É comum, dentro da nossa empáfia, dizer que os muçulmanos são povos primitivos. Pois enquanto nós, por aqui, amargávamos a Idade das Trevas, o Islã florescia. O nosso 'Renascimento' nada mais foi do que a retomada da arte e da ciência da Grécia antiga. E quem era depositário dessa herança? O Islã. João Mellão Neto , Estadão, 25/02/2011
O mundo barroco pode ser descrito também como um grande teatro, onde cada homem deve ocupar o seu lugar. O mais belo dos teatros é o centro do mundo católico romano: a praça de São Pedro em Roma. A literatura, as artes, a filosofia giram em torno de Deus, de suas exigências e da salvação. Os filósofos e os sábios da época, em sua compreensão do mundo, privilegiam o caráter de abstração e de esquematização. JAPIASSÚ, H., 1997: 81
Não me apraz conduzir a Nav's ALL àquelas praias ao leste do Mediterrâneo. Fotografar junção de debilóides? Basta-me qualquer fractal de sanatório, um desses amontoados citadinos.
A estimativa da ONU é de que atualmente haja 35,6 milhões de pessoas vivendo com demência no mundo. Este número deve subir para 65,7 milhões até 2030 e 115,4 milhões até 2050. (BBC-Brasil, 21/9/2010)
O que dizer de um bando de gente beijando a terra enquanto o califa, o sultão desfila no lombo do camelo? Só tan tan para abraçar o islã. E o outro, em fulcro, aquele bando voltado ao muro, a bater a cabeça, derramar lágrimas e penitências? Autoflagelo em troca da salvação? Que negócio é este? Alguém do hábito introjetado possui ao menos noção do que pretende?
A alma . . . se ela partir pura, não arrastando consigo nada do corpo, . . . parte para o que é como ela mesma, para o invisível, divino, imortal e sábio, e quando chega ali, ela é feliz, liberta do erro, e da tolice, e do medo . . . e de todos os outros males humanos, e . . . vive em verdade por todo o porvir com os deuses. PLATÃO. Phaedo (Fédon), 80, D, E; 81, A.
Ah tá. Viver a eternidade? Não queimar no enxofre do inferno? Mas como o fogo, que é físico, pode atingir a alma, totalmente abstrata, etérea? E o que pensar dos que obrigam a filha de Eva cobrir não só seu corpo inteiro, como até o rosto, para não tentar o pecador? Pois não é este moralismo doentio que ensina o homem a envergonhar-se de seus próprios instintos, elevado ao máximo pela imaginativa "compreensão" freudiana? Onde será que este último atochador teria encontrado liame à capciosa teoria?
Freud buscou inspiração na cultura Grega, pois a doutrina platônica com certeza o impressionou em seu curso de Filosofia. As partes da alma de Platão correspondem ao Id, ao Superego e ao Ego da sua teoria que atribui funções físicas para as partes ou órgãos da mente (1923 - 'O Ego e o Id'). No centro do 'Id', determinando toda a vida psíquica, constatou o que chamou Complexo de Édipo, isto é, o desejo incestuoso pela mãe, e uma rivalidade com o pai. Segundo ele, é esse o desejo fundamental que organiza a totalidade da vida psíquica e determina o sentido de nossas vidas. COBRA, Rubem Queiroz - www.cobra.pages.nom.br/ecp-psicanalise.html
Ao relacioná-la com incesto, perversão e transtornos mentais Freud "neurotizou" a sexualidade. Ligou o arcondicionado a pleno para vender o cobertor.
O superego é um juiz malévolo, como seu inconsciente é um carcereiro obtuso: velando sempre tão zelosamente sobre seu segredo, ele acaba por designar o local onde se esconde. Sob o pretexto de liberar os complexos, as pessoas se enredam cada vez mais nos assuntos sociais, familiares. BACHELARD, GASTON, cit. QUILLET, PIERRE: 61
Onde o austríaco lograria melhor guarida e atenção, um mercado atraente, emotivo e impulsivo, senão que no reduto de Descartes, Bodin, Rousseau, Comte, Lacan, e Sartre, do cardeal Richelieu e do incorruptível Robespierre?
Recordo, ainda, contra Schopenhauer e em honra de Platão, que também toda a cultura e toda a literatura da França clássica cresceram no solo do interesse sexual. Podem-se procurar nela por toda a parte a galanteria, os sentidos, a competição sexual, a 'mulher' - nunca se procurará em vão... NIETZSCHE, F., Crepúsculo dos ídolos: 95
Mas pelamor dedeus!
Platão é aquela ambiguidade e fascinação chamada de 'ideal' que tornou possível às naturezas nobras da antiguidade entender mal a si próprias e pisar na ponte que levou à 'cruz', Ele carrega em sua consciência uma culpa semelhante a dos cínicos que inventarama satura Menippea.Idem, 130.
Nem lembrava que justamente o berço da civilização ainda é guardado por esses famintos patriarcas. Culpa & castigo compõem o projeto metafísico do carrasco, para satisfazer seu mórbido prazer. Qual melhor sensação do que apontar o pecado, para submeter o pecador? A prova de sua "força" é que lhe realiza. Ele promove a degenerência. Desdenha Dionísio, mas sem este não sai espetáculo, por faltar um contendor. Um bode velho chifrudo, aparentemente indomável, porém dócil por prévia combinação - que prazer não proporciona! Ao decair a sociedade, o astuto aponta suas causas: a corrupção, a ganância, a cupidez, o vício, a luxúria, . Ele culpa a doença, mas ela vem instilada a priori, à missão de enfraquecer quem se quer dominar. Antes de instaurar a religião, que é ato de religar, precisa a forja do desligamento, a chifrada do bode. Impossível religar o que não pode ser desligado. Pobre de Adão e Eva, tragados pela astúcia não daquela cobra, mas de quem colocou ali o objeto do desejo, vedando-lhes acesso, mas permitindo o livre-arbítrio, já contando impor o castigo diante da opção mais natural.Isso não é mesmo demoníaco? O mesmo se dá com o terreno:
Foi um hegeliano de esquerda, Ferdinand Lassalle, quem mais claramente expressou a tese fundamental do hegelianismo: "O Estado é Deus."] O próprio Hegel havia sido um pouco mais cauteloso. Ele declarou apenas que é "o percurso de Deus através do mundo que constitui o Estado" e que ao lidarmos com o estado devemos contemplar "a Ideia, o próprio Deus presente na terra." Ludwig von Mises, http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=867
O grande papel com que sonham os monstros sagrados da política é o do grande homem. O Salvador. O chefe providencial, genial, médium do espírito nacional. O profeta de sua raça. SCHWARTZENBERG, R.-G., O Estado Espetáculo: 11
Criado em fazenda, sei de antemão que o fito do pastor em preservar a lã leva-lhes no intermezzo a embalar o rebanho, para ao cabo saborearem o churrasco, que é o.que interessa:
Tudo depende, portanto, de se fazer com que os súditos acreditem que o governo é bom e justo, e de os cidadãos sentirem-se felizes em obedecer às suas ordens - daí todo conjunto de medidas draconianas, aniquiladoras de toda liberdade de pensamento, sugeridas por Platão tanto na República quanto nas Leis, a fim de produzir e conservar nos súditos essa crença. KELSEN, H.: 501
Sob o falso pretexto de defender os interesses do povo, esse gigantesco Leviatã consome a renda da população, gere mal os recursos e fecha a economia do país a seus desejos, inibindo investimentos internos ou externos. Com políticas econômicas frágeis e na maioria das vezes mal formuladas (dado o fraco entendimento dos governantes nesse assunto), o crescimento econômico pode se iniciar acelerado, mas ao longo do tempo mostra-se ineficiente e frágil, fadando o país a um atraso monstruoso em relação a regiões mais democráticas. VASCONCELLOS, Daniel, A ameaça do "Estado-pai", O Globo, 27/8/2010
"Em nossos próprios tempos, o historicismo histérico de Hegel é ainda o fertilizante a que o totalitarismo moderno deve seu rápido crescimento. Seu uso preparou o terreno e educou os meios cultos da desonestidade intelectual.” (POPPER, K.: 282)
Se o Tigre e o Eufrates, e o Nilo propiciaram nosso nascimento, e no afã da eternidade congelaram no tempo atados em múmias, de presente eles tentam se deslocar à proa, à ribalta do EspaçoTempo,
Para adentrar no templo da sabedoria nosso máximo inspirador aconselhava o autoconhecimento, Sempre percebi nesta faina o emblema do egoísmo, de modo que meus radares sóem focalizar as circunstâncias.Se meus olhos estão voltados ao exterior; os ouvidos, a captar as ondas sonoras; o nariz, a identificar odores; a pele, o calor, o tato, as ranhuras, e tudo o mais, por qual minerva deveria dispensar tão formidáveis atributos, em troca de perscrutar o impossível? Para conhecer meu semblante basta mirar o reflexo de uma vidraça, e meu tamanho, a sombra que produz. Jamais consultei meu coração para identificar o que me apraz, o óbvio. Se a cada passo examinasse minha consciência, minha alma, tal como apregoava o primata, certamente já estaria formando nas estatísticas da ONU, como as sumidades, por exemplo:
Examinando a mim mesmo, ó Sêneca, aparecem alguns vícios expostos tão abertamente que poderia segurá-los com a mão, outros ainda que não são contínuos, mas que voltam em intervalos intermitentes, os quais afirmo serem mais incômodos, como inimigos escondidos que atacam nas ocasiões mais oportunas, contra os quais não se pode estar tão bem preparado como na guerra, nem tão seguro como na paz... Rogo-te, pois, se tens algum remédio que possas refrear essa flutuação, para que me consideres digno de dever a ti minha tranquilidade. SÊNECA, Da tranquilidade da alma: 35/40
O ser humano tende a surtar, pirar ou nem sei que nome dar quando se sente desse jeito, afinal somos complexos, somos feitos a imagem e semelhança de Deus, somos trinos como Ele, não na exuberância de sua Santidade mas sim na composição de corpo, alma e espírito. CAJADO, S., Ritmo interior
O cristianismo rompeu a união entre o homem e a natureza, entre o espírito e o mundo carnal, potencialmente distorcendo o relacionamento entre os dois em direções opostas e atormentadas. ANDERSON, Perry. Passagem da Antiguidade ao Feudalismo, Brasiliense: 128
Desta feita, entretanto, são as circunstâncias que pedem passagem.
Agora não tem mais volta. No Oriente Médio, na escola, nas diretorias de comunicação das grandes empresas, aqui na esquina. Afinal, estamos em plena revolução. Luis Cavesan, Folha de São Paulo, 19/02/2011
Pois bem. Emprego meu limitado combustível para encetar alguns cruzeiros pela região. Já nas primeiras órbitas arrepia-me constatar que o pessoal continua trancafiado no IV, o quarto de Constantino, em candieiros maometanos.
Na escola me ensinaram que a História começava no Egito e terminava no século 20, 3 mil ou 4 mil anos depois. Demorei para descobrir que essa História de um pequeno subgrupo de Homo sapiens, influenciada pela tradição judaico-cristã, descreve as ultimas páginas do último capítulo de um longo livro. Fernando Reinach, Estadão, 3/3/2011
Qual a única coisa que Maomé tomou emprestado mais tarde do cristianismo? A invenção de Paulo, seu meio para a tirania sacerdotal, para a formação de rebanhos: a crença na imortalidade, - ou seja, a doutrina do 'Juízo'... NIETZSCHE, ,F. O anticristo: 77
Haja carma a exorcizar! Haja campo a tanta lavra!
É uma questão que atualmente deve ser reconsiderada, tendo em vista que a fragmentação já se espalhou completamente, não apenas na sociedade, mas especialmente em cada indivído; e isso conduz a um tipo de confusão generalizada da mente, que por sua vez cria uma série infinita de problemas, interferindo com a nossa clareza de percepção de maneira tão grave a ponto de bloquear nossa capacidade de resolver a maioria deles. BOHM, D., Totalidade e ordem implicada: 17
Aos socráticos ofereço o mais notável introdutor da ciência quântica. Não há mais lugar à maluquices:
O problema do livre-arbítrio, muito pertinente na filosofia das religiões, recebeu nova fundamentação, através do reconhecimento, na psicologia moderna, da frustração das tentativas de olhar a experiência, no que diz respeito a nossa consciência, como uma cadeia causal de acontecimentos, tal como originalmente sugerido pela concepção mecanicista da natureza. BOHR N., cit. JAMMER, Max: 173
Meia-volta, volver! A Acrópole resplandece no alto, não no baixio da Ágora,, endereço da Babel.
Obrigada César! Visitei o seu blog e gostei muito! Me identifiquei com o post em questão, sou formada em filosofia e vivo no Kuwait, o que me faz ter que lidar com estas questões diariamente... Parabéns!
ResponderExcluirAbraço!
Carolina Bottacin