quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A orquestração da felicidade

MASSACRE PUBLICITÁRIO precede a Noite Feliz Todos à postos. .
É a expressão da tendência fundamental de Platão: a tendência para unificar o disperso, para trazer o caos de nossas mentes, dos nossos desejos e paixões, e da nossa vida política e social para um cosmos, para a ordem e harmonia... CASSIRER, E.: 102.
O carma exige enorme gama de sacrifícios. Ruas se tornam apinhadas, os correios abarrotados, dívidas proliferadas, pessoas apressadas para cumprirem enormes listas de obrigações. No meio do calor infernal não se dispensa o traje do norte. Algumas tragédias se sucedem na intensa corrida, mas à noite cessam as hostilidades entre os competidores.
É antes aquela forma platônica de pensamento, que descobre sempre o perfeito atrás de todo imperfeito, que o move, levando-o a ver, por trás de todas as verdades particulares, que são apenas verdades parciais, a verdade absoluta, como Platão vê, em todo bem particular, o Bem. HIRSCHBERGER, J., Agostinho: o mestre do ocidente. www.consciencia.org

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Somente nos últimos 30 dias, as passagens aéreas para saída de Porto Alegre tiveram um aumento de 24%. Quase três mil motoristas foram multados no primeiro dia de operação especial nas rodovias no Rio Grande do Sul. ZH, 24/12/2009
Cabe ao perú pagar o pato. "O homem sempre dependeu dos animais para os mais diversos propósitos e esta relação foi naturalmente estabelecida numa 'intenção de serviço'. (FRANCISCANOS, 1997: 41)
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O Vaticano e seus consulados lotam de compenetrados, cabisbaixos pecadores, todos em postura devidamente humilde. Imploram por graças com gemidos e decorebas. Nem parece aniversário. Não há nenhuma graça. A preocupação pela salvação é tanta que não se vê o menor sorriso, mas a fé lhes indica boas possibilidades de êxito, de maneira que amanhã se jactarão à vontade. Sequer a Muralha os detém:
Milhares de católicos chineses participaram da missa de Natal nas 6 mil igrejas do país. A procura foi tanta que houve confusão na Catedral do Norte de Pequim, pois muita gente queria entrar no lugar e a polícia tentou impedir a passagem dos fiéis. Com isso, muitos foram embora. Alguns lugares tiveram de distribuir senhas.
De modo geral costuma-se efetuar o balanço de mortos e feridos, resultando consternação diante do amor que vem pregado. Sobreviventes se esmeram em recíprocas mensagens de paz e fraternidade. Proliferam-se indultos e doações indiscriminadas, numa espécie de inversão entre tarefas e privilégios. Cumprem vias-sacras os agraciados, enquanto pobres-de-espírito, desgraçados, os amaldiçoados recebem os louros. Pés-sujos ganham manicure. Presos vão às ruas. O governador de Brasília recebeu cifra para comprar panetones, mas escondeu o dinheiro nas cuecas e se foi para a Europa. O filho do americano foi autorizado a retornar à sua Pátria. A julgar pelo sucesso, no ano que vem os países trocarão crianças, ao invés de presentes e mensagens. Pedintes não precisam pedir. Aposentados levantam. Aos "descamisados" a melhor promessa: um aumento de salário que lhes permite comprar até mesmo uma escova-de-dentes sobressalente. Se os preços de tudo em seguida acompanharem o índice, não vem ao caso. Desde o consciencioso MUSSOLINI o empregador se vê obrigado em pagar um salário inteiro ao trabalhador, sem este precisar trabalhar. A penitência é devido a penúria imposta pelo burguês durante o ano. Depois Duce mandou os felizardos operários aos campos talados de minas e canhões, mas já não era mais Natal.
A Força Aérea 51 paraliza. O pre si dente sai do luxo ao lixo, no encontro dos catadores. S.Exa. evidencia o despreendimento pelo vil metal. É humano. Demasiado humano. Até os pobres de Paris concordam:
"Le Monde escolheu o presidente Lula da Silva como 'o homem do ano de 2009', na primeira vez em que o prestigiado diário decidiu fazer esse tipo de indicação."
A mulher do francês preferiu um conterrâneo. Carla Bruni 'fez amizade' com mendigo parisiense
"A primeira-dama da França deu dinheiro, CD autografado, e ofereceu-lhe um quarto de hotel por um mês."
Belém suplica pela paz. A cidade em que nasceu o DEUS-MENINO não mais suporta a guerra, a genuína religiosa; todavia, não há quem dispense a religião. Cristãos oram na Igreja da Natividade, construída para substituir o mais famoso estábulo. Se DEUS é por eles, quem será contra eles? E para provar a eficácia do Aliado, depois da reza Israel voltou à Gaza no desatino, liquidando com um monte de palestinos. (26/12/2009)
O Brasil acreditou no pleito natalino e enviou o impagável AMORIM para atendê-la. Mais uma boa idéia.

No início do mês o talentoso diplomata mandou pregar um mural no saguão de nosso hotel-embaixada. Logrou pleno êxito. O ilustre foragido da justiça hondureña aprecia as mensagens natalinas. ZELAYA contabiliza quase uma centena de cartões, e já disse que dificilmente sairá da hospedaria.
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O vexatório processo contra D. DANTAS foi suspenso. Implicava meio-mundo. E o médico maníaco que estuprou meia centena de senhoras desde ontem pode voltar a "amar".

Então é Natal. Seja gangster ou carmelita, político ou ermitão, branco, vermelho, negro ou até amarelo, todos devem receber as melhores reverências.


O motivo propicia náo só o resgate de importantes memórias, como ensejam solidificações, e inícios de relacionamentos mais ou menos afetuosos..Todavia, porque obedece ao relógio, o automático cuco, nada mais do que programação de compasso, também automaticamente decai o badalado apelo humanista. Sentimentos não são cronológicos. Talvez nem lógicos. Ademais, manifestações de amor ao próximo somente por ele ser do gênero parecem forçadas, para não dizer alienadas. Não se ama desconhecido. E a intensidade do amor sempre varia conforme o agente, e o alvo, de maneira que ao usar a mesma saudação, ainda mais dessas impressas à revelia, corre-se o risco de pagar um mico, de ser inapropriada. Desejar bom apetite é de bom-tom, mas se dirigido a gordo soa gozação. Votos de "Feliz Natal junto à sua família" arriscam deprimir o receptor desprovido da célula. E sabe-se lá por quais razões, há quem simplesmente deteste o período, mas é engolfado pelo redemoinho. "Para mim é a semana mais "triste". (http://danielcavbar.spaces.live.com)
O que mais se evidencia no ciclo é o interesse em adular freguês.
Em 1931 a Coca-Cola lançou uma campanha publicitária usando o figurino do Papai Noel. O take perpetuou a imagem do bom velhinho pelo mundo afora.

Na Alemanha é o Weihnachtsmann. Entre espanhóis e descendentes, Papá Noel, mas no Chile tratam-no como Viejito Pascuero. Na Dinamarca, Julemanden; em França Pére Nöel, na Itália, Baboo Natale. O México recebeu direta influência do colosso - como nos Estados Unidos, os cantinflas preferem S. Klaus.

Tudo se faz para exaltar o passo(e) do Aniversariante. Como não se faz presente, Ele o envia pelos trenós. Aos que não se sensibilizam com o velho emissário, resta mais eficaz imaginação - o culto extremado ao representante máximo, em devoção acentuada a ponto do desequilíbrio.
Há pouco uma mulher pulou a cerca para abraçar e derrubar o Papa BENTO XVI, que se dirigia para animar a Missa do Galo.
Estamos salvos, não sei bem do quê. Mas se qualquer salvamento é motivo de júbilo, que dirá da humanidade inteira.
Eu pedi ao Papa que nos seus pronunciamentos ele fale da crise econômica, pois, se todo o domingo o papa der um conselhozinho, quem sabe a gente encontra mais facilidade para resolver o problema. SILVA, Luis da, Presidente do Brasil, Estadão, 13/11/2008
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E porque Jesus veio? Deus fez o homem perfeito, conforme a sua imagem, mas o homem pecou e se separou de Deus. Porque Deus é Santo e não pode conviver com o pecado. A Bíblia diz que o preço do pecado é a morte ( a separação de Deus). Alguém tinha que pagar o preço. Alguém que não tinha pecado. Portanto Deus enviou Seu Filho, para nos reconciliar com Ele. Por causa de Jesus temos novamente acesso a Deus!
www.dihitt.com.br/barra/afinalo-que-e-o-verdadeiro-natal

Essas parcas linhas oferecem a certeza de episódio totalmente inverossímel, mas não há discordância num ponto: ADÃO & EVA ainda dão muito trabalho. E muito emprego, também.
Saúdo a passagem do Natal. Brindo com todos, indistintamente como ele requer. Doravante nossos ouvidos poderão descansar. Até a Páscoa.

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