sábado, 19 de março de 2011

Yankees: stay here, please!

Virgílio indicou os sinais pelos quais se pode avaliar, de antemão, se o boi é bom de charrua e a vaca para reprodução. Erasmo de Roterdã
Brasil bipolar vive em suas singularidades. 
Primeiro, a ignorância do Brucutú. Daí surgiram astutos letrados, principescos  do Maranhão, das Alagoas ,e por fim até da Sorbonne: 
O momento mais dramático do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso ocorreu no dia 13 de janeiro de 1999... O então presidente do Banco Central, o economista Francisco Lopes, vendia informações privilegiadas sobre juros e câmbio – e uma parte de sua remuneração saía da conta número 000 018, agência 021, do Bank of New York. A conta pertencia a uma empresa do Banco Pactual, a Pactual Overseas Bank and Trust Limited, com sede no paraíso fiscal das Bahamas. Veja, 23/5/2001
Sob as bênçãos do vigário promotor do Ato Institucional n.5: retornamos ao esplendor da ignorância com  o pessoal semialfabetizado do ABC. "Lula é o maior economista do Brasil. O Lula é o único economista que presta no Brasil porque é o único que está falando a verdade.” (Ex-ministro do ditador Costa e Silva, e daí servindo a quase todos, econ. prof. DELFIM NETTO, em entrevista para Agência Estado. - www.avozdavitoria.blogspot.com, 31/12/2008)
O que eles não se conformam [é] que um metalúrgico fez mais universidades que todos os presidentes elitistas que passaram por este país e geramos quase 15 milhões de empregos com carteira profissional assinada. O que eles não se conformam é que os pobres não aceitam mais o tal do formador de opinião pública. Eles não se conformam é que os pobres estão conseguindo enxergar com os seus olhos, pensar com a sua cabeça, pensar com sua consciência, andar com as suas pernas e falar com sua boca. Não precisam do tal de formador de opinião pública. Nós somos a opinião pública e nós mesmo nos formamos. Presidente Lula, Folha, 18/9/2010
Não foi um metalúrgico que exerceu o cargo de Presidente. Aquela atividade durou muito pouco, apenas o suficiente para lhe garantir renda perpétua, às custas de todos nós. O proselitismo sindical ainda lhe rende outro tanto, de modo que pode se dedicar à tarefa exclusiva de se preparar para exercer atividade "política". No primeiro exercício, na confecção da Constituição Vilã S. Exa  foi completo omisso, preferindo taxar a Assembléia Nacional uma reunião de trezentos picaretas. Pois um desses, aliás o principal, até hoje integra o primeiro escalão do governo.  
Segundo "Folha de S.Paulo", Lula tem dito a interlocutores estar no período de "quarentena", e, segundo uma pessoa próxima de Lula, faz um esforço para não roubar os holofotes de Dilma.
Ora ela implora aos olhos azuis para iluminar nosso terreiro:
A presidente da República, Dilma Rousseff, em reunião com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, neste sábado, pedirá mais disponibilidade para brasileiros em instituições de ensino americanas. Dilma deixou clara sua intenção quando discursou em Uberaba (MG). "Nós queremos vagas e oportunidade nas grandes faculdades e grandes universidades americanas". Dilma disse também que para alcançar patamares superiores de desenvolvimento, o Brasil precisa qualificar os jovens, cientistas e técnicos. Sem entrar em detalhes, a presidenta revelou que lançará o Programa Nacional de Ensino Técnico. (Será o pronet... mas não cumpre?) Sorry.
Dom Pedro II tinha olhos azuis, e já pavimentara a estupenda ponte. Mas antes de enfatizar a correção expressiva do intento universitário, embora este intento tenha que ser cumprido pelo visitante, saliento dois paradoxos, nos quais emerge o caráter bipolar, esquizofrênico, dúbio, exagerando pervertido que sói hegemônico no DNA brasileiro. No trato superior o renomado jornalista vê a brasileira como presidente, e no nível técnico lhe enaltece presidenta. Lapso ou intencional, na verdade somos entrecortados por inexatidões e muitos paradoxos a cada instante, fatos que justificam e corroboram segundas intenções. O segundo refere-se à primeira. A primeira presidente eleita do Brasil enfatiza que os brasileiros necessitam da cultura norteamericana. Vero. Infelizmente sua época foi gasta com macaquices e literatura de cordel:
A Universidade brasileira se desenvolve sob estas fortíssimas influências: descompromisso elitista das 'Grandes Écoles', o reducionismo profissionalizante pragmático dos 'Land Colleges Americanos', e a departamentalização do saber de Humbolt e Descartes. Nesse ambiente cultural é formada em 1934 a primeira Universidade Brasileira, a Universidade de São Paulo, e, logo em seguida, em 1935, a Universidade do Distrito Federal. PINOTTI, JOSÉ ARISTEMO, Professor titular e Diretor da Divisão de Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo/Hospital das Clínicas, Ex-Reitor da Unicamp.- A Universidade :do Arcaísmo à Transcendência; Folha de São Paulo, 8/2/2003: 5.
Os intelectuais da América Latina estiveram durante muito tempo enamorados dos esquemas ideológicos, das utopias geométricas... Em alguns aspectos a classe intelectual latino-americana necessita fazer uma autocrítica de suas ações no decurso dos últimos 50 anos. OCTAVIO PAZ (www.consciencia.org/entrevista-de-octavio-paz-1985):
Lia-se Marx, Weber, Dobb, Mannheim, Lukács, Heller e, em 1968, muito Marcuse.Também Gramsci começava a ser estudado. De início, no curso de História das Idéias, foram introduzidos os seus escritos sobre Maquiavel, mas nos anos 70, tornou-se um dos autores mais trabalhados, a ponto de, no princípio dos anos 80, ter sido tema de tese de livre-docência de um dos professores da Cadeira. Nos cursos de Instituições Políticas Brasileiras discutia-se desde as questões referentes ao escravismo, ao feudalismo e ao capitalismo na formação do estado brasileiro, debate que foi uma constante durante certo período, até os aspectos mais atuais do país, ou seja, a revolução brasileira, o populismo e o autoritarismo. Caio Prado e Celso Furtado eram leituras obrigatórias...QUIRINO, Célia, Departamento de Pós-graduação em Ciências Políticas da USP

Rakudianai, by Persio Arida, ex-Presidente do Banco Central de FHC  Era 1970 e eu tinha 18 anos. Resolvi então buscar nos clássicos o fundamento de que precisava. Marx silenciara sobre o problema da luta armada, o Brasil de 1970 nada tinha a ver com a Rússia de 1917, Mao era um pensador budista esotérico, Fidel Castro era bom de discurso, mas não tinha escrito uma linha sequer. Após peregrinações sem fim pela literatura revolucionária, Gramsci veio em meu socorro. Fiquei confuso com seus argumentos, lidos em traduções parciais de seus escritos para o espanhol, mas deles extraí o jargão e o mote que me interessava: “A luta armada como estratégia de conquista do poder está equivocada porque ignora o papel da conquista da hegemonia política na sociedade civil.”

Infelizmente, nós, brasileiros, nunca lemos Burke, Locke ou Tocqueville, nem Acton, Burkhardt ou Hayek, ou outros bons autores anglos-saxônicos. Preferimos as divagações românticas dos discípulos de Rousseau, as chatices de Comte e a filodoxia ou pretensioso amor das opiniões especulativas e rebuscadas dos autores da rive-gauche, influenciados por Marx e seus corifeus. Gramsci e os medíocres professores da Escola de Frankfurt ainda continuam aqui hegemônicos. PENNA, O.M., O espírito das revoluções: da revolução gloriosa à revolução liberal: 469
À própria Nação S.Exa. propõe revigorar a engenharia platônica greco-romana,  a esteira leviatânico-cartesiana que acarretou a degola de Mussolini,, os suicídios de Hiltler e clonados. entre os quais nossa maior estrela: “Getúlio era um fiel discípulo do secretário florentino, daquele que Gioberti considera o 'Galileu da política'  e Emil Ludwig chama de 'instrutor dos ditadores'.” (Capanema, Gustavo, Dois Traços Getulianos em Maquiavel, Folha de São Paulo, 21/8/1977)  
Entre nós, o sintoma mais típico e persistente desse atraso é a confusa expectativa de que há uma espécie de 'força superior', o 'Estado', capaz de distribuir a todos os bens desejáveis deste mundo: emprego, salários altos, bem- estar - em suma - 'felicidade geral da nação'. Qualquer jornal que se pegue ao acaso revelará, enxertadas, notas de fundo populista, 'progressista' e nacional-corporativista que não mudaram nestes 30 anos passados, exceto que agora a encarnação do Satã a ser exorcizada não e mais o 'neocolonialismo' e sim o 'neo-liberalismo'. Só quando o público impuser ao Estado um profundo respeito pelos contribuintes e quando as fantasias de onipotência da burocracia forem contidas (e punidas) é que alcançaremos afinal o liberalismo. CAMPOS, ROBERTO, Do Estado gendarme ao Estado babá.
Daí, o homem é educado, preparado ou adestrado apenas para as virtudes próprias do bem-fazer; e assim, a verdade se torna a simples manifestação da utilidade ou do deleite. A dimensão do contemplativo é aniquilada; e falar em atualizar as potencialidades do ser humano para o bem-agir, para a virtude da prudência, torna-se uma atitude disparatada já que, em tal concepção, jamais há um sentido de 'bem honesto' .Logo, pela força do empenho pedagógico tecnicista o homem se afasta de sua humanidade, perde sua integridade. ARAÚJO, Prof. A. A primazia do uso consciente da tecnologia, 20/9/2009
As universidades brasileiras medem o seu sucesso em cima de quantos alunos conseguem se posicionar em bancos ou indústrias. No Brasil você é criado para ser empregado, e não empregador. SCHEMBERG, 38
"Trata-se de uma educação que visa a domesticação, a criação de pessoas medíocres e úteis aos ditames de seu tempo." (NEUKAMP, E. www.consciencia.org/nietzsche_educacaoneukamp.shtml)
O pedido de ingresso nas afamadas universidades tem toda pinta de ser mais uma para inglês ver. Se  para completar ainda se agadanham sindicatos, colheremos o quê mais nas formaturas? "Cultura de massa gera mediocridade e ignorância” (GASSET, José Ortega Y Gasset, A Rebelião das Massas, 1929; cit. Rohmann, C.: 299)
Poderíamos obter algum justo meio, um aproveitamento de ambos arquipélagos, uma mesca da ética liberal, descentralizada, que praticam aqueles estados unidos do norte com nossa dialética positivista, centralizadora, onde o Estado define o que importa e o que não nos diz respeito? Não era esta a lógica aristotélica para superar a perfídia metafísica promovida pelo antecessor? Infelizmente ou não, não! As culturas são excludentes. Ambos habitam n'água, mas peixe não cruza com hipopótamo. O trem e o avião possuem rodas; no entanto apenas um pode voar. A evolução norteamericana é atômica; e a nossa querida, anatômica. Na melhor das hipóteses uma simbiose pode ser  apropriada à locomotiva, corrente sobre os dormentes à esquerda e à direita,  ao rumo que somente o condutor pode vislumbrar; e  na pior, é  design de diligência, cujos cavalos derrapam nas pirambeiras para o fardo da carroça despencar na tangência. Projeto nacional de ensino técnico é de faina positivista, onde o povo marcha embretado.
Não é suficiente ensinar a um homem uma especialidade. Através dela ele pode tornar-se uma espécie de máquina útil mas não uma personalidade desenvolvida harmoniosamente. A sobrecarga necessariamente leva à superficialidade. EINSTEIN, A., cit. PAIS, Abraham, Einstein viveu aqui: 271
O prograna  revela que o Estado pretende continuar mantendo e ampliando o controle de tudo. O estado policial, e neste caso muito pouco educativo, pretende o controle não só da informação, como da formação do pessoal, algo completamente apartado da realidade emergente, na Inglaterra desde 1689, e na filha modernizada, exato século posterior. Não obstante, em qual recanto S.Exa. vai catar tantos professores assim especialistas, de uma hora para outra, num passe-de- mágica, mormente acenando com os salários, por técnicos, inferiores até mesmo à esquálida retirada de renomados catedráticos?  Não seria tão fácil o costume de tomar o dinheiro da produção, mesmo para  adquirir sei lá quantas centenas ou milhares de escolas, porque o Brasil, não parece, mas é grande, muito grande. E currículuns para isso tudo, já estariam pelo menos cogitados?  Pois dessarte tudo indica que permanecemos embrulhados para presente, empacotadinhos num container firme e granítico, viajante do passado mais longínquo, daquele tempo em que a vela era a rainha da noite, e o santo, como sempre, de pau-oco.
Este novo mundo pode ser mais seguro se for
informado sobre os perigos das doenças dos antigos
.
DONNE, John, An anatomic of the world - The first anniversary (1611). -cit. SAGAN, C., Bilhões e bilhões: 84.
Nossos visitantes sabem onde a coruja mora:
O governo brasileiro fundou um Conselho Nacional de Pesquisas, com um orçamento para pesquisa de cerca de 10 milhões de dólares por ano. O Conselho, entretanto, não tem sido útil para a física brasileira. A maior parte do orçamento é usada para: A) despesas com uma grande estrutura burocrática; B) prospeção de urânio e de tório para envio aos Estados Unidos. DAVID BOHM*
Foi igualmente pela recusa do dualismo cartesiano, e pela defesa da observação e da análise contra o espírito sistemático, que Locke se impôs como 'mestre da sabedoria' aos filósofos franceses do século XVIII. CHÂTELET: 228

Locke e Shaftesbury consideravam o despotismo como um mal francês e, quando escreveu o documento, em 1679, Locke acabava de voltar da França, após estudar o mal francês enquanto sistema político. A filosofia de Shaftesbury foi planejada para combater a interpretação mecanicista da realidade, mas sobrepujou a filosofia daqueles em seus esforços para salvar as artes dos efeitos das idéias mecanicistas: aspirou fundar bases não só para a verdade e a bondade, como também para a beleza. BRETT: 109
Muitos ingleses que emigraram para as colônias conheciam as idéias de Locke. De muitas formas, Locke também passou a fazer parte da tradição política das colônias. Os estudantes das colônia iam para a Europa em busca das universidades, voltavam influenciados por Locke e pelos filósofos iluministas do século XVIII. A política iluminista atravessava o oceano e frutificava na colônia. KARNAL: 62
O físico nuclear Richard Feynman (O significado de tudo: reflexões de um cidadão cientista, p. 14) alertava, de antemão: “Não há praticamente nada do que vou dizer esta noite que não pudesse já ter sido dito pelos filósofos do século XVII”. Para encerrá-las, o pesquisador de Los Alamos trocava o “vou dizer” por “eu disse“; e praticamente repetia as concepções de Locke e Smith.
Nenhum governo tem o direito de decidir sobre a verdade dos princípios científicos nem de prescrever de algum modo o caráter das questões a investigar. Também nenhum governo pode determinar o valor estético da criação artística nem limitar as formas de expressão artística ou literária. Nem deve pronunciar-se sobre a validade de doutrinas econômicas, históricas, religiosas ou filosóficas. Em vez disso, tem para com os cidadãos o dever de manter a liberdade, de deixar os cidadãos contribuírem para a continuação da aventura e do desenvolvimento da raça humana. Obrigado.
Por causa desta peculiaridade é que a mater e a franchising disparam anos-luz de nosotros.
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Nota  Cit. Freire Jr, Olival, Bohm, Einstein e a Ciência no Brasil, Revista Ciência Hoje, v. 15, n. 90, p. 44/47; também em Moreira, Ildeu de Castro e Videira, Antonio Augusto Passos Organizadores, Einstein e o Brasil, p. 267/268. Grande amigo de Einstein, David Bohm foi um dos baluartes da Teoria Quântica. Nasceu na Pensilvânia de 1917, para falecer recentemente, em 1992. Esteve no Brasil, para trabalhar na USP, entre 52 e 54, aqui presenciando o “festival da maracutaia” e desrespeito à ciência. Decepcionado, enviou esta carta à sua comunidade, uma beleza para compor nosso conceito no exterior. 
* Nav's ALL aprecia  ver suas posições mais ou menos confirmadas por outros beatles
obama
O presidente americano, Barack Obama, surpreendeu ao anunciar ambiciosas metas para o futuro da segurança energética nos EUA.
O discurso teve como principais alvos a redução da dependência do petróleo e o desenvolvimento de um suprimento energético limpo. Entre suas principais medidas estão aumentar a produção interna de petróleo e de energia proveniente de fontes alternativas. É curioso que Obama classifica o gás natural como uma fonte alternativa. Obama quer que os Estados Unidos reduzam em um terço os 11 milhões de barris de petróleo importados diariamente. Pretende como primeira medida incentivar a produção de petróleo em novas fronteiras como o Alasca e o Atlântico Médio e Sul. Ele vai encorajar a exploração “offshore”, desde que de forma “segura e responsável”. Isso mostra que os EUA estarão do lado do Brasil na produção do pré-sal.
Para a geração elétrica, o objetivo de Obama é aumentar o uso de fontes renováveis (eólica, solar, gás natural, carvão limpo e nuclear) dos atuais 40% para 80% até 2035, com uma política de incentivos governamentais. O Brasil foi um dos destaques do discurso ao ser incluído, com México e Canadá, entre os futuros fornecedores de petróleo confiáveis.
Os Estados Unidos e o Brasil podem se tornar parceiros estratégicos no comércio e desenvolvimento do petróleo do pré-sal, pois há convergência técnica e científica entre a exploração de petróleo nas águas profundas da costa brasileira e no Golfo do México. Um bom exemplo foi a autorização obtida pela Petrobras, em meados de março, para operar a primeira plataforma do tipo FPSO no Golfo do México. Outra área em que o Brasil pode ser um parceiro importante dos EUA é a de biocombustíveis. Obama destacou a importância do Brasil como produtor de biocombustíveis e a ideia é criar um mercado internacional de etanol transformando-o em commodity. O fato de destacar o Brasil no seu discurso mostra que a recente visita de Obama ao Brasil classifica o país como parceiro preferencial dos EUA na área de energia.
Fonte: Folha de São Paulo, 31/03/2011 Autor: Adriano Pires

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