sexta-feira, 17 de junho de 2011

Governo NeoDivino

  
Prestação de contas depende da 'conveniência do Poder Executivo'.
 "L'État c'est moi"
Corrupto garante: 
 NAS AÇÕES,
contra os quais não há tribunal a que recorrer, os fins é que contam. Faça, pois, o Príncipe tudo para alcançar e defender o poder; os meios de que se valer serão sempre julgados honrosos e louvados por todos, porque o vulgo atenta sempre para aquilo que parece ser e para os resultados. MAQUIAVEL,  N., O Príncipe, cap. XVIII, Quomodo Fides a Principus Sit Servanda (De que modo devem os príncipes manter a palavra dada: 113
O secretário aconselhava o entretenimento ao povo com festas e espetáculos. Tudo se punha em movimento sob o bastão do Mestre-de-cerimônias.  O chefe  regulava quem era quem naquela vasta corte. Acolhia-se mais de quatro mil fidalgos e seus servidores. Eram príncipes, duques, condes, marqueses, barões, cardeais, bispos, seguidos por séquitos de serventes e lacaios. Contando com os mestres de equitação e cavalariços, chegava a um total de dez mil abelhas que gravitavam em torno do mel. O palácio era o centro de tudo, no reino. Dali partiam as ordens para as fronteiras e para a administração das províncias.
O Príncipe lesará somente aqueles dos quais tomará as terras e as casas para dá-las aos novos habitantes; e aqueles, os lesados, que representam uma ínfima parte de seu Estado, achando-se dispersos e desvalidos, jamais contra ele poderão conspirar.  MAQUIAVEL
Ele se tornava o senhor definitivo do país. Distanciava-se do povo, colocando-se acima dos mortais como se dotado de um maquinismo próprio, um aparelho que funcionava de acordo com uma engrenagem autônoma cuja força advinha da sua ligação com o poder sobrenatural. 
Despotismo de coalizão A Vox Populi  se faz de Vox Dei.  "Através da vontade geral, o povo-rei coincide, miticamente, de agora em diante, com o poder; essa crença é a matriz do totalitarismo." (COCHIN, Auguste, cit. FURET: 1989: 191)   O porta-vox impõe seu capricho, desmando, ou  mesmo qualquer traição lesa-pátria. Ouça o comentário 
Se Stálin roubou um banco, não o fez para encher de dinheiro seus próprios bolsos, mas para ajudar seu Partido e movimento. O senhor não pode considerar isso um roubo de banco. HITLER, Documentos da polícia alemã; cit. TOLAND, J.,: 657
Quanto mais os poderes coercitivos do Estado são expandidos, maior o poder e a riqueza que se acumulam para a casta dominante que opera o aparato estatal. Conseqüentemente, a casta dominante, ansiosa por maximizar seu poder e sua riqueza, irá expandir o poder do Estado-e irá encontrar apenas uma oposição pífia, dada a legitimidade que ele e os seus aliados intelectuais estão ganhando, e dada a falta de qualquer canal institucional de livre-mercado de resistência ao monopólio governamental de coerção e de tomada de decisão final. ROTHBARD, Murray Rothbard A ética da liberdade, cap. 23: As contradições inerentes do Estado.
"Quarenta e cinco por cento dos psicopatas são líderes nos mundos dos negócios e da política"  Também neste lamentável estado de 'direito',  l'Estat cést moi.  O brilho do ouro fascina gregos e troianos, luises, napoleões, pequeninos duces,  ainda mais se nascidos em chãos-de-fábricas, tanto quanto a luz inebria maripôsa. O inseto supõe que quanto mais voltas efetivar, mais longe está de cair. O brilho, contudo, é fatal. Ao comprovar a rota do sucesso no galgo ao pódium, e usufruir de um deleite por demais prazeroso, esquece o incauto que o diretor da peça programou-a sem variação, reservando um final melancólico, não poucas vezes trágico, ao seu astro principal, justamente ao gáudio da platéia, esta que lhe garante uma perene bilheteria. o mais genuíno Cesar Borgia, Luís XVI, Cromwell, Charles  II, Napoleão, Bismarck, Lenin, Mussolini, Pètain, Hitler, Getúlio Vargas, e incontáveis  experimentaram a carreira, e bem testemunharam, justamente com suas precoces, porém tardias  ausências, o quase invariável epílogo que oferece o sádico script florentino.  Em nosso tempo na velocidade estonteante da terceira, onda,  o corpo em órbita se  transfigura, muda o nascimento e a morte,   o sofrimento e a cura, as vocações, o espaço, o meio ambiente e o estar no mundo.
As corporações centralizadas e autoritárias têm fracassado pela mesma razão que levou ao fracasso os estados centralizados e autoritários: elas não conseguem lidar com os requisitos informacionais do mundo cada vez mais complexo que habitam.   FUKUYAMA, F., 2002: 205
Que mais fazer senão sentar na praça para dar milho aos pombos?

2 comentários:

  1. é... as coisas mudam beeeeeeeeem devagar nesse mundo.

    Abraços

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  2. E o que temos para fazer, senão lutar nossas kármicas batalhas previamente perdidas? Vamos a luta, amigo. Pitando um cigarro de palha, deixando encalhar os IPads e seu Phones. Quem sabe se não é na "caboclice" rústica e quase animal que encontraremos o ponto de fissura?

    Mas os teus apontamentos estão excelentes. Levam à reflexão. O que mais se pode pedir de um texto?

    Abraços

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