quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Insano São Paulo


















Há fraudes de todos os tipos.

Edgard Camargo Rodrigues, presidente do
Tribunal de Contas do Estado (TCE/SP)
Estadão, 22/2/2009
Mercê do denodo da imigração, e apesar da dominação jesuíta, o Estado de São Paulo se tornou locomotiva da composição brasileira. Merece. Ocorre, porém, fato pitoresco, que inevitavelmente lhe acompanha: a Fumaça da Maria lhe turva a paisagem; e o barulho da furiosa não lhe deixa pensar. Almeja conduzir o destino de toda a Nação, em todos os segmentos, mas com os olhos voltados apenas para seus empreendimentos. Seguidamente encontra revolta nos embarcados. Não basta ser paulista, e bem vestido, ou atualmente qualquer herói - seja infantil ou mutilado.
O representante máximo da cidadela é ADHEMAR DE BARROS. O simpático líder tinha estupenda aclamação popular. "Ele rouba, mas faz!", diziam os entusiasmados industriais e os sofridos operários. Como dizer que São Paulo não gosta de fazer?
O eco foi forte. O gajo apareceu candidato à Presidência da República.
Parece não haver comunicação entre as gerações daquele rincão. Os pais já conheciam o filme. Revoltaram-se justamente contra um petiço que muito fez. Milhares pegaram em armas contra o malvado, e não poucos tombaram nas trincheiras, em massacres.
Tempos depois veio um professor aloprado lá das bandas do Mato Grosso para tentar recolocar o trem em ordem. Infelizmente, por estrábico, acabou deposto. O Exército Nacional heróicamente assumiu o controle, e por algum tempos todos puderam se dedicar às vocações. Todavia, é certo que alguém que nada produza, só porque tem o monopólio das armas mereça a todos comandar?
E com o decorrer do tempo, novamente os bravos trabalhadores e empresários paulistas formaram e apresentaram suas próprias lideranças - desta feita à granel. Impossível listá-las. Lembro de seu mais velho combatente, homem de aparência digna e vida ilibada, cuja foto que melhor expressava apresentava um pequeno livro na mão. Em torno de si formou-se o furacão, espiral que espalhou do Oiapoque ao Chuí os grandes nomes que no movimento pegaram carona.
O barulho foi estarrecedor, mas de tudo dito e feito, deu mineiro na cabeça!
E para completar, as diretas já surrupiaram o cetro diretamente às alagoas.
Quo Vadis?

São Paulo aprontou formidável esquadra de políticos, líderes sindicais, eclesiásticos, demagogos, intelectuais
mal-preparados, oportunistas, espertalhões para servir à Pátria. Expressa-lhe o portaviões.
"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena".
Decididamente, o tamanho da alma de São Paulo é simplesmente incalculável! E por isso sua gente vem de novo às ruas, desta feita em protesto contra o corrupto governo que se instalou condutor de todos nós.
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Há coisas que nunca imaginei que viveria para ver. Elas incluem assistir ao PT no comando da fisiologia nacional (sim, "mea culpa, mea maxima culpa", eu fui um dos trouxas que acreditaram que o partido era "diferente")
SCHWARTZMAN, H., Jorn. Folha de São Paulo: 23/9/2010
Se Lula olhar bem a lista de signatários do manifesto em defesa da democracia - Hélio Bicudo, d. Paulo Evaristo Arns, Ferreira Gullar, Paulo Brossard -, notará que há 30 anos era gente que sustentava o início de sua trajetória.
KRAMER, Jorn. D., O Estado de São Paulo, 23/9/2010
Ave Maria!
Haja santo para nos tirar de tanta enrascada.

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