sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Corrupção & violência


Quando na calada da noite de 15 de novembro de 1995 houve aquela espécie de assalto simultâneo a centenas de agências bancárias do país, com a cobertura das forças armadas - e digo isso porquanto o governo logo pulou para tudo abafar - a colorida Nova Era só podia se vestir de luto. Taxavam-me pessimista. Com frango a 1 real, como alguém pode objetar?  Infelizmente meu monitor não falha. .De antemão sabia que tamanho precipício era compatível para açambarcar toda a Nação, por vários anos. Para contorná-lo, impossível. Somente saindo do país. Um guard-rail  do tamanho da Muralha da China poderia ser uma solução paliativa, mas os cupins usam medidas provisórias, assim infestando de furos qualquer anteparo. O que apuramos, desde então?  Índices de progressão aritmética de todos delitos. a velocidade geométrica a partir da calamitosa atuação de quem deveria estar voltado ao fomento da produção.  Subtraída a formidável cifra, o preço de aluguel do dinheiro remanescente aumentou.  Juros & Depressão imediatamente acentuaram os níveis de desemprego; de falências,e inadimplências.
Os gráficos mostram que foram os próprios bancos que começaram a aumentar os juros cobrados.  O Banco Central apenas deixou que isso acontecesse, reduzindo suas injeções de dinheiro no sistema e, com isso, deixando a SELIC subir.  A demanda por bens de capital se reduziu e a indústria, que até então vinha em forte expansão, começou a demitir.  O desemprego nesse setor aumentou 8%.  No geral, a taxa de desemprego aumentou de 7 para 9,5%. O segredo do sucesso de uma correção econômica — isto é, de uma recessão — é que os preços dos bens de produção caiam mais rapidamente e em maior grau do que os preços dos bens de consumo.  Se houver uma deflação do dinheiro e do crédito, o processo será ainda mais rápido.  Em parte, foi isso que aconteceu.  Embora não tenha havido uma deflação monetária, o governo permitiu que houvesse uma deflação de preços nos bens de produção. Leandro Roque , 26/11/2010 http://www.mises.org.br
E os  crimes se precipitam por evolução geométrica:
Com aproximadamente 48 mil mortes por ano, o Brasil é um dos países que detém uma das maiores taxas de homicídios no mundo, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira pelo relator especial do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre Execuções Arbitrárias, Sumárias ou Extrajudiciais, Philip Alston. Folha de São Paulo, 15/9/2008
Isso tudo vem aumentando em escala atômica:Média de homicídios no Brasil é superior a de guerras, diz estudo São alarmantes os índices de divórcios*; (na mosca:Número de brasileiros sozinhos triplica em 20 anos. Já são 6,9 milhões), brigas em trânsito; PM separa 70 brigas de trânsito por dia; veja relato de motorista ,de acidentes; proliferação de igrejas, e consultórios psiquiátricos; de questões judiciais de toda a espécie; procura por concursos à burocracia, portanto improdutivos; e de revoltas populares:
De julho a novembro de 2008, o número de processos em tramitação por violência doméstica contra mulheres ultrapassou 150 mil. Ao todo, são 41.957 ações penais e 19.803 ações cíveis, além de 19,4 mil medidas protetivas concedidas e 11.175 agressores presos em flagrante. Os dados são do Conselho Nacional de Justiça revelados em reportagem da Agência Brasil.
De nada adianta educação, encher as cidades de policiais, construir numerosos presídios, aumentarem as penas, polícias "pacificadoras. Corrupção & criminalidade são siamesas, interconectadas por retroalimentação. Assim como o fascismo e o comunismo se engalfinharam durante todo o século passado pela riqueza produzida nas nações, o mesmo se dá com os governos e os assaltantes que tomam conta das ruas do Rio de Janeiro, e alhures. Quem nada produz, tira de quem tem.
Os crimes de roubo e latrocínio - roubo seguido de morte - podem, por sua vez, ter aumentado por causa da crise. Quando se fala em crime de natureza patrimonial, a relação de causa e efeito com a crise financeira acaba sendo, no mínimo, intuitiva. Basta uma sacudida na economia para que o último degrau da escada social despenque no abismo de miséria de onde saiu, tornando inevitavelmente maior a sua propensão ao crime (pesquisa recente do Centro de Pesquisa Social da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que São Paulo é a região do País onde mais se produziu miséria - 5,9% - no ano da crise financeira) SIMANTOB, Fábio Tofic, Estatísticas do crime e discurso do medo 12/2/2010
Mas a diferença entre os promotores do descalabro financeiro e a bandidagem ao res do chão é que esta não tem outra forma de ver a cor do dinheiro,enquanto os primeiros nadam em 50% de tudo que é produzido no país. Nada de novo no front ocidental. Dionísio (405-367), o Tirano de Siracusa aconselhado por Platão, "taxava tão pesadamente os cidadãos que, segundo Aristóteles, chegava a confiscar toda a propriedade deles." ( PIPES, 2001: 281) Beleza de administração. São esses infinitamente mais cruéis, nefastos e prejudiciais. Por tudo, exemplares:
Cobrando impiedosamente, Estado e Bancos vão expropriando tudo: lucro, capital, patrimônio. Estamos em regime de Ditadura fiscal e bancária, onde não há respeito pelas leis e Constituição Federal. Princípios como capacidade contributiva, juros legais, do não confisco e do sigilo bancário são violados. MULLER, Heitor José, País vive o caos tributário, Jornal do Comércio, 9/12/1996.
Nada menos que 2.045.235 multas de trânsito foram emitidas pela prefeitura do Rio no ano passado, um recorde. Como a cidade tem 2.148.734 veículos, é como se praticamente toda a frota tivesse sido autuada. O número representa um aumento de 460% em relação a 1998, quando entrou em vigor o Código de Trânsito Brasileiro. O Globo, 14/3/2009
São os mais burros, também, com certeza.
Foi assim no governo Marcelo Alencar, quando o Estado adotou a remuneração faroeste e passou a premiar os policiais em função do número de criminosos que 'abatiam'. A partir daí, o número de autos de resistência, de policiais que declararam ter matado criminosos que resistiram à prisão, cresceu e continua absurdo até hoje. O Estado trata muito mal os indivíduos que se propõem a trabalhar nas organizações policiais. Paga pouco, treina mal, e os submete a uma cultura organizacional militarizada e kafkiana, que tolera a corrupção e estimula a violência. Fiz um terceiro filme, Tropa de Elite 2, para tentar dizer por que o Estado funciona assim  (JOSÉ PADILHA,  O Estado de São Paulo: 27/11/2010)
Todos usam chapéu de Midas, mas suas orelhas lhes traem.
A corrupção é a culpada pela miséria do nosso país, pela falta de hospitais, pela falta de remédios, pela falta de escolas, pela falta de merenda, pela falta de saneamento, pela falta de rodovias, pela falta de cultura, pela violência, pela falta de luz, pela falta de água, pela falta de casas populares, pela falta de emprego, pela falta de investimentos, pela seca no Nordeste, pela miséria no Norte e Nordeste do país, pelas queimadas da Amazônia, pelos garimpos ilegais nas em Roraima, pelas derrubadas ilegais de árvores no país, pelo tráfico de armas, pelo tráfico de drogas, pelo roubo de cargas nas estradas federais, pela entrada de armas e drogas no país pelas nossas fronteiras, pelo sem némero de projetos a serem aprovados no Congresso há anos e que não saem do papel, pela roubalheira do Senado, pelo empreguismo do governo federal, que desde que assumiu quadriplicou o numero de funcionários na folha de pagamento. FERNANDES, Ana Lucia Martins, O Globo, 15/12/2009 
O redemoinho de suas torpes ações só pode levá-los juntos - óbvia consequência. Recentemente vimos o prédio residencial de S.Exa Presidente da República, em São Paulo, invadido por meia-dúzia de assaltantes; hoje vemos o governador do Rio sob ameaça de fuzis. Assistimos a criminalidade mais baixa se imiscuir dentro da classe política, com vários crimes de todos matizes, até assassinatos jamais elucidados. Eis a domingueira:
A sede do Partido Democrático Trabalhista, que fica na Rua Balthazar Lisboa, na Vila Mariana, em São Paulo, foi alvo de criminosos na madrugada deste domingo. Um bando de cinco homens invadiu o estabelecimento e rendeu o porteiro, por volta de 3h, de acordo com o boletim de ocorrência registrado na delegacia da região. Os criminosos obrigaram o funcionário a deitar no chão e entregar a chave para que pudessem entrar no diretório. O bando  levou três laptops, quatro impressoras, quatro cumputadores, dois videocassetes, duas televisões, documentos do partido, e talões de cheque.
Evidentemente os assaltantess não estavam atrás de um trio de lap-tops. A preocupação é com a "grande imprensa" esta que insiste em divulgar e investigar a numerosa sorte de crimes que vem assolando um país até então alegre por sua própria natureza. A preocupação é vasculhar as transações dos cidadãos, seja pelo subterfúgio de uma cpmf, ou, em seu veto, pela permissão de acesso direto às informações confidenciais, com isso ameaçando quem quer que seja a calar a boca, sob pena da lei.
Apesar de muitos pensarem que o pico dessa baixaria tenha ocorrido no governo Collor, afirmo com toda a certeza de que a corrupção no governo deposto foi (com o perdão pelo termo) “fichinha”, comparado ao que aconteceu no governo FHC e o que está acontecendo no atual.O Governo do Sr. da Silva sublimou a arte do ganho ilícito. Mensalões, mensalinhos, dólares na cueca, cartões corporativos controlados por ninguém, assalto a fundos de pensões de empresas estatais; a criatividade é impressionante e as desculpas ridículas. O mal se alastrou de uma forma tão geral que é quase impossível encontrar-se qualquer repartição pública que não tenha sido atingida por ele. E esse mal não se encontra só nas camadas mais altas (ou mais baixas) dos cidadãos. Infiltrou-se em todas elas. Um Ministro da Fazenda invade o sigilo bancário de um caseiro; nada acontece ao invasor. O Diretor Geral do Senado constrói uma casa de R$ 5 milhões; foi penalizado com uma demissão (para iludir a massa, “renunciou” ao cargo mas a casa continua sendo sua!). Beleza de impunidades! Não assustam a ninguém e a vida continua a mesma. Peter W. Rosenfeld pwrosen@uol.com.br
Infelizmente para cada vez maior número de brasileiros a vida não continua não.
Quando visitei o Brasil há dois anos, a polícia executava suspeitos de crimes e cidadãos inocentes durante suas operações em favelas. Policiais fora de serviço operando em esquadrões da morte e em milícias também assassinavam civis. ALSTON, Philip, BBC-Brasil, 1/6/2010
“Pelo amor de Deus, não saiam de casa!” Esta era a manifestaçãoem da  rede nacional  transmitindo do Rio no primeiro take "guerra civil", um confronto muito mais grave  do que o arrocho da ditadura militar, tanto lembrada. Enquanto o povo patético assiste a entrada de tanques de guerra invadindo a comunidade do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, o pau-mandado da TV enaltecia. “Não podemos deixar os vagabundos avançarem”. Ironia: esses blindados foram adquiridos nos "anos- de-chumbo" 
A emissora de TV também foi tomada de assalto como espécie de cabeça-de-ponte.  O pastor e o séquito de prosélitos fazem parte até do governo federal, em seus tres poderes. Vários da seita integram não só o Congresso Nacional. O Vice-Presidente da República veio da banda. Daí ao Judiciário só lhes separa pequenino lago artificial, com peixinhos. Durante vários anos o Rio de Janeiro foi dominado por casalzinho pregador. Vigaristas par excellence, até hoje respondem processos.  Há triplo interesse na dramática ária televisiva. Bang-bangs mantém audiência cativa. E o  terror faz todo mundo lembrar de DEUS, cuja franchising só progride. 
Por todo lado haverá sangue. Haverá sangue nas ruas, sangue nos rios, as pessoas navegarão em ondas de sangue, lagos de sangue, rios de sangue. Dois milhões de demônios serão largados do céu porque mais mal foi cometido nestes últimos dezoito anos do que durante os cinco mil que os precederam.  FRÁ FRANCISCO DE MILLETO, 1513, cit. GRUZINSKI, S: 45
 O que torna o crime “organizado” é sua capacidade de se organizar, e não de reagir violentamente. “Em qualquer lugar do mundo, o crime organizado está sempre dentro do Estado, e não fora”, aponta o deputado Marcelo Freixo, que relata sua dificuldade quando tentou instituir a referida CPI neste depoimento. (O jornalismo desonesto e o mito do “crime organizado” Por Gustavo Barreto em 25/11/201)
FAIXA DE GAZA – A TV Globo comprou os direitos exclusivos de transmissão das incursões do BOPE nas favelas cariocas. Os direitos, que valem até 2014,  incluem streaming on line e via celular. A emissora terá também o direito de interromper a transmissão em canal aberto das cenas mais acaloradas do embate, transferindo-os para o pay-per-view no canal Premiere Combate. "Nesses casos, o assinante terá de pagar um pouco mais para ter acesso ao melhor da violência urbana", declarou o diretor-geral de emissora, Octavio Florisbal. Revista Piauí, 27/11/2010
O imenso aparato militar e nossas cnns  remetem-nos aos fiascos norteamericanos impingidos pelos raquíticos viet-congs e pelos ignorantes iraquianos,
Mas não se preocupem, quando restar o Iraque arrasado sempre surgirá o mercado financeiro, as empreiteiras e os grupos imobiliários a vender condomínios seguros nos Portos Maravilha da cidade. Sempre sobrará a massa arrebanhada pela lógica da guerra ao terror, reduzida a baixos níveis de escolaridade e de renda que, somadas à classe média em desespero, elegerão seus algozes e o aplaudirão no desfile de 7 de setembro, quando o caveirão e o Bope passarem. Sociólogo Pro-reitor José A. Santos, Revista Consciência.Net, 27/11/2010
Os principais atores recebem várias comendas pelo heroismo e bravura, por certo incluindo oscocheiros dos brucutús

Os números são vergonhosos. Em apenas dois anos e cinco meses, foram registrados no Estado do Rio 18.137 assassinatos. Vou repetir: dezoito mil centro e trinta e sete pessoas tiveram a vida interrompida de forma violenta. Desde 1999, portanto há uma década, esses números são divulgados mensalmente pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), da Secretaria de Segurança do estado. BARROS, J.A., O Globo, 17/8/2009
Segundo Folha de São Paulo, o tráfico emprega na cidade do Rio cerca de 16 mil pessoas. Vende mais de cem toneladas de droga. E arrecada R$ 633 milhões por ano, Gera tantos empregos quanto a Petrobras na capital fluminense, arrecada o mesmo que o setor têxtil no Estado e vende o equivalente a cinco vezes mais do que o total de apreensão anual de cocaína pela Polícia Federal em todo o país. Todas as publicações dizem que a onda de ataques criminosos seria uma reação à presença da Polícia Pacificadora nas favelas do Rio de Janeiro. Elas não acertam, no entanto, o número de comunidades que têm as UPPs: o Der Spiegel fala em 14, o Neue Zürcher Zeitung diz que são 13, quando, na verdade, a cidade do Rio de Janeira conta com 12 UPPs em funcionamento. 
Dois governos estão diretamente envolvidos na inédita peça. Eis a demonstração mais cabal de sua completa alienação, De que servem pacs, e bolsas, ome-zero e  milhão de casas? Para onde estão distribuindo isso tudo? Tomara que não seja para o local onde invadem. E o governo estadual, que vem dando choque de ordem em cima de choque de ordem, mas essa ordem é para tocar multas e multas nos banhistas da orla, especialmente nos fins-de-semana? Que faz S. Exa. com tamanha verba arrecadada?
Torcendo para que o bota-fora do Lula não coincida com o dos traficantes da Penha, o governador Sérgio Cabral prepara uma grande festa de despedida para o presidente no sambódromo carioca. A ideia é expulsar a bandidagem do Rio antes de 20 de dezembro, data já acertada com Zeca Pagodinho para comandar o show de agradecimento do balneário à parceria com o governo federal no mandato que se encerra sob fogo cruzado na cidade.
Ah tá. Então é esta a razão da frenética  e inglória jornada? A consequência do capricho, não vem ao caso?, Ou supõem que a partir desta operação diminuirá o tráfico e a revolta do país inteiro? O mais provável é pipocarem ainda mais esses descalabros

Recordar é viver: Código Cabral (1) - 4/7/2011

A solução para arrefecer a criminalidade, ao contrário do coro, não é mais arrocho, perseguição, borracha e prisão, tiros e mortes. Fosse por isso, por medo disso, não haveria um crime sequer. Bandidos, marginais, tem muito pouco perder. E se multiplicam como viet-congs, ainda mais com chance de aparecer na TV. Paradoxalmente,  para refrear a criminalidade, mister o cerceamento  da ação predatória dos governos, especialmente do Leviathan. 
Um ano depois deste alerta, a ficha começa a cair: 
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E dois anos depois, cientista político se rende ao preciso diagnóstico da  Nav's ALL  Cercando a teia da corrupção

2 comentários:

  1. estou com o senhor, as pessoas grande manda matar e roubar a propria familia mesmos os inocente ,policia ,presidente , comerciante ect.....mesmo o delegado. bravo!

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  2. javascript:BLOG_CMT_subscription.toggle()

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