domingo, 12 de abril de 2009

O Socialismo de J. Locke - 10) Consequência Neoliberal

Epílogo


Cada passo dado pela mente em seu progresso na direção do Conhecimento revela, ao menos por ora, algum descobrimento não só novo como o mais apropriado.
John Locke
Thurow se utiliza desta imagem potente para invocar cinco forças econômicas que moldam o nosso mundo material, seja ele econômico, seja político: o fim do comunismo; mudanças tecnológicas para uma era dominada pela inteligência humana; demografia inédita e revolucionária; uma era multipolar que desconhece qualquer tipo de dominância econômica, política, ou militar por qualquer nação. RAIMAR, R., in THUROW, L., O Futuro do Capitalismo: 7
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O novo Individualismo – a serviço do qual, quer queira, quer não, está o socialismo – será a harmonia perfeita. Será o que o Grego buscou, mas não pôde alcançar completamente, a não ser no plano das Idéias, porque tinham escravos, e os alimentava; será o que a Renascença buscou, mas não pôde alcançar completamente, a não ser no plano da Arte, porque tinham escravos e os entregavam à fome. Será completo e, por meio dele, cada homem atingirá a perfeição. O novo Individualismo é o novo Helenismo. WILDE, O.: 86
O físico-ambientalista F. CAPRA (1996: 176), critica o liberalismo, porém reconhece: "Onde quer que vejamos vida, de bactérias a ecossistemas de grande escala, observamos redes com componentes que interagem uns com os outros de maneira tal que toda a rede regula e organiza a si mesma."  Isso é o que acontece quando se permite a interação das pessoas, e não a segregação classista e social, interessantes ao Leviathan.
A implicação geral da teoria do equilíbrio competitivo é que o papel do governo deve ser o menor possível e um setor público pequeno implica que os custos de manutenção serão pequenos, assim como os impostos necessários para financiá-los. Na medida do possível, segundo esse modelo, as funções do Estado devem desaparecer. Para melhor servir aos interesses do povo, não deveria existir Estado. Essa é, evidentemente, uma conclusão muito semelhante aquela a que Karl Marx chegou em seus escritos políticos: sob a ótica do socialismo, o Estado desapareceria. Pode parecer irônico que o modelo econômico do livre-mercado afirme que, sob o capitalismo de livre-mercado esse fenômeno também deve acontecer; mas existem mais semelhanças do que se poderia imaginar entre a teoria econômica de uma sociedade socialista e a teoria econômica de uma sociedade baseada exclusivamente na livre iniciativa. ORMEROD, PAUL, 1996: 86
Tudo foi delineado faz tempo.  Nem LOCKE tampouco SMITH, todavia, puderam contar com a imediata prova científica. Por aplicado à humanidade, o paradigma (1) exigiu que a certeza só se evidenciasse com a passagem do tempo. "Assim falava" J. LOCKE (Ensaios sobre a lei da natureza, cit. BOBBIO, N., 1997: 138):

a)Enquanto as idéias matemáticas podem ser expressas por meio de sinais sensíveis, imediatamente claros aos nossos sentidos, as idéias morais só podem ser expressas por meio de palavras, que são signos menos estáveis e exigem interpretação;
b) As idéias morais são mais complexas do que as matemáticas, daí a maior incerteza dos nomes com que são designadas e a dificuldade em aceitá-las todas de uma vez.
 O tempo passou, e provou. E como se não bastasse, até mesmo a outrora exata física ora lhes presta o reconhecimento; e salienta o fundamento:
Por isso não é de estranhar que muitos universitários ainda imaginem Einstein como uma espécie surrealista de matemático, e não como descobridor de certas leis cósmicas de imensa importância na silenciosa luta do homem pela compreensão da realidade física. Eles ignoram que a Relatividade, acima de sua importância científica, representa um sistema filosófico fundamental, que aumenta e ilumina as reflexões dos grandes epistemologistas - Locke, Berkeley e Hume. Em conseqüência, bem pouca idéia têm do vasto universo, tão misteriosamente ordenado, em que vivem.
BARNETT, LINCOLN, O Universo e o Dr. Einstein: 12
Onde a concepção de LOCKE/SMITH atuou, o país disparou. Nos dias de hoje, abundam fatos, oferecendo-lhes guarida em profusão. Malgrado a insistência dos mais ou menos "sociais", é apenas pela ação individual que se pode obter o resultado que almejam: “Na medida que o comércio expande a divisão do trabalho, todos os participantes ganham porque se beneficiam do aumento da produtividade deste trabalho.” (SMITH, A., Investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações, vol. I: X)
Os interesses dos indivíduos se compensam entre si e o produto final coincide com o interesse da comunidade. Em outras palavras, a consciência do indivíduo é árbitro e condutor, tanto do interesse público quanto do privado, que não é obra do acaso.
TOCQUEVILLE, A.,1997:18
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A comunidade fala-lhe com uma mesma voz, mas cada indivíduo fala partindo de um ponto de vista diferente; no entanto, estes pontos de vista estão em relação com a actividade social cooperativa e o indivíduo, ao assumir sua posição, encontra-se implicado, devido ao próprio carácter da sua resposta, nas respostas dos outros.
HERBERT, A filosofia do ato: 153; cit. ABBAGNANO: 29
Cada partícipe oferece sua cor à roda que lhe apraz. O  mais atual e eficaz preceito à produção apresenta estas características:
Descentralização - O que acontece na economia é resultado da interação de muitos agentes atuando em paralelo. As ações de um agente em particular serão resultado de sua expectativa em relação ao que os outros agentes irão fazer. Os agentes antecipam e co-criam o mundo à sua volta.
Ausência de um controlador central - Não há uma entidade global que controla as interações ou que tenha conhecimento da estrutura global do sistema. O controle é feito pelo processo de cooperação e competição entre os agentes e medido pela presença de instituições e regras.
Organização hierárquica flexível - A economia tem vários níveis de organização e interação. Unidades em um certo nível - comportamentos, ações, estratégias, produtos - servem de base para a construção de unidades em níveis superiores. A organização global é mais do que hierárquica, com interações entre os diversos níveis se misturando e criando uma complexa rede de relacionamentos e canais de comunicação.
Adaptação contínua - Comportamentos, ações, estratégias e produtos são revisados continuamente à medida que os agentes ganham experiência - o sistema está em constante adaptação. O elemento surpresa e a chance permitem que o sistema tenha muitas soluções e aproveite novas oportunidades. Eventualmente, uma destas soluções será a escolhida, mas não necessariamente será a melhor.
Novidade perpétua - Nichos são continuamente criados por novos mercados, novas tecnologias, novos comportamentos e novas instituições. O próprio ato de se preencher um nicho já cria novos nichos. O resultado é um sistema onde sempre aparecem novidades. Inovações são desenvolvidas, levando a produtos mais avançados que, por sua vez, demandam mais inovações.
Dinâmica fora do equilíbrio - Como novos nichos e novas possibilidades estão sempre sendo criados, a economia opera fora de uma situação de equilíbrio global, ou seja, sempre há espaço para melhora. Apesar de estar fora do equilíbrio, o sistema possui regras que limitam seu comportamento, evitando que este se torne caótico durante o processo de adaptação e evolução. HOLLAND, JOHN, cit. GLEISER, I.:
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Como administrar tudo isso de modo engessado, ou sob a égide do chicote?
O Indivíduo Soberano, de WILLIAM REES-MOOG & JAMES DALE DAVIDSON Wiliam (cits. GRUNEWALDT, VITOR, Novo Bretton Woods ou Um Novo Feudalismo. - Jornal do Comércio, 15/5/1997: 4), destaca o colapso do Estado nacional, substituído por “associações de mercadores e indivíduos plenos de faculdades semi-soberanas”, praticamente o mesmo diagnóstico de JOHN NAISBITT (Paradoxo Global: 264):
"Quanto mais as economias mundiais se integram, menos importantes são as economias dos países e mais importantes são as contribuições econômicas dos indivíduos e das empresas particulares."
Isso é duro aos hegemônicos batinados, mas também a sabatinados, sociólogos comteanos, economistas keynesianos e principalmente aos oriundos do chão-de-fábrica, ora em pontes-de-comando, mas fazer o quê? Em muito pior situação ficaram os papas. Um conterrâneo espião desvendou a armação, lavrada entre o Mediterrâneo, e o Egeu. O que levou nos levou de roldão, se acabou com Galileu. (Sorry.)
Alguma dúvida ainda persiste? A Internet a elimina. A livre participação individual perfaz o esplendor do todo, sem ninguém se submeter a nada, exceto às limitações tecnológicas. O pesquisador pode se abastecer de milhões de diferentes informações. Em poucos minutos, colhemos dados coletados por séculos. O colega chinês pluga o de Estocolmo. Cada vez que um novo site se apresenta, ou um antigo é enriquecido, mais a comunidade aufere. Somos inexoráveis participantes dessa mágica tridimensional, teia universal, também título do Nobel de Física de 1978, FRITJOF CAPRA, mas pela tecla: a prosperidade individual é o melhor, para não dizer único portão de acesso à pujança social.
Houve uma ruptura mundial com a tradição do 'fordismo', na qual a produção em massa reinava suprema e os trabalhadores individuais eram um fator de custo a minimizar. A nova abordagem da manufatura valoriza o indivíduo e as equipes de trabalhadores qualificados, constantemente treinados, capazes de assumir responsabilidades, de usar redes e de se organizarem em regime de autogestão. Os empregados terão, graças ao aumento de seus conhecimentos, uma fatia maior dos meios de produção.
Se permitida “trabalhar”, a Mão Invisível acomoda a complexa relação dos preços, distingue o valor de uso e troca de mercadorias, informa sobre as qualidades intrínsecas dos bens gerados, e alia o trabalho à prosperidade, no trickle-down (2):
O crescimento econômico é alcançável quando se permite o florescimento dos negócios, deixando a prosperidade verter para a população de baixa e média rendas, que se beneficiará da crescente atividade econômica” (GIDDENS, ANTHONY, 1996: 104))
A entropia (3) econômica já fora ventilada por PRIESTLEY (cit. FALCON: 73):
“Os ricos obrigam-se, pelas leis naturais da economia e pelos ditames morais da natureza, a difundir sua riqueza às camadas menos favorecidas.”
BILL GATES (p. 348) traz um exemplo, que se não condiz com a atualidade brasileira, é apenas graças à incomensurável corrupção que vem nos assolando, muito mais fruto de um mercantilismo travestido, ou modernizado, um neomercantilismo, do que de qualquer conotação liberal:
"A substituição dos monopólios das telecomunicações pela ampla competição, em todo o mundo, incentivará a inovação no fornecimento dos serviços pela Internet e reduzirá as tarifas, que são altas e desestimulam o uso da rede em muitos países."
A natural difusão (4) pode ser constatada nas interações subatômicas - “cada partícula ajuda a gerar outras partículas, as quais, por sua vez, a geram”:
A realidade física é concebida como uma teia dinâmica de eventos inter-relacionados. As coisas existem em virtude de suas relações mutuamente compatíveis, e tudo na física é tem de partir da exigência de preconceitos para modelos diferentes, sem dizer que é um mais que seus componentes sejam compatíveis uns com os outros. Chew escreve num de seus primeiros artigos: ‘Alguém que é capaz de olhar sem preconceitos para modelos diferentes, sem dizer que um é mais fundamental do que o outro, é, automaticamente, um bootstrapper.' Em outras palavras, essa filosofia bootstrap, ou filosofia de rede, leva a atitude de tolerância.
CAPRA & STENDHAL: 129

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A velocidade das comunicações, e, por conseqüência, das alterações, as quais já não conhecem tempo, nem barreira, sequer distância, indica que o político tem que ser sua imediata expressão, sob pena de um fim profundamente lamentável, soterrado nos escombros de sua própria morada. Resta-lhe despir-se dos adereços e abandonar o palco ilusionista no qual florescem as ervas daninhas e o podre odor suavizado nas gotas dos falsos ideais.
A mudança para um humanismo congraçado com a natureza, por isto mais sensível, solidário e complementar, mostra-se tarefa inadiável, envolvente, prazeirosa e natural, bem ao gosto da Teia da Vida, de CAPRA.
O imperativo da melhor convivência do habitante com o meio ambiente, contudo, não pode olvidar, por óbvio pre-requisito ou extensão, o semelhante. Isto condiciona, pois, o aprimoramento das relações pessoais; por conseguinte, sociais. Em outras palavras: pelo respeito e consideração ao indivíduo (só por ele), chegamos ao resultado social:

A época moderna pode ser considerada como fim da história, se tomarmos ‘fim’ no sentido de ‘telos’ coletivo da humanidade. Cumprindo esse ‘telos’, não haveria outros fins universais e sim individuais ou particulares. Isso representaria a possibilidade da multiplicação indefinível dos fins.
FUKUYAMA, F.,
O fim da história e o último homem
Manifesta-se o professor MIGUEL REALE (cit. NADER, P.: 269) sobre a peculiaridade metódica de LOCKE, embora este, é bom que de antemão se corrija, não pudesse conhecer a dialética de HEGEL, até pela impossibilidade cronológica, mas conhecesse a artimanha consagradora de MAQUIAVEL, HOBBES & PLATÃO, o que dá praticamente no mesmo:
A dialética que desenvolveu é a da complementariedade que implica uma pluralidade de perspectivas, que conduzem a sínteses abertas, onde os elementos sociais alcançam sentido quando se relacionam e se complementam. Com ressalva, continua admitindo a dialética hegeliana sob a condição de que os opostos, em lugar de integrarem um processo de síntese superadora, fossem considerados componentes da dialética de complementariedade.
Ora economistas são categóricos:
“De fato, a vida no espaço cibernético parece estar se moldando exatamente como Thomas Jefferson gostaria: fundada no primado da liberdade individual e no compromisso com o pluralismo, a diversidade e a comunidade.” (NAISBITT, J., Paradoxo Global: 96)
"O motivo é que um crescimento da riqueza individual quase sempre representa um crescimento ainda maior da riqueza para a sociedade como um todo." (PILZER: 12)
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Sociólogos de vanguarda igualmente já recebem a luz do novo milênio, por sinal a mesma de 1689:
Do lado da sociologia, sabe-se que mesmo um autor como Luhmann acabou por se ver compelido a introduzir uma mudança radical no paradigma das relações entre a pessoa e o sistema social. Deixando de ser categorizada como mero ambiente do sistema social, a pessoa passa a valer, também ela própria, como sistema. A pessoa vê-se, assim, chamada - e legitimada - a desafiar permanentemente o sistema social, como fonte de 'contingência', 'irritação', mesmo desordem. De acordo com o 'novo paradigma luhmanniano', na construção de sistemas sociais, a complexidade opaca dos sistemas pessoais aparece como indeterminabilidade e contingência. Não sobrando para o sistema social outra alternativa que não seja 'interiorizar a complexidade' irredutível, emergente da pessoa. O que bem justificara a pretensão de apresentar a nova teoria de Soziale Systeme (1984) como uma Zwang zur Autonomie.
ANDRADE, M.: 26
Ao destacar os limites de um liberalismo que tangencia, mas nunca incorpora devidamente, o socialismo, Perry Anderson deposita suas esperanças em um marxismo renovado, capaz de aprofundar, em seu projeto de socialismo, os valores e as instituições da democracia liberal.
Afinidades seletivas; Seleção e apresentação, SADER, Emir. - São Paulo : Boitempo, 2002; cit. MUSSE, Ricardo, Um marxismo renovado; Folha de São Paulo. 9/11/2002
Não são poucos os físicos nucleares que preferem claramente expressar. RICHARD FEYNMAN (O significado de tudo: reflexões de um cidadão cientista: 14) assim abria suas palestras:
“Não há praticamente nada do que vou dizer esta noite que não pudesse já ter sido dito pelos filósofos do século XVII”.
Para encerrá-las, o pesquisador de Los Alamos trocava o “vou dizer” por “eu disse“; e praticamente repetia as concepções de LOCKE & SMITH:
Nenhum governo tem o direito de decidir sobre a verdade dos princípios científicos nem de prescrever de algum modo o caráter das questões a investigar. Também nenhum governo pode determinar o valor estético da criação artística nem limitar as formas de expressão artística ou literária. Nem deve pronunciar-se sobre a validade de doutrinas econômicas, históricas, religiosas ou filosóficas. Em vez disso, tem para com os cidadãos o dever de manter a liberdade, de deixar os cidadãos contribuírem para a continuação da aventura e do desenvolvimento da raça humana. Obrigado.
E o que disse o maior de todos, então? MAURICE SOLOVINE (ALMEIDA, M. O., A Ação Humana e Social de Einstein: 65; tb. TRATTNER: 50) primeiro aluno particular, depois tornado um dos melhores amigos, foi categórico:
"A primeira e definitiva impressão que Solovine teve de Albert Einstein, além da extraordinária radiância de seus grandes olhos, foi de ‘um grande liberal’, um espírito iluminadíssimo."
Dessartes, pela mesma aridez científica, apanágio platônico que outrora ofuscou os caminhos da humanidade, descortinamos a silhueta do paraíso sempre lembrado, que pode ser diferente a cada um, mas é esperado por todos. É possível e necessário abrir os olhos para ver e viver, conhecer, trabalhar, criar, amar, ser feliz, solidário, cada qual a seu modo. O que lhe corresponde não pode e não deve ser abafado, truncado ou alterado por nenhum sistema ou interesse alienígena.
Nesse momento no qual um apagão generalizado assola o país e o mundo, consequência de políticas devastadoras, cuja forja jurídico-monetarista exige poluir o tênue patrimônio ético-cultural da humanidade, não seria de bom alvitre partirmos logo para o futuro, pelo menos ao tempo do Iluminismo, sob pena de ficarmos por demais distantes até desse século XVII?

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1. Do grego paradeigma; significa “modêlo” ou “padrão”; THOMAS KUHN (1922-1996) o resgatou, no fim dos anos sessenta, em The structure of scientific revolutions.Conforme CAPRA, trata-se de "uma constelação de realizações - concepções, valores, técnicas, etc. - compartilhada por uma comunidade científica e utilizada por essa comunidade para definir problemas e soluções."
Pelo reintrodutor: “Considero paradigmas as realizações científicas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência.” (KUHN, T.: 13)
2.Trickle down: “O crescimento econômico é alcançável quando se permite o florescimento dos negócios, deixando a prosperidade verter para a população de baixa e média rendas, que se beneficiará da crescente atividade econômica.” (GIDDENS, A., 1996: 104 )
3.
Entropia: do grego, significa evolução. Energia + tropos = transformação, ou capacidade de modificação. Sir ARTHUR EDDINGTON (1882-1944, cit. COVENEY, PETER & HIGHFIELD, ROGER, A flecha do tempo: 133) comparou a entropia com “a beleza e com a melodia porque estas três coisas englobam ordenação e organização.”
LUDWIG BOLTZMAN foi o pioneiro na demonstração do fenômeno acusado pelo médico alemão RUDOLF CLASIUS e pelo físico inglês Lord KELVIN, o qual afirmara que “um calor sempre flui de um corpo quente para um corpo mais frio.” (cit. GLEISER, MARCELO, Tempo, vida e entropia. - Folha de São Paulo, 19/5/2002 : 22)
L. BOLTZMAN (1844-1906) demonstrou a Segunda lei da termodinâmica em 1886, durante o encontro da Academia Austríaca de Ciências. (Populare Schriften Essay 1 : theorethical physics and philosophical problems: 15; cit. COVENEY & HIGHFIELD: 135)
A entropia age por complemento, divergente da dialética da seleção natural darwiniana. A lei reconhece a possibilidade de dissipação da energia: o calor a libera; e não podemos plenamente recuperá-la. Quando juntas água fria e água quente, resulta água morna e os dois líquidos já não mais se separam. Se colocar açúcar, jamais o terá de volta.
4.
Sendo geradora de energia, a partícula cria, em torno de si, um campo em que essa energia se manifesta. Aliás, todos os corpos geram campos de energia. A Terra, por exemplo, tem seu campo de energia magnética, que claramente se manifesta no comportamento da agulha da bússula. Os campos não devem ser consideradas como espaços vazios. Os campos são objetos físicos, pois é por meio deles que as partículas agem umas sobre as outras. É por meio deles, que os corpos, enorme multidão de partículas, se influenciam reciprocamente. Embora físicos, os campos não são objetos mecânicos. Um campo é imperceptível pelos sentidos. É imponderável. Não pode ser utilizado como sistema de referência. Mas é observável nos seus efeitos. É identificável nas perturbações que causa no comportamento das partículas ou dos corpos nele situados. Não somos capazes de ver a força de gravidade, mas a observamos na queda da maçã. (TELLES JR. GOFFREDO: 54/55)

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