Por sua doutrina da similaridade entre Esparta e o estado perfeito, tornou-se Platão um dos propagandistas de maior sucesso do que eu gostaria de chamar ‘o Grande Mito de Esparta'.
POPPER, KARL, 1998, Tomo I: 54...Os americanos ainda balizaram suas ações com a coerente expressão econômica do professor de lógica e filosofia moral da Universidade de Glasgow, ADAM SMITH, e nas performances de LA FAYETTE (1757-1834), o Herói dos Dois Mundos; do Herói do Progresso, T.PAINE; de T.JEFFERSON (1743-1826), B.FRANKLIN (1706-1790), e T.PRICE (1723-1791).
Muitos ingleses que emigraram para as colônias conheciam as idéias de Locke. De muitas formas, Locke também passou a fazer parte da tradição política das colônias. Os estudantes das colônia iam para a Europa em busca das universidades, voltavam influenciados por Locke e pelos filósofos iluministas do século XVIII. A política iluminista atravessava o oceano e frutificava na colônia.
KARNAL: 62
TOCQUEVILLE (1998: 219) identificou a peculiaridade, distinta da européia e, notadamente, da sulamericana:
O habitante dos Estados Unidos aprende desde o nascimento que deve contar consigo mesmo para lutar contra os males e os embaraços da vida; ele lança à autoridade social um olhar desconfiado e inquieto, e só apela para seu poder quando não pode dispensá-lo.Enquanto nos reinos europeus e na América Latina campeava a força para fazer valer os princípios de dominação total, facilitada sua imposição pela disseminação da discórdia e medo dos diabos invocados à docilidade dos pacatos povos, os EUA preferiram fundar seus alicerces no tripé da multiplicidade religiosa e da descentralização, dispensando a figura real. Todos os poderes, civis ou eclesiásticos, políticos ou meramente econômicos, diluem-se nos cidadãos, no tempo e no espaço. Cada participante deve ser responsável por seu próprio destino. É a prática, efetiva e radical, das orientações combinadas de LOCKE, SMITH, e MONTESQUIEU, através das disposições de JAMES MADISON, JOHN SAY, E ALEXANDER HAMILTON, intelectuais fundadores do colosso. O marquês de Condorcet (1743-1794) (cit. CHEVALLIER, tomo II: 198) aquilatou:
Sua posição geográfica e seu antigo estado político obrigavam-no a formar uma República Federativa; assiste-se a preparação simultânea, em seu seio, de treze constituições republicanas, tendo por base um reconhecimento solene dos direitos naturais do homem e, como primeiro objetivo, a conservação destes direitos.Desse modo os EUA compuseram a maior potência mundial. Tais feitos foram suficientes? Garantem-lhes ad eternum o deal tão acalentado? Pois não há resposta dissonante: o que vemos é a pujança mergulhada numa confusão sem precedentes. Como o paradoxo assim emerge? Que rumo toma aquela estátua para tornar o ser petrificado?.Por que Patinhas, malgrado seu imenso poder, é totalmente solitário, e Donald se faz tão alienado?
Malgrado livres do subjugo romano, muito mais pela progenitora do que por seus próprios méritos, ainda assim, mercê dos quackers e afins, os norteamericanos já nasceram impregnados do carma. E o vírus, tal qual Hidra, cria incontáveis cabeças, todas alimentadas pelo corpo paulatinamente indefeso, a ponto do monitor acusar: malgrado algodão entre a Europa e a Ásia, o coração americano nos remete à civilização greco-romana, ao exercício de domínio. LOCKE permanece apenas em empoeiradas prateleiras:
"Obama terá direito de usar a frase 'So help me God' ('Com a ajuda de Deus').
A liberação foi dada por uma corte distrital de Washington D.C."
Bobagem:
"O platonismo e o cristianismo distanciam os seres humanos do meio que os rodeia."* * *
ZOHAR, D., O Ser Quântico, Uma visão revolucionária da natureza humana e da consciência, baseada na nova física: 188.
Uma das principais características dos endeusados espartanos era o estímulo olímpico, pretensamente esportivo, mas que na verdade buscava a supremacia. Exercer o poder sobre os vencidos. Não por acaso os regimes nazifascistas e comunistas glorificavam as porfias.
"Uma ilusão geral constitui uma força social, que serve potentemente para cimentar a unidade e a organização política de um povo, como de uma inteira civilização." (Scritti politici (MOSCA, GAETANO, Teorica dei governi-elementi di scienza política vol.II, 633; cit. RÊGO, W.D.L.: 88)
Tal marketing buscava provar a si mesmos, e ao mundo, que suas nações eram melhores formadas, mais educadas, ou preparadas, para exercerem a visada hegemonia:
“A raça alemã foi selecionada para dominar a Terra”. (WOLTMANN, Ludwig, cit. JOHNSON, P.: 98)
Pois os EUA até hoje levam a perfídia a sério, por isso se destacam na maioria dos esportes.
Raras as personalidades intelectuais que se destacaram ao longo da história do flamante country. Como vimos, os governantes prezam vitórias. Entre os americanos, ocorre ainda o interesse dos meios de comunicação, mercê do hrande público que pode carrear, com isso faturando na publicidade.
Já na marcha ao oeste criava-se nova competição. omo em qualquer corrida, ganhava a do ouro quem lograsse a primazia.
Em contraposição, praticamente inexiste oriental adestrado a competir. Qual a razão primordial da disparidade? Aquele povo não gosta de jogos? Sequer ganhar dinheiro com eles?
Elementar, meu caro Watson: os asiáticos não conhecem PLATÃO!
A tônica platônica é a contraposição dos vetores, para, da confusão, exercer o domínio.
A tônica do capitalismo norteamericano é a confusão entre a livre-iniciativa, e a livre-concorrência.
Afirmo que um é excludente do outro, ainda que possam ser aturados mesclados.
A livre-iniciativa exige uma sintonia cósmica, para ser exitosa. Há que ser ecológica, em somalética, onde a ética não se fratura.
A concorrência, ao contrário, visa esmagar o que entende como adversário; portanto, com o cosmos. À dialética o que menos importa é o sufixo. É dúbia; por isso não se importa em ser anti-ecológica.
É certo que a concorrência, os esportes, são emocionantes. Estimulam o crescimento. Fazem-no, todavia, desprovido de sentido. A forma, o meio, a maneira, a modalidade turvam de tal modo o ideal, que ele jamais pode ser alcançado, sequer perseguido. Há um desvio generalizado de rota. Por isso, em paradoxo, quanto mais ricos, mais desenvolvida sua tecnologia, mais ansiam por riquezas, e menos tempo dispõem para si mesmos.
“Na época em que Weber visitou os Estados Unidos, a imagem do trabalho havia perdido o status e a ética do trabalho protestante havia desaparecido”
(WEBER, Max, cit. DIGGINS, John Patrick: 24)
A Revolução Industrial advém justamente dessa peculiaridade.
Na era das chaminés, nenhum empregado isolado tinha um poder significativo em qualquer disputa com a firma. Só uma coletividade de trabalhadores, unidos e ameaçando parar o uso de seus músculos, podia obrigar uma administração recalcitrante a melhorar o salário ou as condições do empregado. Só a ação em grupo podia reduzir ou parar a produção, porque qualquer indivíduo era facilmente intercambiável e, por isso, substituível. Foi esta a base para a formação dos sindicatos de trabalhadores.A indústria automobilística, marca indelével do século, comprovam a incidência do carma no meio social. Primeiro, a disputa foi pela sua eficácia dos veículos; depois, por sua velocidade; por último, pelo tamanho, e beleza de linhas. Ultimamente, a corrida é por segurança. De certo modo essas características estabelecem o concurso das gigantes, e também dos consumidores, em número sempre crescente. Se o vizinho aparece com um novo modêlo, pronto: eis a desgraça de frente.
TOFFLER, Alvin, Powershift: As Mudanças do Poder, Um perfil da sociedade do século XXI pela análise das transformações na natureza do poder : 238.
A U.R.S.S. foi eliminada, mas ora surge uma gabaritada China, não ocidental:
O número de empresas americanas na lista anual das 500 maiores companhias do mundo, elaborada pela revista Fortune, é o mais baixo já visto, enquanto que as chineses têm uma presença sem precedentes. A China, cujas empresas são cada vez mais poderosas, aparece pela primeira vez na lista das dez primeiras. O ranking foi divulgado nesta quinta-feira. O Japão aparece em segundo no que diz respeito a número de empresas, com 68 companhias, enquanto França e Alemanha tem 40 e 39, respectivamente.O oriente nunca se deteve nas ilhotas do Mediterrâneo. Por conseguinte, não se quedou nas artimanhas daqueles metidos a filósofos. Há milênio a China navegava pela bússula de Confúcio, cujo norte apontava à imensidão do porvir, não o remanescente pontual. Lao-Tzè emprestou-lhe solidez, e Sidharta pode ser acolhido. Os orientais preferem o usufruto.
Os ocidentais primam pelo poder sobre as coisas, os animais, e, por conseguinte, até sobre seus iguais. Isso não tem sustentação, nem nexo. Eis a razão primaz do Declínio do Ocidente
Os EUA padecem. Como vimos, não é de hoje, contudo, que os pujantes sofrem da síndrome. A rigor, ela vem se acentuado desde o fim do XIX, impregnando e pautando não só a produção, mas a economia como um todo, o sistema jurídico, a política, a educação, até a ciência, as relações sociais e internacionais, a sociedade como um todo, enfim, conduzida do mesmo modo, ao gosto do carma platônico:
Ao se dedicar a um estudo do mundo contemporâneo, Weber concluiu ser inevitável que as sociedades caissem, cada vez mais, sob a influência de burocracias crescentes e potencialmente totalitárias. Reconhecendo o grau em que isso poderia ameacar a liberdade humana, Weber postulou a idéia da liderança 'carismática' como meio de fugir a mortífera tirania do controle estatal. O próprio Weber admitia os perigos, assim como as vantagens da autoridade carismática, perigos estes que as carreiras de Hitler e Mussolini logo tornariam gritantes.
(BURNS Edward McNall, LERNER Robert E. e STANDISH, Meacham: 710)As hierarquias marcadas pelas relações de poder, através das quais a autoridade fluía; manejavam o chicote com o qual o indivíduo era mantido dentro da linha. Compensações e punições vinham da hierarquia para o indivíduo, de modo que o indivíduo, habitualmente com a sua vista dirigida para cima, para o degrau seguinte da escada hierárquica, tornava-se condicionado pela subserviência. Resultado: o insípido homem da organização - o homem sem convicções pessoais (ou sem coragem para torná-las evidentes). Valia a pena conformar-se.
TOFFLER, Alvin, O Choque do Futuro: 119
"A burocracia americana, que se contentava com 350.000 funcionários, saltou para 5 milhões hoje." (Veja, 29/4/1992: 47)
Isso há uma geração. Ora periga beirar o dobro.
O governo norte-americano anunciou em 31/3/2009, a maior reforma no sistema de regulamentação financeira desde 1929, quando o país enfrentou a Grande Depressão. O projeto também daria ao Federal Reserve mais poder para 'proteger a estabilidade do sistema financeiro', enquanto que a supervisão bancária diária estariaMr. Obama mostra rara competência, faz um inédito esforço, e tem tudo para contornar o iceberg, mas não desse modo. O plano de reativação não encontra respaldo, "é inútil", dizem economistas, conforme pesquisa de conjuntura mensal do Wall Street Journal publicada nesta quinta-feira. A intervenção era faina de ROOSEVELT.
a cargo de uma agência, e não de cinco, como acontece atualmente.O que os cínicos não compreendem é que o contexto mudou totalmente – que os argumentos políticos arcaicos que nos consumiram por tanto tempo já não se aplicam.Ainda bem. Permanece, todavia, alguma incerteza:
Discurso de posse à presidência dos EUA.
.
Constatamos durante a campanha que o talento de Obama para a oratória era uma vantagem enorme, e creio que será ainda também um de seus grandes atrativos como presidente. Na verdade, a política não mudou desde a sua invenção pelos gregos. Todo o jogo reside na capacidade de expor seus argumentos de maneira clara e convincente. Ter essa capacidade, para um discurso improvisado ou preparado, é uma vantagem com muito valor na política.Dessarte talvez seja o caso: nem tanto Barack Obama, mas "parar com as brama." Sorry.
GALSTON, William, analista da Brookings
Institution e ex-assessor da Casa Branca.
Veremos de modo mais detalhado como fluiu a múltipla subversão da democracia na pátria da liberdade, incidências, razões e o momento delas recrudescerem, na próxima atração.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Carma Ocidental - 54. A contaminação dos EUA
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O que são os dois olhando o popô da moça?!
ResponderExcluirrisos
Esteja bem, amigo.
Bj