quinta-feira, 7 de maio de 2009

O carma ocidental - 23. O pânico germânico

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Haverá uma nova classe, uma nova hirerarquia de verdadeiros e pretensos sábios e o mundo ficará dividido entre uma minoria que governará em nome da ciência e uma enorme maioria ignorante. Então essa massa ignorante que tome cuidado! Podemos ver como sob todas as fases democráticas e socialistas do programa do sr. Marx sobreviveriam no estado por ele criado e as características cruéis e despóticas de todos os Estados, seja qual for a forma de governo que se utilizam e que, em última análise, O Estado do Povo tão entusiasticamente recomendado pelo sr. Marx e o Estado aristocrático-monárquico mantido com tanta habilidade pelo sr. Bismarck são completamente idênticos tanto nas suas metas internas quanto nas externas.

BAKUNIN, MICHAEL, Obras, 1910; cit. WOODCOCK: 128.
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Depois do carma subverter quase todas as ciências e filosofias, era a vez da política, e, por consequência, da civilização, se precipitarem pelo despenhadeiro:..
“O desencanto do mundo e o progresso da ciência calculista, levando à perda total não somente do mistério, mas do desejo de revelar o mistério, provocaram o irracionalismo da dominação.” (HAGUETTE, T. M. F. org., HAGUETTE, A. , BRUHL, D., OLIVEIRA, M. A., DEMO, P., Dialética Hoje: 26)
“Sob influência dos filósofos absolutistas e autoritários, Hegel, Marx, Comte e uma pletora de epígonos contaminados por esta magia negra da política que é Ideologia - o Liberalismo recuou a partir da segunda metade do século XIX." (PENNA, J. O. M: 179)
“Hegel foi o filósofo clássico de todos os totalitarismos estatais e políticos, tanto os da direita (nazismo) como os da esquerda (comunismo).” (ROHDEN, H. 1993: 157)

A marxisma
“Toda a política dos filósofos se resume em por a onipotência do Estado ao serviço da infalibilidade da razão, a fazer da razão da razão pura uma nova razão de Estado”. (SOREL, ALBERTO, L'Europe et la Revolution Française, T.I, Cap.II; cit. PRELOT, MARCEL, Vol. II: 293)
MARX aprovava a originalidade baconiana, a possibilidade da translação dessa "magnífica" ciência ao campo social, a partir da dialética de HEGEL. Numa das Teses sobre Feuerbach (décima-primeira) propôs:
“Os filósofos tem se limitado a interpretar o mundo de maneiras diversas; trata-se de transformá-lo.”
“Bismarck compreendeu muito bem o partido que poderia tirar das idéias do socialismo de cátedra: usou-as como um instrumento de luta contra o socialismo e como meio de expandir o poderio do Estado.” (HUGON, P., História das Idéias Políticas: 279)
No final do século XIX, a principal influência sobre a teoria acadêmica social e econômica era das universidades. A idealização bismarckiana do Estado, com suas funções previdenciárias centralizadas foi devidamente reestudada pelos milhares de ocupantes de postos-chave do meio acadêmico que estudaram em universidades alemãs nas décadas de 1880 e 90.
SCHESINGER, ARTHUR M., The Crisis of the Old Order 1919-1933; 20; cit. JOHNSON, P.: 13
Por volta de 1900, instalava-se em Zurich um notável club. Recordemos alguns nomes significativos presentes no aprazível recanto: ROSA DE LUXEMBURGO, GEORGE PLEKHANOV, MUSSOLINI, KARL RADEK & LÊNIN. A plêiade tinha como pauta destrinchar as postulações do patrono da causa, e assim pretensamente encaminhar o progresso dos povos, que na verdade se resumiam nos seus.
Marx, enquanto materialista, enquanto alguém que advoga que toda a realidade e matéria, porém não apenas isto, que toda a realidade e matéria obedece a leis que são absolutamente determinadas não apenas é materialista, como também determinista, isto é, crê ser possível compreender a realidade de tal forma que, uma vez descoberta suas leis, poderíamos antecipar seu futuro desenvolvimento e O Capital tem a pretensão de ser a obra que descreve o desenvolvimento das leis econômicas da sociedade moderna.
PEREIRA, JULIO CESAR R., Epistemologia e Liberalismo - Uma Introdução a Filosofia de Karl R. Popper: 134
O baluarte TRÓTSKI (cit. FADIMAN, CLIFTON, org.: 318) assim descreveu o resultado do alto conclave:
Com base num profundo e abrangente estudo da ciência, Lênin provou que os métodos do materialismo dialético, tal qual formulados por Marx e Engels, eram inteiramente confirmados pelo desenvolvimento do pensamento científico em geral e pela ciência natural em particular.
EINSTEIN também estava por lá, e até foi convidado às belas reuniões. Naturalmente jamais compareceu. Alegou ser "herético." Ele próprio, sem querer, demascararia a "ciência" platônico-newtoniana de MARX muito antes de sua mais radical implantação. Se E=MC2, o materialismo não tinha, como não tem, sequer, objeto. Por DEEPAK CHOPRA (Criando Prosperidade-A Consciência da Riqueza no Campo de todas as Possibilidades: 19)
Sintetizando, posso dizer que a conclusão fundamental dos estudiosos do campo quântico é que a matéria-prima do mundo não é material, as coisas essenciais do universo são não-coisas. Toda a nossa tecnologia baseia-se nesse fato, que faz cair pode terra a atual superstição do materialismo.
A farsa cientística era e é incompatível com a ciência:
A Teoria da Relatividade foi condenada, não porque (como na Alemanha Nazista) Einstein fosse judeu, mas por razões igualmente irrelevantes: Marx havia dito que o Universo era infinito e Einstein havia tirado certas idéias de Mach, proscrito por Lênin. Por trás de tudo estava a desconfiança de Stálin de qualquer idéia remota associada a valores burgueses. Ele estava levando adiante aquilo que os comunistas chineses mais tarde chamariam de Revolução Cultural - uma tentativa de mudar, por decreto e uso da polícia, as atitudes humanas fundamentais em relação a uma gama de conhecimentos.
JOHNSON, Paul: 381
As razões, todavia, não eram irrelevantes; pelo contrário:
“Moscou, o quartel-general do ateísmo, viu na Teoria da Relatividade incompatibilidade entre ela e o materialismo soviético fundamentado no marxismo.” (MONTEIRO, IRINEU, Einstein: Reflexões Filosóficas: 84)
O cisco caia nos pés dos carrascos bolcheviques, era empurrado para baixo do tapete, mas a máscara científica se dissolvia como açúcar:
Na União Soviética, do tempo de Lenine, se fez grande silêncio sobre a teoria de Einstein, porque os pontífices do Governo haviam declarado que o átomo não podia ser dividido, por ser a base da matéria, e sem matéria não haveria materialismo, um dos pilares do comunismo.
ROHDEN, H. Einstein: O Enigma do Universo: 56
Como poucos se deram conta do decisivo descortínio, e os que perceberam, trataram de desconstituí-lo, a estupidez cresceu e se espraiou por 3/4 do globo.
“Quando surgiu o bolchevismo na Rússia, ele se apresentava como a 'antítese' do sistema liberal capitalista. A 'antítese' fundiu-se com a 'tese', produzindo a 'síntese' intitulada 'Ditadura do Proletariado'.” (SALGADO, PLINIO, Doutrina e Tática Comunistas: 27)
O Marxismo introduziu dois axiomas: o de que a sociedade está dividida em classes cujos interesses estão em eterno conflito; e o de que os interesses do proletariado - só realizáveis através das lutas de classes - exigem a nacionalização dos meios de produção, de acordo com seus próprios interesses e em oposição aos interesses das outras classes.
VON MISES, LUDWIG, Uma Crítica ao Intervencionismo: 139
Assim, para atender a demanda, aprontaram-se para entrar pelo novo túnel (ou túmulo) dialético recém construído, respectivamente, pela esquerda, puxando uma composição quase do tamanho da metade da Terra, a “científica” locomotiva marxista, aditivada pelas constatações evolucionistas-darwinianas aferidas em monitores cartesianos, magnificamente pilotada pelo “ás” de Zurich, LÊNIN; e pela direita, também autodenominada “científica”, a ainda mais obsoleta, mas tão pesada e até mais comprida que sua composição rival, a locomotiva da história sem fim, a plêiade “raça e tradição” do Expresso Nacional-positivista, pelos vagões de MAQUIAVEL ROUSSEAU, SAINT-SIMON, HEGEL, COMTE, MILL, BENTHAM, CAVOUR, & BISMARCK, o famoso trem Fascista, magnificamente pilotada no trecho pelo outro “ás” de Zurich, MUSSOLINI, logo repartindo a demência com HITLER. Perfeitamente alinhados ao embate, cientes e decididos a se chocarem, de frente, já pelo início do século XX, eles arrancaram rumo ao colossal estrondo. Máquinas e vagões até hoje se imprensam, ecoando a mais completa insensatez. EINSTEIN cit. THULLIER, PIERRE, Ciência e Subjetividade: O Caso Einstein, in THOMAS, H. e THOMAS, D. L., Einstein, Perfil bibliográfico: A Vida do Grande Cientista, in Einstein por Ele Mesmo: 143) da própria Zurich de 1900, assim já lamentava:
“De tudo isso, não restará nada além de uma poucas páginas deploráveis nos livros de história, que retratarão suscintamente para a juventude de gerações futuras os desatinos de seus ancestrais.”
O “herético” pode ser profeta e testemunha.
“Em nome do progresso humano, Marx provavelmente causou mais mortes, miséria, degradação e desespero que qualquer outro homem que já tenha vivido”. (DOWNS, ROBERT BINGHAM: 101)
KARL pecou por miopia, vigarice, ou talvez tenha sido vítima de uma precipitação, provavelmente de origem juvenil, na melhor das hipóteses; mas conseguiu embrulhar, carregar populações do mundo inteiro, arrastadas por uma corrente cada vez mais grossa, até transformar-se num rio arrasador. Empregou, infelizmente, metade da população a defendê-lo e outra metade a defender-se, antes de ser enterrado, com grande festa e muito champagne, embaixo das pedras do muro que propiciou construir, onde ainda hesitam alguns suspiros. Como disse JAMES BUCHANAN (cit. KLAUS, VÁCLAV, Ministro das Finanças da Tcheco-Eslováquia de 1991, Presidente da República. - Demolindo o Socialismo, série Ensaios e Artigos - Inst. Liberal, R. Janeiro, 1992: 10), “o socialismo está morto, mas Leviathan ainda vive”.
Lamentável é o morto-vivo morar no Brasil.

O dano social darwineano
Depois de ter sido incorporada por Charles Darwin como uma metáfora para ilustrar o mecanismo evolutivo das espécies biológicas, foi reincorporada por sociólogos como uma confirmação oferecida pela história natural dos processos que atravessam a história humana"
SCHWARTZ, J.: 57
"Toda a teoria darwineana da luta pela existência é simplesmente a transferência, da sociedade à natureza viva, da teoria de Hobbes sobre a guerra de todos contra todos e da teoria econômica burguesa da concorrência, bem como da teoria da população de Malthus." (WALLACE, A.R. e YOUNG, R., Sciences studies, 1971, p. 184; cit. JAPIASSÚ, H. 1978: 56)
O entendimento de que “da guerra da natureza, da fome, da morte, forma-se o mais nobre objeto que somos capazes de conceber: a produção de animais superiores”, o menos avisado pensaria ser discurso nazista; porém, assim não o é. Esta eloqüente frase foi proferida pelo parente símio, nosso CHARLES. Acima dos conflitos, além do “bem” e do “mal”, pois, a teoria darwineana incitou a presença decisiva e protetora do paladino despótico. P. JOHNSON (p. 4) descreve a "meritosa contribuição":
“A noção de Darwin relativa a sobrevivência do mais adaptável foi elemento chave tanto para o conceito marxista da luta de classes quanto para as filosofias raciais que deram forma ao hitlerismo”.
O pior de tudo é a proliferação de macaquitos acadêmicos:
Mais até do que uma analogia, a evolução por seleção natural é um elemento crucial da teoria econômica moderna, segundo o economista José Eli da Veiga. 'A ideia é que qualquer sistema evolutivo obedece às leis do darwinismo. E a economia é certamente um sistema evolutivo', afirma Veiga, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP.
Estadão,08 de Fevereiro de 2009
Se o "economista" leu ADAM SMITH, mas não alcançou assimilá-lo, urge dar a conhecer:
A seguir, a visão da evolução como uma crônica competição sangrenta entre indivíduos e as espécies, um desvirtuamento popular da noção de Darwin da 'sobrevivência dos mais aptos', dissolve-se diante de uma nova visão de cooperação contínua, forte interação e dependência mútua entre as formas de vida. A vida não conquistou o globo pelo combate, mas por um entrelaçamento. As formas de vida multiplicaram-se e tornaram-se complexas cooptando outras, e não apenas matando-as.
SAGAN, D., cit. DAWKINS, R.: 288.
Bis Marx
A Revolução Francesa mostrou ao mundo a potencialidade da união popular:
“O homem no estado natural de Rousseau se tornou, no século XIX, o ‘povo’ de Mazzini e o ‘proletariado’ de Marx. “ (ROSSELI: 118)
Imediatamente ela se confirmaria como o mais eficaz método de lograr o máximo poder, e justamente por sobre a Alemanha. Os alemães não se ativeram no miserável destino do Corso, e caíram no conto espartano, o mesmo que embalara o Império Romano.
Fichte estabeleceu que a educação deveria ter por objetivo destruir o livre arbítrio, de modo que as crianças, depois de deixarem a escola, fossem incapazes, pelo resto de suas vidas, de pensar e agir de maneira diversa daquela que seus mestres teriam desejado.
Não a Grécia, a Itália ou a França, a subcultura greco-romana, enfim, poderiam realizar o sonho de PLATÃO. Esses povos perfaziam uma subraça, e demonstravam a certeza da tosca classificação darwineana:
A derrota frente a Napoleão e a resoluta defesa por parte dos intelectuais da supremacia da cultura germânica converteu-se em ideologia popular: surgiu o sentimento de que a verdadeira força de uma nação residia no âmbito do espírito e da cultura. Segundo Soppè, entre 1850-80 dominava na ciência alemã um materialismo mecanicista, segundo o qual a realidade obedeceria a leis inerentes às próprias coisas, matéria e força seriam constituintes últimos do real. Dentro desta perspectiva, o objetivo da ciência seria o estudo da matéria com vistas a descobrir as leis mecânicas que regem o mundo.
PEREIRA, JULIO CESAR: 38
Já em 1808 houve a primeira reação:
Só a Alemanha, doravante, e não mais qualquer Estado e principalmente a França, se acha qualificada para realizar a humanidade. O problema presente, a primeira tarefa é simplesmente o de preservar a existência e a continuação de tudo o que é alemão.'
(FICHTE, J.G., Discursos a Nação Alemã: Nacionalismo e Formação Nacional, cit. EDWARD, McNALL, LERNER, R., & STANDISH, M.: 573)
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Da Itália, ANTÔNIO GRAMSCI (cit. por COUTINHO, C. N., Gramsci - Um Estudo sobre Seu Pensamento Político: 1) tocava lenha na caldeira do trem dos infortúnios:
A Revolução Francesa abateu muitos privilégios, despertou muitos oprimidos; não fez mais, porém, do que substituir uma classe por outra no domínio. Deixou, contudo, uma grande lição: que os privilégios sociais, sendo produto da sociedade e não da natureza, podem ser superados. A humanidade necessita de um outro banho de sangue para cancelar muitas dessas injustiças.
Os alemães aprenderam com BISMARCK a renunciar à aspiração pela democracia em troca da união política e a infiltração da disciplina militarista em todas as esferas da vida.
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Tal qual Esparta, o cidadão deveria colocar sempre os interesses os interesses da nação acima de seus próprios e egoístas interesses:
O termo Volkswirtschaft foi empregado na Alemanha, durante muito tempo, pelos partidários da onipotência governamental. Com a tendência moderna de planejamento nacional e de autarquia nacional, a doutrina implícita nessa palavra alemã tornou-se popular por toda a parte. É o socialismo realizado nas fronteira políticas de cada nação.
MISES
, LUDWIG von, Ação Humana - Um Tratado de Economia: 316
O sucedido o mundo sabe, bem como a impressionante seqüência de clones e impostores gerados pela luz do energúmeno, a começar por HITLER e MUSSOLINI. Entre eles, os aniversariantes do dia: o iuguslavo marechal Tito (Josip Broz Tito ( 7 de maio de 1892 ; - 4 de maio de 1980), e a ex-speaker da rádio Belgrano, a atriz tornada imperatriz argentina, Evita (María Eva Duarte de Perón, 7 de Maio de 191926 de Julho de 1952).

Eis nossa próxima atração, ainda hoje, como convém a um presente de aniversário.

O carma ocidental - 24. A fita da atriz Evita

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