O Brasil precisa resolver o problema da desigualdade social e melhorar a qualidade da educação pública para poder atingir um nível de desenvolvimento de país rico, na avaliação de acadêmicos consultados pela BBC Brasil como parte da série 'O Que Falta ao Brasil?' que discute os desafios do país para se tornar uma nação desenvolvida. “A desigualdade é o maior problema, porque ela enfraquece o crescimento econômico, leva a altos níveis de criminalidade e insegurança, e força o país a gastar seus escassos recursos com polícia e prisões”, afirma o americano Barry Ames, diretor do departamento de ciência política da Universidade de Pittsburgh e especialista em Brasil no Centro de Estudos Latino-Americanos da instituição. “No atual clima econômico mundial, a organização sindical não é capaz de levar a aumentos significativos nos salários reais, e o Brasil ainda está muito atrasado nas melhorias na qualidade da educação de massa para fazer uma diferença verdadeira. O Brasil não pode resolver seus problemas de desigualdade pelas forças do mercado ou institucionais, então seu governo precisa aumentar sua capacidade burocrática ao mesmo tempo em que reduz a corrupção e o clientelismo.O diagnóstico do catedrático norteamericano não apresenta nada original. Discurso populista, apropriado à década de 30. Coisa de quem prefere a tecnè, em vez da episteme. Visa o exercício de poder sobre todos, e por isso todos tem que ser iguais - meros peões de um jogo cujo rei frequentemente é suicida. Não há, nem nunca haverá igualdade entre os homens, tampouco no reino animal, vegetal, ou até no mineral. Se a procurarmos na teia cósmica, sequer nos anéis de Saturno. "Um universo físico requer diversidade. A matéria não pode se formar sem diferenças." (SHELTON: 170.)
O Universo é tecido com a mais estranha diversidade, e a riqueza da Terra aí reside. No entanto, pelo visto, até Patinhas agora arde de paixão pela igualdade, pela Justiça. Pois esta utopia, se realizada perfeitamente, tornaria tudo simplesmente estéril, tanto quanto foi o dantesco espetáculo levado à cabo por trás da Cortina de Ferro. O que todos alcançaremos de maneira absolutamente igual se reserva à última morada. Enquanto vivemos, o melhor é cada ser humano conservar e ampliar sua personalidade. Nossos nomes são escolhidos antes do governos designar os números de nossas identificações. Seres humanos valem mais do que qualquer conta, que sempre será restrita. A comunidade agradece sua preservação.Igualdade de quê?
Prêmio Nobel de Economia 1998, AMARTYA SEN
VILELA & CATÃO (O Monopólio do Sagrado;. - cit. Correio do Povo, 5/11/1995, p. 21) poderiam bem esclarecer ao renomado Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Pittsburgh:
No Terceiro Mundo e sobretudo na América Latina a social-democracia é adotada por quase todos os partidos políticos. Sendo liberal, democrática em política e socialista, intervencionista em economia, promete mais do que pode dar (comportamento típico do populismo). De frustração em frustração, vacilante e inoperante diante da realidade que não consegue entender, procura enfrentar os problemas apenas pela via retórica e acaba gerando o desejo de intervenção, a fim de 'por a casa em ordem' (regimes militares). Essa alternância de militares e populista, ambos intervencionistas, tem sido a saga da América Latina e a grande causa de sua má performance econômica.O pioneiro e mais famoso brazilianista chama-se THOMAS SKIDMORE (1932, Ohio) Graças ao seviço de inteligência norteamericana, o expert delineou um quadro fidedigno do drama brasileiro vivido na ocasião. Seu detalhado approach se tornou emblemático. Agora a pátria da mais famosa estátua ora condena o mercado, porque não atende o social? E a mais famosa voz da liberdade repercute a todos os cantos do mundo os ideais socialistas, comunistas, fascistas e assemelhados? Pode me tirar o tubo. Prefiro acreditar que são fatos isolados, movidos por interesses restritos, não nacionais.
A desigualdade social é natural. Nenhum ser é igual a outro. Uns dão mais valor às posses, outros ao usufruto. Alguns preferem nobres profissões; outros se dedicam à política-partidária. Há quem opte pelo descômodo do campo, em lugar da balbúrdia da cidade. Nada é igual a nada. Nada pode ser assim estipulado, nem por decreto, tampouco por força de expressão. Por fim, embora a mais famosa conclamação francesa, liberdade e igualdade são antíteses, excludentes.
Por conhecer a História ocasionada pela estória, o tomado brazilianista bem condena a perfídia sindical, mas em seu lugar requer educação de massa, ou seja, dentro do mesmo método sindical, onde é a massa, a união que faz a força? No estádio olímpico campeão ainda é o italiano:
O Estado transcende a vida pública e abarca as mais diversas manifestações de atividade social: a vida familiar, econômica, intelectual, religiosa, etc. Sua indiscrição é completa. Penetra no interior das famílias e das empresas; desce até ao segredo das consciências; julga as intenções e abstenções; retira todo o sentimento ao qualitativo privado e arrasa alegremente o famoso 'muro' simbólico tão penosamente edificado pelo direito do século XX. Sendo controlador o Estado torna-se o único motor social. Dirige o trabalho, mas ocupa-se também dos tempos após o trabalho - dopo lavoro: proíbe certos espetáculos e incita a que assistam outros; são criadas colônia de férias para as crianças e viagens de núpcias para jovens casais; ordena que usem chapéu de palha e que desçam a bainha dos vestidos. Opõe a autonomia do indivíduo liberal, que ele julga irrisória às vantagens da poderosa solidariedade orgânica que ele realiza. Não se limita a enquadrar e apoiar a nação, confunde-se com ela. MUSSOLINI, Benito, Lo Estato Corporativo.Quanto mais massificada a educação, mais restritas estarão as profissões. Custo a acreditar que os britânicos iriam fornecer receita de algo que eles jamais suportaram. A educação de massa até poderia ser apropriada à Revolução Industrial; não se coaduna, porém, com a Era do Conhecimento, da Criatividade.
O poder de descentralização deriva do fluxo de novas idéias, imagens e energia para todas as partes do organismo político. Concentrações de poder são tão antinaturais e fatais como um coágulo de sangue ou um fio elétrico desencapado.O que se precisa no Brasil, e em muitos internacionais, é cercear o apetite dos governos sobre a produção, ainda mais por corromper a cadeia com seu gigantismo focado em temas pontuais, eleitoreiros. Cabem-lhe tarefas mais nobres, e que somente ele, por gigante, tem capacidade de instalar. São feitos à sua altura, à sua feição, Para esses, entretanto, Leviatthan tem se mostrado ainda mais imcompetente. se mostra imcompetente. Dos Andes vem a crítica ao modus operandi de anão:
FERGUNSON, M.,:. 210
O Brasil quer ser líder, mas não quer pagar os custos dessa liderança, Projetos de infraestrutura que poderiam ter aproximado mais o Brasil dos países andinos também acabaram ficando no papel nos últimos anos. Se há política ineficiente por parte do Brasil é a fronteiriça. Não houve cooperação na proteção da fronteira, e isso deve ser trabalhado pelo próximo governo. eles esperam "mudanças no estilo". BBC/Brasil, 28/9/2010O Chile é competente com sua gente.
Parece óbvio que quanto mais controle burocrático houver, maior corrupção será instalada. O que pode produzir quem nada produz? Eis, com certeza, a mais flagrante desigualdade social. Infelizmente, ela não se corrige com pauladas, como usavam os frígios para o francês bem compreendê-los.
O país mantém uma população carcerária medalha-de-bronze, perdendo apenas aos populosos EUA e China. A corrupção não contaminaria todas as relações sociais do país mais burocrático do mundo, enquanto num de menor incidência normativa, sede da BBC, pouco se ouve falar dessas distorções às execráveis anomalias. Urge entre nós a prevalência da ética sobre a dialética; mais comércio, e menos direitos; mais relações, e não confrontos. Mais DEMOCRITO, nada de PLATÂO.
Além dos americanos esmerados brazilianistas, e dos conscientes chilenos, a BBC poderia entrevistar alguns de seus entes queridos. Saber a razão da troca de LEVIATHAN por LOCKE. A Gloriosa preservou a liberdade, da qual a a emissora porta a voz. Isto sim, ainda precisamos saber como é que se faz.
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O BRASILIANISMOORIGEM DO TERMO: criado pelo historiador Francisco de Assis Barbosa, ao prefácio de Brasil: De Getúlio a Castelo, de Thomas Skidmore, original de 1969.
Vera Bungartem
Alfred Stepan
NÚMERO DE OBRAS PUBLICADAS: cerca de 500
LIVRO MAIS VENDIDO: Brasil: De Getúlio a Castelo, de Thomas Skidmore, com 70 000 exemplares
ASSUNTOS MAIS ABORDADOS: democracia, modernização econômica, relações raciais
PRINCIPAL CONTRIBUIÇÃO: mostrar como dois países com origens semelhantes, Brasil e Estados Unidos, se desenvolveram de forma diferente
AUTORES QUE ESCREVERAM OBRAS DE REFERÊNCIA: Thomas Skidmore (sobre democracia), Kenneth Maxwell (sobre Inconfidência Mineira), Robert Conrad (sobre escravidão), Alfred Stepan (sobre militares), John Dulles (sobre a esquerda brasileira) Fonte: Veja on line.
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