quarta-feira, 17 de março de 2010

Ao baile da vida

A teoria das cordas proporciona uma mudança profunda e renovadora na nossa maneira de sondar teoricamente as propriedades ultramicroscópicas do universo — mudança essa que, como aos poucos foi se vendo, altera a relatividade geral de Einstein de maneira tal que a torna integralmente compatível com as leis da mecânica quântica. Permite que um esquema harmônico único incorpore ambas as teorias (Relatividade geral e Mecânica quântica) www.guia.heu.nom.br/
teoria_das_cordas.htm

Curiosamente um algoz reconhece:  "Quando a energia passa, a matéria dança".  A ressonância dos filamentos de energia, vibrantes por diversos padrões, como as cordas de um violino, deve-se a Relatividade Geral ampliada além das tres dimensões.
Não quero enfrentar conceitos neste day escape. Deixo as críticas ao largo, mormente a interminável demolição do dogma primordial. Se os melhores mosqueteiros da Ciência e da Filosofia não logram cumprir a façanha, tarefa que se transparece lógica, necessária, mas também elementar, trivial, singela, alvo divisável no prolongamento do braço, mas o qual nem centena de raids consegue extinguir, não seria um apenas denodado espadachim que deceparia o carma tornado Hydra. Enchi.
As sete cabeças produziram os momentos mais terríveis aos nossos antepassados; mesmo assim, muitos se safaram. Mantiveram a serenidade, e usufruíram até mesmo da felicidade, em meio às catástrofes provocadas pelos insanos maestros das bandas ocidentais. Embora o precário conhecimento vigente, e escassas pistas à nossa mercê, não penso que os afortunados tenham logrado o sucesso através de salva-vidas. Náufragos que não sucumbem afogados sóem logo morrer de fome, sede, frio, doença, ou engolidos por algum tubarão à espreita. A ilusão da esperança sem causa é a última que morre, mas tem pouca serventia. O curso do milagre prolonga o calvário. Por certo foi a intuição, o amor ao ser humano, que lhes permitiu le sortie, flagrante nos construtores e moradores das ciências políticas relativistas, cujos pioneiros anteciparam o futuro já no adolescente XVIII. Quando a ética não se fratura, a dialética nada tem a fazer. Nosso cruzeiro se manterá livre por esta Rosa dos Ventos. De resto, não poucos ainda permanecem encantados com aquelas mais antigas metonímias, fetiches e malabarismos verbarrógicos greco-romanos, cujas funções se apresentam justamente contrárias ao apregoado.
Grande parte da moderna sociologia, da pedagogia e toda a psicologia da pessoa derivam desta linha de pensamento, assim como nossa violência característica do século XX, uma reação natural diante de tamanha impotência. Foi igualmente afetada nossa atitude em relação à natureza e ao mundo material. Se nossa mente, nosso consciente é totalmente diferente de nosso ser material, como argumentou Descartes, e se a consciência não tem nenhum papel a desempenhar no Universo, como sugere a física de Newton, que relacionamento podemos ter com a natureza ou com a matéria? Somos alienígenas num mundo alienígena, situados à parte dele e em oposição a ele, nosso ambiente material. ZOHAR, DANAH: 191
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É uma questão que atualmente deve ser reconsiderada, tendo em vista que a fragmentação já se espalhou completamente, não apenas na sociedade, mas especialmente em cada indivído; e isso conduz a um tipo de confusão generalizada da mente, que por sua vez cria uma série infinita de problemas, interferindo com a nossa clareza de percepção de maneira tão grave a ponto de bloquear nossa capacidade de resolver a maioria deles. BOHM, D., Totalidade e ordem implicada: 17
O ser humano é parte do todo, chamado Universo, uma parte limitada no tempo e no espaço. Ele experimenta seus pensamentos e sentimentos como algo separado do restante - numa espécie de ilusão ótica de sua consciência. Essa ilusão é uma espécie de prisão para nós, e nos restringe às nossas decisões pessoais e aos afetos por algumas pessoas mais próximas de nós. EINSTEIN, Albert, cit. LASZLO, Ervin, A Ciência e o Campo Akáshico: 56
Nem por isso me parece confortável a mais perfeita realidade pintada pelos gateados. LAO-TZÈ bendisse: "Pela não-ação tudo pode ser feito". Neste caso não precisamos sequer existir. De que vale nosso corpo, se inerte? Por qual razão somos dotados de mãos, pernas, estômago e desejos, se nada nos resta a fazer, exceto boiarmos na imensidão do cosmos para simplesmente ser conduzido sei lá para onde, ao gosto do TAO?
A cultura milenar, todavia, oferece uma concepção que se encaixa não só no entendimento da quântica, e mesmo do eletromagnetismo, como realça a importância de se ver a integração em polos aparentemente contraditórios. Assim como os chineses não encaram dia e noite, sombra e luz como paradoxais, mas sim complementares, a máxima disposta em yin e yang, pelo mesmo princípio aquilatamos o grave erro de cingir o homem, o equívoco ótico que levou ao conceitos de corpo e alma, aquele mundano, esta divina.
É necessário que a ciência mostre por fim sua utilidade!
Ela se tornou nutricionista a serviço do egoísmo: o Estado e a
sociedade a tomaram a seu serviço para explorá-la segundo seus fins.

NIETZSCHE, F., O livro do filósofo: 30
Tanto quanto aquele importante detalhe, mais fruto de postura, não propriamente da ciência, da filosofia chinesa, praticamente vedada ao ocidente até poucos anos atrás, as nossas próprias receitas igualmente foram por demais empíricas, parciais, portanto incompletas, muito difusas, tênues, por demais abstratas para produzirem algum efeito de luz na premência de nossa jornada. Mas contamos com magnífico intrumental tecnológico e mesmo alguns mapas epistemológicos, facilidades sequer sonhadas pelo mais felizardo daqueles antigos viandantes.
O presente em expansão é maior do que o limitado passado. Nosso EspaçoTempo obviamente é o mais indicado para escoar as milenares vicissitudes; e em contrapartida, receber e usufruir pertinentes sopros.
A própria respiração - os contínuos, complementares atos de expiração e inspiração - produz a energia vital, garantidora de nossa sobrevivência. O equilíbrio de sua equalização constitui seu fundamento, singelo segredo perfeitamente realizável. Jogar fora as traças, a profilaxia ao novo amanhã se faz mister, mas não resume a realização. Per se tal ato não tem sentido se não for complementado pelo advento final. Por qual motivo expiaríamos os pecados se não fosse para dar espaço à virtude?
Pois os pecados estão por demais expiados. Espiemos, pois, as virtudes que nos sobraram, em combinação com a fartura cósmica, manancial inesgotável de energia e satisfação, e inalcançável pela mais drástica poluição que se produza. A Orquestra do Universo, sem maestria por perfeita em sua própria imperfeição, fato que propicia e determina a natureza evolutiva, encarrega-se dos acordes à dança que compreendamos mais compatível com nossas aspirações, cada qual com o passo que lhe aprouver, escolhido no multicompasso que ela oferece.
Se todas as partes do universo são solidárias numa certa medida, um fenômeno qualquer não será o efeito de uma causa única, mas a resultante de causas infinitamente numerosas; ele é, como se diz com freqüência, a conseqüência do estado do universo um momento antes.
POINCARÉ, H., : 36
Afinal, se tudo fosse tão calibrado, ordenado, codificado, ou planejado de modo que nada precisasse mudar, o próprio tempo nem teria razão de existir. Dizem que vale a pena o baile da vida.
A busca de segurança é uma ilusão. Para a tradicional sabedoria ancestral, a solução deste dilema está na sabedoria da insegurança, ou na sabedoria da incerteza. Isso quer dizer que a busca de segurança e de certeza é na verdade, um apego ao conhecido. E o que é ele, afinal? O conhecido é nosso passado. O conhecido nada mais é que a prisão dos velhos condicionamentos. Não há nenhuma evolução nisso - absolutamente nenhuma. E quando não há evolução, há estagnação, desordem, ruína.
CHOPRA, Deepak, As Sete Leis Espirituais do Sucesso: 77
À maravilhosa experiência, mister a consciência ouvir e interagir, para o corpo, feliz, usufruir. O ser humano de fato é apenas uma configuração em waveform, .uma perturbação ondulatória no infinito mar da energia primordial, e que portanto nada lhe é definitivo, tudo se faz em movimento, pelo qual ele se sujeita a ser ator, mas também se impondo como o próprio autor.
"A ciência está passando por uma mudança radical de paradigma. Em vez de pensar na matéria como base da existência, sabemos atualmente que a base de tudo é a consciência - e é isso que leva à causação descendente." (GOSWAMI, Amit, Rev. Planeta, dezembro de 2007)
É a informação - a informação como um fator real e efetivo que estabeleceu os parâmetros do universo em seu nascimento, e, portanto, governou a evolução de seus elementos básicos em sistemas complexos.
LASZLO, Erwin: 21
Cabe-nos identificar as invisíveis, porém sensíveis ondas, e então sintonizarmo-nos com as freqüências que nos parecem mais aprazíveis.
O choque, a ação de um átomo sobre o outro, pressupõe também a sensação. Algo de estranho em si não pode agir sobre o outro. Se tudo possui uma sensação, teremos uma confusão de centros de sensações muito pequenos, maiores e muito grandes. Esses complexos de sensações, maiores ou menores, deve ser chamados 'vontades'.
NIETZSCHE, Friedrich, O livro do filósofo: 45
Ainda faremos uma rápida escala, para em seguida mudarmos a orientação de nosso precário Hubble. Em vez de apenas rastrear o passado, no afã de reestabelecer o fio-de-Ariadne, e assim por constância ficar à deriva, tornaremos na direção das milhares de linhas e acordes que jorram na proa de nosso próprio EspaçoTempo. Eles são infinitamente mais abundantes e apropriados não só para ALLmirantes, como a qualquer outro passageiro, ventura que o ralo apreciado à popa pelo almirante de plantão o torna incapaz de vislumbrar.
Depois do pit-stop, o cruzeiro deixará o Mar da Agonia pelo esplendor do Harmonia. Podem soltar seus cintos, e os salva-vidas.
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