Havia na TV um programa sensacional. Catalizava a atenção da petizada, e dos adultos também. O desafio consistia no seguinte: o menor subia ao imenso palco, repleto de brinquedos. Seu tempo era cronometrado no minuto. O que juntasse seus braços, levava para casa.
A criança entrava no salão tal qual miúra na arena. Ofegante, torcia o pescoço para todos os lados.
A inteligente pegava as maiores caixas para a base, daí erguendo um edifício de quinquilharias.
A afoita partia logo aos mais brilhantes, e talvez por isso, ficasse ofuscada a ponto deles escapulirem dos braços, frustrando a si, os pais, os parentes e os amigos que estavam na frenética torcida. Enquanto despencavam os objetos, a câmera mostrava as feições da platéia e os olhos incrédulos do pequenino ator, coitadinho.
* * *
Ano que vem acaba a farra dos atuais protagonistas do espetáculo.
Quantos brinquedos neste lapso poderão ainda agarrar?
sábado, 19 de setembro de 2009
Agarre o que puder
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