quarta-feira, 30 de abril de 2008

O maior golpe do mundo*


Se Stálin roubou um banco, não o fez para encher de dinheiro os próprios bolsos, mas para ajudar o seu Partido e movimento. O senhor não pode considerar isso um roubo de banco. HITLER, Adolf, Documentos da Polícia Alemã; cit. Toland, John, Adolf Hitler: 657
O Príncipe lesará somente aqueles dos quais tomará as terras e as casas para dá-las aos novos habitantes; e aqueles, os lesados, que representam uma ínfima parte de seu Estado, achando-se dispersos e desvalidos, jamais contra ele poderão conspirar. Machiavelli, N., De principatu civile: 59-
O Príncipe moderno, o Príncipe mito, não pode ser uma pessoa real, um indivíduo concreto - ele só pode ser uma organização. Mussolini, Benito, Opera Omnia, XXII, 109
Se STÁLIN roubou um banco, e HITLER se apropriou das contas judias. agiram como trombadinhas.
* * *
NA CALADA DA NOITE de 15 de novembro de 1995, bem lembro, as luzes do Ministério da Fazenda estavam acesas. Dentro se monitorava um plano digno do Guiness: numa tacada, foi subtraída a fabulosa soma de 30 bilhões de reais, de milhões de correntistas de todo País. Foi uma espécie de assalto simultâneo a milhares de agências bancárias. A plêiade simplesmente reaplicava o exitoso esquema que esvaziara os cofres do glorioso Banco Sulbrasileiro, sem ninguém sentir. Coisa de batedor-de-carteira. .
Os depósitos "excedentes" dos outros estabelecimentos preencheram o rombo, e ninguém sentiu o buraco-negro; apenas a produção: com a falta do dinheiro, os juros brasileiros foram tornados absurdos, e assim se impede o acesso às escassas cédulas remanescentes. Não tem para todo mundo. Desse modo, os "banqueiros privados" do Nacional, Econômico, Bamerindus, Banorte, e os gerenciadores do partido governante que guardavam os cofres do Banco do Brasil, Banerj, Banrisul, Banestado, e Banespa, dividiram a estupenda cota.
A esmagadora maioria dos alienados e venais integrantes do Poder Legislativo jamais tomou consciência da relevância do desvio. E os que tomaram, foram facilmente calados com a instituição do mensalão, a genial idéia imediatamente trazida das Alterosas pelo bando da ave bicuda. Duzentos por cabeça foram fortes para alterar até a Constituição, virada em prol da reeleição.
Ao Poder Judiciário já havia um enrêdo ainda mais prosaico. Deu na mosca:
Os recursos referentes aos processos do Proer foram parar, por sorteio, na mesa de Gilmar Mendes. De saída, ele concedeu uma liminar, sustando a condenação que havia sido imposta a Serra, Malan e Parente até que o processo fosse julgado no mérito, em termos definitivos.
O barril do Old Eigth ficou hermeticamente fechado por mais de doze anos. Eis como se dá completa a cobertura jurisdicional do maior latrocínio (falo em latrocínio porque não foram, e ainda não são, poucos os que morreram pela carência desses recursos, mercê do índice de criminalidade, que explodiu, não por coincidência, exatamente após aquele dantesco ato):
PRESIDENTE DO STF ANULOU AS AÇÕES DE IMPROBIDADE DO PROER. NUM DOS PROCESSOS EX-MINISTROS HAVIAM SIDO CONDENADOS.
Na véspera de assumir a cadeira de presidente do STF, o ministro Gilmar Mendes julgou um processo que repousava sobre sua mesa havia mais de dois anos. A causa envolvia duas ações judiciais contra ex-ministros do governo FHC. Entre eles José Serra (Planejamento e Saúde), Pedro Malan (Fazenda) e Pedro Parente (Casa Civil).Gilmar Mendes, ele próprio um ex-ministro da gestão tucana (Advocacia-Geral da União), mandou ao arquivo o par de ações que pesavam sobre os ombros dos ex-colegas de governo. Escorou-se num precedente aberto noutra sentença do Supremo. Sentença da lavra de Nelson Jobim, outro ex-ministro de FHC (Justiça), que passou pelo STF antes de assumir, sob Lula, o ministério da Defesa.
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/, 29/04/2008
Segundo Gilmar Mendes, em se tratando de ministros de Estado, 'é necessário enfatizar que os efeitos de tais sanções em muito ultrapassam o interesse individual dos ministros envolvidos'. Nesse sentido, ele chamou atenção para o valor da condenação imposta aos ex-ministros e ex-dirigentes do BC pelo juiz da 20ª Vara Federal do DF, de quase R$ 3 bilhões, salientando que este valor, 'dividido entre os 10 réus, faz presumir condenação individual de quase R$ 300 milhões'. Segundo ele, 'estes dados, por si mesmos, demonstram o absurdo do que se está a discutir'.
Revista Consultor Jurídico, 29 de abril de 2008
Mas será mesmo que todos seus antecessores, todos os operadores do Direito que se debruçaram sobre esta tarefa, de tão grave responsabilidade, seriam de tal modo ignorantes das simples quatro operações? Não, senhor presidente. A condenação foi até muito branda - apenas de 10% do furtado. Tudo, contudo, eu perdôo; e espero que meus filhos, os futuros netos e os tataranetos também saibam bem sublimar. Esses alto-coturnos dos Três Poderes não tiveram, como não tem, sequer noção do que fazem.
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* Título da triste canção de Teixeirinha.
*O GOLPE DA
atual crise americana É ASSEMELHADO, PORÉM DEIXA O NOSSO ANÃO. SUPÓNHO QUE ELE SE SUCEDE POR ESTA EXITOSA INSPIRAÇÃO BRASILEIRA.




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