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O Champagne abre-se à noite. Por enquanto, saque a rolha do Gênio.Pronto. Realizem-se os desejos!
BOA SORTE, 2009!
C.A. Duarte Ramos - cesar.augusto@dr.com
Quando se digiria ao nosso planeta, o Agente pra Frente
realizou pitstop na SiderALL Base. 009 concedeu
entrevista exclusiva à Foca Lisa. Ei-la, na íntegra:
O sr. vem precedido de enorme cartaz. A que se deve tanto barulho?
Mereço. Ninguém pode estar mais perto do futuro.
Faz boa viagem? Como está o tempo por lá?
Todos lidam justamente com isso.
Muito quente? Mau tempo? Aeroporto fechado? Neve? Tsunami?
Nada, vivente. A preocupação paira sobre tempo sim, mas o que se vive, o que tem fim. A
passagem do Tempo. Pronto!
Não vamos ler artigos agora. Seja mais claro, senhor Agente!
Preocupa-nos a quase centena que recebemos, especialmente com os últimos, o que faremos.
Qual a dúvida?
A coisa ficou mais complexa, mas ninguém tem pressa. A pressa trás a morte depressa. Aprendemos a coletar o tempo de todos. Isso significa, em primeiro plano, o dos presentes, juntos ou distantes; e inclui-se, por tantas inferências, os tempos que já não são visíveis, ou aguardam conferências. São por demais relevantes.
Quê confusão. Mas bah, tchê, índio véio. Ôigalê!
Até bicho no salão se vê. Em algum nicho vira emaranhado, mas fazer o quê? Somos nós e nossas circunstâncias. Elas estão cada vez mais amplas, desgarradas de modo espantoso; porém, se não as salvarmos, não nos salvamos.
Concordo. Mas se vale o tempo invisível, como remunerá-lo?
Esqueça hábitos antigos, passes de papelucho. A sociedade é de amigos; e não há nenhum gorducho. En passant, coexistem o gaucho e o gaúcho, mas ainda não se cumprimentam. Muito engraçado.
Não fuja da questão, por favor. Queremos saber sobre as remunerações.
Dos reais conta-se muito naufrágios, afogados em furados sufrágios. Reais de cem, desde Féliz hc não mais se vê. Estão náufragos em ilha deserta, propriedade de gente muito esperta. Circunda-lhes tubarões, crocodilos e outros répteis. Ao centro, em paredes de aço, ergueram o templo aos semideuses, Querem bem protegê-los. Estão inacessíveis ao laço, pois.
Não viu nem a cor do dindin?
Disseram que é bilhete-azul. De fato, sumiu com a cor apropriada. Do Triângulo das Bermudas não tem volta. Mas sabemos onde se esconde: jaz por baixo dos panos, abraçado com o remanescente de Cuba, alguns míseros austrais, e os petrodólares, da Venezuela, em preto ou vermelho, mas não rubro-negros.
Mas que conversa. E daí?
Dinheiro, só pelo Paraguai. Nem neto vê o vil objeto.
Afinal, que moeda circula?
São muitas, mas nenhuma transportada por mula. É mula lá, e nós aqui. Vive-se fartura, sem farta. Escambo sofisticado, se preferir.
Mas se ninguém dá bola ao dinheiro, qual é o denominador comum?
Meios de troca: informação, música, técnica, idéia, sonho, conhecimento, arte, cultura, humanismo, compaixão, solidariedade, gratidão. Mister o respeito ao indivíduo. Ele é o átomo que causa o Big-bang. Massa é na pizzaria. Som e luz. Isso é que vara o EspaçoTempo.
Muito lírico. Até sonho é moeda de troca. Queria saber como ele transita. Ademais, dispensam a pizza. Vivem de luz, como atocha a australiana.
Passear pela vizinhança não cansa. O passageiro se alimenta, dorme, trabalha, caminha, ama, vive feliz, quase do mesmo modo como se conhece aí, no passado. Se tiver alguma farinha no saco, passa bem. Quem nada tem, na carona vem. Pessoal gosta de coisas simples: futebol, praia, samba & cerveja.
Quase igual. Não fossem as taxas e os juros cobrados pela farinha, depois de tropeçarmos em pobres ao relento, teríamos um replay. Que inveja! Seria força da lei, nobre mensageiro?
De fato, o povo está bem mais culto, civilizado. Ninguém se vale de medida provisória. Nada é provisório. O tempo passa, e define. Qualquer indivíduo é ensinado a traçar sua própria História, porque ela não tem volta. Quando apto, o cidadão redige a Constituição que lhe é compatível, e a registra erga omnis*. É o primeiro a querer preservá-la. À consagrá-la, cumpre.
E a tramitação burocrática?
Não há. Os registros são calcados na eternidade. São invioláveis e não são falsificáveis. Acabamos com impostos. Não se pode impor nada a ninguém. Nada se cobra. Tudo é patrocinado. Existe apenas um cartório no globo, on line 24 horas for you, tipo de pregão de recados. É o bastante. O resto é ranço daquele gatuno palerma, tal de João VI.
Mas gostaria de acrescentar uma curiosidade.
Pois não.
Por feriadão ninguém reclama. Todos os dias são de realizações, ou de ócio, mas criativo, como ensina teu contemporâneo italiano. Dulce far niente, ou quase. Pela não-ação, tudo pode ser feito também. Mesmo dormindo, mesmo trabalhando, mesmo se divertindo.
Isso vai demorar. E muito. O que interessa mesmo é a Economia. Aqui não tem blábláblá. Só agonia. Informe mais. Abra o jogo.
Não se restrinja a rótulos, muito menos rotule. A demora diminui a cada instante.
Donde vim já não se faz economia. A moeda quanto mais espraiada, maior valor assume. É uma economia que em vez de economizar, gasta, à vontade. No gasto visceja o pasto. A onda sobe a praia e desce revigorada, para encorpar a próxima. Todos ganham, ninguém perde.
Não há inflação, muito menos recessão, como sói acontecer.
Qual locomotiva puxa o trem?Era só o que faltava.Isso é do Agente pra Trás, esse teu 008. O trem vai ao desuso.
Ora preferem seus próprios tapetes, mais compatíveis com a intensidade e leveza cósmicas. São de energia reciclável, e não-poluentes.E quem não tiver tal veículo?
Aos despossuídos passarinhos se encarregam de trazer as boas novas.
Sim, os idiomas estudados não se restringem às nacionalidades. A linguagem animal também começa a ser ensinada. Quadrúpedes, aves e outras espécies fazem parte do nosso universo. Porque não devemos interagir? Você já deve saber: as vacas holandesas adoram violino. Já pensou sussurá-las no ouvido? .
Existem o Centro Cultural Norte-Bichano; Aliança da Tigresa;
e Yauau, já sabe para quem. Falta apenas um curso para entender anta. Neste caso, poderão interpretar o que aconteceu no passado recente. Mas há uma determinação expressa: títulos de eleitor são vedados a esses novos participantes. Já chega os analfas. .
..Fale-me da loco motiva, ou coisa que o valha!
No Paraíso havia esse congraçamento, e os animais votavam.
Mas não os vegetais e inanimados. Ora também recebem atenção..
Na avenida dialética, em frente ao eixo monumental, mora o Banco da Ética. Ele substitui a Central do Brasil. Juros foram abolidos, por perniciosos. Em vez do círculo vicioso da especulação, implementamos o círculo virtuoso da produção. Juntos, finalmente, chegamos lá!
Que política adotaram para extinguir tão rapidamente os sanguessugas?
A política prefere o palco. Políticos apenas representam. Quanto menos fizerem, menores se tornam prejuízos, frustrações e atrasos. É a gente que faz.
E não existe nenhuma arrecadação?
Insignificante. São os patrocinadores que amparam os carentes, já disse. Os investidores de campanha ora investem na própria população. Economizamos tráfego, e atravessadores. Aos caciques, que também nada fazem, basta-lhes o cocar. Nada se desperdiça por aqui. Especialmente gente. É investimento de retorno garantido.
Fale mais.
Antes advirto: muitas peculiaridades nos cercam; mas o câmbio é por velocidade de cruzeiro.
Ao assunto, please.O conhecimento compõe o capital de maior valia.
Curso adiantado é do neolatim, da Escola Electron de Línguagem Universal. A EELU traduz os hieroglifos atômicos. Isso ocasiona um avanço considerável à Medicina. O câncer terá o destino da lepra. AIDS, nunca mais. Terminadas as tarefas, não iremos em busca do tempo perdido, como o tonto, mas à própria fonte da juventude!.Nem tanto. Seu contemporâneo, o Físico Amit Goswami, já sabe:
Não acredito Sr. 009. O futuro que pinta, beleza igual gostaria viver.
Contudo, passarão gerações em "velocidade de cruzeiro". Ninguém
poderá comprovar o acerto de suas palavras. Portanto, são improváveis.
Na EELU aprendemos três conceitos revolucionários: movimento descontínuo, interconectividade não-localizada e, finalmente, somando-se ao conceito de causalidade ascendente da técnica newtoniana, o conceito de causalidade descendente, a consciência escolhendo entre as várias possibilidades o evento que ela quer real.
Isso mais parece escola de mágica.
"O núcleo do novo paradigma é o reconhecimento de que a ciência moderna confirma uma idéia antiga - a idéia de que consciência, e não matéria, é o substrato de tudo que existe."
Marx jaz envergonhado embaixo do muro que compôs. Óps, desculpe.
É muita enrolação.
Vislumbro real horizonte. No Hubble faço meu ágape. Pensei bem satisfazê-lo. Todavia, caso goste de provas, indico-lhe locais apropriados, por aí mesmo: escolas, autódromos, tribunais, laboratórios médicos. Licença.
Hum ...
Bem, se me permite, o melhor já descrevi. Considere-se, pois, norteado, não desnorteado, muito menos nocauteado.
Hei, alto-lá! Para onde vai, senhor 009?
Calma. Vim resgatá-los.Vou ancorar. Ficarei em exibição pública até a volta da F1. Ela virá ainda mais opulenta, maior espaço interno; e com navegação totalmente eletrônica. Mas, se duvida de mim, pobre 010.
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* Termo jurídico do Império Romano. Assegura o direito (também a obrigação) perante todos os demais.
Seu Quarentinhaaa!, inesquecível Agente Potente 968: Pom Tia!!!!!
Bom.Fale-me do antecessor.
Ué, algum meteoro lhe picou?
Não. Estou em missão de partida. Gosto de ser rápido e objetivo, só.
Venha conhecer 009 e TriPulantes, em missão de nosso resgate.
Deixa eu ver... Mas a maioria eu já conheço! Gente que me foi
antepassada! Isso é o que tua gente ainda não assimilou?
Não vem ao caso.
Como não? Além de emails e as manchetes sanguinárias, o que mais lêem?
Gostamos de novelas. Em todos canais, ao mesmo tempo, passam novelas.
Mas para que tantos canais, se todos passam a mesma coisa?
Canais são para faturar. Se o mar da novela é o que dá peixe, que mal tem para lá acorrerem todos os pescadores? Ademais, povo alienado não enche o saco.
Xi, o dia será duro.
Dizem, ficava no muro.
Procede tamanho rumor?
Trouxe bastante mega? Dá para escrever uma enciclopédia. Melhor apontar o que quer saber.
Ao encerrar minha visita preciso levar um relatório. A imaginação, passados 40 anos do Quartier Latin, chegou no poder?
Sim, mestre, e como, não viu? A espada foi aposentada. Féliz tratou da armada. Comprou um moderno portaviões, pero usado. Uns dizem besteira. Boas línguas admitem a pechincha: a Copa do Mundo, a da bobeira.
Você achou melhor trocar o caneco por um elefante-branco?Nada nos foi perguntado. Na ocasião se dizia que o Funil não tinha dinheiro para ficar aí importando veículos.
Péra. Se não tinha dinheiro, porque importou o veículo mais caro do mundo?
É que o colosso veio de lambuja. A Tansa havia largado sete bombas atômicas na Amnésia, que ela diz que é dela. Imagine se não fosse. O mundo se revoltou. Era o momento certo de adquiri-lo. Mas para automóveis, o país não tinha dinheiro não.
O Funil nunca comprou carros. Até Bangladesh tem importados. Quem paga o preço, e alto imposto, são os cidadãos, não o país. Ninguém tinha dinheiro?
Neste país existe muita gente trabalhadora, e de sucesso. Mas a desculpa foi essa. E pegou bem. Ninguém nunca de nada reclamou. A Geme e a Four compraram caixas de champagne. Nem os arautos que estreitavam os laços do comércio internacional protestaram. Não tiveram tempo, os coitados. Afogaram-se direto na estupenda marola que só a maldade pode fazer.
A pista aquática poderia tê-los socorrido, hehe.
Brincas com a tristeza.
Quero alegria.
Alegria é o que mais tem. A baita nave custar só um caneco não lhe parece excelente negócio? No seu tempo não tinha isso, sabemos. Graças justamente à sua inspiração, todavia, desfraldamos imediatamente a nova bandeira. A imaginação chegou ao poder, pelas agências de publicidade: Pra frente, Funil! Deu certo, Funil Tricampeão.
O sempre-na-moda Féliz inovou: a agência criou o Avança Funil. Só não se sabe para onde. O dono da agência sabia, e ensinou Féliz.
Adiantou alguma coisa?
A arrecadação se multiplicou, sem piedade.
Isso bem fazia o Tirano de Siracusa. Não é nenhuma novidade.
Concordo que tenha faltado um pouco de imaginação, mas tinha que instituir o mensalão, já à reeleição. Os fins justificam os meios.
Mas bah tchê, índio véio! Ainda com essa em cartaz? Em 1689 os ingleses liquidaram com tal metonímia. Pelo visto falta mesmo muita imaginação.
Não mesmo. A Nação ficou sem lanche, mas o Funil deslanchou. Milhões de dólares circulam em malas e cuecas por vários aeroportos. E as notas de cem reais continuam voando, soltas, com total liberdade. Ninguém sente falta.
Mas qual é o paradigma que norteia a sumidade?O lugar da espada pode ser ocupado pelo dinheiro, ou pelo amor. Também o conhecimento pode ser apto. Ao amor, temos as catedrais. Féliz preferiu trabalhar bem o dinheiro. Teve muita imaginação, e fez.
Ai! Carrapato não tem pai. General recebe instrução militar, e sabe bem usar a espada. Do amor, entendem os embaixadores da Divindade. Féliz tinha formação, ou informação sobre as peculiaridades econômicas, ou sobre as conseqüências sociais da manipulação monetária em tão larga escala?
Nada, mas não vem ao caso. E, afinal, o frango a 1 deu goleada em tudo que é campo. Outra coisa: o pessoal teve que aguentar 20 anos aquele Brucutú. Era hora da onça beber água. Féliz colheu o ensejo. Dobrou a Constituição em seu favor. E como bom socio logo, fez o dinheiro circular entre os sócios.
Foi um golpe, uma falta de respeito com os constituintes. Algum deles foi consultado?
Vários. Aderiram. Mudaram de opinião. Diziam que só mortos não mudam. O passe estava ensinado, mas não foi armado, digo com armas de fogo. Não pode ser chamado de golpe. Ademais, quem não saiu forrado?
Poder-se-ia taxá-los corruptos ou birutas?
Mas o que é isso? Só trouxeram progresso. Um fato que ninguém reparou: a PIFA aderiu ao mensalão. Imaginação exclusivamente cabocla. A Copa 2014 será no Funil. Agora nossa meta é a Olimpíada de 2016. Povo distraído é mais fácil de ser subtraído. Por último, um episódio que não é mera coincidência: a eleição do Misto Redentor como vedette do mundo. Não é mesmo uma maravilha? E você acha que tais preciosidades são frutos do amor? Ão, ão, ão, pro nosso pão, o mensalão!
Só pode ser gozação.
Você não pode querer ser sempre sério. Isso é para motorista de carro-fúnebre. Preferimos alguém independente, um nome que valha já no próprio nome: Caco Valério!Quack! Este o vi em órbita.
Deveria tê-lo abordado. Com ele não mais se precisa de espada, tampouco de amor. Deixa a imaginação de lado. Ele tem os conhecidos, portanto, conhecimento. É um verdadeiro carrinho de supermercado. Com ele compramos tudo, especialmente deputado.
Três cruzes! Mas só compram? Nada vendem?
Para vender, era por outro departamento. Na promoção de Natal, Maléfico vendeu quase tudo.
E o que fizeram com tanto dinheiro?
Dinheiro é para estar bem guardado, ao máximo que se puder. Então mandamos às Caymmais. Dante levou tudo.
Divina Comédia! Que falta de imaginação!
Não é verdade. Imaginação era com Féliz. E mais do que imaginação, realização! Sonhava levar a Ma. Mute para subir na Muralha da China. Pronto, visitou todas as cortes. Curtiu safaris, praias, recepções de gala. Escreveu um livro sobre suas viagens. Cara de imaginação estava aí. Mula só teve o trabalho de lhe seguir. É mula lá e nós aqui.
Mas na Bobonne, Saint Boban dès Près e Saint Bedel clamavam por imaginação ao poder, não imaginação para poder!
Dá quase no mesmo. Tanto que o povo nem reclama.
Teu povo ainda vive?
Quando Féliz assumiu, os produtores tinham que entregar o frango por centavos. O povo encheu o tanque. Parecia saber do longo período de carestia, abstinência, miséria, e decadência ao qual estaria submetido. Zé Gallo salvou o prato de todos. Entregou algumas galinhas, digo frangos, por um farto banquete. A Tansa ficou com o caneco; mas nós, com o portaviões, o maior filet-mignon do mundo, novo Colosso dos Verdes Mares de Iracema. O que quer mais?
Os frangos eram poucos, mas dava para comê-los. E o filet do colosso, ao que serve?
Se não tivesse aviões, concordo que teria pouca serventia. Então enviamos convite ao sucessor de Chirac para que continuássemos o negócio. Ele ficou agradecido e nos empurrou algumas dúzias de caças que estavam atrapalhando, e helicópteros, e equipamentos, e um monte de quero-queros. De nossa parte, encomendamos mais uns dois ou três submarinos nucleares. Pra frente Funil! Avança Funil! Funil, um país de todos!Se é de todos, é uma Casa da Mãe Joana, para não dizer de tolerância. Ademais, Pra frente do quê? Avança no quê, ou para onde? Se não tiver guerra, vão provocar uma? Neste caso há apenas dois contendores: os uais. Não se metam com a Tina ou com a Goela. Mas se vão invadir os mais fracos, porque não o fazem de carro, em turismo? É mais barato, conserva a amizade, e evita despesa de hospital.
Não provocaremos nada. Se queremos a paz, temos que nos preparar para a guerra.
Funil em guerra faz-me rir. Acha que alguém vai trocar a praia pelos sete-palmos das trincheiras?
Se não conseguirmos, podemos transformar o colosso numa pista de rave em alto-mar. Que me diz?Tenho uma idéia melhor. Que tal uma quadra para escolas-de-samba em tournèe internacional?
Idéia genial! Atrairá a atenção mundial. A mídia abrirá manchetes. O turismo irá explodir!
Só quero ver quando a Mangueira entrar.
Senti a maldade.
Se sentiu, aja! Tenho que aplacar a fúria dos meus românticos contemporâneos.
Vou passar a noite procurando algo do agrado, excelência. Até amanhã, sr. Embaixador.
Esqueça. Traga-me um disco do Jeca Pacotinho. Avisarei minha turma que 008 se prepara para a Copa do 014 e a Olimpíada do 016. Até lá, tem tempo. No 018 retorno. Segurem-se. Estarei fazendo 50 anos. Serei o Cincoentinha, bem claro. Não me venham com Fifty-fifty.
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O imaginário popular é pródigo em precipitações.
Algumas são engraçadas; outras imprimem drásticas conseqüências. Foi por causa das dubiedades, dos dous lados, como gostava Machado,
ou dos marotos trocadilhos, ao sabor de Pessoa, que Descartes, por
tosco e desprovido de fair-play, abandonou o estudo da Filosofia. Bobagem.
A interpretação às vezes não, mas a letra bem lançada per se é
mais exata, porque mais ampla do que o número. Ela não usa decimais; projeta ao alto, a subir mais. E não é necessário nenhum cálculo; e ao contrário empregada, diverte. A palavra pode ser precisa; e, além do mais, preciosa.
Nosso TriPulante Fernando Pessoa se faz incomparável. Recomendo sem reservas. Sua capacidade de articular coincidências, duplo sentido, não encontra concorrente. Das mais célebres é a definição do poeta, um fingidor tão competente que finge não sentir a dor que deveras sente. Elejo como a mais desconcertante sua magistral sentença:
NAVEGAR É PRECISO; VIVER NÃO É PRECISO.
Não são poucos os que não conseguem entender. O português estaria a pregar uma ode à fatalidade? Navegar seria mais imprescindível do que simplesmente viver? Tem gente que pensa em suicídio; mas como navegar sem viver? Ou será que a vida se restringe em navegação? De certo modo todos concordamos, pode ser encarada como uma grande navegação, um rally, mas nesse caso teria que ser bem calculada. Nao pode ser isso. Seria excessiva metáfora, e de difícil compreensão. Entao, o que quis dizer o poeta?
Sutilmente a poesia não se vale da metáfora, mas de memorável pegadinha. A resposta pode ser apreciada pela conotação que a genialidade legou à eternidade: "navegar é preciso", mas no sentido de precisão, de correção de rumo, de tempo e espaço, não de necessidade. Se a nau andar à deriva, o destino ser-lhe-á fatal.
A versão corriqueira da malícia de Fernando Pessoa demonstra que o "tradutor""Viver não é preciso" denota a impossibilidade de alguém
passar pela vida de acordo com um planejamento inicial, e
cumpri-lo à risca. Diverge da navegação. Navegar e viver são contrastantes, não somente pelo negativa de um. Incidentes se abatem sobre a vida de todos, mas ao navegar são evitados pelos mapas e controles. À vida acorrem milhões de vetores externos, até internos, qque contribuem para alterar o curso individual, e mesmo social..Definitivamente, viver não é preciso. É incerto.Na trajetória do ser humano
aparelhos não tem serventia.
merece a piada. Os portugas, todavia, não. Eles riem. Como de resto, o globo.
Quando a mente toma a dianteira do espírito, constrói uma sociedade contra a natureza e persiste em seus conceitos até que apareça a Grande Complexidade proveniente de seus próprios processos. Ela percebe então que já não pode administrar essa realidade, nem quantativamente, nem qualitativamente. RANDOM, Michel, O pensamento transdisciplinar e o real : 208
Somente a restrição de automóveis solucionará os engarrafamentos, diz palestrante do Fronteiras
Antes ficasse tudo engarrafado.
Impressiona a quantidade de vítimas e prejuízos patrimoniais causados pelos acidentes rodoviários. São milhares, milhares mesmo, só neste Natal brasileiro. Centenas de jovens se despediram. Se duvida, contabilize os jornais estaduais.
Reputa-se o infortúnio à série de elementos: bebida alcoólica, alta velocidade, drogas, ou rebites; também o sono, falta de cinto, air-bag, imperícia, imprudência, negligência, imaturidade; ainda: estradas mal sinalizadas, esburacadas, sem guard-rails e/ou acostamentos, stress dos motoristas, aqua-planning, congestionamentos, ou mau estado dos veículos.
Então, tome rastreadores, brake-lights, freios ABS, parabrisas degradè, laminados, rosários no espelhinho, São Cristóvão na carteira. Nada seria por ausência de extintor, ou de estojo de pronto-socorro, certamente, coisas de lobista. Quem sabe instituir a obrigatoriedade do uso de elmos e armaduras?..
E dê-lhe aulas teóricas, e práticas, aumento de carga horária, ingresso de conteúdos cada vez mais complexos e abrangentes, testes psicológicos, de memória, visão, coração e sei-lá mais o quê, contratação de milhares de especializados professores pelo Brasil a fora, e um contingente de profissionais, fora a instituição de novos cartórios aos elevados registros, além das indefectíveis e onerosas inspeções veiculares. Logo chegará a necessidade de curso superior, e um consórcio para arrumar recursos ao sonhado título de condutor!
Todas razões são díspares, e concorrentes, mas o que é presente em TODOS desastres, sem exceção? Elementar, meu caro Watson: é seu agente, o próprio automóvel! A existência estúpida, em nada natural, desses cavalinhos outrora de aço, hoje de plástico, seduz o homem a embarcar com destino ao além.
De nada adianta a presença maciça dos guardiões do Estado, nem férreas leis. Tudo pode até circunstancialmente diminuir, em dez, vamos supor, por este lado que pode ser racionalizado.Mas o irracional, que é colocar no mercado uma abundância jamais vista de carros e motos e toda a sorte de parafernália ambulante só pode levar ao descalabro do aumento geométrico, proporcional, em vinte, trinta, cem vezes mais em acidentes, despesas, e infelicidade de todos. Malgrado a paixão que desperta, o automóvel é mais letal do que a pior droga que se conhece.
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.Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.
Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos;
nossa inteligência, empedernidos e cruéis.
Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade.
Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura.
Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.CHAPLIN, Charlie, O Grande Ditador, último discurso.
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Por isso me dedico a esmiuçar, sob todos os ângulos possíveis, ou que puder imaginar, esse tabú criado recentemente, há apenas meia dúzia de gerações. Juntarei uma série de elementos condenáveis, por que dos sabores não é mister mencionar. Não posso supor que, elencado o rosário de perdas de todos os matizes, em troca apenas dos deslocamentos, possa se manter incólume tal aventura. Também não tenho a pretensão de elaborar a lista para enterrá-lo, nela inserindo a infinidade de números., de ocorrências em todos os campos. Não é isso. Serão apenas constatações, que se disseminarão não por causa dos meus levantamentos, mas pela conscientização de seus vários danos, sejam históricos, sociológicos, filosóficos, econômicos, ecológicos, até políticos, jurídicos, urbanos, e sociais.
O automóvel é o Frankenstein da civilização.Acabam de chegar animais novos. Domesticaram os
homens, que lhes obedecem e os servem como escravos.
E os homens brancos alimentam-nos e abrem-lhes passagem
através da floresta.
Claude Lévi-Strauss
E não tem como como torná-lo nem mais light,
tal qual almejam os fabricantes de cigarro.
.Como o Zepellin, não há como reformá-lo. Vem com carro elétrico, à energia solar, biodiesel, no álcool e tal, mas o perigo recrudesce, tanto quanto sua inviabilidade espacial.
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Um argumento: limitar velocidade ou potência dos motores. Pois isso acarretaria menor número de viagens, até a parada total, por engarrafamento geral.. Assim teríamos risco zero, em velocidade zero.
Se caísse um avião por dia ele seria proibido? Creio que não. Ninguém mais embarcaria. Pois os carros ocasionam dez vezes mais vítimas que o número dos hipotéticos desastres aéreos:
"Morrem 35 mil pessoas no trânsito por ano no Brasil. É uma carnificina! Não é possível morrer tanta gente assim." (SANTANA, Paulo, ZH, 23/12/2008)
No entanto, governo e montadoras promovem, e compradores continuam sonhando, e fazendo fila.
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De acordo e ao gáudio da ANFAVEA - Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (por que precisam se associar em alcatéia?) o Brasil de 2008 ultrapassou a França de Sarkozy: de sétimo passou ao sexto lugar no ranking mundial dos dez maiores produtores de automóveis. Onde irá colocar a estupenda produção, não me refiro em qual mercado, mas em qual espaço físico, ninguém responde. Pois se a produção cresce more geométrico, ruas e estradas nem em aritmético. Maior non sense não há.
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O colapso não será por causa do elevado número de vítimas que enseja, tampouco pela crise financeira, mas pela impossibilidade física: "Detran de SP vai inspecionar 2,5 milhões de veículos em 2009, número que abrange apenas os fabricados nos últimos cinco anos." (Estadão, 30/12/2008) Mas que contingente será necessário para cumprir tão elevada tarefa? E será mesmo cumprida, ou é só para render mais algum? E, por acaso, tal inspeção equivale a uma bênção, a qual, depois de efetuada assegurará ao condutor a imunidade? Seria cômico, se não fosse trágico.
Por que não abreviar essa via cruxis? Por girar enorme volume financeiro, não sendo os acidentes rodoviários assim concentrados, e por causa da proporção custo/benefício, ou seja, a cada morte milhares sobrevivem, ninguém se dá conta da cruel realidade. Quem sabe não é hora de pelo menos cogitar algo mais compatível com a civilização e a leveza cósmica?
Alguém dirá: virou Dom Quixote! Por rosário de motivos o automóvel é imprescindível hoje em dia!
Ilusão. Necessária é a vida. Por decorrência, tudo que lhe ameaça não é só prescindível, como deveria ser banido.
Romântico? Utópico? Radical como um Amish? Maybe. Mas a causa requer. Como muito bem diz JAPIASSU, (Nascimento e Morte das Ciências Humanas: 101) “a inteligência só pode aplicar-se à vida reconhecendo a originalidade da vida”.
Certamente você conhece alguém que já perdeu ente querido por causa dessa desgraça. Pergunte-lhe se preferiria que todos andassem sempre a pé, fizessem compras a pé, percorressem a via sacra da vida a pé, com isso preservando o ente que perdeu, ou aceitaria a presença dos bólidos, e culparia o destino, a fatalidade pela ingratidão? Talvez haja alguma discrepância, mas a resposta que mais ouvirá de quem perdeu o que lhe é mais caro na vida é estar disposto a percorrê-la sim, até de joelhos, para tê-lo de volta. Agora são milhões nessa condição, e outro tanto a caminho, de modo cada vez mais rápido. Por qual Minerva manteremos tal solução?
Os dias sobre rodas motorizadas estão contados, malgrado a estupenda massa internacional que sobrevive de seus favores. Faz-se premente o corte epistemológico.
De que modo poderá ser o carro substituído, como cambiar esse aparentemente inexorável progresso? Quais vantagens poderiam confortar os milhões de desempregados desta indústria de latas e seus satélites?
As carências humanas evidentemente não podem ser todas satisfeitas pelos veículos de rodagem. Aliás, tirante o lazer, o transporte de mercadorias, e o turismo local ou não, para o quê mais serviriam os artifícios?
Não obstante a avalanche de infortúnio que carreia, bem como a inequívoca impossibilidade logística, simplesmente por falta de espaço na Terra a qualquer dinossauro, tamanha alteração em hábitos e costumes só poderá ser paulatina, por lento consenso, suponho. Os allons, pelo jeito, acham que não:
Mais de mil veículos foram queimados na França na última noite do ano, segundo número divulgado nesta quinta-feira pelo ministério do Interior, aumento de 30% em relação ao ano passado.* * *
Conheço dois lugarejos brasileiros, tidos como paraísos:
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............Paquetá, RJ: "Ilha dos Amores".
Por lá não é permitida a circulação de automóveis particulares. Os meios de transporte de moradores e visitantes são as charretes, bicicletas, trenzinho turístico, barcos e canoas. As ruas não são asfaltadas. A cobertura de saibro garante a preservação do bucólico aspecto original. O local é tranqüilo, totalmente seguro. Não há flanelinhas, nem pedintes em sinaleiras. As mercadorias chegam de barco. Sua dimensão é pequenina, mas a vida por lá é mais abundante do que a levada em qualquer metrópole. Precisa mais?
www.ilhadepaqueta.com.br/paqueta -
www.paquetaonline.hpg.ig.com.br.
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Famílias inteiras de sagüis, cavalos atrelados às
charretes, tranquilos passeios de bicicleta, e
garças elegantemente pousadas nas pedras
redondas constituem peculiaridades do recanto.
Não parece, de fato, mais humana?
Quantas mortes ocorrem ao ano na aprazível Paraty -RJ? Nenhuma. A razão é a mesma de Paquetá:______
não há freeways, nem avenidas. E por suas
ruelas os carros são proibidos de circular.
Aprecie:
As atrações da TV paulistana
Sobre as montadoras de automóveis
O renascimento da cidade-estado
Introito: a crise nas montadoras de automóveis
A corrida do ouro e o automóvel
Tem muito a ver.
..........O famoso Rally completaO famoso Rally completa a trigésima edição trocando a exclusividade da areia por neve e umidade: o percurso será pela América do Sul, e cruzará os altos picos dos Andes.
Buenos Aires será o Alfa e o Ômega da competição. Os azes percorrerão o sul do continente, e voltarão à capital platina, depois de cumprirem o roteiro de aproximadamente dez mil km. Os sulamericanos apreciadores do automobilismo poderão apreciar os exóticos protótipos, desta feita adaptados para andar em pistas barrentas e escorregadias, além das imensas dunas que terão pela frente, especialmente no Atacama; e o mundo por certo usufruirá de imagens mais gratificantesdo que a monotonia do deserto africano, especialmente da travessia sobre a estupenda Cordilheira.
As duplas cruzarão as províncias de La Pampa, Río Negro, Chubut, Neuquén, Mendoza, Catamarca, La Rioja, Córdoba, Santa Fe e, naturalmente, Buenos Aires. Ao transporem os magestosos Andes, os contendores acelerarão pelas regiões chilenas de Valparaíso, Coquimbo e Atacama..
A metrópole porteña assistirá uma movimentação maior do que a presenciada na Copa do Mundo de 1978. O argentino sempre foi fanático pelo esporte-motor.. Por seus pampas já se disputam provas de rally pelo campeonato mundial, além das competições de velocidade, em dezenas de autódromos espalhados no aprazível country. Ora milhares de turistas acorrem no intuito de verem de perto as resistentes máquinas, apresentadas por mais de quinhentas equipes, oriundas de cincoenta diversas nacionalidades. As inscrições contemplam quatro categorias: motos (230), quadriciclos (30), carros (188) e caminhões (82).
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É bom que se frise, por oportuno, que o estupendo evento não conta com a unanimidade.
Não são poucos os que se opõem à invasão dos monstros metálicos. Levantam-se ponderações e protestos ecológicos. Listas percorreram o cone sul na esperança que uma quantidade enorme de assinaturas seja capaz de elidir a programação.
Dizem que pode afetar especialmente o deserto do Atacama. Não sei no quê. Dizem afetar sítios arqueológicos, mas qual reduto não possui história na face da terra? O perigo é de serem colhidos por algum participante, isso sim, se ficarem por aí, na beira da estrada com seus parcos cartazes.
Dom Quixote não tem chance. A promoção dos recantos, o turismo de massa, as redes de TV e hoteleira, revistas e jornais, as próprias equipes, os patrocinadores, e os diversos fluxos financeiros sobrepujam as preocupações com eventuais danos ao sistema. As imagens da competição serão difundidas por duas centenas de países, através de 80 canais – entre os quais, 25 estão presentes no acampamento. Organizadores e torcidas dizem que mais importante do que o cenário são os atores.
Por outro lado, associações ruralistas da província argentina de La Pampa se vestirão à caráter de gaucho, não para torcer, mas para protestar frente às câmeras de todo o mundo contra a "política agrária" de constante intervenção estatal efetuado pela reina Kirchner.
Se na África, além dos perigos do deserto, a segurança dos pilotos estava em risco por causa de ameaças terroristas e conflitos políticos, ora temos a iminência dos atropelamentos sobre esses grupos, somados aos fanáticos torcedores. Não há como oferecer segurança em todo longo circuito.
Veja a Primeira etapa
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Acompanhe diariamente o desenrolar da emocionante aventura.
Brasil sofre baixas por acidentes.
Estranha morte no Paris-Dakar
5. etapa - Classificação
6. etapa - Classificação
7. etapa - Classificação
8. etapa Classificação
Dakar - 9. etapa
Dakar: a classificação na tenebrosa 10. Etapa
A dureza do Dakar 2009
Dakar: 11. Etapa - Rumo à Argentina
Dakar: 12. Etapa - Líder se acidenta - Classificação
Dakar - 13. etapa -
Dakar: última Etapa
Show de imagens do Dakar 2009
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A prova terá 17 competidores brasileiros dentre os 530 inscritos. A Equipe Petrobras Lubrax é a única a participar em três categorias simultaneamente: moto (Rodolpho Mattheis), carro (dupla Jean Azevedo/Youssef Haddad) e caminhão (André Azevedo/Maykel Justo/Mira Martinec). A competência da equipe, o excelente equipamento, e o trajeto de certo modo mais familiar elevam a representação brasileira a grande chance para trazer um troféu.
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Ao piloto Jean Azevedo as condições da prova surpreenderão até os
mais experientes competidores:Tenho certeza que este rally impressionará a todos pela dificuldade e beleza dos lugares onde vamos passar. Além disso, também exigirá muito do preparo físico dos pilotos por conta das altitudes, que chegam a 5.000 metros. Será um rali duro com muitas variações de terreno. Na Argentina teremos mais caminhos de terra até chegar perto dos Andes para começar a ‘pedreira’. A partir daí serão etapas de muita quebradeira antes de chegarmos a Mendoza. Já no Chile encontraremos muita areia no Deserto do Atacama. Creio que neste momento será a parte mais difícil do rally, inclusive superando a Mauritânia, que sempre foi o local africano com mais desafios. Apesar de serem poucos dias no deserto, serão etapas intensas com dunas muito altas.O engraçado é conservar a mesma designação. Paris-Dakar em direção à Patagônia e depois cruzando os Andes não deixa de ser surrealista.Partidas ..................Chegadas........Trechos especiais........Total
03/01/09 Buenos Aires Sta Rosa de la Pampa 196 km 371 km 166 km 733 km 04/01/09 Sta Rosa de la Pampa Puerto Madryn 0 km 237 km 600 km 837 km 05/01/09 Puerto Madryn Jacobacci 70 km 616 km 8 km 694 km 06/01/09 Jacobacci Neuquen 4 km 459 km 25 km 488 km 07/01/09 Neuquen San Rafaël 173 km 506 km 84 km 763 km 08/01/09 San Rafaël Mendoza 76 km 395 km 154 km 625 km 09/01/09 Mendoza Valparaiso 80 km 419 km 317 km 816 km 10/01/09 Dia de descanso
11/01/09 Valparaiso La Serena 245 km 294 km 113 km 652 km 12/01/09 La Serena Copiapo 88 km 449 km 0 km 537 km 13/01/08 Copiapo Copiapo 20 km 666 km 0 km 686 km 14/01/08 Copiapo Fiambala 20 km 215 km 445 km 680 km 15/01/08 Fiambala La Rioja 4 km 253 km 261 km 518 km 16/01/08 La Rioja Cordoba 161 km 545 km 47 km 753 km 17/01/08 Cordoba Buenos Aires 224 km 227 km 341 km 792 km 18/01/08 Buenos Aires Buenos Aires 0 km 0 km 0 km 0 km TOTAL 1,361 km 5,652 km 2,561 km 9,574 km
Quando a mente toma a dianteira do espírito, constrói uma sociedade contra a natureza e persiste em seus conceitos até que apareça a Grande Complexidade proveniente de seus próprios processos. Ela percebe então que já não pode administrar essa realidade, nem quantativamente, nem qualitativamente.
RANDOM, Michel, O pensamento transdisciplinar e o real : 208
A civilização evoluiu sem as quinquilharias que conhecemos. Ora automóveis, freeways, aviões, televisões em tempo real, ultimamente as comunicações celulares e a Internet ensejam velocidade máxima. Era de se supor que tanto aparato servisse para o ser humano dispor de maior tempo ao lazer, ao convívio social, à harmonia familiar. Por bizarro, nunca o homem teve tão pouco. Recomendo-lhe passar na Loja do Tempo.
O que acontece com o terráqueo, a ponto dele se esvair enlouquecido atrás de um ideal eleito, no entanto, mutante, e difuso? O Zenith da riqueza? Maybe. O grande leitmotiv do automóvel já lhe aguardava há meio século: a corrida do ouro, ao oeste americano (1).
O célebre filme se intitulava:
Deu a Louca no Mundo. (It's a Mad Mad Mad Mad World, 1963)
Nunca ri tanto.
Todos saiam frenéticos à caça do grande tesouro,
passando por cima de tudo.
O incremento da Revolução Industrial se confunde com a frenética busca pelos estoques de ouro. É certo que desde o Renascimento, as descobertas propiciaram a pilhagem do raro metal nos países invadidos, os quais além do enfeite não viam maior serventia ao dourado. Mas a pirataria oficial era enfeixada por comando centralizado em governos nacionais, de modo que a corrida se fazia por exércitos, e por navegação, naturalmente. A marcha ao oeste criou uma nova competição. Em vez de estado contra estado, a nação entrou em confronto interno: cidadãos competindo entre si. Como em qualquer corrida, ganhava a do ouro quem lograsse a primazia.
No início a penca era disputada apenas por cavalos. Com as trilhas marcadas, apresentaram-se as famosas diligências, alvos prediletos dos piratas do deserto. O trem veio logo a seguir, dificultando a ação dos predadores, mas equiparando todos os participantes. Como se poderia retornar à competição individual? Simples: era só adaptar os conceitos dos grandes cavalos-de-ferro às diligências: pronto: teríamos cavalinhos-de-ferro individuais, e a competição, o grande apelo espartano, portanto greco-romano, e, por decorrência, ocidental, estaria de volta em todo seu esplendor.
Até este marcante momento, nos EUA, e meio século antes, na Europa, desde o Império Romano cada comunidade vivia serena, tranquila em seu reduto. Ninguém necessitava se deslocar para onde seus pés não podiam alcançar. As pequenas aglomerações viviam em pacatas cidades-estado, não sendo mister nem diligências, muito menos ferrovias. A partir das invasões napoleônicas, na Europa, e a corrida do ouro, nos EUA, no entanto, os transportes lograram a máxima valorização, sendo diretamente proporcional não só à capacidade de carga, mas principalmente à velocidade. Alea jacta est! Até a fabricação dos primeiros automóveis transcorreram apenas duas gerações. Não por acaso cabe àquela Alemanha vilipendiada pelas forças francesas a primazia das construções:É geralmente aceite que os primeiros automóveis de combustão interna a gasolina tenham surgido quase simultaneamente através de vários inventores alemães, trabalhando independentemente: Karl Benz construiu o seu primeiro automóvel em 1885 em Mannheim... Pouco tempo depois, Gottlieb DaimlereWilhelm Maybach, em 1889 em Estugarda, concebiam um veículo de raiz, descartando a típica carroça em função de uma carroçaria específica dotada de motor.Os EUA não ficariam atrás:A primeira corrida de automóveis da América ocorreu em 28/11/1895. Seis carros partiram de Jackson Park, Chicago, para Evanston, Illinois, percurso aproximado de 65 km. O vencedor foi J. Frank Duryea com o tempo de 7 horas e 53 minutos. O vencedor recebeu um prêmio de US$ 2.000,00. O carro de Duryea tinha motor de 2 cilindros opostos, refrigerado a água, 4HP e velocidade máxima de 32km/hO primeiro veículo motorizado produzido em massa foi o Oldsmobile Curved Dash. Em 1901 foram produzidos 425 unidades, em 1902, 2500; em 1903, 4000; e em 1904, 5.508 unidades.A Estrada Estatal 49 da Califórnia percorre as encostas da Sierra Nevada, ligando vários locais nascidos durante a corrida do ouro. Esta auto-estrada passa perto do Parque Histórico Estatal de Columbia, que conservou vários edifícios da época com fins turísticos.
www.carroantigo.com
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Aprecie:
As atrações da TV paulistana
Sobre as montadoras de automóveis
O renascimento da cidade-estado
Tem muito a ver.
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1. A Corrida do ouro na Califórnia (1848–1855) começou em 24 de janeiro de 1848, quando foi encontrado ouro em Sutter's Mill. Quando as notícias da descoberta se espalharam, cerca de 300 000 pessoas, oriundas do restante dos Estados Unidos e do exterior, acorreram à Califórnia. Estes garimpeiros49), viajaram para a Califórnia por mar e em carroções através do continente, freqüentemente enfrentando grandes provações ao longo da jornada. Enquanto a maioria dos recém-chegados eram estadunidenses, a Corrida do Ouro também atraiu dezenas de milhares de pessoas da América Latina, Europa, Austrália e Ásia.
San Francisco, Califórnia transformou-se de diminuto vilarejo de tendas numa cidade próspera, e estradas, igrejas, escolas e outras cidades foram construídas ao seu redor. Um sistema de leis e um governo foram criados, levando à admissão da Califórnia como estado em 1850. Novos métodos de transporte foram desenvolvidos, tais como navios a vapor, que entraram em serviço regular, e ferrovias foram construídas.
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2.Wacky Races (Corrida Maluca no Brasil e A Corrida Mais Louca do Mundo em Portugal) foi um desenho animado produzido pela Hanna-Barbera e lançado pela CBS que foi produzido entre 14 de Setembro de 1968 a 5 de Setembro1970, rendendo 34 episódios. Os competidores buscavam o título mundial de "Corredor Mais Louco do Mundo".