segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Da pauta

O COCKPIT da Nav's ALL recebeu pedido para guiná-la a um rasante sobre a ponte entre o budismo e a quântica, ora em cartaz no tradicional Globo Repórter. Grato à lembrança. Perdão pela brevidade.
Sidharta foi pioneiro em buscar longe dos olhos o que os olhos não vêem. O virtuoso Príncipe abandonou o Palácio na faina de encontrar a luz. De tanta andança, percebeu: todos integrantes do monumental cenário da vida são ligados, não estanques, nem separados, muito menos antagônicos. Eis a razão da eternidade. Sidharta aprendeu, e ensinou: a natureza era una, formada pelo Yin & Yang.
Nosso TriPulante Niels Bohr*,
por muitos o mais renomado introdutor da física quântica, foi condecorado com a Ordem do Elefante da Coroa Dinamarquesa(1947). Compõe-lhe o símbolo taoísta. Em latim: contraria sunt complementa. Pois disso já sabiam os orientais, há mais de dois mil anos atrás:

O Tao gerou um,
Um gerou dois.
Dois geraram três.
E três geraram dez mil coisas.
As dez mil coisas carregam o Yin e abraçam o Yang.
Elas obtêm harmonia combinando essas forças.
Apenas recentemente as forças de Lao-Tzè vararam Constantinopla. Bohr lhes abriu o portão, tendo em vista "a lição epistemológica que nos foi dada pelo moderno desenvolvimento da física atômica e sua importância para a análise e síntese em muitos campos do conhecimento humano”, para usar de suas próprias palavras. Chopra realça a virtude cardeal, e o bônus da assimilação:

Quando você compreende a requintada coexistência de opostos, entra em alinhamento com o mundo da energia, o caldo quântico, a substância imaterial, que é a fonte do mundo material. O mundo da energia é fluente, dinâmico, elástico, mutável, eterno movimento. Ao mesmo tempo é imutável, quieto, tranquilo, silencioso, eterno repouso.
Poético, sem deixar de ser científico. Divino, e humano.
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Complemente sua pesquisa apreciando

A influência de Niels Bohr
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* Aage Niels Bohr nasceu em Copenhagen, 1922. Seu pai tinha o nome de Niels Henrik David Bohr (1885-1962) e também escreveu sua biografia entre os dez maiores cientistas da humanidade.
Nosso Bohr recebeu o Prêmio Nobel de Física (1975), pela descoberta da conexão entre o movimento coletivo e o movimento de partícula, e pelo desenvolvimento da teoria da estrutura do núcleo atômico baseada nesta conecção. Morou com os pais no Instituto de Física Teórica (hoje Instituto Niels Bohr) e, depois, em Carlsberg (1932). Aos 12 anos entrou para o Sortedam Gymnasium. Estudou humanidades e ciências. Na Universidade de Copenhagen (1940) antes da ocupação alemã, estudou Física, assistindo seu pai em trabalhos sobre física. Conseguiu fugir do nazismo em 1943. Suécia, e depois a Inglaterra, incrementavam os estudos sobre energia atômica. Retornou a Dinamarca (1945), mas continuou integrando equipes de trabalhos em física atômica em Londres, Washington e Los Alamos. Retornou à Dinamarca para obter o Master's Degree, em 1946; nomeado à equipe do Institute for Advanced Study em Princeton (1948); associado na Columbia University (1949-1950). Casou com Marietta Soffer (1950), em New York City, e o casal teve três filhos: Vilhelm, Tomas e Margrethe. Iniciou, então, uma produtiva e afortunada cooperação com Ben Mottelson, com o qual escreveu dois importantes livros sobre estrutura nuclear: Single-Particle Motion (1969), e Nuclear Deformations (1975).
Inicialmente pesquisador fellow tornou-se professor de Física na Universidade de Copenhagen (1956). Após a morte do pai (1962), foi seu substituto na direção do Instituto Niels Bohr (1962-1970). Foi membro (1957-1975), e depois diretor do Nordita (Nordisk Institut for Teoretisk Atomfysik), outro instituto fundado (1957) para funcionar em associação com o Instituto Niels Bohr.
Planck, o "Revolucionário Relutante"

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