segunda-feira, 12 de abril de 2010

O anacronismo da Teoria da Evolução


Se me perguntarem qual é a minha convicção mais íntima o nome que será dado a este século, se será o 'século de ferro', 'do vapor' ou da 'eletricidade', responderei sem hesitar que será chamado o século da visão mecânica da natureza, o século de Darwin.
BOLTZMAN, Ludwig, Populare Schriften Essay 1, theorethical physics and philosophical problems: 15; cit. COVENEY, P. & HIGHFIELD, R.: 135

Isso foi no XIX. De lá para cá inventamos de aviões a espaçonaves, computadores, e tudo mais. Porém, continuamos na mesma darwineana? Logo a Teoria da Evolução não evolui?
Desde as famosas
priscas eras o ser humano busca entender a si próprio, e o que lhe rodeia. As origens da vida e do Universo catalizam as atenções dos pesquisadores, cientistas e filósofos. Mas o que apuramos é apenas o que pensamos ver na natureza.

Às vezes, para enxergarmos mais longe, temos que olhar por cima dos muros que nos cercam. Durante milênios, magos e filósofos, crentes e céticos, artistas e cientistas vêm tentando decifrar o enigma da existência, convencidos de que a incrível diversidade do mundo natural tem uma origem única, que a tudo engloba. A essência dessa busca é a convicção de que, de alguma forma, tudo está interligado, de que existe uma unidade conectando todas as coisas. Para representar esta unidade, a maioria das religiões invoca uma entidade divina que transcende os limites do espaço e do tempo, um ser com poderes absolutos que criou o mundo e que controla, com maior ou menor arbítrio, o destino da humanidade. Todos os dias, bilhões de pessoas vão a templos, igrejas, mesquitas e sinagogas dedicar preces ao seu Deus, a fonte de todas as coisas. Não muito longe dos templos, em universidades e laboratórios, cientistas tentam explicar as várias facetas do mundo natural a partir de uma noção surpreendentemente semelhante: que a aparente complexidade da Natureza é, na verdade, manifestação de uma unidade profunda em tudo o que existe.
GLEISER, M., Criação Imperfeita
Eivada de erros, a ciência aos poucos se corrige.

O homem só muito lentamente descobre como o mundo é infinitamente complicado. Primeiramente ele o imagina totalmente simples, tão superficial como ele próprio.
NIETZSCHE, F., O livro do filosofo: 41
Assim como ao ver algum bebê jamais se pode cogitar o modo como ele se formou, exceto ao observador já informado, naturalmente, nada que se transparece indica qualquer procedência.

Depois disto, tendo refletido sobre o que duvidava e que, por conseqüência, o meu ser não era inteiramente perfeito, pois via claramente que conhecer é uma maior perfeição do que duvidar, lembrei-me de procurar de onde me teria vindo o pensamento de alguma coisa de mais perfeito do eu; e conheci, com evidência, que se devia a alguma natureza que fosse, efetivamente, mais perfeita”
DESCARTES, R., Discurso do Método, 4ª parte: 76
Por causa disso, a ciência se faz imperativa, até mesmo para desmanchar a Babel que construiu. Somente pela epistemologia somos capazes de identificar os pontos falsos com os quais ela soube tão bem convencer.
Hoje já se tem notícia, pelo menos, de que o Universo não apresenta o rigorismo de um relógio. O Universo não é perfeito. A perfeição não admite, sequer, uma variação de matiz, que dirá uma expansão. Mas ele é consistente, e mantém sua coesão pela ética. Se dialético, desintegrar-se-ia frente a qualquer alteração no jogo de forças.

Mas e se formos um acidente, um raro e precioso acidente, agregados de átomos capazes de se questionar sobre a existência? Será que devemos menosprezar a humanidade se não for parte de um "grande plano da Criação"? Será que devemos menosprezar o Universo se não existir um código oculto da Natureza, um conjunto de leis que explica todas as facetas da realidade? Eu diria que não. Pelo contrário, a ciência moderna, ao mesmo tempo que mostra que não existe um grande plano da Criação, põe a humanidade no centro do cosmo. Podemos mesmo chamar essa corrente de pensamento, que proponho aqui, de 'humanocentrismo'.
GLEISER, M., Idem
Não há centro no EspaçoTempo do Universo, mas de certo modo pode haver em nossas vidas. Isso é o que falta equalizar.

O princípio da relatividade deve ser mais geral ainda - devemos procurar a diferença de tempo nas realizações biológicas e sociais, - o tempo local das espécies e dos grupos humanos. Isto nos poderá explicar muitos fenômenos que resistem às explicações atuais. Mas para conseguir tais fórmulas muito terá que lutar o espírito humano contra os preconceitos que o rodeiam e contra as obscuridades da matéria que irá estudar.
MIRANDA, Pontes de,
cit. MOREIRA: 103

Estórias de pernas longas

No Princípio Deus criou o céu e a terra.
A terra, porém, estava informe, e vazia
e as trevas cobriam a face do abismo,
e o Espírito de Deus movia-se sobre as águas.
E Deus disse: Exista a luz. E a luz existiu.
E Deus viu que a luz era boa; e separou a luz das trevas.
E chamou a luz de dia, e as trevas noite.
E fez-se tarde e manhã: o primeiro dia.

Genesis
Esta genuína platônica está definitivamente afastada da ciência de ponta, mas ainda não da consciência.Quando DARWIN apresentou suas coincidências, parte da civilização, especialmente aquela que via com amplo e razoável cetismo a fabulosa criação, assanhou-se de tal maneira que a formulação dialética darwineana tomou o lugar da própria Física como padrão científico. Ela até complementava com maior brilhantismo o jogo de forças sempre apregoado pela Mater.
Depois de ter sido incorporada por Charles Darwin como uma metáfora para ilustrar o mecanismo evolutivo das espécies biológicas, foi reincorporada por sociólogos como uma confirmação oferecida pela história natural dos processos que atravessam a história humana'.
SCHWARTZ, J.: 57
Com o soberano título de On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or The Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life (A Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural, ou A Preservação das Raças Favorecidas na Luta pela Vida) DARWIN assinou o trabalho originalmente esboçado por WALLACE, e entregou à uma Rainha VITÓRIA, sedenta para cortar o insistente cordão umbilical com a Santa Madre. A Avó da Europa se orgulhava de ser a chefe-de-estado do mais vasto império multirracial e multi-religioso do mundo. Sua honestidade, patriotismo e devoção à vida familiar tornaram-na o símbolo máximo de uma era, mas o sucesso do emissário vara todos os tempos:

É claro que é uma emoção enorme ter sido premiado com uma medalha com nome de Charles Darwin, o maior evolucionista de todos nós. A medalha foi concedida a muitas pessoas eminentes no campo, com os quais eu dificilmente me compararia em termos de realização. CHARLESWORTH, BRIAN, Ganhador do prêmio de 2000, (http://royalsociety.org/Darwin-Medal)
O caso desta teoria científica parece ser o único na história de todas as ciências.
Há uma grande lacuna na teoria neodarwiniana da evolução, e acreditamos que deva ser de tal natureza que não possa ser conciliada com a concepção corrente da biologia. Concluímos – inesperadamente – que há poucas provas que sustentem a teoria neodarwineana; seus alicerces teóricos são fracos, assim como as evidências experimentais que a apoiam. COYNE, Jerry, do Depto. Ecologia e Evolução. Universidade de Chicago. cit. BEHE: 37
Muito bem. Mas e agora? O que colocar no lugar? Existe ou não a evolução?
Se não é por confronto, por desafios que se aperfeiçoam as raças, ou as espécies, por qual razão tudo evolui? Seria possível extrair uma síntese de ambas posturas, per se excludentes em ferozes combates? E que nível de pesquisa demandaria tamanha empresa? Onde colher de antemão alguns fatos que lhes sejam pertinentes?
Pois se a evolução nos domina, o que parece óbvio, mas não há razão para permanecemos com corte-e-costura vitoriana, mormente se considerarmos os graves prejuízos morais, econômicos, políticos, sociais e até epistemológicos precipitados pela primata e escusa articulação que lhe sustenta.
Não é a adaptação bem sucedida a um dado ambiente que constitui o mais notável formador da vida, mas a teia de processos ecológicos em um sistema ambiental que forma os padrões psicológicos e comportamentais, os quais podem apoiar-se na genética. A evolução acontece não como resposta às exigências da sobrevivência, mas como um jogo criativo e necessidade cooperativa de um universo todo ele evolutivo. Lemkow, A. F.: 183
Um novo conceito apareceu na física, a mais importante invenção desde a época de Newton: o campo. Foi necessária muita imaginação científica para perceber o que é que é essencial para a descrição dos fenêmenos físicos não são as cargas nem as partículas, mas o campo situado entre as cargas e as partículas. O conceito de campo mostrou-se bem-sucedido quando levou a formulação das equações de Maxwell para descrever a estrutura dos campos magnéticos. EINSTEIN & INFELD, A evolução da Física, : 244
Encaminho o xeque-mate. Três pequenos jabs colocarão o rei dos macacos nas cordas. Xeque, com a Teoria das Cordas. Na lagoa seca, jacaré fica à mercê.
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