Os espartanos se notabilizaram por duas relevâncias: a competição, e ausência de pensadores. Ela requer domínio sobre o adversário, daí se incluindo as guerras, e o conforto na morte do competidor.
É essa configuração de coletivismo extremado que, desde o século V, é vista na Grécia como um modelo perfeito de Estado, com a coletividade assim rigidamente aparelhada e destinada à defesa do Estado.
CASTRO, P.P. //www.fflch.usp.br/dh/heros/pcastro/grecia/1975/04.htm
A carência de intelectualidade ratifica a prepotência.
A guerra não é só uma necessidade prática; é também uma necessidade teórica, uma exigência da lógica. O conceito do Estado implica o conceito de guerra, pois a essência do Estado é o Poder. O Estado é Povo organizado em Poder soberano.
TREITSCHKE, cit. POPPER, K.: 78.
A guerra inoculada no seio da Nação, tal qual incutiram os
espartanos THOMAS HOBBES & J.-J. ROUSSEAU: eis a receita de infalível sucesso ao árbitro da contenda, seja
CROMWELL ou
NAPOLEÃO.
A filosofia política de Hobbes culmina na conclusão de que might is right - poder é direito, sendo o Governo suprema norma ética, não havendo ética contrária a ele. O chefe de governo paira acima do bem e do mal.
ROHDEN, H. Filosofia Contemporânea: 53
Eis, enfim, a razão maior do sucesso dos
DUCES: ao "reconhecerem" a porfia entre trabalhador e patrão, apitavam os ditadores.
Los macaquitos brasileños gostaram da artimanha: imediatamente aclamaram um nanico clone; e desde o suicida, as aves bicudas vem se valendo da produção.
O sindicato dominado e dirigido pelo Estado', afirmou outro partidário do regime em 1936, era fundamental à operação do novo sistema. Ao eliminar o 'espírito antipatronal', suprimir resolutamente a agitação daninha e criar uma elite colaboradora na classe operária, o Estado brasileiro teria garantido a ordem social capitalista, desviando assim os ventos das velas do comunismo.
FRENCH, JOHN, Afogados em leis; a CLT e a cultura política dos trabalhadores brasileiros : 87
BRASÍLIA - Em uma votação relâmpago que durou menos de 50 minutos, o plenário da Câmara aprovou 11 projetos de lei que criam 584 cargos em Tribunais Regionais do Trabalho, 243 cargos de juiz e outros 97 cargos para serem preenchidos sem concurso público também nos tribunais. Além disso, foram criadas 521 funções de gratificação, que significam reforço salarial concedido a funcionários do quadro efetivo. O Conselho Nacional do Ministério Público também foi beneficiado com a criação de 39 cargos e funções comissionadas desse total. A aprovação foi por meio simbólico em um plenário quase vazio, sem o registro dos votos no painel eletrônico. Os cargos e funções vão aumentar as despesas em, pelo menos, R$ 129,307 milhões por ano, segundo cálculo elaborado pelo deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP), que criticou a aprovação dos projetos. (ESTADÃO, 14/5/2009)
Nada de novo no front.
Toda honestidade e todo o direito procedem pelo contrário de um equilíbrio de egoísmos: reconhecimento recíproco de não se comportar erradamente. Logo, procede da prudência. Sob a forma de firmes princípios isso toma outro ar: a firmeza de caráter. Contrastes do amor e do direito: ponto culminante, sacrifício para o mundo.
NIETZSCHE, F., O livro do filósofo: 36
Por tanto venerar aqueles musculosos guerreiros é que
PLATÃO erigiu a base filosófica até hoje praticamente incólume, impregnando quase todas as ciências e políticas adotadas pela civilização ocidental.
As disposições platônicas se tornaram obscurecidas com a queda do
Império Romano, mas a Renascença as resgatou. Por coincidência, mas não por acaso, foi o período de maior expansão européia da História da Civilização, às custas de milhões de assassinatos.
As ciências, da nascitura Sociologia à já veterana jurídica proporcionaram o conveniente respaldo a toda estupidez.
MAQUIAVEL foi pioneiro tradutor, e a partir do novo secretário uma leva de "cientistas sociais" serviram a massa para o banquete dos príncipes. Desde então o ocidente vem apresentando negras estrelas, invisíveis em seus respectivos presentes, todos gregos, mas perfeitamente identificáveis nas luzes:
A criação de necessidades repressivas tornou-se há muito parte do trabalho socialmente necessário; necessário no sentido de que, sem ele, o modo de produção estabelecido não poderia ser mantido. Não estão em jogo problemas de psicologia nem de estética, mas a base material da dominação ideológica.
MARCUSE, apud. MAAR, 1998: 69
BACON, DESCARTES, HOBBES, ROUSSEAU, MALTHUS, HEGEL, DARWIN, COMTE, MARX e FREUD compuseram a
via láctea platônica, ao gáudio de
CARLOS I, RICHELIEU, CROMWELL, NAPOLEÃO, BISMARCK, MUSSOLINI, LENIN, HITLER, respectivamente, e suas cópias, mais ou menos fiéis. Não por acaso, com exceção do austríaco, foram esses artífices que compuseram o estrebilho da justiça, até hoje cantado em coro, por primeira e segunda vozes, pelo mundo afora, em especial no ocidente.
Porque toda competição se orienta à conquista, há de haver a separação do objeto a ser conquistado. Assim como a religião pressupõe o desligamento inicial, para efetuar a religação, o poder pressupõe o virtual apoderado.
.O
leitmotiv requer polos digladiantes:
A crença fundamental dos metafísicos é a crença na oposição de valores.
NIETZSCHE, Além do bem e do mal: 10
O
sparring religioso é
Belzebú.
Sem o
partner, não sai espetáculo.
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Estréia amanhã (15): Anjos e Demônios, filme do best-seller de
DAN BROWN, saga do simbologista ROBERT LANGDON (T. HANKS).
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A política, a psiquiatria, a antropologia darwineana e o marxismo de plano elegem os antagonismos. O sufixo que compõe a
esquizofrenia vem de
skhízein, do grego, para variar (σχιζοφρενία; σχίζειν, "dividir", e φρήν, "mente"). Todos dependem da discórdia, para oferecerem a paz:
Getúlio divisou, na psicose ou fobia do comunismo, do regime moscovita, dos adeptos de Luiz Carlos Prestes a oportunidade de consumar o golpe. Era necessário atuar logo, mesmo acima da lei, evitando 'sentimentalismo', empregando 'meios violentos', rápidos, desfechados de surpresa, de roldão, 'capazes de frustrar o movimento articulado que todos percebem prestes a explodir'.
Arquivo do gen. EURICO GASPAR DUTRA - Ata de reunião de Generais no Ministério da Guerra, lavrada pelo Cel. BENÍCIO DA SILVA, em 27 /9/1937.
O pior é quando se juntam:
"Não é freqüente o caso em que a manipulação ideológica da religião com fins políticos é o catalisador real de tensões e divisões e, às vezes, da violência na sociedade?" (
PAPA BENTO XVI, Folha de São Paulo, 9/5/2009)
Os arautos de fato subsistem de desintegrações sociais e/ou individuais, e isto é perfeitamente provável. Quanto mais gente é atirada na arena, mais se deliciam os promotores, empresários dos dantescos espetáculos:
Foi o próprio Estado que criou a necessidade política do estado de bem-estar. Quanto mais bem-estar é criado por tributação (em parte rebatizada como contribuições de seguridade social), mais se enfraquece o financiamento privado. Quanto mais o bem-estar privado foi inibido, tanto mais bem-estar público foi necessário criar.
ARTHUR SELDON
O
bem-estar sem produção exige ficção. Eis a
franchising de
PLATÃO.
Para reestabelecer o equilíbrio, e valorizar sua presença, o
gajo inventou a preponderância da religião, e da justiça. E os seguidores, cada qual com sua especialidade. Ambas são meras ficções. Da primeira não me ocupo. Pode-se descrever uma estrela, uma nuve, um cometa, um animal, planta, ou coisa qualquer, até mesmo o amor. Todavia, como conceituar o que seja Justiça, num Universo totalmente relativo e atômico? Ela se faz, apenas por convenção social, impregnada por conveniência, no fito de exercer o domínio sobre os povos.
"Platão sentia todo o encanto do mito. Tinha sido dotado com uma imaginação poderosa, o que o capacitava a se tornar um dos maiores criadores de mito da história humana."
(CASSIRER, E.: 96)
"Themis foi a segunda esposa de
Zeus, depois de
Métis e antes de
Hera. Ela temperou o poder de
Zeus com muita sabedoria e com seu profundo respeito pelas leis naturais." (
Wikipédia)
A fonte do poder, no oráculo de Delfos Encontro de ciência e religião, nesse antigo templo grego, permite que mecanismos naturais ampliem a magia da realidade. Ao contrário do que é costume pensar, a cidade de Esparta era mais democrática do que Atenas, e pelo menos tão heróica como a sua lenda. Provavelmente devemos-lhe a civilização ocidental. Um adolescente nu tentava apanhar um queijo colocado no altar da deusa Artémis, enquanto um sacerdote o chicoteava sem dó nem piedade, fazendo espirrar sangue sobre o altar. O jovem que aguentasse mais tempo era saudado como um campeão, quando tinha a sorte de sobreviver à cerimónia.
HALE, J., BOER, J., CHANTON, J., SPILLER H., www.espartano.wordpress.com
O conceito de justiça é o primeiro conceito democrático mistificado por Platão. A justiça surgiria como uma propriedade do Estado. Seu totalitarismo é disfarçado sob a capa de 'verdadeira justiça', e se legitima teoricamente mediante a subversão doutrinária do humanitarismo em três frentes: defendendo o privilégio natural, postulando o coletivismo, advogando a tese de que o indivíduo existe para o Estado.
PEREIRA, J.C., Epistemologia e Liberalismo - Uma Introdução a Filosofia de Karl R. Popper:116
Lembro LISANDRO (cit. PROUDHON, P.-J., Filosofia da miséria: 276), rei de Esparta por volta de 395 a.C.:
"O respeito dos contratos, a fidelidade à palavra, a religião do juramento, são ficções, são os ossinhos com os quais a sociedade engana os fortes e os põe sob jugo."
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