quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A cura da esquizofrenia através da Filosofia


Não apenas pela quantidade de vetores elencados, mas também por
identificar o liame essencial, elo a rigor desdenhado pelos especialistas,
dentre os 1500 artigos postados este me parece dos mais relevantes. Desfrute.

Conhece a ti mesmo, e conhecerás o Universo de Deus.
 
Essa patologia é uma doença da personalidade total que afeta a zona central do eu e altera toda estrutura vivencial. Em nossa cultura o esquizofrênico representa o 'louco', uma pessoa que traz grande estranheza no meio social devido a sua mente dividida, não conseguindo assim conviver bem com a realidade reconhecida. O esquizofrênico despreza o racional e perde a liberdade de escapar às suas fantasias. A esquizofrenia espiritual (E.E.) tem trazidos traumas ainda maiores para as pessoas que seguem indivíduos com esses sintomas. A esquizofrenia não tem cura, mas a pessoa que tem esse tipo de doença pode ter uma vida normal através de medicação, inclusive constituir uma família e ter um bom emprego. A esquizofrenia espiritual tem cura e isso pode acontecer através de filtrar as Alucinações e Delírios espirituais através da realidade da palavra de Deus.  (Fulano de tal, pastor, doutor em aconselhamento e cuidado de família. presidente do Conselho Metropolitano de Pastores e Ministros da Baixada Santista, psicanalista clínico, terapeuta de família e comunitário. Também é conferencista na área da família e colunista da revista Lar Cristão. Autor dos livros: Quem manda na família Hoje. Manual de Discipulado e Manual para a Família. Apresentador do programa de TV - Família um Projeto de Deus)
Se tal depoimento, leigo par excellence, e nada laico, por interesse, não for a expressão máxima, porque completa, da falsidade ideológica, pode me tirar o tubo. Mas ouçamos profissional:
Embora não haja consenso sobre este ponto específico, o grande corpo do volume de informações disponíveis aponta para o fato de que ainda não existe cura para a Esquizofrenia. Embora muitos pacientes, adequadamente tratados, possa produzir uma vida com qualidade, produzirem, estudarem.  http://medico-psiquiatra.com/principal/esquizofrenia 
Francamente? Arrisco as fichas, radicalizo a pleno: espírito não tem cura, porque não adoece. A manifestação esquizofrênica, sintoma tomado pathos pode ser praticamente eliminado, sim senhor, desde que se cumpra a oração do próprio Pai da Psicanálise, em carta a Pfister: 
Não sei se o senhor adivinhou a ligação secreta entre A Questão da Análise Leiga e O Futuro de uma Ilusão. Na primeira, quero proteger a psicanálise dos médicos; na segunda, dos sacerdotes. Quero entregá-la a uma categoria de curas de alma seculares, que não necessitam ser médicos e não podem ser sacerdotes. 
Com esta recomendação, e apenas nisso, concordo com o sizudo professor. A anomalia não é afeta ao trato medicinal; e, muito menos, sacerdotal. É emocional, mas não espiritual. É da mente; não biológica.  Consagra-me Elisabeth Roudinesco. psicanalista, historiadora, docente, escritora, e discípula de Jacques Lacan: 
A biologia é reconhecida como uma ciência, uma ciência da natureza. A psicanálise não o é de modo algum. Não tem metodologia, resultados ou a positividade das ciências duras. É uma ciência mais próxima das Humanas, como a Antropologia, a Sociologia, a História. Mas mesmo essa concepção, a de parte das ciências humanas, já foi contestada. Psicanálise é a medicina da alma do nosso século - Psiquê Brasil 28 fev. 2010 
Cárie de raiz 
Mais de dois mil anos já se passaram desde o dia em que Platão ocupava o centro do universo espiritual da Grécia e em que todos os olhares convergiam para a sua Academia, e ainda hoje se continua a definir o caráter da filosofia, seja ela qual for, pela sua relação com aquele filósofo. JAEGER, Werner. Paidéia. A formação do homem grego: 581
Pois a cura da esquizofrenia depende justamente de curar esta "filosofia". em minúscula, na verdade mais afeta e restrita a uma teosofia, estradulada teosofria. Esculpidos lá dentro daquela caverna, permanecem incólumes,  ainda sustentando as ilusões daquela escuridão projetadas. "Durante seu desenvolvimento pelo pensamento grego, a filosofia da natureza enveredou por um caminho equivocado. Esse pressuposto errôneo é vago e fluído no Timeu de Platão."(WHITEHEAD, Alfred N.: 31) 
"Os homens tinham a teoria de que a matéria celestial era fundamentalmente diferente da matéria terrestre e que era natural que os objetos assim caíssem, enquanto era natural que os objetos celestiais, tais como a Lua, permanecessem parados no céu." (BOHM, David, Totalidade e ordem implicada: 20)
O marco zero filosófico  orientou bilhões e bilhões de obcecados em dois milênios e meio:
Durante longo tempo o ideal do conhecimento científico foi aquele que Laplace havia formulado com sua idéia de universo totalmente determinista e mecanicista. Segundo ele, uma inteligência excepcional dotada de uma capacidade sensorial, intelectual e computacional suficiente poderia determinar qualquer momento do passado e qualquer momento do futuro. É essa visão pueril e talvez louca do mundo que está prestes a desmoronar, mas ela ainda reina, e efetivamente excluiu todo o problema da reflexividade. MORIN, Edgar 2000: : 32 
Dessarte, a estrela pela qual orbitam todas as faculdades citadas pela ilustre Prof. Roudinesco tem o nome Filosofia. A esquizofrenia é consequência, fruto desse condicionamento caprichosamente elaborado pelos "médicos" e "sacerdotes" da pioneira, no fito de exercer o domínio sobre todos, compor mercado às suas subsistências.
E como se desce, desse mundo de ironia e razão e veridicidade, ao reinado do sábio de Platão, cujos poderes mágicos o elevam muito acima dos homens comuns, embora não tão alto que dispense o uso de mentiras ou despreze o triste mercado de cada curandeiro, a venda de feitiços, de encantamento e criadores de raça, em troca de poder sobre seus concidadãos! PEREIRA, J.C., Epistemologia e Liberalismo - Uma Introdução a Filosofia de Karl R. Popper: 153   
A psicanálise funciona como uma metafísica de substituição num mundo sem metafísica e oferece elementos para a construção de uma religião numa época do pós-religioso. A instituição foi construída por seus 'sacerdotes' num esquema próximo ao da religião cristã, com seus patriarcas trabalhando diligentemente para esconder o que poderia vir a macular o mito. ONFRAY, Michel, Le Crepuscule d'une Idole - L'Affabulation Freudienne (O Crepúsculo de um Ídolo - A Fabulação Freudiana
A tão ousado raid  levo grande contingente, e forte munição. 
Enfim, defendemos que a Filosofia, especialmente sua dimensão crítica, tem muito a oferecer na formação e atuação dos profissionais da saúde. Ela contribui, especialmente no campo da educação em saúde, para o exercício de uma reflexão sobre os pressupostos epistemológicos que presidem a formação acadêmica (domínio da ciência) e a atuação no campo (domínio do senso comum), elaborando um esforço para compreender o elo entre os saberes.  Ediara R.G. Rios , Senso comum, ciência e filosofia - elo dos saberes necessários à promoção da saúde
A instalação da esquizofrenia 
Do grego σχιζοφρενία; σχίζειν, "dividir", esquizofrenia é disfunção do φρήν, "phren", "phrenés", a parte identificada por fazer a ligação entre o corpo e a alma, O "diafragma" avariado transtorna o psíquico Alguns a identificam tal qual fatalidade congênita. "Até o momento têm sido inconclusivos os estudos que afirmam, indubitavelmente, se a esquizofrenia é genética ou hereditária, embora já se tenha certeza absoluta de que a probabilidade de filhos esquizofrênicos é maior se um dos pais for esquizofrênico e, muito maior, se ambos forem." (Esquizofrenia - PsiqWeb) Pesquisadores constatam indícios em cromossomas, mas reafirmo: se verdadeiros, são deformações proporcionadas pelas ardilosas informações recebidas pelas cabeças, e daí aos DNAs, ao longo dos últimos 2.500 anos. (Na mosca: Cientistas descobrem relação entre depressão e DNA- 24 Jul 2011 -Tendência a stress pós-traumático pode ser genética Veja, 2/4/2012) 
A cisma foi caprichosa e e sutilmente introjetada no fito de subjugo e exercício de poder: 
Enquanto estivermos presos ao corpo e a nossa alma estiver conglutinada. com este mal, nunca poderemos atingir plenamente a verdade do que buscamos. Pois, mil e uma inquietações nos causa o corpo, pelas exigências de sua nutrição, sem falar ainda em toda espécie de paixões eróticas, desejos, temores, e um sem número de imaginações e infinitas ninharias. Em suma, ele nas coloca num estado no qual não temos um momento de quietação. Pois, também as guerras, as revoltas e batalhas são conseqüências do corpo e das suas concupiscências. Porque todas as guerras nascem do desejo de adquirir haveres e bens. E haveres e bens somos forçados a adquirir por causa do corpo, cujas exigências devem ser satisfeitas. PLATÃO, Fédon, 66. 
Platão assimilou os rasgos de Parmênides e a compaixão melancólica do legislador Pitágoras para interpretar e aproveitar dialética do perscrutador de almas, o suicida Sócrates. Assim se configurava a confusão:  
Quando Parmênides, agora, voltava a olhar para o mundo do devir, cuja existência antes tentara conceber graças a especulações tão engenhosas, irritava-se com os próprios olhos porque viam o devir, contra os próprios ouvidos, porque ouviam. 'Não acreditei nesses olhos estúpidos', ordena agora, 'não acrediteis no ouvido barulhento ou na língua, mas examinai tudo com a força do pensamento'. Assim realizou a primeira crítica ao aparelho do conhecimento - crítica extremamente importante, embora insuficiente e nefasta nas suas consequências: ao dissociar brutalmente os sentidos da capacidade de pensar abstrações, portanto, da razão, como se fossem duas faculdades completamente separadas, destruiu o próprio intelecto e encorajou a cisão inteiramente errônea entre 'espírito' e 'corpo' que, sobretudo desde Platão, pesa como maldição à filosofia. NIETZSCHE, F., A filosofia na idade trágica dos gregos: 67
Sem metafísica, não há psicanálise:
A psicanálise trata as dores da alma. E é um processo tão longo para diluir a dor quanto foi para implantá-la. A substância com a qual a psicanálise lida não obedece às leis da mecânica. Não tratamos de matéria, não tratamos de concretudes: são dores da alma, substâncias de outra categoria.  Psicanalista e colunista da Folha de São Paulo.
. O liame
Segundo Platão o oráculo disse que ninguém era mais sábio do que Sócrates, e a sabedoria socrática é identificada como autoconhecimento. Xenofonte usa a anedota para respaldar seu retrato convencional da virtude moral de Sócrates. Platão, para apresentar a investigação socrática como cumprimento de uma missão divina, e portanto como um ato supremo de piedade... Existe, portanto, uma relação íntima entre o autoconhecimento e a melhor alma possível; ou o autoconhecimento é idêntico a este estado da alma, ou é condição dele, necessária, suficiente, ou talvez necessária e suficiente.  TAYLOR, C.C.W., Sócrates: 30/1 
Freud buscou inspiração na cultura Grega, pois a doutrina platônica com certeza o impressionou em seu curso de Filosofia. As partes da alma de Platão correspondem ao Id, ao Superego e ao Ego da sua teoria que atribui funções físicas para as partes ou órgãos da mente (1923 - O Ego e o Id). No centro do Id, determinando toda a vida psíquica, constatou o que chamou Complexo de Édipo, isto é, o desejo incestuoso pela mãe, e uma rivalidade com o pai. Segundo ele, é esse o desejo fundamental que organiza a totalidade da vida psíquica e determina o sentido de nossas vidas. COBRA, Rubem Queiroz - www.cobra.pages.nom.br/ecp-psicanalise.html 
"Freud forneceu-nos a metade doente da psicologia e devemos agora preencher a metade saudável." (MASLOW, A, Toward a Psycology of Being, - Van Nostrand, Reinhold, 1962: 5)  O imaginativo professor passou a idéia de esvaziar a torpeza milenar, mas para introduzir outra perfídia do mesmo rincão em seu lugar "Platão é aquela ambiguidade e fascinação chamada de 'ideal' que tornou possível às naturezas nobres da Antiguidade entender o mal a si próprias e pisar na ponte que levou à cruz." (NIETZSCHE, F., Crepúsculo dos Ídolos: 130) O discípulo Carl  Jung se rebelou; e saiu atirando:
Caro professor Freud... Eu mostraria, contudo, que a sua técnica de tratar os discípulos como pacientes é uma asneira. Desse modo o senhor produz ou filhos servis ou fedelhos impudentes. Sou objetivo o bastante para perceber o seu pequeno ardil. O senhor anda por aí farejando todas as ações sintomáticas que ocorrem em sua vizinhança, reduzindo, assim, cada uma ao nível de filhos e filhas, que admitem, envergonhados, a existência de seus erros. Enquanto isso, o senhor permanece no alto, como o pai, em situação privilegiada. Por puro servilismo, ninguém se atreve a puxar o profeta pela barba e a perguntar de uma vez o que o senhor diria a um paciente com tendência a analisar o analista em lugar de si mesmo. Certamente o senhor perguntar-lhe-ia: quem tem a neurose?... Se o senhor se livrasse completamente de seus complexos e parasse de bancar o pai para seus filhos, e, ao invés de visar continuamente os pontos fracos destes, examinasse bem a si próprio, para variar, eu então me corrigiria e erradicaria de um só golpe o vício de hesitar em relação ao senhor...
Vero:
O superego é um juiz malévolo, como seu inconsciente é um carcereiro obtuso: velando sempre tão zelosamente sobre seu segredo, ele acaba por designar o local onde se esconde. Sob o pretexto de liberar os complexos, as pessoas se enredam cada vez mais nos assuntos sociais, familiares. BACHELARD, GASTON, cit. QUILLET, PIERRE: 61 
Dessarte o fio-de-ariadne que leva o paciente diretamente à entrada do labirinto pela qual ele e a civilização inteira vem de roldão é conhecido no meio científico com o pomposo nome de Epistemologia, a Filosofia das Ciências, mas é apenas uma flecha, tapete-mágico, chave-mestra ao Abre-te Sésamo. "A história das ciências emergirá então como a mais reversível de todas as histórias. Ao descobrir o verdadeiro, o homem de ciência barra a passagem de um irracional.".(BACHELARD, G., cit. QUILLET, P., Introdução ao Pensamento de Bachelard: 45)  Somente retornando àquele passado mais longínquo, justamente no ponto da ruptura,  é que o ser humano resgatará o ingresso ao futuro, naquela ocasião abandonado. É a regressão à infância, proposta pelo inventivo cientista, mas não do paciente, que é apenas decorrência de seu meio, e sim da civilização. Mas o paciente não precisa esperar que a civilização inteira se conscientize, e proceda a romaria. Ele mesmo pode e deve encetá-la, desde que com alguma instrução. O vírus se dissolve em modo tão rápido quanto seu pensamento. Cura instantânea, sim senhor, mas há que se conservar vigilante, porque são demais os desvios oferecidos, a todo instante, a cada passo. Eis a cisma fundamental:
A separação metafísica da alma e do corpo teve efeitos desastrosos sobre a filosofia. RUSSELL, B., Por que não sou cristão: 43 
Antes fosse apenas o incalculável prejuízo filosófico. Infelizmente, entretanto, a partir de então tudo se parte, começando pela ciência, daí à mente do indivíduo,  e ao cabo, da civilização inteira. 
O trem do desatino 
Platão, impossibilitado de compreender a realidade das contingências do mundo sensível, optou por construir um mundo perfeito a partir de suas próprias idéias, denominou-o, Hiperurâneo, mundo das formas perfeitas, eterno, habitat das almas que ele criara ao dividir o homem em corpo mortal e alma imortal. O mundo racional que Platão idealizara foi tão bem elaborado que Santo Agostinho (354-430 d.C.) adaptou-o ao cristianismo, e a exemplo de Platão criou duas cidades utópicas: a Cidade de Deus e a Cidade dos Homens. PLATÃO E AS CONSEQUÊNCIAS DE SUA FILOSOFIA 
O conhecimento dos fatos antigos, chamados históricos, afeta a interioridade e a exterioridade do homem que procura se conformar intimamente com mitos e heróis e que, externamente, se empenha em seguir seus modos de agir e dominar. Com esse comportamento, assimila o despotismo da história e assume a máscara de seus personagens centrais. MIORANZA, Ciro, in NIETZSCHE, F., Da utilidade e do inconveniente da história para a vida: 10 
Exato. Fila indiana. À "Cidade dos Homens" se apresentou formidável contingente, porém mordido pelo mesmo preconceito que levou o homem a ser expulso do Paraíso, da "Cidade de Deus". O cruel MAQUIAVEL jurava que a natureza humana era essencialmente má e os seres humanos queriam obter o máximo ganho a partir do menor esforço, apenas fazendo o bem quando forçados a isso. No dizer de HOBBES o homem se fazia lobo do homem, um autômato destituido de sentimentos, exceto a volúpia pelo alheio. Pelo diagnóstico de DESCARTES, o indivíduo nasce dotado de más intenções. A NEWTON tudo se traduz por jogo de forças contrárias. Conforme ROUSSEAU, o ser é produto de eterno conflito, igual ótica de HEGEL. No catastrofismo de MALTHUS, somos meros reprodutores. Pelos legisladores BENTHAM e MILL, ADÃO era muito egoísta. Mísero símio, na configuração de DARWIN. Exclusivo materialista, pelo prisma de MARX. Um elemento impregnado de neuroses e psicoses sexuais, de tanta guerra interna entre a vontade e a repressão, entre o prazer e o recalque,, pela interpretação psicanalítica de FREUD. 
A psicologia freudiana é basicamente uma psicologia de conflito. Em sua luta existencial, Freud foi indubitavelmente influenciado por Darwin e os darwinistas sociais, mas para a dinâmica detalhada de 'colisões' psicológicas ele recorreu a Newton. No sistema freudiano, todos os mecanismos da mente são impulsionados por forças semelhantes as do modelo da mecânica clássica. CAPRA, F., O Ponto de Mutação: 173 
Tirante Marx, talvez, que preferiu um dormente, os demais sempre viajaram no transatlântico cristão. O pecado original dos insensatos se precipitou ao largo das paradisíacas ilhas do Mediterrâneo: "Na Grécia, berço das artes e dos erros e onde se levou tão longe a grandeza e a estupidez do espírito humano, raciocinavam sobre a alma como nós." (VOLTAIRE, «13.ª carta», Cartas Filosóficas). A inspiração original da Lenda de Orfeu e a bifurcação correspondente proposta pelo afilhado da Pítonisa, encampada por Sócrates & apaniguado é que desintegra todo mundo: 
Pitágoras apreciava a tal ponto a teologia órfica que dela fez modelo para plasmar a própria filosofia. Em decorrência disso, as sentenças de Pitágoras passam a ser chamadas sacras na medida em que são derivadas dos esquemas órficos. DELLA MIRANDA, Pico, A dignidade do homem:73
As mútuas relações entre Platão e a filosofia pitagórica constituem, de fato, um eixo fundamental para a crítica: se a filosofia pitagórica influencia o platonismo, é verdadeiro também o contrário... Aqui Platão estaria evidentemente utilizando os princípios (archaí) pitagóricos para fundamentar, do ponto de vista da dialética dos princípios supremos, sua teoria das Idéias.  ENTRE PITAGORISMO E PLATONISMO. - www.puc-rio.br 
No homem primitivo era o medo, acima de quaisquer outras emoções, que o levava à religião. Esta religião do medo – medo da fome, de animais selvagens, de doenças e da morte – revelava-se através de atos e sacrifícios destinados a obter o amparo e o favor de uma divindade antropomórfica, de cujos desejos e ações dependiam aqueles temerosos sucessos. EINSTEIN, A., cit. GABERDIAN, H. GORDON: 314 
Os gregos ensinavam às crianças que éramos protegidos por entidades invisíveis, de maneira que quando alguém morresse ira direto ao Reino de HADES, à sete-palmos de fundura. No hall o falecido seria recepcionado pelo Rei, guardião de todos os mortos, junto com seu cachorro de três cabeças, razão pela qual lhe Tricão. Todos poderiam dormir sossegados. PITÁGORAS aparecera com esta novidade: o corpo se desintegrava, mas a alma se desprendia rumo ao Reino de HADES. A estória funcionava. SÓCRATES foi o primeiro a embarcar na fantasia. Tendo pouco a perder, ainda mais por condenado, resolveu abreviar seu tempo não por covardia, muito menos por valentia, mas apenas por curiosidade. Quis se conhecer totalmente, admirar o dark side  da lua e pagou o preço, coisa de louco para nós, claro, mas para os gregos também. PLATÃO chegou a lhe implorar, e outros amigos ofereceram até mesmo um plano de fuga do cárcere que amargava por corrupção de menores, mas desde a visita do afilhado da Pitonisa, anunciante-mor da novidade, sua obssessão vinha sendo cada vez mais alimentada Neste instante, o cérebro ocidental foi quase irreparavelmente comprometido, assim já por dois mil e quinhentos anos partido, com raríssimas personalidades salvas, mas às custas de infindáveis ferimentos e arranhões. "A estimativa é de que atualmente haja 35,6 milhões de pessoas vivendo com demência no mundo. Este número deve subir para 65,7 milhões até 2030 e 115,4 milhões até 2050." (BBC-Brasil, 21/9/2010)
"O mundo platônico não é um mundo de unidade, e o abismo que, de diversas formas, resulta dessa bifurcação, surge em inúmeras formas." (KELSEN, H., 2001: 8)
O black-out operado pela religião
O cristianismo rompeu a união entre o homem e a natureza, entre o espírito e o mundo carnal, potencialmente distorcendo o relacionamento entre os dois em direções opostas e atormentadas..." (ANDERSON, Perry. Passagem da Antiguidade ao Feudalismo, Brasiliense: 128)
Para falar a verdade, olhando a religião como um modo de acorrentamento da caverna de Platão, não se pode deixar de pensar que a humanidade como um todo tem uma certa tendência a gostar de ser mantida acorrentada na ignorância. BELLI, M. O Mito da Caverna de Platão e o Paradigma da Representatividade  
O ser humano tende a surtar, pirar ou nem sei que nome dar quando se sente desse jeito, afinal somos complexos, somos feitos a imagem e semelhança de Deus, somos trinos como Ele, não na exuberância de sua Santidade mas sim na composição de corpo, alma e espírito. CAJADO, S., Ritmo interior  
Não chego a tanto, porque não perderia tempo, mas  Sir BERTRAND RUSSELL (p. 21) detonou: “Se houvesse um Deus, ele (ou ela, aquilo, ou eles) deveria ser julgado por crimes contra a humanidade."
Não se liga, tampouco se religa o que é impossível desligar. Uno não se divide; portanto, não se reúne. Propor a união da onda com o mar não seria um non sense?.A solução, dessarte, é óbvia. Não requer prática, nem habilidade, nem remédio, tampouco psicanálise. Trata-se de mero ovo-de-colombo Assim como foi fácil rachar o cérebro da humanidade pelo simples artifício mental, para enviá-la ao espaço sideral, pelo mesmo elevador se pode retornar ao térreo, para livrá-la de tão cruel barbarismo. Mas não me faça como o esperto professor, e outros espertalhões, que viajaram àquele remoto estádio olímpico para o mistificarem ainda mais: 
Freud se apoia em transmissões imateriais de geração em geração, da mais antiga Pré-História até os dias de hoje. É assim com o complexo de Édipo, a morte do pai, o banquete canibal... Para ele, tudo isso seria inexplicavelmente inscrito e transmitido no inconsciente de cada um de nós. Para Freud, esse mundo superior do inconsciente filogenético prova a verdade de um mundo superior. Daí o porquê de ser uma religião. 
A cisão nas ciências 
É uma questão que atualmente deve ser reconsiderada, tendo em vista que a fragmentação já se espalhou completamente, não apenas na sociedade, mas especialmente em cada indivído; e isso conduz a um tipo de confusão generalizada da mente, que por sua vez cria uma série infinita de problemas, interferindo com a nossa clareza de percepção de maneira tão grave a ponto de bloquear nossa capacidade de resolver a maioria deles. BOHM, David, Totalidade e ordem implicada: 17 
"As imutáveis leis da História descritas por Marx, a luta desesperada pela sobrevivência de Darwin e as tempestuosas forças da sombria psiquê de Freud devem, em alguma medida, à teoria física de Newton.". (ZOHAR , Danah, e MARSHALL, I. : 16) Claro, forças opostas e tal... Mas tomar a presunção do incomparável reverendo ao quê mais pode levar? Pois bem se pode entender a proliferação esquizofrênica: 
As teorias de Newton lançaram-nos em um curso que desembocou no materialismo que ora domina a cultura ocidental. Esta visão realista materialista do mundo exilou-nos do mundo encantado em que vivíamos no passado e condenou-nos a um mundo alienígena. BERMAN, MORRIS, cit. GOSWAMI: 31 
A raiz é sempre a mesma.
É esse o erro de Descartes: a separação abissal entre corpo e a mente, entre substância corporal, infinitamente divisível, com volume, com dimensões e com funcionamento mecânico de um lado, e a substância mental, indivisível, sem volume, sem dimensões e intangível, de outro; a sugestão de que o raciocínio, o juízo moral e o sofrimento adveniente da dor física ou agitação emocional poderiam existir independentemente do corpo. Descartes pensava que o calor fazia circular o sangue, que as finas e minúsculas partículas do sangue se transformavam em espíritos animais, os quais poderiam mover os músculos. Porque não censurá-lo por uma dessas noções? A razão é simples: há muito tempo que sabemos que ele estava errado nesses aspectos concretos, e as perguntas sobre como e por que circula o sangue receberam já uma resposta que nos satisfaz completamente. O mesmo não sucede com as questões relativas à mente, ao cérebro e ao corpo, em relação as quais o erro de Descartes continua a prevalecer. Para muitos, as idéias de Descartes são consideradas evidentes por si mesmas, sem necessitar de nenhuma reavaliação. DAMÁSIO, A. R. O erro de Descartes: 113 
"O dualismo cartesiano, ao criar a bifurcação mente-matéria, observador-observado, sujeiro-objeto, moldou o pensamento ocidental, poucos filósofos discordando dele, cujos mais notórios foram Spinoza e Schopenhauer. No século XX essa discordância se acentuou." (GOTTSCHALL: 189)
O balanço é de empresa à deriva: "Os acidentes, as doenças, assim como a infelicidade em que está mergulhada a maior parte da humanidade, tem como gênese o distanciamento da fonte de energia vital e cósmica." (GONZALEZ, MATHIAS, O caminho cósmico. - Rio de Janeiro: Pallas, 199) Isso não tem mais cabimento. "O mundo é uma rede complexa de inter-relações na qual as categorias de sujeito e objeto se fundem, embotando as distinções dualistas tradicionais. (FOWLER, D. R., Einstein´s Cosmic Religion 1979; cit. JAMMER, M.: 103 
A inaptidão medicinal
Einstein insinua que a ciência se deve ocupar, em primeiro lugar, não de noções que, na sua essência, estão marcadas por uma grande carga metafísica, como as de 'força' e 'matéria', mas antes daquilo a que agora chamamos 'intersecções’ no espaço-tempo de linhas do universo. HOLTON: 127.
O termo esquizofrenia foi recuperado em 1911 pelo psiquiatra suíço EUGEM BLEULER. para emprestar significado à mente revolta, dividida. O pesquisador quis ressaltar a dissociação, o embate da mente, contra o restante, a começar pelo próprio corpo que sustenta os flashes cognitivos. O nome veio universalmente aceito aos transtornos mentais; entretanto, no próprio meio profissional se admite falho, insuficiente a descrever a complexidade da condição patológica dos distúrbios emocionais ou mesmo racionais, aliás ambos sempre ligados. Não basta retalhar o cérebro, quase exumá-lo em vida. Aliás, depois de assim partido, quem é capaz de recolocá-lo integral? Ademais, um correto diagnóstico não admite a restrição especialista. Qualquer estudo sobre o ser humano requer lente panorâmica, holística, para não perder nenhum detalhe, o máximo de vetores incidentes. Restringir tudo à questão sexual já aponta obssessão, incompatível com qualquer racionalidade, ou mesmo sanidade. Neste caso quem merece análise é o analista.
A especificidade do conhecimento psicanalítico aponta dificuldades consideráveis à epistemologia na tarefa de dar conta dos andaimes da construção teórica da psicanálise. Com efeito, a invenção freudiana do inconsciente vem abrir uma fenda no sujeito da consciência, sujeito, justamente, que faz ciência. A psicanálise, por sua vez, ao tomar como objeto o desejo inconsciente enquanto condição de possibilidade da ação humana e, portanto, também do discurso científico ou filosófico, situa-se, do ponto de vista desses discursos, como uma metalinguagem.Rebello, Jaime Parera 
Afirma-se que a esquizofrenia pode ser reduzida, mas não estirpada. Digo que se trata apenas do pouco alcance. Como enfermeira, a Medicina se resigna em aliviar a ferida. A cátedra não aborda conceitos filosóficos, sociológicos, políticos, econômicos, até mesmo jurídicos, a pauta moral envolvente de maus-juízos, por dependência de julgamento. Pelo que eu saiba, também não se detém dominar fundamentos nucleares, esteio por onde quantuns neuronais colhem e emitem os elementos à formação da inteligência, da percepção, da concatenação dos pensamentos, equalizadores de esperança e receio, glória e frustração. Cada um desses segmentos se responsabiliza por introjetar alta carga, bordeline a todos stresses. A especialização soluciona emergências, mas é inapta para contemplar uma equalização definitiva. "Tudo o que é humano é ao mesmo tempo psíquico, sociológico, econômico, histórico, demográfico. É importante que esses aspectos não sejam separados, mas concorram para uma visão 'poliocular'." (MORIN, E. cit. PASTERNAK-PESSIS: 94) 
É certo que os dedicados à saúde tem levado em conta alguns efeitos atômicos , até se antecipando à Física Nuclear. No instante da paranóia francesa, LAVOISER identificava uma lista de 33  elementos químicos. 
 A Tabela Periódica fortaleceu e ampliou as potencialidades dispostas à tarefa medicinal. Atualmente se desenvolvem espetaculares avanços no tratamento das doenças, especialmente mercê dos técnicos encarregados de projetar os equipamentos cibernéticos auxiliares da cura. Os médicos logram segurança e maior margem de acerto no tratamento dos pacientes. É certo também que diante da complexidade da profissão, a qual exige uma infinidade de vetores biológicos para serem analisados, e mesmo psicológicos e antropológicos, não há espaço para outras conjecturas, ainda mais viagens interplanetárias. Médicos são chamados em precárias situações, e não podem perder tempo com hipóteses ainda não ratificadas. Elas  non fingo "A partir dessas considerações, podemos então nos questionar como a filosofia de Descartes influenciou as concepções de saúde e doença, na medicina moderna, e que ainda hoje se mantém imperativa nos sistemas de saúde." (Ediara Rabello Girão Rios , Senso comum, ciência e filosofia - elo dos .saberes necessários à promoção da saúde)
Há quem tente se descolar, pelo menos parcialmente, do emblema: "A história da psicologia, depois de Descartes, poderia ser escrita como seguindo um movimento dialético entre a ciência da psiquê e uma ciência naturalista do homem que recusara tanto o dualismo metafísico quanto o metodológico." ( FRAISSÈ, Paul, cit. PENNA, Antônio Gomes:32)
Não dá. Qualquer formulação dialética necessita do dualismo. Aberta a chance a exceção, o operador tem engatilhado o pontal metafísico que lhe convém.  Existem tentativas dissidentes. Bem consideradas se expressam nas obras de JUNG, LACAN  e FOUCAULT, por exemplo. Menos mal, especialmente a conceituada dupla da geração 68, mas nenhuma elimina o mal.
Chego a considerar minha contribuição como minha própria confissão subjetiva. É a minha psicologia que está nisso, meu preconceito que me leva a ver os fatos da minha própria maneira. Mas espero que Freud e Adler façam o mesmo, e confessem que suas idéias representam pontos de vista subjetivos. Desde que admitamos nosso preconceito estaremos realmente contribuindo para uma psicologia objetiva. Jung
Ao apartar, cingir a cabeça  do player para ser esmiuçada, o determinismo redutor elimina a chance do diagnóstico. "A viciosidade peculiar do racionalismo é que ele destrói o próprio conhecimento que possivelmente viria salvá-lo de si próprio."(FRANCO, P., cit. GIDDENS, A.: 39).  "O sujeito foi expulso da Psicologia, expulso da História, expulso da Sociologia; e pode-se dizer, o ponto comum às concepções de Althusser, Lacan, Lévi-Strauss foi o desejo de liquidar o sujeito humano." (GUSDORF, George, Tratado de metafísica: 210;  cit. FAZENDA, 2002: 48)  
A neurologia cartesiana contém o pecado original. Ela vem baseada na premissa de que o sistema nervoso funcionaria automaticamente, e segundo as leis que eram consideradas na física e da química. Nessarte a especialidade  restringe as operações  normalmente atribuídas à mente do indivíduo. O método de averiguação oferece uma tendência paralela redutora do objeto às relações explícitas em variáveis mensuráveis. As equações  poderiam ser equivalentes aos desempenhos de artefatos mecânicos. Comenta ROSZAC (A contracultura: 232) 
Quando a consciência humana passa a ser concebida dessa forma, o passo seguinte consiste em substituí-la por uma máquina, tão boa quanto ela, ou melhor. Chegamos assim a ironia suprema: a máquina, que é uma criatura do ser humano, torna-se - de preferência na forma do processo de computarização - o ideal de seu criador. A máquina atinge o estado perfeito de consciência objetiva, e por isso torna-se padrão para todas as coisas.
O artifício platônico resplandece justamente ao requerer a metafísica, a psicofísica, "ciência exata das relações funcionais ou de dependência entre corpo e alma e, em geral, entre o mundo corporal e espiritual, entre o mundo físico e psíquico”. (G. T. FECHNER & ERNST WEBER, 1860- cit. PENNA, A. G.; 133) 
Ledo engano, o mais clássico, também o mais crasso dos equívocos: "O princípio da casualidade, antes considerado o fundamento incontestável de toda interpretação dos fenômenos naturais, revelou-se um referencial estreito demais para abarcar as regularidades singulares que regem os processos atômicos individuais." (BOHR, N., Física atômica e conhecimento humano: 30)
A natureza não tem um nível simples. Quanto mais tentamos nos aprofundar, maior a complexidade com que nos defrontamos. Nesse universo rico e criativo, as supostas leis de estrita casualidade são quase caricaturas da verdadeira natureza da mudança. Há uma forma mais sutil de realidade, uma forma que envolve leis e jogos, tempo e eternidade. PRIGOGINE, I.: 19 
Além do estupendo erro epistemológico, há que se considerar outro demérito: “Afinal, a psicanálise não seria o primeiro sistema a extorquir fidelidade de modernos intelectuais seculares sem ser nem metodologicamente escrupuloso, escorado em fatos, nem livre de consequências daninhas.” (CREWS, Frederick, O gênio da retórica, Folha de São Paulo, 22/10/2000: 18)
O Fio-de-Ariadne 
Devemos todos, filósofos, cientistas, e mesmo leigos, ser capazes de fazer parte das discussões sobre a questão de por que nós e o universo existimos. Se encontrarmos a resposta para isso teremos o trunfo definitivo da razão humana; porque, então, teremos atingido o conhecimento da mente de Deus. HAWKING, Stephen W.
O esforçado herdeiro da cadeira do teólogo NEWTON, na platônica Cambridge, que me perdõe: se DEUS é perfeito, ao quê lhe serviria a mente? E sua privilegiada cabeça,  não consegue a parca imaginação supor que tudo se desenvolva per se, sem nada a cutucar? Malgrado  o impressionante patamar. Hawking tem muito pouco de filósofo.  
Leia sobre Platão, Aristóteles e os matemáticos antigos e descobrirá como suas especulações e descobertas foram transformadas e ampliadas nos métodos e sistemas com que até hoje trabalhamos BARZUN, Jacques, A História, cit. FADIMAN, Clifton: 4
Embora nascida no império da ambição, a Filosofia em tese não visa lucro, não garante mais o cômodo no palácio, tampouco pode ser prescrita, ou mesmo ministrada. O método, a conduta para um pensar adequado podem ser transmitidos, não mais que isso. A rigor a Filosofia não é ciência, mas também não é crença, nem dogma. Importam-lhe critérios. Filo decorre de philía e o significado do termo é amizade, amor. Na língua grega, há o verbo philéo, que significa sentir amizade por alguém, tratar como amigo, procurar, buscar, perseguir para encontrar. A palavra Sophia significava, em um primeiro momento, uma espécie de habilidade manual. Em seguida, também era aplicada à idéia de sabedoria moral, sensatez, prudência. Por fim, significou um conhecimento teórico. O verbo sophízo significava tornar hábil, prudente, sábio. Pitorescamente, assim, ela depende do agente receptor, neste caso da capacidade restante do paciente para transitar em mares nunca dantes navegados. A ele próprio cabe encontrar o fio-da-meada para se reestabelecer. É o que tenta identificar a psicanálise, porém, restringindo a investigação à preponderância da hipótese importada da mitologia, consubstanciada pela medicação psiquiátrica. Não só pela falsidade de base, mas principalmente pelo desdém a qualquer outro elemento constitutivo, o tempo gasto neste flagelo apresenta resultados tão insatisfatórios quanto o próprio reconhecimento de que é incurável. Se extirpada a esquizofrenia, em que se ocupará o exorcista? A Filosofia fornece as linhas mestras pelos quais o paciente deve orientar sua precária psiquè, mas depende totalmente que o tomado pelo drama vá paulatinamente diminuindo o tamanho do monstro, até se extinguir. Seria um movimento contrário à musculação, Enquanto esta busca robustecer os músculos, aquela requer a atrofia do agente promotor. Ambas tarefas necessitam treinamento constante, mas enquanto os halteres precisam de uma sala, o pensamento se exercita em qualquer canto, a qualquer tempo, em qualquer situação - até mesmo sonhando."Os sonhos são invariavelmente o produto de um conflito.” (FREUD, S. cit. DOWNS, R.B.,  218) Reduziríamos como brutais estes lúdicos momentos que precedem as realizações? Pois ao invés de aliviar a força monstruosa o professor lhe incrementou. Qual serventia nos advém desse conceito introjetado profundamente, tanto que compreendido natural, não artificial? Não poucos o desmistificam exatamente pelo turvado conceito: "Experimentei outra negação do dogma freudiano segundo o qual os sonhos são sempre produto do subconsciente; na verdade são reaparições da consciência.” (RYCROFT, Charles, The Innocence of Dreams, cit. LUCKACS, John, O Fim do Século 20: 52)
Como Lancelot, Law Whyte e Henri F. Ellenberg mostraram há tempos, Freud não merece nenhum crédito por nos ter introduzido ao 'inconsciente', um lugar-comum romântico como uma linha de montagem que remonta a Platão. Nietzsche, em particular, antecipou muito do que soa profundo em Freud e o fez com vivaz sagacidade, não com diagramas e com falsas e cabotinas histórias de cura (Anzieu; Lehrer; Gellner). Tampouco devemos confundir o inconsciente psicodinâmico de Freud, uma insubstancial porção da mente que supostamente conspira e converte, expia, rememora, simboliza, joga com palavras, cifra seus pensamentos em sintomas e briga consigo mesma enquanto o sujeito permanece deslembrado com o funcionamento mental inconsciente, cuja existência é incontroversa e pode ser prontamente demonstrada. (Kihlstrom). CREWS, Frederick, O gênio da retórica, Folha de São Paulo, 22/10/2000:. 20. 
Tudo posto, afirmo com a segurança de quem encontra o prego no sapato, o furo no pneu. Meu monitor não falha. A esquizofrenia tem cura, sim senhor. E conforme a dedicação, e principalmente a vigilância em nãi tentar tudo partir ou repartir, naturalmente se encontrará o equilíbrio tão sonhado: 

Reversão - A cura 
Como proceder a reaproximação, à simbiose de massa e energia, à primária harmonia entre ondas e partículas, espírito e matéria, a reintegração mental, a reunificação do ser humano com sua própria alma? Pois se a ciência tudo complicava, e a religião ainda tudo mistifica, hoje vislumbramos novo horizonte. "A massa de um corpo é a medida de seu conteúdo de energia."(ALBERT EINSTEIN )
O ganho da massa de um corpo em movimento em alta velocidade fez Einstein concluir que energia (E) e massa (m) de um corpo são equivalentes. Ele estabeleceu uma fórmula para relacioná-las - a tão conhecida E=mc2, onde c é a velocidade da luz. Dada a magnitude de c, fica evidente que uma pequena quantidade de massa equivale a uma grande quantidade de energia. Esta é a base da energia nuclear. EINSTEIN, A., A natureza do Universo - Teoria Quântica e Relatividade; cit. revista Isto É, julho de 1995. 
A matéria não é mera substância inerte, mas agente ativo. .É apenas expressão energética. Ao invés de separáveis, e antagônicos, os desígneos são prolongamentos complementares - tanto quanto o corpo é da alma!
O físico David Bohm chega a desenvolver idéias muito audaciosas que 'abrem um novo caminho para se aprender a relação que o espírito mantém com a matéria'... Em A dança do espírito (1985) declara que o grande erro da filosofia mecanicista é o de afirmar-se como uma filosofia da fragmentação, reduzindo o Universo a um agregado de entidades independentes, separadas, fechadas nelas mesmas, e, por conseguinte, incapazes de comunicação real: como se a Natureza fosse um gigantesco mecanismo submetido a forças cegas; como se, nela, o homem fosse privado de alma e significação. Ora, reduzido ao estado de autômato bioquímico, o homem não pode integrar-se à vida do Universo. O que seria uma enorme frustração... ' O espírito e o corpo não são realidades independentes, tampouco o pensamento e o sentimento. JAPIASSÚ, H., Ciência e destino humano: 185 
Todas as coisas do Universo oscilam em diferentes freqüências. Essas oscilações geram campos de ondas. O material apreciado se reduz a mero movimento ondulatório, uma waveform, informado através do campo conector e da memória produtora. As partículas carregadas "excitam" o estado fundamental do vácuo gerando diminutos vórtices. O campo resultante é um sistema de pacotes de ondas giratórias de elétrons e pósitrons. Dessarte, os spins promovem a depressão necessária para a felicidade acorrer ao espaço em que se encontra o fenômeno, como uma espécie de magnetismo. "Isto faz dos seres vivos elementos numa vasta rede de inter-relações que abarca a bioesfera de nosso planeta – que em si mesma é um elemento interligado dentro das conexões mais amplas do campo psi que se estende pelo cosmos." (LASZLO: 198)
O conceito de um mundo sutilmente interligado, um oceano cósmico no qual estamos intimamente ligados uns aos outros e à natureza, assimilado por nosso intelecto e abraçado por nosso coração, poderá talvez inspirar novos modos de pensar e de agir que transformem o espectro de uma derrocada global no triunfo de uma renovação global – uma renovação para uma era mais humana e sustentável. (Idem: 205) 
Platônicos custam  apear de seus edificios. Já passadas décadas das pioneiras constatações atômicas, precisamente em 1932, MARIE BONAPARTE (cit. RODRIGUÈ, Emilio, Somos bicéfalos. - A Tarde: 5 - Salvador, 14/10/1995) enviou uma carta a FREUD: "Fiquei conhecendo aqui (Copenhagen) Niels Bohr que, como o senhor deve saber, é um dos mais proeminentes físicos de nosso tempo. Contudo, não posso aceitar um dos pontos de suas teorias sobre o 'livre arbítrio' do átomo. O átomo deve, agora, ser excluído do determinismo." Ao que respondeu o desinformado médico: “O que a senhora me diz sobre os físicos modernos é realmente notável. É aqui onde a cosmovisão de nossos dias efetivamente está se realizando. Cabe-nos apenas esperar para ver.” O que lhe esperava só poderia lhe desmontar. BOHR (cit. JAMMER, M.: 173) dissera ainda mais:
Além disso, o problema do livre-arbítrio, muito pertinente na filosofia das religiões, recebeu nova fundamentação, através do reconhecimento, na psicologia moderna, da frustração das tentativas de olhar a experiência, no que diz respeito a nossa consciência, como uma cadeia causal de acontecimentos, tal como originalmente sugerido pela concepção mecanicista da natureza. 
Passado século, finalmente o pessoal parece querer reverenciar maior respeito: "A descoberta do mundo quântico, que tanto impacto teve nas ciências e tecnologias, ameaça agora envolver o 'etéreo' universo da psique." (COVOLAN, Roberto J. M., Instituto de Física Gleb Wataghin, Unicamp, Consciência Quântica ou Consciência Crítica? )
O método investigativo pode retomar a unidade perdida desde Platão:
Além disso, o problema do livre-arbítrio, muito pertinente na filosofia das religiões, recebeu nova fundamentação, através do reconhecimento, na psicologia moderna, da frustração das tentativas de olhar a experiência, no que diz respeito a nossa consciência, como uma cadeia causal de acontecimentos, tal como originalmente sugerido pela concepção mecanicista da natureza. BOHR, N., cit. JAMMER, M;: 173
"Não é uma coincidência que em 1947, quando Bohr foi condecorado com a Ordem do Elefante da Coroa, ele tenha escolhido o símbolo taoísta do Yin e Yang - contraria sunt complementa’, ‘os opostos se complementam’."(GLEISER, M., 1997: 307).  Assim é que a mais simples equação E=Mc² e o modo como evolui a luz - por ondas ou partículas, explicam todas as metamorfoses cosmológicas, sociológicas, econômicas, e, por que não dizer, "psicológicas":.
Espaço e tempo tornam-se jogadores do cosmos em expansão. Eles ganham vida. A matéria aqui faz o espaço se curvar ali, o que leva a matéria aqui a se mover, o que leva lá o espaço a se deformar, e assim por diante. A relatividade geral dá uma coreografia para a ciranda cósmica do espaço, tempo, matéria e energia. BRIAN GREENE, cit. ISAACSON, W.: 235 
Então, em caráter puramente heurístico, claro, posto por completo improvável, não temo arriscar:
O corpo humano submetido ao quadrado da velocidade da luz torna-se alma. A=Mc2. 
Não parece tudo muito mais simples do que as fórmulas que somos obrigados a deglutir de quadro-negros e de obras babilônicas de excessiva imaginação, corroborada por lendas e mitos? Precisa de provas? Sossegue. Ainda no XXI terá a oportunidade de apreciá-las.. Agora tem aquela coisa: como me referi, o preço sanitário é a eterna vigilância, especialmente sobre a cavidade ferida. O preço da liberdade também.
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*Pessoal parece andar sintonizando as microndas da Nav's ALL. De mansinho, vão se chegando mais à beira.
Cientistas do Centro de Dependência e Saúde Mental (CAMH), no Canadá, constataram que a terapia cognitiva baseada na meditação da mente alerta oferece o mesmo nível de proteção contra a recaída da depressão que a medicação antidepressiva tradicional. A técnica é antiga, da tradição budista, mas começou a ser mais difundida depois de ter sido usada em um curso não religioso de redução de estresse, criado em 1979 por Jon Kabat-Zinn, professor da Escola Médica da Universidade de Massachussets. Os benefícios da técnica, conhecida também como "mindfulness", já foram relatados em vários estudos. A lista vai da melhora de sintomas de esclerose múltipla (como diz estudo publicado na "Neurology") à prevenção de novos episódios de depressão (demonstrada em artigo na "Archives of General Psychiatry")A pesquisa, publicada hoje na "Psychiatry Research: Neuroimaging", foi feita pela Harvard Medical School, nos EUA, em conjunto com um instituto de neuroimagem da Alemanha e a Universidade de Massachussets. E o mais importante: as mudanças ocorreram em apenas oito semanas de meditação em praticantes adultos iniciantes. http://quipronat.wordpress.com/2011/02/01/medite-e-bom-e-nao-faz-mal

Um comentário:

  1. Oi Cesar,

    Tudo bom? Como vai?

    Gostaria de te pedir para atualizar o link que você incluiu acima:

    http://quipronat.wordpress.com/2011/02/01/medite-e-bom-e-nao-faz-mal/

    Muito obrigado!

    abraço,
    Roberto

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