Entre corpo e alma, espirito e matéria, tempo e espaço

O choque, a ação de um átomo sobre o outro, pressupõe também a sensação. Algo de estranho em si não pode agir sobre o outro. Se tudo possui uma sensação, teremos uma confusão de centros de sensações muito pequenos, maiores e muito grandes. Esses complexos de sensações, maiores ou menores, deve ser chamados 'vontades'. NIETZSCHE, F. O livro do filósofo: 45

À noite tive a honrosa missão de me dirigir aos atilados formandos de Administração de Empresas da Universidade Federal. Hoje aniversaria amigo incondicional: meu pai. Pela medição costumeira, o taurino completa oitenta e dois anos. Em seu lar, contudo, tudo é presente, porque eterno. Sou-lhes de todo agradecido. Colho o ensejo para transcrever aquela oração. Escolhi cruzar os elementos mais relevantes de nossa existência. Valeu até mesmo para esta heurística composição, podium entre as mais de 1500 aqui apresentadas.

O título elenca os elementos pelos quais evolui o Universo. Onda e partícula combinadas aceleram e facilitam a viagem, tornando-a rápida e sem sobressaltos. Separados, a tudo complicariam; e se adversários, ou excludentes, impossível cruzar

A ciência sem a religião é manca. A religião sem a ciência é cega. Albert Einstein

 Pego uma carona com meu copiloto, e especulo:

Matéria sem espírito não tem sentido. Espírito sem matéria não é sentido.

SEMPRE HÁ muita curiosidade sobre o que nos cerca. Nada mais natural. A maioria projeta o Altíssimo, mas sequer a induzida imaginação pode Lhe alcançar. Insistentes vasculham a imensidão do cosmos, na procura da Causa. Para outros a faina é infrutífera: o que interessa é conhecer como tudo evolui, dominar e aproveitar, ou rejeitar, os efeitos. Grosso modo, a humanidade dessa maneira se divide: de um lado, espiritualistas de toda a espécie - filósofos, alquimistas, magos e pastores, videntes, padres e os iogues, ideológos e sonhadores, poetas, românticos, artistas, muitos humanistas, também muitos ingênuos e não poucas vítimas; do outro, perfilam-se pragmáticos, os especialistas, profissionais, materialistas, operários, agricultores, serviçais, cientistas, técnicos, atletas, políticos, generais, muitos alienados, e não poucas vítimas também. Mercê da faina socrática, não se misturam as águas do Negro com Solimões*

Existem todo o tipo de pessoas, mas acho que seria razoável dizer que ninguém que se diga filósofo realmente entenda o que se quer dizer com a descrição da complementariedade. A relação entre os cientistas e os filósofos é bastante curiosa. A dificuldade é que é inútil que haja qualquer tipo de compreensão entre os cientistas e os filósofos diretamente.** BOHR, NIELS, cit. PAIS, ABRAHAM, Einstein viveu aqui: 33

Restam muitos vitoriosos, por ambos os lados; e mesmo número de derrotados, alhures.

O salto conceitual que o físico alemão Max Planck deu em 1900, engendrando a base da mecânica quântica, reformulou de tal maneira a visão do mundo que, ao menos um historiador da ciência, não teria razões para supor que seu impacto já tivesse sido todo absorvido. CAPOZOLI, U., Presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Científico (ABJC)

Verifiquemos amiúde os estilhaços da grega ignorância. Daquela antigüidade à atualidade os povos acreditam no Uno; não na lata ambulante, óbvio, mas na Centelha Piloto que acende tudo o mais, conservando tudo sob seu calor. Muita gente, entretanto, vê nisso uma possibilidade admitida só pela falta de discernimento. Quem não enxerga as diferenças entre os quatro elementos - terra, água, fogo e ar? De que modo se pode confundi-los, tanto que, se estreitados, levam a extinção de um ou de outro? E por essas manifestações, lá se foi o homem a querer identificar as diferentes fontes. Tinha deus para tudo, e ainda maior quantidade de santos. Da água, do mar, do fogo, da bebida, do trovão, da epidemia, da orgia, do trabalho, da guerra, do consolo. Também do amor. Curiosamente este era o menor; mas armado com arco e flecha. O do mal empunhava um tridente, tomando coloração mais vibrante.
Cada situação exigia o autor especialista, e isto era por demais flagrante para ser negado, só experimentado; e, geralmente, correspondia, assim fortalecendo o fervor por retroalimentação. Nas ciências não seria diferente. Nossos antepassados nos legaram vários tipos. Tem deuses em todos os campos. Iniciaram-se pela especulação, mas o cálculo lhes emprestava razão: "... os homens tinham a teoria de que a matéria celestial era fundamentalmente diferente da matéria terrestre e que era natural que os objetos assim caíssem, enquanto era natural que os objetos celestiais, tais como a Lua, permanecessem parados no céu." (BOHM, David, Totalidade e ordem implicada: 20)
A propósito, theoria tem a mesma raiz de teatro, ou seja, ver, ou fazer espetáculo. Especulo: daí vem, inclusive, Theo, o DEUS, e a Teologia, a disciplina metafísica par excellence. Desse modo, uma teoria é uma forma de visão, modo de apreciar o que nos cerca: "Quando olhamos para o mundo através de nossas visões teóricas, o conhecimento concreto que obtemos será evidentemente moldado e formatado de acordo com nossas teorias." (Idem, 21)
Quase do mesmo modo, o radical da também grega ‘mathemática’ é mathein, captar, aprender, apanhar. Todavia, a mathéma (ou mathésis) almeja designar não uma construção mental, mas uma captação da realidade já predisposta, algo que também se adequa a citação supra enunciada: "Se alguém se aproxima de outrem como se este fosse inimigo, por exemplo, é lógico que obterá uma resposta compatível. A experiência confirmara a primária sugestão." As "experiências" confirmam as assertivas. Cada disciplina elege seu elemento de incidência, e assim todas vão se especializando. Às respectivas catedrais convergem as determinações dos aspirantes, de modo que antes do conhecimento há o preconceito de supô-lo enquadrado. Então saem todas a medir, mas as medições não passam de suas respectivas fronteiras, até pela impossibilidade fática. Ora, em um jogo de futebol, a bola é de fato o mais importante objeto, mas que tal uma câmera se resumir em focá-la, desprezando tudo o mais? Alguém poderá entendê-la?

Em algum ponto perdido deste universo cujo clarão se estende a inúmeros sistemas solares, houve uma vez um astro sobre o qual animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o instante da maior mentira e da suprema arrogância da história universal. NIETZSCHE, F.W., cit. MATOS, OLGÁRIA, A polifonia da razão, 1997: 134

E lá se foi o homem, em busca do poder: "A ciência ocidental tornou-se matematizada. A linguagem matemática da ciência, que causa tanto desânimo ao leitor de outras áreas, implantou-se como resultado do conflito entre as visões de mundo eclesiástica e leiga e seu propósito era justamente causar o afastamento do público comum." (SCHWARTZ: 18)

Da razão

As teorias de Newton lançaram-nos em um curso que desembocou no materialismo que ora domina a cultura ocidental. Esta visão realista materialista do mundo exilou-nos do mundo encantado em que vivíamos no passado e condenou-nos a um mundo alienígena. BERMAN, MORRIS, cit. GOSWAMI: 31

Repleta de querubins e serafinis, por milênio e meio a unidade básica ainda manteve a harmonia social. Entretanto, quando a presunção geocêntrica foi cabalmente descartada, por um lapso o mundo ficou meio à deriva. A necessidade de novo arranjo levou os dois flamantes polos platônicos a se reaproximaram. "No começo do século XVII, os matemáticos e astrônomos jesuítas do Collegio Romano eram reconhecidos entre as mais altas autoridades científicas." (AUGUSTO FORTI) Ambos desse modo encontraram a solução. Atendia-se o mútuo interesse, sem prejuízo de ninguém, ao contrário: do episódio saíram revigorados, mais atuantes do que nunca: "E no meio repousa o Sol. Com efeito, quem poderia no templo esplêndido colocar essa luminária num melhor lugar do que aquele donde pode iluminar tudo ao mesmo tempo? Em verdade, não foi impropriamente que alguns lhe chamaram a pupila do mundo, outros o Espírito, outros ainda o seu reitor." GALILEU.   O Grande Arquiteto não é egoísta. Fez o mundo pensando na gente. Como prova, sentenciou: "Crescei e multiplicai-vos, e submeteis a Terra!" Coube-nos aplicar a praxis. A partir de Bacon, o objetivo da ciência passou a ser aquele conhecimento que pode ser usado para dominar a natureza. A natureza, na opinião dele, tinha que ser ‘acossada em seus descaminhos’, ‘obrigada a servir’, ‘escravizada’. Devia ser ‘reduzida à obediência’ e o objetivo do cientista era ‘extrair da natureza, sob tortura, todos os seus segredos’. A pista estava plenada. Se rumamos ao descalabro, a culpa não é Dêle, mas do "livre arbítrio". Os homens se imitiram na posse de tudo. As máquinas garantiam o sucesso, e submeteram não só a natureza, como especialmente os entendidos adversários:

Na medida em que o poderio da ciência e da técnica é não somente poderio do homem, mas poderio sobre o homem, a ciência é mediadora da dominação do homem pelo homem; e talvez por isso que vivemos numa agressão e numa agressividade permanentes: porque o nosso meio ambiente é considerado como imputável. ROQUEPLO, PH, Oito Teses Sobre o Significado da Ciência, in DEUS, J. D. Organizador: 151

Porém, algo de estranho acontecia: quanto mais bens dispúnhamos, mais infelizes nos tornávamos. Deus, então, providenciou:

Nature and nature's laws lay hid in night;
God said 'Let Newton be' and all was light.
(A natureza e as leis da natureza estavam imersas em trevas;
Deus disse 'Haja Newton' e tudo se iluminou.).

O desafio do progresso exige sacrifício constante; o resto é inoportuno, porque passado, portanto, estéril. Então o Verbo já não teria mais nada a influenciar, ou a mistificar. Ou, por outra, conforme COPÉRNICO, e depois por KEPLER, o Verbo se mostrava, logicamente, pelo número. "Deus geometriza! A geometria é o próprio Deus!" (KEPLER, JOHANNES, 1571-1630) A primeira divisão perdia o prestígio, decaindo seu maior apelo, em prol de endeusar a segunda. Passamos a nos sentir como se fossemos meros filhos de macacos, porém desprovidos do lúdico que caracteriza os chimpanzés. Tínhamos que ser mais evoluídos que os primatas, ora. Então nos elevamos a bête machines, dotadas de acessórios com mis utilidades. Quanto mais opcionais viessem de fábrica, ou amealhados, maior felicidade se supunha alcançar. Eis o motivo de todas as guerras. Desse modo quem dispusesse de dois quartos, duas camas, dois pães, e dois países, deveria ser em dobro feliz. Como a lógica dessa multiplicação não contém a menor racionalidade, o homem trata de dividi-la: é a divisão em partidos, ideologias, do poder, do corpo, da pizza, dos mundos, do trabalho, da renda, das igrejas, das leis, dos estados, dos oceanos e hemisférios, das classes, das raças, dos vegetais, dos estudos, dos exércitos, até da cabeça, do bolo tributário, ad infinitum.
O lastro da "razão" vem de ratio, latim, significando ratear, contar, multiplicar, mas especialmente dividir. Assim se presume: quem souber efetuar as operações é senhor de razão, mesmo que não tenha nenhuma.
A maior parte da responsabilidade por essas cisões e predisposições toca mesmo à ciência e ao seu embrião filosófico, promotores da as oposições entre corpo e alma, espírito e matéria. A religião veio à reboque: "A separação metafísica da alma e do corpo teve efeitos desastrosos sobre a filosofia." (RUSSELL, B., Por que não sou cristão: 43)
O balanço é de empresa à deriva: Os acidentes, as doenças, assim como a infelicidade em que está mergulhada a maior parte da humanidade, tem como gênese o distanciamento da fonte de energia vital e cósmica. (GONZALEZ, MATHIAS, O caminho cósmico. - Rio de Janeiro: Pallas, 1993)
À bandeirante cabe nos reintegrar, trazer de volta nossas vidas e a felicidade que suas máquinas nos arrebataram: "É necessário que a ciência mostre por fim sua utilidade! Ela se tornou nutricionista a serviço do egoísmo: o Estado e a sociedade a tomaram a seu serviço para explorá-la segundo seus fins." (NIETZSCHE, F., O livro do filósofo: 30)

ReVerSão

É uma questão que atualmente deve ser reconsiderada, tendo em vista que a fragmentação já se espalhou completamente, não apenas na sociedade, mas especialmente em cada indivído; e isso conduz a um tipo de confusão generalizada da mente, que por sua vez cria uma série infinita de problemas, interferindo com a nossa clareza de percepção de maneira tão grave a ponto de bloquear nossa capacidade de resolver a maioria deles. BOHM, David, Totalidade e ordem implicada: 17

Como proceder a reaproximação, à simbiose de massa e energia, à primária harmonia entre ondas e partículas, espírito e matéria, a reintegração mental, a reunificação do ser humano com sua própria alma?  "Só conhecemos uma realidade - a dos pensamentos. Como? Se isso fosse a essência das coisas? Se a memória e a sensação fossem os materiais das coisas? " (NIETZSCHE, F., O livro dos filósofos: 45) Pois se a ciência tudo complicava, e a religião ainda tudo mistifica, hoje vislumbramos novo horizonte.

O físico David Bohm chega a desenvolver idéias muito audaciosas que 'abrem um novo caminho para se aprender a relação que o espírito mantém com a matéria'... Em A dança do espírito (1985) declara que o grande erro da filosofia mecanicista é o de afirmar-se como uma filosofia da fragmentação, reduzindo o Universo a um agregado de entidades independentes, separadas, fechadas nelas mesmas, e, por conseguinte, incapazes de comunicação real: como se a Natureza fosse um gigantesco mecanismo submetido a forças cegas; como se, nela, o homem fosse privado de alma e significação. Ora, reduzido ao estado de autômato bioquímico, o homem não pode integrar-se à vida do Universo. O que seria uma enorme frustração... 'O espírito e o corpo não são realidades independentes, tampouco o pensamento e o sentimento. JAPIASSÚ, H., Ciência e destino humano: 185

A matéria e a mente evoluíram dentro de um mesmo útero cósmico: o campo de energia do váquo quântico. A interação de nossa mente e consciênciacom o vácuo quãntico nos liga a outras mentes em torno de nós, assim como à biosfera do planeta. Ela 'abra' nossa mente para a sociedade,, a natureza, e o universo. LASZLO, Ervin Ph.D, cit. ARNTZ, W.: 224.

Matéria não é mera substância inerte, mas agente ativo. A rigor, expressão do espirito. Por isso - ou coincidentemente - todas as coisas do Universo oscilam em diferentes freqüências. Essas oscilações geram campos de ondas.

A relatividade geral, o espaço-tempo é tratado como uma substancia, possui uma realidade real, é alguma coisa que pode ser atuada, e que atua sobre os corpos, sobre qualquer coisa que existe. Isso levou até mesmo a uma caracterização nova do que significa existir. Nessa visão, qualquer coisa que existe atua sobre espaço tempo. Essa passou a ser uma nova definição sobre o conceito existir: existe aquilo que atua sobre o espaço-tempo, posto que não há nenhuma possibilidade de um corpo que existe não produzir uma ação gravitacional sobre o mundo. Ou seja, tudo que existe atua sobre o espaço-tempo. Podemos mesmo afirmar, de um modo brincalhão, mas totalmente correto, que vale a sentença ‘caio, logo existo’. OLIVEIRA, Luiz Alberto,

O material apreciado reduz-se a meros movimentos ondulatórios, waveforms in-formadas através dos campos periféricos,  refletores das memórias produtoras.

A teoria quântica dos campos considera tanto a matéria (hadrons e leptons) quanto os condutores de força (bosons mensageiros) como excitações de um campo fundamental de energia mínima não-nula (vácuo). As partículas carregadas "excitam" o estado fundamental do vácuo gerando diminutos vórtices. O campo resultante é um sistema de pacotes de ondas giratórias de elétrons e pósitrons. Dessarte, os spins promovem a depressão necessária para a felicidade acorrer ao espaço em que se encontra o fenômeno, como uma espécie de magnetismo. A partícula ao se propagar pelo espaço emite um campo que informa esse seu movimento no sentido de um 'abre-alas que eu quero passar' (como se fosse um empurrar a distância). Literalmente falando, ela empurra a distância tudo o que está a sua frente, e certamente receberá uma reação dinâmica conveniente (o que pode até mesmo provocar uma reflexão total. Adroaldo Mesquita Filho, Debates 'Ciencialist 2003' a respeito de uma Nova Teoria a propor as bases para o entendimento da Natureza Íntima da Matéria www.ecientificocultural.com/ECC2/Dialogos/-

Nossa penetração no mundo dos átomos, antes vedado aos olhos do homem, é de fato comparável às grandes viagens de descobrimento dos circunavegadores... Essa descoberta, com efeito, gerou uma novíssima base para que se compreenda a estabilidade intrínseca das estruturas atômicas, a qual, em última instância, condiciona as regularidades de todas experiências corriqueiras. BOHR, N., Física atômica e conhecimento humano: 30

Assim, descobriu-se recentemente que na natureza tudo está subordinado a uma ordem, até mesmo os fenômenos confusos, sem nexo, totalmente imprevisíveis. Esta ordem ‘superior’ é capaz de explicar eventos aparentemente randômicos - não importa se se trata de bolsa de valores, da mudança na temperatura de nosso planeta, ou da maneira que nós formulamos nossos pensamentos – e que podem ser expressos tanto em fórmulas matemáticas e físicas, quanto em belas imagens (os chamados fractals) disformes, mas com uma atraente irregularidade. Todos esses eventos têm algo em comum: o fato de serem atraídos a certos estados da natureza, o que lhes dá unidade, se bem que disfarçada. A nova regularidade dos fenômenos deu origem a uma nova ciência, que tem o ‘caos’ como tema central e na qual, um dia, deve se enquadrar a teoria das ondas. WITKOWSKI, Bergè: 275

O pedaço de matéria nada mais é senão uma série de eventos que obedece a certas leis. A concepção de matéria surgiu em uma época em que os filósofos não tinham dúvidas sobre a validade da concepção 'substância'. A matéria era a substância no espaço e no tempo; a mente, a substância que estava só no tempo. A noção de substância tornou-se mais vaga na metafísica no decorrer dos anos, porém sobreviveu na física porque era inóqua - até a relatividade ser inventada. Um pedaço de matéria, que tomávamos como uma entidade persistente única, é na verdade uma cadeia de entidades, como os objetos aparentemente contínuos em um filme. E não há razão pela qual não possamos dizer o mesmo quanto à mente: o ego persistente parece tão fictício quanto o átomo permanente. Ambos são apenas uma cadeia de eventos que têm certas relações interessantes uns com os outros. A física moderna nos permite dar corpo à sugestão de Mach e de James de que a 'essência' do mundo mental e do mundo físico é a mesma. RUSSELL, Bertrand, Ensaios céticos: 74

O conceito de um mundo sutilmente interligado, um oceano cósmico no qual estamos intimamente ligados uns aos outros e à natureza, assimilado por nosso intelecto e abraçado por nosso coração, poderá talvez inspirar novos modos de pensar e de agir que transformem o espectro de uma derrocada global no triunfo de uma renovação global – uma renovação para uma era mais humana e sustentável. LASZLO: 205

"O núcleo do novo paradigma é o reconhecimento de que a consciência, e não matéria, é o substrato de tudo que existe." (GOSWAMI, A. )
Uma tribo polinésia emprestava o valor energético às coisas. Cada presente oferecido era considerado um talismã, uma parte do espírito de quem doava. Naturalmente que qualquer coisa furtada também portava o espírito do dono, de modo que ele se revoltava e amaldiçoava o detentor subretício.
Por coincidência, tirante alguma raríssima exceção, não lembro de nenhum bandido, gatuno ou corrupto exitoso. Nem em filme. A razão pode ser essa, mais singela do que todos pensamos, por que não? "Nesse caso, os neutrinos que criamos em nosso organismo podem ter a nossa marca e podem estar fazendo a nossa interação com o universo. Podem estar levando nossa mensagem, mostrando nossa existência e o que somos, do mesmo modo que a luz das estrelas nos faz tomar conhecimento de sua existência." (ANDREETA, José Pedro e ANDREETA, Maria de Lourdes, Quem se atreve a ter certeza? A realidade quântica e a filosofia: 162).

Em termos cosmológicos, o espírito pode ser entendida como a capacidade de energias primárias e seu próprio material original, formado a partir do campo de Higgs, para interagir uns com os outros criando, organizando sistemas abertos (autopoiesis) comunicando e constituem um cada vez mais complexa teia de inter-retro-conexões, responsável por sustentar a expansão do universo, a complexidade progressiva e auto-criação. O universo é cheio de espírito porque é interativo, criativo e pan-relacional. A partir desta perspectiva, não há corpos inertes, não importa morto sendo oposição aos seres vivos. Todas as coisas, todas as entidades (a partir de partículas subatômicas às galáxias) estão envolvidas em alguma forma de espírito, de consciência e de vida. (http://leonardoboff.wordpress.com/2012/09/04/es-el-universo-autoconciente-y-espiritual/)  

Tudo interage com tudo, mas a incerteza é nossa sina; portanto, nada suscetível de cálculo.

A Teoria de Cordas** (ou supercordas) é uma teoria que se propõe a unificar a descricão das interacões fundamentais. Em particular, acredita-se que ela representa um caminho para a descrição quântica da interacão gravitacional, possibilitando uma conciliação entre a Mecânica Quântica e a Relatividade Geral. Na teoria de cordas as partículas elementares correspondem a diferentes formas de vibracão de cordas que se propagam no espaço. A interação entre partículas corresponde à interação entre cordas. BRAGA, Nelson Ricardo de Freitas. http://omnis.if.ufrj.br/~braga/cordas

A realidade é tecida paulatinamente, conforme a incomensurável coincidência das relações: ".A luz pode ser definida como uma transmissão de energia entre corpos materiais à distância. " (BOHR, Niels, Física atômica e conhecimento: 6)
"Na verdade, nem o corpúsculo, nem o campo é a coisa fundamental. Ambos, em igual medida, são aspectos da matéria. São as duas formas fundamentais e primárias da matéria como tal. A estrutura da partícula é um reflexo de suas interações." (TELLES JR. G., O Direito Quântico: 56)
"O átomo capta e emite energia; recebe, e transfere informações. Por isso, é a liga fundamental. Não sabemos por que o eletron, diante da presença do simples olhar, muda a trajetória. Ele não tem olhos, nem ouvidos, nem faro, nem dor; no entanto, "sente". BACHELARD chegou à beira de psicanalisá-lo. Sério.
Temos a sorte de viver neste instante tão adequado quanto o mais apropriado para tudo melhor compreendermos, e assim podermos aprimorar a convivência segundo esta consciência, com a ética que lhe é adjacente; por conseguinte, valorizando a vida de cada um, independentemente de classificações:
"Existe uma acentuada complementariedade entre a condição de agente individual e as disposições sociais: é importante o reconhecimento simultâneo da centralidade da liberdade individual e da força das influências sociais sobre o grau e o alcance da liberdade individual. Para combater os problemas que enfrentamos, temos que considerar a liberdade individual um compromisso social." (SEN, A. 2000:10)
Por menor que seja, pois, qualquer elemento tem função essencial, ainda que incerta; se mister respeitá-lo; que dirá ao ser humano, este pequenino grão, de vida material efêmera, mas que em sua versão energética compõe a Eternidade.

Depois do ano 2000, aproximadamente por volta do ano 2014, dizer que este eixo passa para a constelação de Aquário, dando assim início a uma nova Era da História da Humanidade. Ela anuncia um estado superior da evolução humana - um estado de esclarecimento individual - iluminação ou lucidez da consciência. O homem da Era de Aquário é o homem independente. É o homem que elabora o processo da liberação total. FERREIRA, Martha Pires, 197

O curioso é que para atingir este mais alto patamar, de "independência e liberação total", do "esclarecimento individual", o homem não necessitará religação com o Universo.

 Conclusão: o tempo não passa

Não apoio a espacialização do tempo. Sustento que o espaço-tempo, uma propriedade emergente de todas as coisas, não pode mudar. Não há nada a respeito do qual o espaço-tempo possa mudar. Processos irreversíveis são representados por assimetrias na foliação da variedade que fornece um modelo para o espaço-tempo. O espaço-tempo pode ser modelado porque faz parte da realidade física, como qualquer outra propriedade relacional. O tempo não flui. Não pode fluir porque não é uma coisa. O tempo não passa. Nós, sim. Modesta justificativa de uma visão parmenidiana do universo Cosmos e Contexto n. 2, jan. 2012

Posto impossível estar desligado,o que nos cabe é sedimentar a integridade da consciência, no fito de usufruir a prerrogativa e os privilégios da interatividade cosmológica, justamente por estar, desde a concepção, inserido no EspaçoTempo; por conseguinte, na Eternidade.

O tempo é uma região do espaço. A dimensão espaço-tempo é a quarta dimensão. Então, a glândula que te dá a noção de tempo está em contato com a quarta dimensão. Faz sentido perguntarmos: "Será que a partir da quarta dimensão já existe vida espiritual?" Nós vivemos em três dimensões e nos relacionamos com a quarta, através do tempo. A pineal é a única estrutura do corpo que transpõe essa dimensão, que é capaz de captar informações que estão além dessa dimensão nossa. A pineal converte ondas eletromagnéticas em estímulos neuroquímicos. Quem provou isso foram os cientistas Vollrath e Semm, que têm artigos publicados na revista científica Nature, de 1988. A parapsicologia diz que estes campos eletromagnéticos podem afetar a mente humana. O Dr. Michael Persinger, da Laurentian University, no Canadá, fez experiências com um capacete que emite ondas eletromagnéticas nos lobos temporais. O espiritual age pelo campo eletromagnético. Pineal - Corpo e Alma. - www.gruapgo.org/apometria

"Sabemos que o universo manifestado, que parece ser formado por objetos sólidos, é na verdade composto por vibrações, com os diferentes objetos vibrando em frequências distintas." (CHOPRA, DEEPAK, A realização espontânea do desejo: 124)

Você é produto de seu desejo mais profundo.
Como é seu desejo, assim é sua intenção.
Como é sua intenção, assim é sua vontade.
Como é sua vontade, assim é sua ação.
Como é a sua ação, assim é seu destino.
Realize-o, em prol do seu coração.

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Notas

 

* Nos meses de chuva, a força do Solimões represa ainda mais as águas do Negro, fazendo com que o rio avance sobre a cidade. Hoje o nível do Negro beira 30 metros. Subiu sete centímetros nos últimos sete dias. O fenômeno está sendo monitorado pela estação de Manacapuru. Do outro lado, a estação de Itapeua acusa uma alta de 13 metros no rio Solimões, a menos de mera régua da emergência. O Solimões barra o vazamento da água do rio Negro, que sobe e causa enchentes - explica DANIEL OLIVEIRA, supervisor do Serviço Geológico do Brasil (SGB) no Amazonas. * *

** O princípio de Yin e do Yang - os elementos masculino e feminino da Natureza - é o princípio básico de todo o Universo. É o princípio de tudo quanto existe na Criação. Efetua a transformação para a paternidade; é a raiz e a fonte da vida e da morte, e também encontra-se no tempo dos deuses.
O “princípio da complementariedade” vem explicado no original por NIELS BOHR em Atomic Physics and Human Knowledge; Nova York, 1963. DAVID BOHM o interpreta em Wholeness and Implicate Order, London, 1980. A primeira apresentação pública da teoria foi em Como, IT., 1927.
GERALD HOLTON tem publicado um texto na revista Humanidades, nº 9 (1984), pp. 49-71, da Universidade de Brasília, intitulado As Raízes da Complementaridade. Outros excelentes approuches sobre a quântica e a complementariedade você pode encontrar em
http://www1.uol.com.br/vyaestelar/fisicaquantica_yin_yang.htm