domingo, 31 de janeiro de 2010

O fantasma do stress


O presidente é um dos 17 milhões de brasileiros portadores dessa doença, que não tem cura, mas pode ser controlada.Jornal O Sul, 29/10/2010.
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Alguém não é "um pouco estressado" hoje em dia? Mas esse "um pouco estressado" pode se transformar em "muito doente. Dr Rubens Pitliuk

A hipertensão arterial, quando não controlada, pode acarretar derrames, doenças do coração - como infarto, insuficiência cardíaca e angina (dor no peito) -, insuficiência renal ou até falência dos rins, além de alterações na visão que podem causar cegueira. Por isso, é fundamental prevenir e controlar a doença. Ministério da Saúde
A amarelada presidencial recolocou o tema na crista da onda. Segundo o próprio (ZH/2/2010), o distúrbio "pode talvez ter sido causado por excesso de trabalho, por conta da agenda muito pesada". Ouçamos os abalizados comentários de Cony, Xexéo & Viviane Mosé
Até duas semanas atrás, o presidente curtiu férias nas paradisíacas Fernando de Noronha, e na costa baiana, em praia privativa, à bordo do transatlântico aéreo à sua disposição. O talvez alegado, por supuesto, no! De qualquer modo o diagnóstico acusou stress, desígnio tomado da Física ocupada com tensão e desgaste, a resistência dos materiais. Dessarte não seriam os físicos os mais capacitados a tratá-lo? Ou os fisicultores? A voz corrente, pelo menos, informa ser a vida sedentária passaporte à anomalia. Não integro este coro. A obesidade pode ser entrada, mas o esquálido também está à mercê.
Lembro de uma excepcional personalidade. Ninguém pode negar o dinamismo de WINSTON CHURCHILL, verdadeiramente Estadista Global sem se meter a globetrotter. Onde arrumar tempo a turismo? Enquanto desabavam as V-1 e V-2 sobre os lares de seus amigos, parentes e compatriotas, o comandante aliado preferia permanecer junto, emprestando sua solidariedade e vigor à sua gente e à cidade em ruínas. Jamais se queixou de algo, muito menos de cansaço por excesso de trabalho, mas o fantasma lhe perseguia. Alcunhou-lhe "cão negro". Mesmo gordo, sedentário, inveterado fumante de charutos, e com toda a catástrofe, o Lord de Marlborough suplantava o mal-estar ao aceitar o inimigo invisível como parceiro, pintando-lhe até a cor. Quem mais seria tão audaz? Dizem que o monstro ataca, inclusive, o aparelho digestivo. Concordo. Então contemos com o gastroenterologista.
O intestino é repleto de terminações nervosas - assim como a pele - e reage aumentando ou diminuindo os movimentos, provocando diarréia, constipação e vômito. Perda de apetite ou compulsão alimentar também têm origem emocional e podem gerar doenças crônicas se não tratados. O pulmão, o coração e os músculos são atingidos por essa cascata hormonal desregrada.
VIR, Dr. José Vitor, especialista em terapia de família e medicina psicossomática. ZH, 19/1/2010
Porém, se atinge as coronárias, não parece mais afeto a cardiologistas? E se a causa é cerebral, neurologistas não teriam a contribuir? Quê confusão! Será que FREUD explica?
Os animais, incluindo os seres humanos, têm seu comportamento movido pelos inseparáveis instintos do sexo e da agressão. Nos humanos, estes instintos controlam as forças escuras e hidráulicas do id, e são a causa subjacente, inconsciente de tudo o que fazemos.
Específicamente:
"O stress pode ser causado pela ansiedade e pela depressão devido à mudança brusca no estilo de vida e a exposição a um determinado ambiente."(Wikipédia)
Pois então parece claro: a resolução do fenômeno cabe à gente familiarizada com as nebulosas da psiquè - psicólogos, e médicos-psiquiatras. Todavia, há o óbice:
Se usualmente o conhecimento científico apresenta-se como luz, clareza, distinção e precisão, numa palavra, como consciência cada vez mais perfeita, como entender uma ciência que possa ter como objeto algo que não pode ser consciente?
EVANGELISTA, Walter, cit.
OLIVA, Alberto: 213
Já que fala em "exposição a determinado meio-ambiente", ecologistas e sociólogos não poderiam oferecer suas razões? Talvez os jornalistas, que coletam dados e informações de todo canto, e ainda oferecem abalizados comentários? Ou então, por abstrato, comum, e nunca solucionado, que tal tentar procurar em algum convento uma pista à identificação e liquidação do enigma? SÃO JORGE para acabar com o dragão?
Por fim, já que o fenômeno assola tanta gente, configurando-se num problema de saúde pública, porque não reunir as especialidades numa imensa rede multidisciplinar? Uma quadro de tudo abrangente não ensejaria melhor aproximação em cada caso particularizado? Será que uma convocação e a atuação desse exército não resguardaria com mais eficácia e precisão a mente e a saúde de nosso presidente?
Pois tenho a ousadia de afirmar, e me garanto: do modo como nossos profissionais são formados, nenhum deles jamais identificará o propulsor do stress. As conseqüências, sim, serão cada vez mais minimizadas. Todavia, o foco latente a qualquer instante pode entrar em erupção. Portanto, de nada serve reunir os mais fulgurantes especialistas, exceto em caráter emergencial. Passado o ponto crítico, um novo ciclo se iniciará, e assim peremptoriamente o presidente e os indivíduos conviverão com a ameaça, uma teimosa realidade virtual, a ponto de se dizer sem solução. Infelizmente S. Exa cultiva a ilusão, adora uma fantasia:
Parece que os exames estão perfeitos. Eu acho que mais preocupado ficou o meu médico. Por mim eu embarcaria para Davos. Estou pronto, estou me preparando para entrar em campo.
Presidente L. INÁCIO DA SILVA
O jogo, a grande final passou, sr. presidente; e o senhor ofereceu o pífio forfait. O que lhe compete agora é se apresentar ao Campeonato Nacional, este muito mais atrasado, e ainda não resolvido. Ao cumprimos os sete das vacas-magras, veio o de caranguejo:
"Produção industrial fecha 2009 com queda de 7,4%, a maior em 19 anos." (CBN, 2/2/2010)
Com vergonha do não vergonhoso,
sem vergonha do que é vergonhoso,
aqueles que tem visão errônea,
para o mundo dos infelizes irão.
Darmapada: 107
Urge melhor prepará-lo. A continuar assim, dificilmente alguém escapará do stress:
"O brasileiro, além de arcar com uma carga de impostos que come 36,8% da economia do país, carrega no orçamento mais 40 taxas por ano." (O Globo, 30/1/2010)
A troco de quê?
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A medicina compõe a estrada mais utilizada para enfrentar as mazelas do stress. Ela desenvolve preciosas técnicas, e a farmácia responde à altura. O fulcro, todavia, é epistemológico, não tecnológico. Elimina-se a febre; não a doença. Ameniza-se a dor, a ansiedade, o nervosismo, o fluxo sanguíneo; mas ninguém pode paralizar o cérebro, ainda que refreie sua atividade. Interferências químicas costumam produzir danosos efeitos colaterais, muitas vezes impeditivos do indivíduo manter a normalidade profissional, ou até afetiva, por confuso, ou demasiado letárgico. A calibragem é impossível, por causa da dinâmica.
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Se exercícios fazem bem às coronárias, não me importo sacrificar este feriadão de N. S. dos Navegantes, e também de Iemanjá. Ademais, a causa me parece nobre e justa. Estamos encalhados até o pescoço. Urge que S.Exa. esteja apto para nos tirar da "m" que ele mesmo definiu, e que se intensifica como enchente. Se o animal caminha tal qual pato, nada como pato, e vive da mesma forma, é claro que só pode ser um pato. Caso continue na marxisma, teimado na alienação, vai ser difícil largar o imenso charco amarronzado, o mar-de-lama espraiado.
Para Fidel Castro e seu peões Hugo Chávez, Rafael Correa, Daniel Ortega, Evo Morales, Mujica, Cristina de Kirchner, o bispo Lugo e Inácio Lula, o comunismo está vigente e fora disso a Colômbia, particularmente o presidente Uribe, é o único obstáculo que os impede de avançar com maior celeridade nesse projeto de guerra de classes.
Chávez visto por el coronel Villamarin Pulido, 31/1/2010
Que algo poderia ser mais preocupante do que tal transtorno obssessivo-compulsivo?
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Disse de maneira categórica, e repito: o canal do fio-de-ariadne para escapulir do estressante labirinto é epistemológico, portanto, científico-filosófico. E digo mais: o mesmo se aplica aos portadores de transtornos bipolares, aos que vagueiam em borderlines, aos depressivos, ansiados, esquizofrênicos, frustrados, neuróticos, traumatizados ou complexados, às vítimas de insônia, e, acredito, a qualquer distúrbio psíquico, de maior ou menor gravidade. Não, não trato de panacéia, mas até pode ser assim utilizada, porque paradigmática.
As deploráveis variações mentais não são meras conseqüências biológicas, muito menos frutos de árvores genealógicas, exceto no caráter cultural. Seus vetores não se mostram na agudeza do microscópio; tampouco em aferições numerais. Consciência não tem cura por remédio; que dirá inconsciência, ou pretensa subconsciência, como propugna o austríaco do charuto. Todavia, sossegue. É muito mais fácil. Só não me rotule pretensioso, prepotente, arrogante, até maníaco, segundo um cartaz lusitano, ou coisa que o valha. Por favor. Até compreendo alguém a priori me endereçar algum chapéu, posto leigo nos dispostos acadêmicos, mormente na hermética de HIPÓCRATES, conquanto em nada religioso. Assumo; porém, não visto. Apelo à salvaguarda histórica: na maior parte do percurso, todos os doutos, e principalmente os sacerdotes, juravam e provavam que morávamos no centro do Universo.
Mato a cobra, e mostro o pau. Rogo apenas que pelo assassinato não me sentencie ao mesmo destino de GIORDANO BRUNO.
De plano realizarei a implosão dos instrumentais, e a profilaxia do campo; em seguida, o projeto libertador; e no cabo, a receita específica ao nosso frangueiro guardião.
Dentro da Nav's ALL há forte arsenal. Ao primeiro ato, vou pegar algumas bananas.
Até a volta.
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2 comentários:

  1. Parabéns por sua postagem.
    Beijo no Coração.

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  2. Grato, Solange, pelo prestígio, tão gentil registro, a sensibilizar meu coração. 4U2.

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