terça-feira, 11 de maio de 2010

O carma criacionista-darwinista




Devemos todos, filósofos, cientistas, e mesmo leigos, ser capazes de fazer parte das discussões sobre a questão de por que nós e o universo existimos. Se encontrarmos a resposta para isso teremos o trunfo definitivo da razão humana; porque, então, teremos atingido o conhecimento da mente de Deus.
HAWKING, Stephen W..
O esforçado HAWKING, herdeiro da cadeira do teólogo NEWTON, na platônica Cambridge, que me perdõe: se DEUS é perfeito, ao quê lhe serviria a mente?

Quase que invariavelmente, todas as modernas áreas do conhecimento tiveram lume na Grécia Antiga. MEISTER, L.F., A evolução do pensamento econômico - www.webartigos.com.br
.
O empirismo de WALLACE furtado por DARWIN portava graves defeitos, pressupostos e métodos totalmente preconceituosos. As coincidências chancelavam a certeza, tanto quanto levou ao engano inúmeras gerações, especialmente depois da gravidade decretada por NEWTON. Todavia, nenhuma concepção científica, nem mesmo a que proporcionou a tragédia de Hiroshima, (aliás mais um episódio de ligação direta, consequente do darwinismo), gerou (e ainda gera!) tanta catástrofe e miséria, maior desgraça à humanidade. Ainda assim, tirante a teimosia religiosa, a concepção vitoriana não encontra maior resistência, sequer contestação, que dirá uma concorrente.. Se tudo evolui, por que nosso conhecimento não?
Árvores genealógicas não têm tanta importância assim. Somos voltados ao futuro, que é mais amplo, e de certo modo podemos traçá-lo. Alguns físicos tentam algumas incursões retorativas, mas, confusos com o estigma que lhes contrasta, preferem referendar a lógica do movimento, das mutações, dando o assunto por encerrado sem examinar o modo, o motivo da desenvoltura. Ou, por outra, acatam a idéia da sobrevivência do mais apto, pleonasmo totalmente vago, porém óbvio,ainda mais na falta de uma melhor definição. Tal qual a "força" gravitacional newtoniana.
O cerne do sofisma darwineano se encontra na aptidão - no caso, a capacidade de sobrevivência. O fio-de-ariadne para escapulirmos do mostruoso labirinto termina no próprio recanto que serviu de portal. No intuito da clareza reingressaremos diretamente pelo marco inicial, ao invés de apenas fitar uma insólita evasão. Muitos atrativos garantem conforto ao minicruzeiro.
* * *
Leia sobre Platão, Aristóteles e os matemáticos antigos
e descobrirá como suas especulações e descobertas foram
transformadas e ampliadas nos métodos e sistemas com que até
hoje trabalhamos. BARZUN, Jacques,
A História, cit. FADIMAN, Clifton: 4
Athenas se notabilizou pelo intelecto, e Esparta, pela força. Qual seria a mais apta?
No confronto prevaleceu a ignorância, e os Trinta Tiranos submeteram a rival. PLATÃO e seu tio CRÍTIAS, um desses trinta agraciados, dissiparam as dúvidas.
A sociedade grega e romana se fundou baseada no princípio da subordinação do indivíduo à comunidade, do cidadão ao Estado. Como objetivo supremo, ela colocou a segurança da comunidade acima da segurança do indivíduo.TOYNBEE, Arnold J.:196.
O Império Romano confirmava a certeza, mas quando baqueou, houve mister resgatar a força divina também já preconizada, e até prenunciada em detalhes, pelo astuto grego.

Outro exemplo de Ser Positivo é o 'Deus Organizador', em que a divindade (ou divindades) exerce o papel de controlador da oposição primordial entre Ordem e Caos. O Caos representa o Mal, a desordem, e é simbolizado em vários mitos por monstros como serpentes ou dragões, ou simplesmente deuses maléficos que lutam contra outros deuses em batalhas cósmicas relatadas muitas vezes em textos épicos, como no caso do Eubuma elis dos babilônios.
GLEISER, M., A Dança do Universo Dos Mitos de Criação ao Big-Bang: 31


Desenvolvido por Plotino (205/270) no início do século IV, em meio à decadência do Império Romano, o neoplatonismo tornou-se uma das mais importantes correntes filosóficas da época e foi a última contribuição do pensamento grego à filosofia Ocidental. O neopitagorismo, que sobrevivera desde o século -IV como um modo de vida verdadeiramente religioso, também acabou por se fundir com o neoplatonismo.
www.greciantiga.org
"Somente a Igreja conserva e sustenta tudo."
(LACTÂNCIO, D. Rops, vol II, p. 85, ed. Quadrante)
EINSTEIN (cit. GABERDIAN, H. GORDON: 314) pode explicar:
No homem primitivo era o medo, acima de quaisquer outras emoções, que o levava à religião. Esta religião do medo – medo da fome, de animais selvagens, de doenças e da morte – revelava-se através de atos e sacrifícios destinados a obter o amparo e o favor de uma divindade antropomórfica, de cujos desejos e ações dependiam aqueles temerosos sucessos. Como o entendimento do homem primitivo sobre as relações de causa e efeito era pobremente desenvolvido, essa religião do medo criou uma tradição transmitida, de geração a geração, por uma casta especial de sacerdotes que se postara como mediadora entre o povo e as entidades temidas. Essa hegemonia concentrou o poder nas mãos de uma classe privilegiada, que exercia as funções clericais como autoridade secular a fim de assegurar seu poderio. Nesse ínterim se verificava a associação dos governantes políticos à casta clerical, na defesa dos interesses comuns.
A bandeira era do amor, mas o emblema só vingou pela força dos governos, dos exércitos, de reis e cruzadas. Mais do que nunca ficava provado: a força maior era mais apta. CARLOS MAGNO, o Sacrossanto Gemânico, o Império Bizantino (em grego: Βασιλεία Ῥωμαίων), e tudo mais veio na intensa correnteza. Antes da queda deste último fabuloso império, os bispos retornaram à Italia. Em suas valises, o completo acervo de PLATÂO garantiria a proeminência, start à Renascença.
A Academia Platônica, fundada por Marsilio Ficino, com consentimento de Cosme de Medici, elabora com efeito uma doutrina destinada a uma larga difusão, por longo tempo benéfica à manutenção da hegemonia cultural florentina, da qual os Medici são os primeiros a tirar vantagem concretamente.LARIVAILLE P.: 161.
No século XV, a república de Florença, que por duzentos anos gozou de um regime de liberdade individual, tal como não se tinha conhecimento desde os velhos tempos de Atenas e Roma, caiu sob o domínio da família Medici, que adquiriu, por um apelo demagógico às massas, crescentes poderes despóticos.

GUICCIARDINI, Franceso, cit. MAKSOUD, Henry: 75
Cada ser humano se tornou insignificante, mesmo a seus próprios olhos, mormente ao se confrontar com a vasta organização, além de seu controle e, muitas vezes, de sua compreensão.
“O assassínio, a pilhagem, as correrias dos mercenários, a descida dos oltramonti*, a espionagem e o conluio, as conspirações e as traições formavam-se em elementos do quadro cotidiano da Itália no Cinquento”. ( MAQUIAVEL, NICOLAU, O Príncipe, introdução)

A marca da filosofia platônica é um dualismo radical. O mundo platônico não é um mundo de unidade, e o abismo que, de diversas formas, resulta dessa bifurcação, surge em inúmeras formas.
KELSEN, H., 2001:81
Una est religio in rituum varietate, proclama MARCINO FICINO na Teologia Platônica – título per se revelador – ao desenvolver o acordo entre o platonismo e o cristianismo. Pelo oportuno trabalho, em 1462 o grato COSME DE MEDICI lhe presenteou com uma vila inteira.
"O mundo barroco pode ser descrito também como um grande teatro, onde cada homem deve ocupar o seu lugar. O mais belo dos teatros é o centro do mundo católico romano: a praça de São Pedro em Roma." (JAPIASSÙ, H., 1997: 81)
As tendências renascentistas à glória, à honra, e ao empreendimento individual foram substituídas, com poucas exceções, pela administração coletiva do 'homem de organização' e pela busca do objetivo supremo da era moderna: a eficiência máxima. Enquanto a organização ia ficando cada vez maior, o indivíduo diminuía na mesma proporção:
Com o declínio dos limites à ação do Estado, cujos fundamentos éticos haviam sido encontrados pela tradição jusnaturalista na prioridade axiológica do indivíduo com respeito ao grupo, e na consequente afirmação dos direitos naturais do indivíduo, o Estado foi pouco a pouco se reapropriando do espaço conquistado pela sociedade civil burguesa até absorvê-lo completamente na experiência extrema do Estado total (total exatamente porque não deixa espaço algum fora de si).
BOBBIO, N., Estado, governo, sociedade; por uma teoria geral da política: 25
Um franzino NICOLÓ se imiscuiara nos corredores palacianos, para aconselhar o papado!
“Um príncipe deve fazer pouco caso da fama de cruel a fim de conservar os seus súbditos unidos e fiéis. Não são mais piedosos aqueles que, por demasiada piedade, deixam prosseguir as desordens de que nascem mortes ou rapinas." (MAQUIAVEL, O Príncipe)
A. KOYRÈ ( p. 11) sustenta:
O imoralismo de Maquiavel é simplesmente lógica. Do ponto de vista em que ele se colocou, a religião e a moral são apenas fatores sociais. São fatos que é necessário saber utilizar, com os quais é preciso contar. E só. Dentro do cálculo político, cumpre levar em conta todos os fatores políticos: que peso pode ter um juízo de valor sobre a soma? De nenhum modo a modificar o resultado.
Alguém poderia supor que PLATÃO, MAQUIAVEL, e a Renascença, ESPARTA e seus paplimpsestos não gerassem indivíduos mais perfeitamente aptos?
A pergunta que de plano se impõe, todavia, a propósito: que tipo de sociedade foi gerada a partir dessa elevada aptidão? A quê, ou para onde evoluiu tão aprimorada raça humana?
O darwinismo, a biologia organicista, o utilitarismo encorpado pelo behaviorismo e aplicado na política, esta descambando vertiginosamente aos marxismos e seus parentes envergonhados - os partidos sociais mais ou menos nazistas e fascistas - todos obtém na dialética seu método de averiguação e álibi. Coincidentemente, todos buscam a hegemonia, o poder pelo poder. E de novo todos pautam suas decisões, obtém suas certezas, pelas médias obtidas em simples operações matemáticas, efetuadas em simplório eixo de aferição proposto. O óbvio desviado custa a ser de volta assimilado, ainda mais por outro viés:
A lenda de Einstein, o mito de que a relatividade é incompreensível, tornou-se arquetípica em nossa cultura. A clareza, beleza e simplicidade da teoria foram transformadas no seu oposto, e o nome de Einstein virou sinônimo de incompreensibilidade.
Que dirá compreender uma evolução regida por harmônicas cordas, em vez de músculos. Todavia, como nos encontramos em pleno XXI, o da maioridade, é de se esperar que amargas experiências passadas possam ter surtido algum efeito, pelo menos para não repeti-las.
Detalharemos melhor os enganos científicos juvenis, responsáveis pelo transtorno bipolar do Ocidente. Vê-se uma civilização esquizofrênica, caminhando entre dores e prazeres, em evolução e retrocesso, permeada por grandes descobertas e muito mais calamidades, estas recrudescidas a partir da fortaleza científica darwineana, equipada com armamento de difícil desmanche, porque meio matemático, mas não impossível. E como se apura, urgente:
"A estimativa é de que atualmente haja 35,6 milhões de pessoas vivendo com demência no mundo. Este número deve subir para 65,7 milhões até 2030 e 115,4 milhões até 2050." BBC-Brasil, 21/9/2010
___________
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário