segunda-feira, 5 de abril de 2010

Sobre a "Teoria de Tudo"



De acordo com a teoria da evolução,
não existe qualquer plano ou propósito para a vida; o drama da existência ocorre à medida que criaturas lutam para sobreviver em ambientes diversos. Portanto, seria muito difícil resistir à tentação de relacionar algum tipo de imperativo cósmico com senso de propósito, com a existência de uma qualidade universal divina que favorece e mesmo recria a vida. GLEISER, M., 2010:328.
O engraçado é que a Teoria da Evolução parece ser a única teoria que não evolui.  E para as coisas acontecerem, o que menos precisa é algum imperativo cósmico - basta elas próprias quererem!
O choque, a ação de um átomo sobre o outro, pressupõe também a sensação. Algo de estranho em si não pode agir sobre o outro.. Esses complexos de sensações, maiores ou menores, deve ser chamados 'vontades'.NIETZSCHE, F, O livro do filósofo: 45
No afã de encontrar a Resposta, pela construção de uma teoria unificada da Física, muitos cavaleiros dessa demanda laico-sagrada ultrapassaram as fronteiras da ciência e (re)ingressaram na fecunda criatividade do mito, da literatura e do misticismo religioso, como é o caso de Hoyle, de Capra, de Bohm, de Hawking e de muitos outros.
VOGT, Carlos, www.comciencia.br - 10/04/2001
Não há uma única resposta, mas sim um número indescritível.
A ordem implicada tem sua base no holomovimento, que é vasto, rico, e em um estado de fluxo infindável de envolvimento e desdobramento, cuja maioria das leis é vagamente conhecida, e que pode ser até incogniscível em sua totalidade. Logo, ela não pode ser apreendida como algo sólido, tangível, e estável aos nossos sentidos (ou aos nossos instrumentos). BOHM, David, Totalidade e ordem implicada: 192
As duas ilações preambulares, elaboradas por conceituados cientistas, o primeiro com cartaz internacional,  e o segundo liderando uma equipe paulista de grande prestígio, vem do carma metafísico. Até mesmo um EINSTEIN sofreu com o vírus greco-romano, introjetado naquele longínquo estádio olímpico, e encorpado por milhares de gerações. Tornou-se uma Hydra!  Todavia e felizmente o número de insatisfeitos com tão prosaicos preconceitos vem paulatinamente aumentando. Já não são poucos os que descortinam maior extensão e harmonia dos elementos constituintes do cosmos, não se detendo apenas no acelerado desenvolvimento tecnológico que a nova visão científica proporciona.
Mas, dizia, o cérebro do próprio gênio também veio impregnado pelo carma. EINSTEIN lutou muito de modo bipolar. Bateu cabeça que não foi pouco. Por um lado sua decisiva explicação e demonstração do efeito foto-elétrico* indicava que a luz cumpria movimento corpuscular e também ondulatório, através de discretos feixes de energia denominados fótons. Por outro lado, EINSTEIN refutaria completamente a Teoria Quântica, de PLANCK, a mesma que lhe ensejou o pioneiro feito, em seguida magistralmente desenvolvida por NIELS BOHR, e  LOUIS DE BROGLIE, consubstanciada no princípio da incerteza, de WERNER HEISENBERG. Ao Grande Relativo, DEUS não jogava dados. Mas então o que seria sua Relatividade, esta que exatamente demoliu com o determinismo do Grande Relojoeiro? Ao cabo, todavia, o gênio acabou reconhecendo:
O ser humano é parte do todo, chamado Universo, uma parte limitada no tempo e no espaço. Ele experimenta seus pensamentos e sentimentos como algo separado do restante - numa espécie de ilusão ótica de sua consciência. Essa ilusão é uma espécie de prisão para nós, e nos restringe às nossas decisões pessoais e aos afetos por algumas pessoas mais próximas de nós. EINSTEIN, Albert, cit. LASZLO, Ervin, A Ciência e o Campo Akáshico: 56
* * *
O Universo não é perfeito. A perfeição não admite, sequer, uma variação de matiz, que dirá uma expansão. Mas ele é consistente, e mantém sua coesão pela ética. Se dialético, desintegrar-se-ia frente a qualquer alteração no jogo de forças. Universo deriva de uno; de outro modo, seu nome tem que mudar para Diverso!
Na falta de uma designação mais apropriada, os físicos mantém a força como responsável e mantenedora da gravidade e do eletromagnetismo, adicionando-se ainda a fraca, e a forte, estas nucleares.
A partir de um único princípio - o de que no nível mais microscópico tudo consiste de combinação de cordas que vibram - a teoria das cordas oferece um esquema explicativo capaz de englobar todas as forças e toda a matéria. GREENE, B.: 30
Com todo respeito, admitir regência de forças me parece anacrônico. O Universo flui por relações ondulatórias, vibracionais, como infere o autor, e não por contundência de vetores. Por adequações, não por queda-de-braços. Por informações, não por determinações. Ele é o máximo que pode alcançar a inteligência, por espontaneamente todo ligado. O Universo é democrático. Nada pode ser imperativo.
Tal qual o arco faz vibrar as cordas do violino produzindo sons típicos, as excitações térmicas promovem transições eletrônicas e assim os átomos emitem espectros específicos de radiação (não sonoras mas) de ondas eletromagnéticas, em uma grande gama de freqüências tais como rádio, microondas, infravermelho, luz visível, raios X, etc. COHEN, Aba, Listening to the atoms
Busca-se melhor discernir a desenvoltura desses dinâmicos elementos, o modo e o alcance de seus enlaces, dependentes de intersecções no EspaçoTempo.
O problema é ao mesmo tempo distinguir os acontecimentos, diferenciar as redes e os níveis a que pertencem e reconstituir os fios que os ligam e que fazem com que se engendrem, uns a partir dos outros. FOUCAULT, Michel, Microfísica do Poder: 5
A Teoria Perfeita
Patinamos sobre uma formulação composta quando a vela era a rainha da noite. Ainda muito poucos se debruçam examinar os fundilhos da Teoria da Evolução em cartaz, que dirá propor alguma reformulação. Será que um espetacular cruzeiro de cinco anos em iate real, algumas quinquilharias embarcadas, cálculos projetados à densidades populacionais, a chaga imperativa da sobrevivência, esta aviltada pela época de carências e parcos recursos, fortes para dar asas às assombrações malthusianas, outras coincidências arroladas, e gotas de imaginação seriam assim tão decisivas para assegurar a perfeição do trabalho, de modo que ele próprio não necessite no mínimo evoluir, contrariando até mesmo seu trunfo?
O caso desta teoria parece ser o único na história de todas as ciências.
Há uma grande lacuna na teoria neodarwiniana da evolução, e acreditamos que deva ser de tal natureza que não possa ser conciliada com a concepção corrente da biologia. Concluímos – inesperadamente – que há poucas provas que sustentem a teoria neodarwineana; seus alicerces teóricos são fracos, assim como as evidências experimentais que a apoiam. COYNE, Jerry, do Depto. Ecologia e Evolução. Universidade de Chicago. cit. BEHE: 37
O pior é que a contraposição criacionista é por completo estapafúrdia, às raias do irreparável.
A cultura medieval superior floresceu porque o povo seguia a visão da cidade de Deus. A sociedade moderna floresceu porque o povo foi vitalizado pela visão do crescimento da Cidade Terrena do Progresso. Em nosso século, porém, esta visão deteriorou-se no que foi a Torre de Babel, que está agora começando a ruir e em última análise sepultará a todos em suas ruína. Se a Cidade de Deus e a Cidade Terrena foram tese e antítese, a única alternativa para o caos é uma nova síntese. FROMM, E., Ter ou ser: 195
Se juntarmos imprestáveis, obteremos uma inutilidade ao quadrado. Ambas concepções das cidades arroladas por FROMM tem algo em comum: suas predisposições são impossíveis, porque afetadas pela dramática síndrome dialética.

A interação
Quantum & Relatividade compõem o sistema do Universo.
Sendo geradora de energia, a partícula cria, em torno de si, um campo em que essa energia se manifesta. Aliás, todos os corpos geram campos de energia. A Terra, por exemplo, tem seu campo de energia magnética, que claramente se manifesta no comportamento da agulha da bússula. Os campos não devem ser consideradas como espaços vazios. Os campos são objetos físicos, pois é por meio deles que as partículas agem umas sobre as outras. É por meio deles, que os corpos, enorme multidão de partículas, se influenciam reciprocamente. Embora físicos, os campos não são objetos mecânicos. Um campo é imperceptível pelos sentidos. É imponderável. Não pode ser utilizado como sistema de referência. Mas é observável nos seus efeitos. É identificável nas perturbações que causa no comportamento das partículas ou dos corpos nele situados. Não somos capazes de ver a força de gravidade, mas a observamos na queda da maçã. GOFFREDO TELLES JR., O Direito Quântico: 54
Não há antagonismo, sequer paradoxos; ao contrário, o que persiste é a complementariedade:
A teoria quântica de campos é a aplicação conjunta da mecânica quântica e da relatividade aos campos que fornece uma estrutura teórica usada na física de partículas e na física da matéria condensada. Em particular, a teoria quântica do campo eletromagnético, conhecida como eletrodinâmica quântica (tradicionalmente abreviada como QED, do inglês 'Quantum EletroDynamics', é a teoria provada experimentalmente com maior precisão na Física. Resumidamente, pode-se dizer que a teoria quantica dos campos é uma teoria que, na denominação mais antiga, se chama segunda quantização, isto é, realiza a quantização dos campos, ao passo que a mecânica quântica apenas realiza a quantização da matéria. A teoria quântica dos campos considera tanto a matéria (hadrons e leptons) quanto os condutores de força (bosons mensageiros) como excitações de um campo fundamental de energia mínima não-nula (vácuo).
Em parte, concordo com EINSTEIN. Deus não joga dados. Sequer participa do jogo. Ele é perfeito; portanto, não precisa de nada. Este prazer é reservado para nós mesmos. Nós é que podemos jogar dados; ou escolher direto o que melhor nos convém, dentre as infinitas potencialidades carreadas pelas energias cósmicas, em consonância com a nossa consciência.
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*Os elétrons que giram à volta do núcleo são aí mantidos por forças de atração. Se a estes for fornecida energia suficiente, eles abandonarão as suas órbitas. O efeito fotoelétrico implica que, normalmente sobre metais, se faça incidir um feixe de radiação com energia superior à energia de remoção dos elétrons do metal, provocando a sua saída das órbitas: sem energia cinética (se a energia da radiação for igual à energia de remoção) ou com energia cinética, se a energia da radiação exceder a energia de remoção do elétrons. (Wikipédia)

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