quinta-feira, 8 de abril de 2010

A contestação da Teoria de Tudo


A Teoria de Cordas (ou Supercordas) unifica a descricão das interacões fundamentais. Em particular, acredita-se que ela representa um caminho para a descrição quântica da interacão gravitacional, possibilitando uma conciliação entre a Mecânica Quântica e a Relatividade Geral.  Na teoria de cordas as partículas elementares correspondem a diferentes formas de vibracão de cordas que se propagam no espaço. A interação entre partículas corresponde à interação entre cordas. http://omnis.if.ufrj.br/~braga/cordas
No afã de encontrar a Resposta pela construção de uma teoria unificada da Física, muitos cavaleiros dessa demanda laico-sagrada ultrapassaram as fronteiras da ciência e (re) ingressaram na fecunda criatividade do mito, da literatura e do misticismo religioso, como é o caso de Hoyle, de Capra, de Bohm, de Hawking e de muitos outros. VOGT, C., www.comciencia.br - 10/04/2001

Como uma criança que recebe o presente de Natal tão sonhado, mas não consegue fazê-lo funcionar porque não leu todo o manual de instruções, assim também os físicos de hoje têm nas mãos algo que pode ser o Santo Graal da ciência moderna, mas não conseguem utilizar plenamente seu poder de previsão porque ainda não acabaram de escrever o manual de instruções. GREENE, B., 235

A ciência, por outras palavras, é um sistema de relações. Portanto, só nas relações se deve procurar a objectividade:seria inútil procurá-las nos seres considerados isoladamente uns dos outros. HENRY POINCARÉ
A mais moderna e fascinante tese científica identifica o Universo movimentado por SuperCordas. Querem-na, entretanto, provada.
Sobre isto, Newton foi bastante claro: tudo que não é deduzido dos fenômenos deve ser chamado de hipótese; e as hipóteses, sejam as metafísicas ou físicas, digam respeito às qualidades ocultas ou às mecânicas, não têm lugar na filosofia experimental. THUILLER, P.:69
O curioso é que todo o sistema de Newton é baseado em duas hipóteses, ambas metafísicas, porém uma, por calculável, ganhou título de física. A chaga é bipolar:
No campo epistemológico, o positivismo é filho da lógica newtoniana. Ele estabelece para a ciência a intolerância teórica das disciplinas exatas da época, excluindo do campo da legitimidade científica tudo aquilo que não poderia ser conservado e verificado de acordo com o princípio platônico de separação radical sujeito-objeto. CIRO MARCONDES FILHO, www.eca.usp.br
No primeiro quarto do XX  ainda ecoava a presunção: “Não pode haver significado nas declarações referentes a uma suposta teoria atômica, já que não temos meios de verificar diretamente a existência de átomos e moléculas.” (OSWALD, W., cit. COVENEY, P. e HIGHFIELD, R.: 57)  Na geracao pòsterior, Hiroshima e Nagasaki foram sacrificadas.
As teorias de Newton lançaram-nos em um curso que desembocou no materialismo que ora domina a cultura ocidental. Esta visão realista materialista do mundo exilou-nos do mundo encantado em que vivíamos no passado e condenou-nos a um mundo alienígena. BERMAN, MORRIS, cit. GOSWAMI: 31
Não há quem não pense em Terra, Universo, sem cogitar a postulação primaz, esta sim, pior ainda, posto sequer a menor evidência, ou,  pelo menos, alguma coerência. Ou DEUS tudo fez, ou não.
Platão admite que a crença em Deus não pode ser demonstrada, nem sua existência; mas fala que ela não faz mal, só bem. O mal para Platão é apenas a ignorância do bem, e ele procura demonstrar que o mal inexiste, e ninguém opta por ele de forma voluntária.
Cientistas sabem que o Paraíso é ficção; mas raro abandona a novela, aperfeiçoada com a alta dose de realismo no drama da Redenção.
Mas não devemos jamais esquecer que uma unificação final está fora de nosso alcance. GLEISER, Marcelo, 2010: 218
Com todo o respeito, a faina pela Ciência não é por crença, nem por descrença. Demanda "laico-sagrada", tal qual utiliza o respeitável  acadêmico de Campinas é  neologismo desproposital. Nenhuma ciência se ocupa do laico, muito menos de sagrado. A chaga bipolar é propriedade ocidental, enquanto a ciência tem amplitude universal. O conhecimento não se perde em ideais, mas tampouco se resigna. Já chega suportar a matemática, nada mais que projeção.
A viciosidade peculiar do racionalismo é que ele destrói o próprio conhecimento que possivelmente viria salvá-lo de si próprio, ou seja, o conhecimento concreto ou tradicional. O racionalismo serve apenas para aprofundar a inexperiência a partir do qual ele foi originalmente gerado. FRANCO, P., cit. GIDDENS, A.: 39.
A maior parte da natureza é muito, muito complicada. Como se poderia descrever uma nuvem? Uma nuvem não é uma esfera. É como uma bola, porém muito irregular. Uma montanha? Uma montanha não é um cone. Se você quer fala de nuvens, de montanhas, de rios, de relâmpagos, a linguagem geométrica aprendida na escola é inadequada.
É o que mais acontece. O fulgurante matemático RIEMANN (1826-1866; cit. MINAZZI: 147) reconheceu:"A linguagem matemática resultava demasiada pobre para captar a experiência.”

A mecânica quântica e a gravidade existem no mundo real e, por isso, existe a teoria da gravitação quântica^desprovida dos algoritmos convencionais. A teoria das supercordas tem as mesmas características. Outrossim, não cabe interpretar espíritos, ainda mais teleguiados na borderline entre o bem e o mal. O cientista pode e deve alimentar hipóteses, ainda que bizarras, e ir à cata das sustentações. É a função que distingue o profissional.
Como muitos cientistas desconsideram a primordial maluquice de PLATÃO, seja mesmo por DESCARTES ou NEWTON, sabem de antemão que não houve nenhum Relojoeiro responsável por tudo. E que, portanto, por ser tão imperfeito, não pode o Universo se manter por uma única batuta. Também acho. Qual razão teria um DEMIÚRGO para compor uma coisa tão complexa, e até paradoxal? Quantas espécies de vida podem ser contabilizadas? E de estrelas, e buracos-negros, e cometas, e planetas, e outros astros, para quê tudo isso? Mas é admirável que primeiramente tenha que se discutir Sua presença, ou não. Se não há um DEUS, nem por isso significa que não haja motivo, e que o Universo não necessite de processo. E se ninguém se ativer numa especificidade, que arrume uma. Por certo não pode haver uma vida mais insólita do que desprovida de sentido. Livres do Carma podemos mergulhar nesse oceano de possibilidades infinitas, nelas incluindo os desastres, conquanto identificações amenizam sua ascendência, como também as felizes sincronicidades. Na falta de uma melhor designação, intitula-se Teoria das Cordas, o que per se já é um alívio, por não encaixar nenhum prefixo grego, tampouco latino.
Einstein insinua que a ciência se deve ocupar, em primeiro lugar, não de noções que, na sua essência, estão marcadas por uma grande carga metafísica, como as de 'força' e 'matéria', mas antes daquilo a que agora chamamos 'intersecções’ no espaço-tempo de linhas do universo. HOLTON, G.: 127
A Teoria das Cordas é refratária a matemática por uma única razão: o Universo simplesmente não conhece números. Nao foi informado sobre cálculos!
A ordem implicada tem sua base no holomovimento, que é vasto, rico, e em um estado de fluxo infindável de envolvimento e desdobramento, cuja maioria das leis é vagamente conhecida, e que pode ser até incogniscível em sua totalidade. Logo, ela não pode ser apreendida como algo sólido, tangível, e estável aos nossos sentidos (ou aos nossos instrumentos). BOHM, David, Totalidade e ordem implicada: 192
Nem se pense em fotografias por algum hubble:
A proposta da teoria é que cordas são ingredientes ultramicroscópicos que formam as partículas que, por sua vez, compõem os átomos. As cordas da teoria das cordas são tão pequenas — elas têm em média o comprimento da distância de Planck — que parecem ser pontos, mesmo quando observadas com os nossos melhores instrumentos. Esta teoria propõe que toda a matéria e todas as forças provém de um único componente básico: cordas oscilantes. www.guia.heu.nom.br/teoria_das_cordas.htm
O que pode ser feito é verificar se em algum plano ela ofende, deforma ou reforma o conhecimento científico. Para mim ela desmonta a Teoria da Evolução, de DARWIN. Mas não reforma o conhecimento da física em geral; pelo contrário, complementa, coordena, e por isso amplia espetacularmente tudo o que foi alcançado até o presente.
A Teoria de Cordas (ou supercordas) é uma teoria que se propõe a unificar a descricão das interacões fundamentais. Em particular, acredita-se que ela representa um caminho para a descrição quântica da interacão gravitacional, possibilitando uma conciliação entre a Mecânica Quântica e a Relatividade Geral. Na teoria de cordas as partículas elementares correspondem a diferentes formas de vibracão de cordas que se propagam no espaço. A interação entre partículas corresponde à interação entre cordas. BRAGA, Nelson Ricardo de Freitashttp://omnis.if.ufrj.br/~braga/cordas
O segundo ponto que cabe avaliar é se algum de seus pressupostos são falseáveis, ou já foram falseáveis. Ou seja, se descoberto qualquer detalhe que inviabilize continuar com jornada. A criança já anda passou pela adolescência, cada vez mais encorpada e acompanhada; no entanto, nenhuma conjectura adversária lhe conseguiu ferir.
Desde sua origem no fim da década de 1960, a teoria das supercordas passou por inúmeras reviravoltas.Em vários momentos ganhou novas interpretações, até se tornar a mais bem-sucedida resposta, até hoje, para um dos maiores desafios da física contemporânea: unificar a teoria da relatividade geral e a mecânica quântica. Agência Fapesp - 24/02/2011
Como é a mais moderna Teoria da Física, a mater, e por não ser ainda refutada, embora salpiquem desconfianças, tomo como verdade.
Nossa penetração no mundo dos átomos, antes vedado aos olhos do homem, é de fato comparável às grandes viagens de descobrimento dos circunavegadores... Essa descoberta, com efeito, gerou uma novíssima base para que se compreenda a estabilidade intrínseca das estruturas atômicas, a qual, em última instância, condiciona as regularidades de todas experiências corriqueiras. BOHR, Niels, Física Atômica e conhecimento humano: 30
A Teoria das Cordas se encaixa com naturalidade em todas as concepções científicas mais modernas de qualquer segmento, inclusive no Direito, se lastreado Natural, na Economia, na Sociologia, na Medicina, e, quem sabe, poderia bem encaixar inclusive na Engenharia. Os geólogos podem encontrar na Teoria um excelente balcão para estender seus mapas.
Assim, descobriu-se recentemente que na natureza tudo está subordinado a uma ordem, até mesmo os fenômenos confusos, sem nexo, totalmente imprevisíveis. Esta ordem ‘superior’ é capaz de explicar eventos aparentemente randômicos - não importa se se trata de bolsa de valores, da mudança na temperatura de nosso planeta, ou da maneira que nós formulamos nossos pensamentos – e que podem ser expressos tanto em fórmulas matemáticas e físicas, quanto em belas imagens (os chamados fractals) disformes, mas com uma atraente irregularidade. Todos esses eventos têm algo em comum: o fato de serem atraídos a certos estados da natureza, o que lhes dá unidade, se bem que disfarçada. A nova regularidade dos fenômenos deu origem a uma nova ciência, que tem o ‘caos’ como tema central e na qual, um dia, deve se enquadrar a teoria das ondas.  WITKOWSKI, Bergè: 275
A Teoria das Cordas explica como simples movimentos localizados se tornam proliferados. A ressonância dos filamentos de energia, vibrantes por diversos padrões, como as cordas de um violino, este instrumento curiosamente preferido de EINSTEIN, deve-se a Relatividade Geral ampliada além das quatro dimensões - altura, direção, tempo e outra. Entidades tocam e são tocadas através do gráviton, a partícula mensageira do campo gravitacional.
Se todas as partes do universo são solidárias numa certa medida, um fenômeno qualquer não será o efeito de uma causa única, mas a resultante de causas infinitamente numerosas; ele é, como se diz com freqüência, a conseqüência do estado do universo um momento antes. POINCARÉ, H., : 36
Diante dos efeitos ondulatórios das cordas ou da gravitacão, a Teoria da Evolução na forma proposta perde seu maior apelo. Talvez aí resida uma forte razão à  resistência - afinal, o que colocar no lugar?  Bem, esta fica para depois, ao encargo dos cockers mais pertinentes. Por enquanto, ouso afirmar: selvageria rima com melodia apenas por causa do sufixo.

. v.

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