sábado, 3 de abril de 2010

Sobre o modo de evolução das espécies

Toda a teoria darwineana da luta pela existência é simplesmente a transferência, da sociedade à natureza viva, da teoria de Hobbes sobre a guerra de todos contra todos e da teoria econômica burguesa da concorrência, bem como da teoria da população de Malthus.
WALLACE, A.R. & YOUNG, R., Sciences studies, 1971
Tanto quanto seus predecessores PLATÃO e NEWTON, MARX apresentava lógicas premissas, e conclusões aparentemente justas, razoáveis. Muitas de suas preposições já podiam ser verificadas na experiência histórica. O materialismo marxista abalou metade da Terra, durante mais de século, até quedar-se por absoluta inanição. Era muito intrincado para um enfrentamento teórico. Ademais, postulações jurídicas, econômicas, sociológicas e mesmo filosóficas requerem um tempo enorme para sua confirmação, ou invalidação.
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Somente após cumprida uma longa trajetória é que são plausíveis as críticas, seja para aperfeiçoá-la, ou rechaçá-la por completo..Todavia, a pretensão comunista estava fadada ao malogro ainda antes de se efetivar. No raiar do XX já se tinha evidenciado: E=Mc2. O materialismo não possuia, como não tem, sequer, objeto.
Não foram poucas as formulações científicas pegas em flagrante delito. O fenômeno desvendado por EINSTEIN obrigou todos os vagões reformularem suas bases e suas metas. Alguns partiram de imediato, e há muito já vem colhendo admiráveis frutos.
Um dos pilares do materialismo, contudo, permanece intacto. Tribute-se à enorme dificultade de enfrentar suas coincidências de modo apenas teórico, conquanto a experiência histórica deste peculiar sustentáculo remonta a um passado no qual a rigor não temos o menor acesso.
Quando os olhos não conseguem divisar, a imaginação toma o lugar. A primeira história dá conta de um ser humano imediatamente perfeito, mas por causa de querer ser mais-que-perfeito, regrediu à condição animal. A segunda diz ao contrário - lentamente saímos da fase animalesca para tornarmo-nos gente, por certo quando perdemos o rabo. Há quem diga que viemos até através de meteoros, e outros juram que eram astronautas.
"Há civilizações inteligentes fora da Terra e elas poderiam estar presentes em quase 40 mil planetas." (FORGAN, Duncan, astrofísico da Universidade de Edimburgo, Escócia. - BBC Brasil, 5/2/2009)
Aí é demais. Povoar a Terra com tanta diversidade, de onde viriam os elementos? E que motivo os teria empurrado à emigração? Segundo nossa concepção de inteligência, haveria guerras naqueles planetas, também?
A vida em outros planetas ainda não está no mapa.
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Pelo fato da primeira história não encontrar o menor respaldo racional, a segunda se impôs com bastante facilidade, e sem oposição nem mesmo no campo científico. A maior resistência vinha da fé, concepção mais desproposital impossível.
Darwin e a evolução nos dominam, quaisquer que sejam as queixas dos cientistas criacionistas. Mas será correta essa tese? Melhor, ainda, será adequada? Acredito que não. Não é que Darwin tenha errado, mas sim, compreendido apenas parte da verdade.
KAUFFMAN, S.; cit. BEHE, M.: 38
Com o soberano título de On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or The Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life (A Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural, ou A Preservação das Raças Favorecidas na Luta pela Vida) DARWIN assinou o trabalho originalmente esboçado por WALLACE, e entregou à uma Rainha Vitória sedenta para cortar o insistente cordão umbilical com a Santa Madre. A Avó da Europa se orgulhava-se de ser a chefe-de-estado do mais vasto império multirracial e multi-religioso do mundo. Sua honestidade, patriotismo e devoção à vida familiar tornaram-na o símbolo máximo de uma era, mas o sucesso do emissário vara todos os tempos:
É claro que é uma emoção enorme ter sido premiado com uma medalha com nome de Charles Darwin, o maior evolucionista de todos nós. A medalha foi concedida a muitas pessoas eminentes no campo, com os quais eu dificilmente me compararia em termos de realização.
CHARLESWORTH, BRIAN, Ganhador do prêmio de 2000, (http://royalsociety.org/Darwin-Medal)
Ambas proposições necessitam da metafísica para justificar suas dialéticas. A primeira atribui a DEUS a criação das espécies, selecionando o homem à sua imagem e semelhança. A segunda contempla a natureza como selecionadora, mas uma natureza vista selvagem, onde o favorecimento das raças era por dotação de forças à sobrevivência.
MENDEL foi o primeiro geneticista conhecido, ao comprovar que geneticamente (termo ainda não referido por DARWIN) muitos fatores e características passavam de pais para filhos. Esta explicação calhava ma teoria evolucionista de DARWIN. Eis como uns “evoluíam” e outras se extinguiam. Todavia, ao mesmo tempo que DARWIN afirmava que os seres podiam “evoluir” para outros seres, MENDEL demonstrava que características individuais mantinham-se constantes.
"Enquanto as ideias de Darwin se baseavam em fundamentos erróneos e não testados sobre hereditariedade, as conclusões de Mendel foram fundadas em experimentação cuidada.” (Wikipédia)
Através de ampla pesquisa juntei um arsenal para meia-dúzia de raids ao edifício darwineano, de modo a arrasá-lo dos pés à cabeceira. Atendi a convocação:
Nós somos céticos das afirmações da capacidade da mutação aleatória e da seleção natural explicarem a complexidade da vida. Um exame cuidadoso da evidência a favor da teoria darwinista deve ser encorajado.
www.dissentfromdarwin.org
Muito bem. Mas e agora? O que colocar no lugar? Existe ou não a evolução?
Se não é por confronto, por desafios que se aperfeiçoam as raças, ou as espécies, por qual razão tudo evolui? Seria possível extrair uma síntese de ambas posturas, per se excludentes em ferozes combates? E que nível de pesquisa demandaria tamanha empresa? Onde colher de antemão alguns fatos que lhes sejam pertinentes?
Pois se a evolução nos domina, o que parece óbvio, não há razão para permanecemos com corte e costura vitoriana, mormente se considerarmos os graves prejuízos morais, econômicos, políticos, sociais e até epistemológicos precipitados pela primata e escusa articulação que lhe sustenta.
Como não encontrei nenhum Beagle que redima o original, boto minha prancha mesmo na água, no fito de estabelecer alguns cabos mais coerentes com uma evolução geral, não arbitrariamente seletiva, não às custas de regressões setoriais.
Encaminho o xeque-mate. Antes, o último movimento, para colocar o rei dos macacos nas cordas. Xeque, com a Teoria das Cordas. Na lagoa seca, jacaré não escapa.
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