sábado, 6 de setembro de 2008

Diferenças

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Por tomar o palácio do malvado pai, não seria
o caso da Semana da Pátria ser do filho?
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Nos anos de chumbo, a milícia marchava e o povo assistia.
Hoje ela viaja de jumbo, e o povo marcha.
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Os "subversivos" assaltavam agências bancárias e sequestravam embaixadores.
Ora as comandam, e nomeiam os embaixadores.
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Antigamente estadista pego em flagrante, de tanta vergonha preferia o suicídio.
Não havia Chávez. Cala-te Sésamo! Pronto: Ali-babá não precisa se matar.
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O povo tinha medo dos comunistas: comiam criancinhas.
Elas estão salvas. Os vigaristas preferem seus pais.
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No meado do XX os dois maiores partidos eram comandados por apenas um pirata.
Agora, são três, comandados pelo papagaio dele.
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O grito de "morte!" vem depois de "Independência".
O caminhão daquela sorte, depois da indolência.
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O brado retumbante saiu da boca de um, e atravessou todos os mares.
Já a República foi um golpe perpetrado por dez militares.
A Nova República, por dez parlamentares.
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No banquete da velha República tinha missa, e gado tomado de Canudos.
Na Nova, champagne, pizza e coca em canudos.
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Quem instalou aquela República a usufruiu por duas décadas, e passou a herança aos filhos.
Os atuais a mantém pelas mesmas duas, e seus filhos já entraram com o inventário.
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No passado a Aliança Liberal trouxe o fascismo, para facilitar a roubalheira.
Os "liberais" viraram democratas para correr mais solta a bandalheira.
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E proibido ao público saber das conversas de quem trata das cousas públicas.
Elas são da privada.
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Antigamente operário era pelêgo; hoje, montaria.
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O Brasil evolui mais rápido do que rabo-de-cavalo; e já chegou no chão.
Tem duas opções: ou ser de vez enterrado, ou então, exorcizado.
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