sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A bobagem do salário-mínimo

Para ter relevância na economia global, o Brasil precisa superar o arcaísmo nas suas leis. Veja, 19/12/ 2008: 11
Se cada ser humano é diferente, seja na aptidão, vocação, formação, região, capricho, zelo, disciplina, experiência, educação, boas-maneiras, e tudo o mais, qual o sentido de equiparar todo mundo, ainda mais por baixo? O salário pleiteado mínimo não assume foros de teto também, em padrão geral? 
Aplicado aos outros domínios da vida em sociedade, o formalismo igualitário das regras coexiste mal com a exatidão das diferenças naturais. GUÉHENNO: 37
A ordem é multiforme; portanto, relativa:
“Há infinitos universos paralelos formando ramificações. Em cada um se atualiza uma realidade” (TOFFLER & TOFFLER: 20)
Esses colarinhos-brancos que andam por aí pleiteando salário-mínimo para todo mundo, que valor estarão ganhando para fazer o papel de heróis justiceiros, quando as relações de trabalho nada tem a ver com justiça, mas com conveniência? Pois um desses vetores se tornou por demais conhecido no esquema de desvio de verbas do BNDES. Ali sim, soube ser bem conveniente, ao inconveniente da Nação. "O cinismo também faz parte de seu repertório", denunciam os próprios operários da Causa Operária.(www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=5567)
O estudo da sociedade é tão precioso porque o homem é muito mais ingênuo como a sociedade do que como indivíduo. A sociedade jamais considera outro modo a virtude senão como meio para atingir a força, a potência, a ordem. F. Nietzsche, Vontade de Potência - Parte 2 : 276.
Os carinhas, em vez de se acovelarem por trás do escudo do Leviathan para vender seus serviços, ou melhor, para se locupletarem do trabalho dos inocentes, por que não diminuem o tamanho do Brucutú, responsável direto por subtrair metade do que o trabalhador percebe, em nome do próprio trabalhador?  Pois a cada centavo pago ao operário, o governo retira outro centavo, e mais. Por que não permitir que as empresas não paguem tudo diretamente a quem trabalha?  Sob a égide completamente abstrata, a ponto de irreal, justificam a soma de todos para tomar tudo de cada um? Em nome do social, recolhem metade do individual? 
Vejamos o grau da sordidez que se abate sobre esta gentalha que saiu do chão-de-fábrica por desculpa esfarrapada, sem maior mérito além do plá, para voar em boeings colocados à sua disposição: o salário mínimo que pleiteiam ao colega atinge quase trezentos dólares. Pois bem  Com esses mesmos trezentos dólares o trabalhador brasileiro pode comprar aqui no Brasil apenas a metade do que compraria em qualquer outro lugar do mundo. A preservação ou mesmo o aumento do poder aquisitivo depende muito mais de uma redução da enorme quantidade de impostos, e também dos criminosos juros cobrados da sociedade, do que do valor concedido.como remuneração laboral. Como é difícil ao trabalhador entender a artimanha, ele consagra quem lhe tem por otário.
E o que fazem os vilões com esssa dinheirama gigantesca, que não aparece em lugar nenhum? Turismo internacional, durante todo o mandato. Jamais encontraria os ex-trabalhadores trabalhando. Ora gozam a vida, e ainda se põem de catedráticos pelo mundo afora, menosprezando gente do mais alto gabarito.
'Como os países ricos habitualmente tentavam dar lições ao Brasil de como a gente fazer, seria importante que, humildemente, agora eles fossem aprender o que nós fazemos para que eles pudessem fazer políticas iguais', disse Lula após participar de jantar oferecido pelo presidente de Moçambique, Armando Guebuza, em Maputo. 
Qual sua tática? Não me diga que levou o exitoso mensalão ao âmbito internacional. Será que  pessoal da FIFA, do Comitè Olímpico, e até gente da ONU, além de sei-lá quantos presidentes de países pobres, mas que tem lá seus votinhos à tão sonhada cadeira no setor de Segurança da ONU? E depois a ONU? E depois, campanha em Marte? E dê-lhe contratos de homenagens internacionais, e jornais destacando o fenomenal altruísmo que rege suas ações -  e dinheiro aos árabes, à Faixa de Gaza, à Venezuela, Equador, e se metem em Honduras... É isso que fazem retirando a metade do suor do trabalhador?  Mas onde acham que vão com tais artimanhas? Como subsistir tão gigantesca burla?  Será que o primário aboliu a  História? Aliás, nem quero falar do sistema de ensino, todo gerido por essa meia dúzia de pseudo-tecnocratas voadores, um fiasco do tamanho do Brasil, ou mais, posto chacota internacional. Há algum inglês que ainda veja, porque lhe interessa abiscoitar gratuitamente o esforço dos eternos escravos, mas os que mantém a lucidez que lhes fizeram vanguardeiros hoje fazem piada não só do cacique, mas também dos pobres índios, enrolados para presente de Natal.
WALTER LIPPMANN (cit. POPPER, K., Sociedade Democrática e Seus Inimigos: 88) bem identificou os tipos:
Os coletivistas tem o empenho de progresso, a simpatia pelos pobres, o ardente sentido do injusto, o impulso para os grandes feitos, coisas que tanto vem faltando ao liberalismo nos últimos tempos. Mas sua ciência se baseia num profundo mal-entendido; e suas ações, portanto, são intensamente destrutivas e reacionárias. Assim, os corações dos homens são destroçados, suas mentes divididas e são apresentadas alternativas impossíveis.
Qual  razão comercial ou ética ampara os oferecidos porta-vozes para reinvindicarem salário-mínimo a quem não vai pagá-lo, a quem nada produz?  Em nome do quê um terceiro pode se imiscuir entre dois contratantes, um contrato par excellence privado, de interesse exclusivo dos contratantes, maiores e capazes, cujo objeto é perfeitamente lícito?
'É preciso que o Estado governe em acordo com as regras de ordem essencial', diz Mercier de la Rivière, 'e então deve ser todo-poderoso'. Segundo os economistas, o Estado não deve unicamente comandar a nação, também deve formá-la de uma certa maneira; cabe-lhe moldar o próprio espírito dos cidadãos, enchê-lo com certas idéias e fornecer ao seu coração certos sentimentos que julga necessário. Na realidade, não existem limites aos seus direitos nem ao que pode fazer; não reforma simplesmente os homens, quer transformá-los; talvez, se o quisesse, poderia fabricar outros! 'O Estado faz dos homens tudo o que quer', diz Bodeau. Esta frase resume todas suas teorias. TOCQUEVILLE, A, O Antigo Regime e a Revolução: 157
Eis a Hydra, por certo com a última cabeça  "E nada confere tanta honra a um príncipe novo quanto as novas leis e as novas instituições que estabeleça." MAQUIAVEL.
Mas essa gente não seria por demais ultrapassada, coisa do tempo em que a vela era rainha da noite?
Afirmo que a doutrina de Maquiavel vive hoje mais do que há quatro séculos, pois ainda que as formas exteriores de nossa existência tenham mudado consideravelmente, não se operaram modificações profundas, nem no espírito dos indivíduos, nem no dos povos. BENITO MUSSOLINI
O Duce, mimoso, grande tribuno! Queria Lo Estato Corporativo, e assim montou um teatro de ópera bufa!   O que colheu com tamanha criatividade, com a vivacidade de MAQUIAVEL? Para onde lhe conduziu tal pirosofia? Uma viga em posto de gasolina milanês, e o linchamento pelos próprios operários italianos. Então, senhor MERCIER DE LA RIVIÈRI: qual estado  mais poderoso do que o nosso Novo, ou aqueles encabeçados por nazistas e soviéticos?
O Marxismo introduziu dois axiomas: o de que a sociedade está dividida em classes cujos interesses estão em eterno conflito; e o de que os interesses do proletariado - só realizáveis através das lutas de classes - exigem a nacionalização dos meios de produção, de acordo com seus próprios interesses e em oposição aos interesses das outras classes. VON MISES, LUDWIG, Uma Crítica ao Intervencionismo: 139
Assim como Lênin foi para a eternidade 
delirando sobre a eletricidade, também partiu 
Stálin ouvindo uivar dos lobos imaginários. 
JOHNSON, Paul, Tempos modernos: 383.
MARX  dispendera o que tinha de mais caro pela esquizofrenia social  que tão habilmente foi capaz de  introjetar - da meia-dúzia de filhos apenas três chegaram a idade adulta, e desses três, dois preferiram o suicídio, (cit. DOWNS, Robert Bingham: 100) - mas em democracias, senhores, que razão assiste dividir o povo em duas classes - trabalhadores e capitalistas - para então tomar partido de uma ou outra? Governo democrático é para todos, ou feito na defesa da classe divisada, perante a outra?
Com efeito, quase todos os vícios, quase todos os erros, quase todos os preconceitos funestos que acabo de pintar deveram seu aparecimento, ou sua duração, ou seu desenvolvimento à arte da maioria de nossos reis de dividir os homens para governá-los mais absolutamente! TOCQUEVILLE, A., 1997, cap. XII: 139
Bem, isso foi no tempo daqueles divinos.  Por que a Francesa não acabou com a canhestra técnica?
“A sociedade industrial fundou o seu sistema em grandes organizações coletivas: na fábrica, nos partidos, nos sindicatos e nas instituições.” (DE MASI,: 270)
Ah tá. Piorou a divisão, então.
"Em nome do progresso humano, Marx provavelmente causou mais mortes, miséria, degradação e desespero que qualquer outro homem que já tenha vivido. DOWNS, ROBERT BINGHAM: 101
Era uma questão tanto de sobrevivência quanto de política: uma panacéia que, pelo voto do trabalhador e pela transformação radical do Parlamento, proporcionaria ao trabalhador muitos assados, muito pudim de ameixas e cerveja forte, com três horas de trabalho diário
RUDÈ, GEORGE: 19
 
Tal artimanha só podia ser coisa da Hydra.
briga Pictures, Images and PhotosÉ necessário que tal cidade não seja una, mas dupla, a dos pobres e a dos ricos, habitando no mesmo solo e conspirando incessantemente uns contra os outros. PLATÃO, A República, livro VIII., cit. SAUTET, M.: 252
Pobre dos mencheviques, também dos soviéticos. Mas o muro já caiu. Por trás nada tinha de pudim. 
Toda a história do homem é uma prova contínua da máxima de que retirar conceitos éticos dos métodos utilizados significa mergulhar nas profundezas da desmoralização total. É aí que reside a verdadeira tragédia da filosofia bolchevique tal como foi aplicada à Revolução Russa. Que esta lição não tenha sido em vão. My Further Disillusionmet with Russia, 1924, cit. WOOCOCK:14.
Agora, só tem PUTIN, belo nome, bem apropriado ao exibicionista.  Já sabemos de onde veio a Minerva, mas o que tinha em mente tamanha expressão, a ponto de se tornar carma ocidental?
O que caracteriza os primeiros estudos sobre a sociedade é, precisamente, um ponto de vista finalista e normativo: finalista, isto é, tendo unicamente em consideração o ideal a realizar, a investigação do que deve ser a 'melhor' organização social e política; normativo, quer dizer, a preocupação imediata de estabelecer normas, regras de ação para a vida coletiva. É este, particularmente, o ponto de vista dos filósofos. Bastará recordar, quanto à antiguidade, a República e as Leis de Platão, a Política de Aristóteles... CUVILLIER, A., Introdução à Sociologia – OS PROBLEMAS SOCIOLÓGICOS
Mas pelamor dedeusAo que consta, deixamos essas estações já  faz muito tempo. Foram abandonadas por travestidas.
“Uma das conseqüências da ‘diversidade humana’ é que a igualdade num espaço tende a andar, de fato, junto com a desigualdade noutro." (SEN: 51)
A asserção de que o marxismo-leninismo, ideologia basilar da União Soviética, tinha alguma coisa a ver com a verdadeira ciência foi um puro artifício retórico, um dos maiores logros deste século, embora propaganda deste tipo fosse ensinada a todas as crianças dos países comunistas.
DESCAMPS: 139
O Fim da História e o Último Homem, do historiador americano Francis Fukuyama, já se tornou um clássico do registro desse malogro. Demonstrou-se a falência teórica e prática de um juízo sobre a história: aquele segundo o qual o macaco moral que fomos nos tempos da coleta primitiva encontraria o estágio final de sua sina evolutiva no bom selvagem socialista, de espinha ereta, pensamentos elevados e apetites controlados pela ética coletiva.  AZEVEDO, R., Veja, 2/4/2008
A justificação da democracia, ou seja, a principal razão que nos permite defender a democracia como melhor forma de governo ou a menos ruim, está precisamente no pressuposto de que o indivíduo singular, o indivíduo como pessoa moral e racional, é o melhor juiz do seu próprio interesse. BOBBIO, N. Teoria Geral da Política: a Filosofia Política e as Lições dos Clássicos: 424
Ao quê se deve, então, conta a verdade, governo disposto a determinar pagamento de  salário-mínimo a quem quer que seja, mesmo não sendo ele, obviamente, o pagão, eximindo-se, até por impossível, de estipular um lucro-mínimo ao pagador? Qual mais justo motivo de interromper qualquer contrato de trabalho além do desinteresse puro e simples de pelo menos de um dos contratantes? Ambos são obrigados a querer, sob pena de ter que pagar, indenizar seriamente a parte que não quiser?  E o que dizer quando a tal justiça introduzida pelo amoroso fascismo ordena que o empregador reintegre o empregado que não lhe interessa, em completo contragosto? Que tipo de serviço pode desse modo tão sutil ser apurado? Que bem pode a sociedade auferir desta relação de amor candente? Um objeto não poucas vezes sabotado com algum vício oculto, redibitório! 
Se o capital e o trabalho são, em última instância, sinérgicos, como insistir nas políticas sindicalistas de confronto, apoiadas nos velhos paradigmas da luta de classes? ... e aquela mentalidade anti-empresarial apoiadas na crença do lucro como exploração e na teoria de que os ricos ficam mais ricos, enquanto os pobres ficam mais pobres? Enfim, como oferecer suporte lógico a teoria central da obra de Marx, qual seja, a da luta de classes e motor da historia? A deposição de tais crenças, teorias e conceitos equivale a uma verdadeira revolução epistemológica e a uma revogação do paradigma marxista. Depois de erguer-se com tanto brilho, o edifício teórico construído pelo autor de O Capital parece tombar em ruínas, nada dele restando senão escombros conceituais. Inacreditavelmente, doravante, seria tudo ao contrário: capital e trabalho não mais seriam fatores antagônicos, seriam fatores sinérgicos! A disjuntiva capital e trabalho - base do paradigma marxista - não mais prevaleceria e deveria ser substituída pela conjuntiva capital e trabalho! Onde existia puro antagonismo e conflito existem agora enriquecimento mútuo e recíproco. MASCARENHAS, EDUARDO: 202
Seja quem for, ator, ou diretor,  a ópera e seus operários somente se justificam pelo amor, ou pelo valor disposto pelo consumidor. E o consumidor do proletariado é o patrão. É este, e não o trabalhador, quem definirá o preço a pagar pela obra feita, não de acordo com as vicissitudes do obreiro, mas sim dimensionado pelo desejo, ou necessidade do espectador.  De nada serve qualquer disposição em contrário. Ela até poderá vingar, mas por tempo tão curto quanto a mentalidade que a conduz. E a frustração costuma trazer a revolta, sempre maior na medida da demora em aflorar.
O homem mau sente-se bem até quando o mal não der frutos. Mas quando o mal frutificar, o mau sim, o mal sentirá. DARMAPADA: 66
Qualquer trabalho depende do valor estipulado exclusivamente por quem o requer, e este valor não pode ser arbitrado por ninguém mais - nem governo, nem religião, nem pela ética, ou em função da pretensa totalidade orgânica, por direito de quem quer que seja, de um, ou de todos, pessoal, ou social.
O único encorajamento ao trabalho que a ciência pode admitir, é o lucro. De fato, se o trabalho não pode encontrar em seu próprio produto sua recompensa, longe de ser encorajado, de ser abandonado o mais rápido possível. PROUDHON, P.-J., Sistema de contradições econômicas, ou Filosofia da miséria: 202
Por qual razão é mister buscar qualquer outra justa-causa, uma mais justa do que esta? Se o contrato é de trabalho, por que tem que envolver a pessoa, a família e até nascituro de quem se dispõe a trabalhar, mas não de quem lhe oferece o trabalho?
Eminentes cientistas e filósofos da Ciência como Niels Bohr, Louis Victor de Broglie, Philip Frank, Gaston Bachelard e F. Gonseth sentem a necessidade de recorrer a um novo tipo de dialética, a de complementariedade, para explicar problemas insuscetíveis de solução em termos de lógica axiomática. REALE, M., 1992: 72
Entre a teoria dos quanta, que sustenta o edifício científico da idade atômica e o pensamento dos economistas e filósofos, marxistas e tecnocratas, parece terem decorrido séculos. Já não falam a mesma língua. Já não têm nem uma idéia comum. KRAEMER, Eric, La Grande Mutation,
Burgueses burros, não entenderam que eu estou querendo salvar a vida deles. GETÚLIO VARGAS, ex-Ditador do Brasil, cit. JORGE, F. Getúlio Vargas e o seu Tempo: Um retrato com luz e sombra: 296
Ah tá. Muy amigo. Salvou a vida dos burgueses; e depois, suicidou-se. 

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