capitalismo brasileiro." (DELFIM NETTO, A., entrevista a PASCOWITCH, Joyce. - www.fabiocampana.com.br, 20/9/2009)
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Egresso do chão-de-fábrica, o presidente deve ter adorado o título...
Sim, e como: "Hoje Delfim é um dos meus melhores amigos."(Presidente LULA, revista Veja, NUNES, A. 24/9/2009) Resta indagar quem colocou a perigo o capitalismo brasileiro.
O senhor sabe?
Precediam os condenáveis movimentos dentro da Casa da Moeda algumas operações over-night, levadas por cabo até o País do Sol Nascente, o primeiro a acordar, e por isso saber o que se passaria naquela casa, tornada de tolerância.
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Quem lhe contou?
Numa ocasião eu estava lá, vendo o Sol nascer. Estranhei quando os japas entraram no mercado a torrar cruzeiros com deságio de 5, até 10%. Enlouqueceram? Vai ver! No outro dia, recompravam a mesma mercadoria com 30% de desconto. Imagine os volumes. Depois das transas, alguém sempre aparecia por lá, e geralmente o próprio mentor.
O momento mais dramático do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso ocorreu no dia 13 de janeiro de 1999... O então presidente do Banco Central, o economista Francisco Lopes, vendia informações privilegiadas sobre juros e câmbio – e uma parte de sua remuneração saía da conta número 000 018, agência 021, do Bank of New York. A conta pertencia a uma empresa do Banco Pactual, a Pactual Overseas Bank and Trust Limited, com sede no paraíso fiscal das Bahamas.
Veja, 23/5/2001
Mas o pior nem era desbotar a moeda com tão vis propósitos, e sim a artimanha complementar, estes grilhões desdenhados pelo FMI: os depósitos compulsórios, ainda em vigor, e robustecidos. Trata-se de atípica apropriação indébita, à mão-armada, sobre a economia popular. O governo se subroga no "direito" de retirar um percentual dos recursos da produção, portanto do que não lhe pertence, depositados nos bancos. O fato aparentemente não tem maior importância, porque o dinheiro estaria lá, parado. Seria como furtar um carro à noite, enquanto o dono dorme, e devolvê-lo de manhã cedinho, antes dele levantar. Todavia, a falta do produto na prateleira é que faz seu preço subir, e é justamente pela escassez monetária, pela excessiva e artificial manutenção do valor do Real que pagamos a maior taxa de juros do planeta! Não obstante, é causa primordial da inadimplência.
Real valoriza 31% ante dólar no ano e supera sete moedas, diz Economática
A valorização do real deverá trazer benefícios nos resultados das empresas listadas em Bolsa que tiverem suas dividas atreladas à moeda norte-americana, o beneficio será refletido na diminuição do estoque das dívidas quando convertidas para real, avalia a consultoria.
Folha de São Paulo, 1/10/2009
O movimento mostra também que o dólar está perdendo força no mundo, em decorrência de fatores como a grande liquidez resultante dos pacotes de estímulo à economia em vários países e dos juros baixos nos Estados Unidos.
Terra, 1/10/2009
O que me diz desse comentário?
Está bem. Você deve supor que antes da Copa o Real já esteja substituindo a moedinha americana no cenário internacional. Não se engane, rica flor. Para os produtores e exportadores, os que realmente fazem a riqueza do país, não pode haver notícia mais drástica. Tudo demonstra, de modo insofismável, que diferentemente dos outros países, o fenômeno brasileiro não reflete um incremento da riqueza produzida, mas visa apenas contemplar os hóspedes especuladores.
Nos mais diversos setores da República, a perda de parâmetros, o abandono a princípios, a inversão de valores... Há de buscar-se, a todo custo, a correção de rumos, sob pena de vingar a Babel,
Min. MARCO AURÉLIO, STF, Folha de S.Paulo, JOSIAS, 29/9/2009
Nada de novo no front, de novo. A locomotiva vem sendo alimentada pelo Santo-de-pau-ôco, mero agente de ficção, com sua "política" introduzida já há quatro décadas, coberta pelo AI5, e praticamente sem interrupção.
A política monetária (o ‘estado da arte’) era então simples: tentar acomodar a taxa de crescimento da base monetária à taxa desejada de inflação mais o esperado aumento da taxa do PIB. Usavam-se, também, instrumentos simples, como as reservas bancárias primárias, o redesconto e os depósitos compulsórios.
DELFIM NETTO, Antônio, Folha de São Paulo, 11/2/2004
Rumamos à miragem, envolvidos por esta artistica cortina de papel que não resiste a mínima chuva:
"No acumulado dos últimos 12 meses, a produção industrial tem retração de 8,9%, o que configura o pior desempenho da série histórica. O setor de bens de capital foi o mais afetado... com redução de 25,7% na produção." (Folha de São Paulo, 2/10/2009)
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