sábado, 19 de janeiro de 2008

Nada de novo no balcão


O governo não é capaz de tornar o homem mais rico;
mas pode empobrecê-lo.
Ludwig von Mises
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A SEMANA ENCERRA pontificando a fragilidade da economia norteamericana. Vê se isso é possível! Ou é blefe, ou o destemido parece mesmo ignorar elementares princípios da Economia. Contrariu sensu, ao que servem bilhões no Iraque? Em troca de vidas humanas? De barris de um produto para impulsionar outros produtos em exaustão? Ou será que a sociedade americana se dispõe a encetar seu trabalho em troca do pescoço de Bin Laden, misto de bode expiatório com álibi? E o que adiantaria? Quantos filhos já não possuirá tal efeméride?
Quanto mais lembramos de 11 de setembro, mais morre gente no Iraque. Que lucro disso advém? O que tem a ver a guerra contra primatas e os tais terroristas aclamados? É muito dinheiro por pouca coisa. É crueldade gratuita, vendetta contra inocentes. É covardia. Esforço por nada; ou melhor, por uma pessoa e um produto!
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"É este o ponto crucial da questão. O controle econômico não é apenas o controle de um setor da vida humana, distinto dos demais. É o controle dos meios que contribuirão para a realização de todos os nossos fins. Quem detém o controle exclusivo dos meios também determinará a que fins nos dedicaremos, a que valores atribuiremos maior ou menor importância - em suma, determinará aquilo em que os homens deverão crer e por cuja obtenção deverão esforçar-se." (Hayek)
Não obstante, ao interferirem no fluxo monetário, oxigênio da produção, os artífices desprezam o próprio arquiteto de sua sociedade, e solapam o que de fato lhes seria afeto:
"A quantidade de dinheiro exigida para efetuar, de um modo livre e fluente, as transações de um país em determinada proporção; se for superior às necessidades, não haverá nisso vantagens para o comércio; se for inferior, muito inferior, ser-lhe-á extremamente prejudicial. A escassez de dinheiro reduz o preço daquela parte da produção que é usada no comércio, pois o desestímulo que daí resulta para o comércio restringe a demanda da produção a ele destinada." (Adam Smith, Modesta Investigação Sobre a Natureza e Necessidade do Papel-Moeda)
Polanyi e Russell esclarecem:
"Uma vez que a deflação surge através das restrições do crédito, segue-se que o funcionamento da mercadoria dinheiro interferia com o funcionamento do sistema de crédito.
Na verdade, os interesses dos banqueiros têm sido contrários aos dos industriais: a deflação convém aos banqueiros."
A sentinela do futuro olvida os erros do passado não tão longínquo:
"Entre 1924 e 1929, portanto em apenas cinco anos, os Estados Unidos havia destinado, nada menos do que 30 bilhões de dólares a Berlim." (Levenson)
O descalabro é contingência, repetida alhures:
"Entre 1929 e 1933, os EUA permitiram que a quantidade de moeda caísse um terço e, com isso, transformasse uma recessão grave numa depressão desastrosa." (Friedman)
O Funil joga dinheiro nas vizinhanças: Bolívia e Cuba, além, naturalmente, das Caymmais.
Semelhanças não são coincidências. Recrudescem os protestos. A imaginação não alcança o poder.

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