sábado, 14 de março de 2009

Dos cruzeiros

Quando vejo o esforço
deste moço ensimesmado,
este sempre apaixonado

pelo teatro em que estrela a vida,
às vezes fico com pena.

Penso: não importa o seu lema;

não vale uma história sofrida,
....................................ainda que tornada em poema.
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Agora é tarde, não vem ao caso.
Nave partiu, ruma ao acaso.
Há de voltar, intacta e rasa,
Pra te encontrar, em nossa casa.
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Mar Portuguez
Fernando Pessoa
-
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

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