terça-feira, 13 de abril de 2010

A alienação causada pela Teoria da Evolução


Se me perguntarem qual é a minha convicção mais íntima o nome que será dado a este século, se será o 'século de ferro', 'do vapor' ouda 'eletricidade', responderei sem hesitar que será chamado o século da visão mecânica da natureza, o século de Darwin. LUDWIG BOLTZMANN ¹
A pergunta sobre como a vida funciona não era do tipo que podia ser respondida por Darwin, ou seus contemporâneaos. Eles sabiam que os olhos são feitos para ver – mas como, exatamente, ele vêem? De que modo o sangue coagula? De que maneira o corpo combate a doença? BEHE, M.: 177
O trem da alienação desceu a ribanceira, em desenfreada carreira. Tal como se vê na nuvem o desenho que se quer, a “força-maior” biológico-determinista encaixou no estudo de todas as ciências humanas. No parâmetro da nova moda, o universo social passou a ser descrito em ordem uniformemente acelerada. "O livro de Darwin é muito importante e me convém como base da luta histórica das classes."
(MARX, K., cit. JAPIASSÚ, H., 1978: 60.)
A humanidade se dividiu duplamente - primeiro, sobre nossa origem; e depois, pelo desdobramento sociológico, político, e principalmente econômico.
A analogia sobre a crise financeira serve para mostrar que as teorias de Darwin - agrupadas no que se convencionou chamar de "darwinismo" - foram mais longe ainda: extrapolaram os limites da biologia e colonizaram outras áreas da ciência, influenciando várias esferas do pensamento humano. Mais até do que uma analogia, a evolução por seleção natural é um elemento crucial da teoria econômica moderna, segundo o economista José Eli da Veiga. 'A ideia é que qualquer sistema evolutivo obedece às leis do darwinismo. E a economia é certamente um sistema evolutivo', afirma Veiga, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP.  Estadão,08 de Fevereiro de 2009
Economistas sóem equacionar a escassez, não a abundância: "O que impulsionou o autor de O Capital a decretar ‘uma verdadeira capitulação da liberdade face à necessidade foi a ambição de erguer a sua ‘ciência’ ao nível da ciência natural, cuja categoria fundamental era ainda a necessidade." (ARENDT, A., On Revolution, 1963, cit. GIORELLO: 243) -
Os chamados criacionistas, e mesmo muitos cientistas elencaram uma série de falhas metodológicas na concepção de DARWIN, de modo que embora tolerada, ela nunca encontrou unanimidade. Diferencia-se de uma Teoria Quântica, por exemplo, de muito mais difícil entendimento, mas nem por isso refutada.
São extraordinárias as falhas e incongruências da teoria darwiniana. Há muito, ela deixou de ser unânime entre os pesquisadores, pois carece de métodos científicos e vem sendo desmentida por vários ramos da ciência. A paleontologia é atualmente o principal argumento contra tal teoria.
CORRÊA, Mauro. -
http://www.lepanto.com.br/dados/Evolucion.html
Nem a física de Newton nem a biologia de Darwin disseram muito que possa contribuir para um quadro coerente de nos mesmos dentro do Universo. A biologia darwinista, quer em sua versão original bruta é determinista (a sobrevivência do mais forte), quer na versão neodarwinista com ênfase na evolução aleatória tem pouco a nos dizer acerca do porque de estarmos aqui, de como nos relacionamos com o surgimento da realidade material e muito menos a cerca do propósito e significado de qualquer evolução da consciência além da conclusão muito simples e utilitária de que a consciência parece 'conferir alguma vantagem evolutiva'.  FEYNMAN, Richard P., cit. GLEICK, J.: 182
Por via das dúvidas, colocamos ambas, per se antagônicas, para o juízo de quem se dispuser escolher:
Embora as escolas evangélicas brasileiras procurem conciliar as ideias darwinistas com o criacionismo, a verdade é que, para os defensores da versão bíblica da criação do mundo, a teoria da evolução representa um inimigo a ser combatido a todo custo. Nos Estados Unidos, a oposição ao darwinismo se tornou uma guerra que frequentemente chega aos tribunais. Nos últimos anos, muitas escolas americanas de ensino fundamental e médio simplesmente substituíram os ensinamentos de Darwin pelo criacionismo nas aulas de ciências e de biologia. Duas dezenas de estados americanos já criaram leis que obrigam os colégios a ensinar o criacionismo ao lado da teoria da evolução. O último deles foi a Louisiana, em junho do ano passado. A manobra é constantemente motivo de processos judiciais por parte de pais de alunos – que em geral são derrotados nas decisões dos juízes.
Revista Veja, ed. 12/2/2009
Essa dicotomia me remete à disputa entre esquerda e direita, entre o comunismo e o nazi-fascismo. É o que fazem as escolas ocidentais:
"Escolham o que melhor lhes convém".
Pois bem. NIELS BOHR (cit. DESCAMPS, C.: 103) há século advertiu:“Uma verdade superficial é um enunciado cujo contrário é falso"
Parece inequívoco que a postulação platônica da criação divina não encontra mais o menor amparo, pelo menos no campo da ciência. É admirável sua insistência, e a desconsideração pelas imagens do HUBBLE. O estupendo telescópio, pelo mesmo princípio no qual tivemos ciência que a Terra não é o centro do Universo, dá conta que há cerca de quinze bilhões de anos houve o momento singular - a concentração e colapso energético que expeliu todo o espaço e toda a matéria. O Universo foi se expandindo e resfriando em processos de redemoinhos e concentrações. Os astrônomos vêem a luz emitida pelas galáxias e quasares alguns bilhões de anos após o incidente primordial, e chegam ao BigBang através da radiação cósmica de fundo. E por aí vai. Pois bem. Afastada a hipótese de tudo ser criado em seis dias, e no sétimo DEUS cansado ter ido descansar, e aquela outra igualmente por demais inverossímel da Arca de Noé, apenas isso coroa a Teoria de DARWIN sobre a vida e a sobrevivência do mais apto? Pois por bizarro, o HUBBLE demonstra que o passado sobrevive, tanto que pode enxergá-lo!
Quanto a Darwin, ele se arranjou por meio de laboriosas ‘negociações’ teóricas, manipulando como podia as definições e os conceitos. O essencial é ver essas manobras como elas eram, em seu contexto, com seus lados bons e seus lados maus; e, depois disso, não procurar dissimulá-las com elogios superficiais ao 'gênio' darwineano'.
THUILLER, P.: 210
O princípio da casualidade, antes considerado o fundamento incontestável de toda interpretação dos fenômenos naturais, revelou-se um referencial estreito demais para abarcar as regularidades singulares que regem os processos atômicos individuais. BOHR, N., Física atômica e conhecimento humano: 30
O professor ERNEST B. TRATTNER (Einstein, um estudo: a teoria da relatividade, in Einstein por ele mesmo: 18.) foi categórico: “Meia dúzia de símios, postos a martelar numa máquina de escrever durante milhões de anos, não seriam capazes de reproduzir uma só frase dos livros de Einstein”.
Malgrado tantas advertências, ainda patinamos nessa formulação composta à luz de velas. Poucos se debruçam examinar seus fundilhos. Alguns falam em E.Ts. Neste caso, ampliaríamos o impasse. Uma tentativa mais consistente para reformulá-la segundo nossos critérios parece distante. Será que um espetacular cruzeiro de cinco anos em iate real realizado nos primeiros quartos do século XIX, algumas quinquilharias embarcadas, cálculos projetados à densidades populacionais, a chaga imperativa da sobrevivência, esta aviltada pela época de carências e parcos recursos, fortes para dar asas às assombrações malthusianas, outras coincidências arroladas, e gotas de imaginação seriam assim tão decisivas para assegurar a perfeição do trabalho, de modo que ele próprio não necessite no mínimo evoluir, contrariando até mesmo seu trunfo?
O entendimento de que “da guerra da natureza, da fome, da morte, forma-se o mais nobre objeto que somos capazes de conceber: a produção de animais superiores” o menos avisado pensaria ser discurso nazista; porém, assim não o é. Esta eloqüente frase foi proferida pelo nosso parente símio. (DARWIN, Charles, cit. CARVALHO, E.M.M.: 21).
JOHNSON (p. 4) descreve como a "meritosa contribuição" não se restringiu à estupidez soviética:
“A noção de Darwin relativa a sobrevivência do mais adaptável foi elemento chave tanto para o conceito marxista da luta de classes quanto para as filosofias raciais que deram forma ao hitlerismo”.
Urge readequar motivação do engenho:
É nisso que aqueles que se empenham em melhorar a sorte do homem podem fundar suas esperanças: os seres humanos não estão condenados, em razão de sua constituição biológica, a aniquilar uns aos outros ou ficar a mercê de um destino cruel que eles mesmos se afligem. Einstein, A., Escritos da maturidade: artigos sobre ciência, educação, relações sociais, racismo, ciências sociais e religião: 133
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Nota
1. Populare Schriften Essay 1, theorethical physics and philosophical problems, p. 15; cit. Coveney, P. e Highfield, R., p. 135. Boltzmann defendeu o mesmo ponto de vista na palestra sobre a Segunda Lei da Termodinâmica, proferida em 1886, num festival da Academia Austríaca de Ciências.

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