terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Entrevista com Platinho, de Siracusa

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Como vai teu pai?
lá, enterrado nas terras do Academus.
E tú, andando pelo mundo afora?
Sim, deixou-me incumbido de missão: espalhar a confusão ao mundo. Colocar uns contra os outros. Ainda tenho tempo.
Pôxa, que missão! Mas já tens 2500 anos de ação! É salutar dá-la por finda. Agora me diz por onde transitou.
Como quiser. Não sou grego. Sou italiano, bem do sul. Nasci quando papai servia ao glorioso Tirano de Siracusa. A cabeça-de-ponte foi perfeita para penetrarmos no coração ocidental.
Como se sucedeu a inoculação?
Pensamos que seria fácil. Não contávamos com a astúcia romana. Ficamos presos no calcanhar da bota. Tentamos a volta por cima, por Constantinopla. Eles mudaram até o nome da cidade, como vês. Então fomos descansar. Fiquei quieto por 2000 anos. Aí foram lá, destapar esse gênio aqui.
Mas quem teve a brilhante idéia? A quem poderia interessar a confusão?
O próprio pessoal do Palácio. A coisa tava feia, a guerra ameaçava se espalhar. Precisavam de muitos cálculos.
Hum!
Nem sabe. E foi um padre mesmo, um polonês, tal de Niklas Koppernigk (1473-1543), um transeunte da Polônia, que fica no caminho de Constantinopla, onde deixamos ovinhos quase primogênitos. Como Lúcifer, ele traiu sua grei. Demonstrou que não éramos o centro do Universo, como apregoavam os teólogos.
Acho que exageras. Copérnico é tido como um esclarecido entre milhões de cegos, presentes e passados. Ademais, estamos longe de Roma.
Copérnico veio por cima, para acertar embaixo.
Era um Embaixador, então?
Sim, da confusão.
E por onde andou tal efeméride?
Os registros dão conta: enquanto Cabral descobria o Brasil, ele estava em Roma.
Hum, estão ficando interessantes essas coincidências. E daí?
Copi andou por Bologna, norte de Roma em 1503. No meio-do caminho, em Florença, floresceria a Renascença. O resto conto depois.
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Que entrem nossos comerciais, por favor!

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