DANIEL BELL anuncia O Fim da Ideologia; F. CAPRA, o Ponto de Mutação; F. FUKUYAMA promulgou O Fim da História; e PETER WARD, O Fim da Evolução (Campus, 1997). Em 1989 ruiu o muro; e ALVIN TOFFLER registrou a Powershift: a Mudança de Poder. EMIR SADER o procura (O Poder, Cadê o Poder? Ensaios para uma Nova Esquerda. São Paulo: Bontempo, 1997). B. GATES (p.213) pode lhe informar: "O poder não vem do conhecimento acumulado, mas do conhecimento compartilhado.." Ninguém mais o detém. DON TAPSCOTT (Paradigm Shift: the New Promise of Information Technology. - N. York: Mc Graw Hill, 1993) retrata o câmbio como fruto da interação cultural.
MAURICE BERTRAND assegura o Fin de l´Ordre Militaire.(1) JACQUES IONS se alia à Nova Era prenunciando La Fin des Militants (2), a começar pelos partidos "vendidos" aos consumidores como sociais. Cada vez mais aparecem obras sobre vários "fins", entre os quais o da própria Física, por S. HAWKING, mas A. EINSTEIN na irreverência da nova ciência já acabara com ela. O corte epistemológico demoliu a Torre de Papel; e com ela, implode-se o materialismo. A igualdade é uma impossibilidade ;e a justiça, uma utopia. Aristóteles já sabia disso, por isso propôs a ética como liame social, em vez dessa mais famosa e também mais danosa projeção platônica. A Nav''s rabiscou O fim do Direito, e principalmente da Sociologia, alvejada na descrição do
Conto de Comte (RJ: Papel & Virtual, 2002)
No meio de tanto Descalabro, há quem como eu advirta a iminência do colapso da democracia, porque subvertida em particracias. Às ciências econômicas, PAUL ORMEROD propõe direto, A morte da Economia, exaurida por excesso de economês, enquanto seu colega DAVID SIMPSON, mais restrito, apregoa o Fim da Macroeconomia. FRIEDRICH VON HAYEK propõe acabar com o monopólio da fabricação do dinheiro pela oficialidade, porque a política requer ser afastada do vil metal. (The Denationalisation of Money. - London : Institute of Economic Affairs, Hobart Paper 70, 1990). Concordo plenamente. O Banco Central se tornou mero agente comercial. Na atual crise americana o capitalismo agoniza, não pela cientística predição marxista, tampouco pelo neoliberalismo, mas sim um neomercantilismo fascistóide, produto e produtor de um efeito atômico da corrupção, fenõmeno também assimilado no pujante hemisfério norte, graças à promiscuidade entre patrocinadores de campanha e os partidos.
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Seja como for, não é prerrogativa de gênio prognosticar as leis do trabalho a caminho do fim. Isso é até muito engraçado perdurar. Seu introdutor foi Mussolini, o mesmo que jogou seus "protegidos" operários aos campos talados de minas e canhões. Se alguém ainda pode supor que alguma prescrição fascista tenha cunho social, "me tire o tubo". O que vejo é uma plêiade de sanguessugas agarradas no couro desse magnífico Leviathan. Esses sim, são veementes em listar a importância de suas funções, especialmente aos seus, claro, mas não explícito, também claro. Todavia, a exaustão do antagonismo na relação de produção já está fartamente promulgada e anunciada. Disso tratou J. RIFKIN ao apregoar O Fim dos Empregos. Aquela perfídia dita positivista ainda não se encerrou porque conforme já mencionei, vimos o fim do Duce, mas não do fascismo. Por certo é chegado o momento da ReVerSão. C'est fini da velha má temática. Ninguém mais quer ser empregado. Tampouco patrões tentam recrutá-lo. Agora, preferem parceiros; em outras palavras, sócios:
Com a Web, a possibilidade de tornar-se um agente autônomo não está limitada a atletas, artistas, atores e outros grandes nomes profissionais ou criativos; agora, quase todos os tipos de profissionais do conhecimento podem fazer isso. O mercado de trabalho de ‘agentes autônomos’, inclusive profissionais por conta própria, empreiteiros independentes e trabalhadores em agências temporárias já abrange 25 milhões de americanos. A vantagem de trabalhar por conta própria é a diversificação: você tem menos probabilidades de ficar sem trabalho se tiver muitos Empregadores, em vez de um só. GATES, B: 89
Pois então não é, justamente, a concretização do sonho marxista por efeito liberal?
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A consciência humana está transpondo um limiar tão importante como o que transpôs da Idade Média para a Renascença. O homem está faminto e sedento após tanto trabalho fazendo o levantamento de espaços externos do mundo físico começa a ganhar coragem para perguntar por aquilo que necessita: interligações dinâmicas, sentido de valor individual, oportunidades compartilhadas, efeitos. Nosso relacionamento com os símbolos de autoridade do passado está se modificando, porque estamos despertando para nós mesmos como seres, cada qual dotado de governo interior. Propriedades, credenciais e status não são mais intimidativos. Novos símbolos estão surgindo: imagens de unidade. A liberdade canta não só dentro de nós, como em nosso mundo exterior. Sábios e videntes previram esta segunda revolução. O homem não quer se sentir estagnado, o que deseja é ser capaz de mudar.
RICHARDS, M. C., The Crossing Point, 1973; cit. FERGUNSON, M.: 57
Estacionado o velho trem, podemos optar por uma solução quântica, corrente em pequenos, ágeis e versáteis supercondutores de não-matéria, individuais ou não, mas definitivamente em consonância com a complexidade*, leveza e imensidão cósmica. A moderna ciência, além de muito mais humana, mais sensível, “existencial”, também é liberal, natural, mais produtiva e democrática. Há um novo código de comportamento. Ele excede a padronização, a sincronização, a centralização. Suplanta a concentração da energia, do dinheiro, do poder:
"Essa nova civilização tem sua própria e distinta concepção de mundo, maneiras próprias de lidar com o tempo, o espaço, a lógica e a relação de causa e efeito." (ORMEROD, 1996: 194).
É muito difícil descrever uma nova revolução porque estamos exatamente vivendo nela. Da mesma forma que uma pessoa nascido à época da Revolução Industrial pode ter tomado conhecimento das grandes mudanças que ocorriam, mas se sentindo confusa com sua complexidade, estamos em idêntica situação. Parece-nos haver uma grande tropelada de mudanças, aparentemente sem relação entre si. É o computador - mas não apenas o computador. É a revolução biológica - mas não apenas a revolução biológica. É a mudança nas esferas de energia. É o novo equilíbrio geopolítico no mundo. É a revolta contra o patriarcado. São os cartões de crédito, mais videojogos, mais unidades walkman. É o bairrismo mais globalismo. São as máquinas de escrever sabidas e os especialistas em informação, bem como os serviços bancários eletrônicos. É a campanha pela descentralização. Numa extremidade, é o veículo espacial recuperado - e na outra a busca de identidade individual. É o horário de trabalho flexível e os robôs e a militança crescente de pretos, pardos e amarelos no planeta. E o impacto combinado de todas essas forças, convergindo e despedaçando-se no tradicional sistema de vida industrial. Acima de tudo, é a aceleração da mudança em si, que marca este nosso momento na história. TOFFLER, ALVIN, Previsões e Premissa: 22
Depois desse elenco, ainda vieram os decisivos telefones celulares, e principalmente a Internet.
A física quântica é a responsável por quase tudo. Ela derruba os dois pilares da velha ciência: a causalidade e o determinismo. Agindo orientada apenas em probabilidades, ela abandona a idéia de que a natureza exiba uma seqüência inexorável de causa e efeito. Aceitando a incerteza, abandona-se a antiga esperança de que a ciência, conhecendo o estado atual e a velocidade de qualquer corpo material no universo, possa prever a história do universo em qualquer tempo. Como conseqüência dessa rendição, o livre-arbítrio ganhou novo argumento: se os acontecimentos físicos são indeterminados e o futuro imprevisível, então é possível que aquela quantidade desconhecida chamada 'espírito' possa guiar o destino humano entre as infinitas incertezas de um Universo tão caprichoso, de volta à freeway que merece.
O que nos falta é radicalizar a ideologia iluminista, que os Estados Unidos deixaram para trás. A concepção moderna de mundo não admite que haja um universal positivo. É por isso que a concepção moderna de mundo é não-religiosa.Hoje temos cada vez mais medo da diversidade. O Estado brasileiro nos dá freqüentes provas disso. Montesquieu já dizia que as leis ruins prejudicam as boas.Mas no Brasil de hoje, tudo tem de ser regulamentado. Isso é um perigo. Temos de ter um mínimo de lei absoluta para ter um máximo de experimentação. Mas o que se dá no Brasil é o contrário, temos o máximo de lei e um espaço cada vez menor para experimentar. ANTONIO CICERO
RICHARD FEYNMAN (O significado de tudo: reflexões de um cidadão cientista: 14) assim abria suas palestras: “Não há praticamente nada do que vou dizer esta noite que não pudesse já ter sido dito pelos filósofos do século XVII”. Para encerrá-las, o pesquisador de Los Alamos trocava o “vou dizer” por “eu disse“; e praticamente repetia as concepções de LOCKE & SMITH:
Nenhum governo tem o direito de decidir sobre a verdade dos princípios científicos nem de prescrever de algum modo o caráter das questões a investigar. Também nenhum governo pode determinar o valor estético da criação artística nem limitar as formas de expressão artística ou literária. Nem deve pronunciar-se sobre a validade de doutrinas econômicas, históricas, religiosas ou filosóficas. Em vez disso, tem para com os cidadãos o dever de manter a liberdade, de deixar os cidadãos contribuírem para a continuação da aventura e do desenvolvimento da raça humana. Obrigado.
O socialismo de J. Locke - Introdução
oi, se não for incomodar vc poderia me passar o código html para votar no central de blogs?
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