quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Deus, Furacão e Ciência - 1/3

E no meio repousa o Sol. Com efeito, quem poderia no templo esplêndido colocar essa luminária num melhor lugar do que aquele donde pode iluminar tudo ao mesmo tempo? Em verdade, não foi impropriamente que alguns lhe chamaram a pupila do mundo, outros o Espírito, outros ainda o seu reitor.
COPÉRNICO
É aí que mostraremos causas de estagnação e até de regressão, identificaremos causas da inércia às quais daremos o nome de obstáculos epistemológicos (...) o ato de conhecer dá-se contra um conhecimento anterior, destruindo conhecimentos mal estabelecidos, superando o que, no próprio espírito, é obstáculo à espiritualização. BACHELARD, G., 1996: 170  
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Sandy demonstra que o Arquiteto do Universo talvez tenha exagerado em seus bons ventos. Calamitosa atuação. Coberto de rezas, e glórias, e sacrifícios, promessas e citações, ainda assim S. Exa. inunda os ofertantes com rosário de frustrações e desgraças. Recebendo toda a atenção e respeito, promovido através de impressos, rádios, tvs e internet em impressionantes campanhas publicitárias, por que ainda assim Sinhozinho  resolve dizimar os próprios "servos"?  Isso não é coisa de psicopata? Sim - de quem Lhe introduziu.
Graças a seus braços tecnológicos a ciência  no episódio salva milhares de pessoas, e relevante patrimônio. Twitter ajuda a salvar vidas durante passagem do furacão O rastreamento se faz preciso, e isso permitiu que a população se preparasse com antecedência à fúria da natureza. O número de mortes é irrisório frente a magnitude do fenômeno. Os prejuízos foram de monta, porquanto não há técnica que desvie ou diminua o ímpeto do dragão, porém seriam multiplicados sem prevenção. O que importa é comparar a possante incidência com algum ponto do passado, quando o mau-humor de São Pedro e de Hades, no caso dos terremotos e vulcões, pegava todos de surpresa.
O conhecimento conforta o ser humano em sua viagem pelo cosmos de um Universo indecifrável.  'O mais incompreensível, é mais ou menos isso que dizia Einstein, é que o mundo seja inteligível.' (PATY, M., Einstein: 15) A compreensão pode diminuir, e muito, a carga de sacrifícios que todos suportamos. Merecem ribalta as informações que propiciaram a Nação se precaver no que fosse possível.

Como os gregos explicariam o fenômeno? Os deuses teriam combinado um castigo geral, e aproveitado para mandar mais gente à companhia de Hades - coitado, sempre evitado?
Como se referia o de maior fama? 
Para Platão, a ordem e a beleza que vemos no Cosmo resulta de uma intervenção racional, intencional e benigna de um divino artesão, um "demiurgo" (gr. δημιουργός), que impôs uma ordem matemática a um caos preexistente e, assim, produziu um Universo divinamente organizado, a partir de um modelo eterno e imutável (Pl. Ti. 26a).  www.greciantiga.org    
Platão, impossibilitado de compreender a realidade das contingências do mundo sensível, optou por construir um mundo perfeito a partir de suas próprias idéias, denominou-o, Hiperurâneo, mundo das formas perfeitas, eterno, habitat das almas que ele criara ao dividir o homem em corpo mortal e alma imortal.O mundo racional que Platão idealizara foi tão bem elaborado que Santo Agostinho (354-430 d.C.) adaptou-o ao cristianismo, e a exemplo de Platão criou duas cidades utópicas: a Cidade de Deus e a Cidade dos Homens .PLATÃO E AS CONSEQUÊNCIAS DE SUA FILOSOFIA
O filósofo apregoava a impossibilidade de se demonstrar a existência de Deus, mas fez a ressalva tranquilizadora: Ele não fazia mal, só bem. Então, comparou: "Se o justo aparecer na terra, será açoitado, atormentado, posto em cadeias, cegado de ambos os olhos, e, finalmente, depois de todos os martírios, pregado numa cruz, para chegar á compreensão que o importante neste mundo não é o ser justo, mas parecê-lo. " (PLATÃO, República: 361)
O cristianismo surgiu e obtém pleno êxito justamente por exceder a  pessimista hipótese. Deus, ou melhor, seu Filho poderia enfrentar tamanha tortura, eis que imbuído da missão mais nobre jamais concedida, missão impossível ao ser humano. Além de se fazer sentir, ora Deus "provava" concretamente sua  existência,  tudo afiançado por dúzia de testemunhas.
Mas quando notícias da peste assolavam as fronteiras pré-renascentistas, o que faziam os fiéis reunidos,  em coro implorando clemência, piedade, e tudo o mais - de joelhos pedindo perdão, prometendo dedicar toda a vida em reconhecimento ao Senhor Nosso Pai? Isso queria a peste, para se espalhar com velocidade atômica.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

O caráter ideológico das leis trabalhistas - 3/3 - A reversão

Tudo depende, portanto, de se fazer com que os súditos acreditem que o governo é bom e justo, e de os cidadãos sentirem-se felizes em obedecer às suas ordens - daí todo conjunto de medidas draconianas, aniquiladoras de toda liberdade de pensamento, sugeridas por Platão tanto na República quanto nas Leis, a fim de produzir e conservar nos súditos essa crença. KELSEN: 50
A lei era vista como imutável porque era ancorada na natureza, assim como a vontade da comunidade: os legisladores e juristas tinham meramente que averiguar o que ela era e como aplicá-la a situações concretas. O surgimento, no final do século XVIII, do 'historicismo', que dizia que as instituições humanas estavam sempre evoluindo, mudou essa visão tradicional da lei. Passou a se reconhecer que, como tudo o que se relacionava com o ser humano era resultado da vontade, tudo o que se relacionava com o ser humano era capaz de ser alterado - e aperfeiçoado - por meio da educação e da legislação. PIPES, R.: 269
VON MISES (Uma crítica ao intervencionismo: 41)-conheceu a dialética de HEGEL, o mau tom de Bentham, e tantos:
Com a Escola Histórica, a ciência política tornara-se uma doutrina de arte para estadistas e políticos. Nas universidades e em anuais, reivindicações econômicas eram apresentadas e proclamadas como 'científicas'. A 'ciência' condenava o capitalismo, tachando-o de imoral e injusto. Rejeitava como 'radicais' as soluções oferecidas pelo socialismo marxista e recomendava o socialismo estatal, ou, às vezes, até o sistema de propriedade privada com intervenção do governo. Economia não era mais questão de conhecimento e capacidade, mas de boas intenções.
Fossem boas ou as piores possíveis, as intenções exigiam que o governo usurpasse todo o poder do indivíduo para si mesmo, não se dando conta os desprovidos da especialidade maquiavélica.
Enquanto os direitos de liberdade nascem contra o superpoder do Estado - e, portanto, com o objetivo de limitar o poder - os direitos sociais exigem, para sua realização prática, precisamente o contrário, isto é, a ampliação dos poderes do Estado. BOBBIO, N., A Era dos Direitos: 72
A totalidade da hipocrisia e do cinismo marxiano foi incorporada, impregnada de tal sorte que até hoje se mantém acesa, interessante aos governos Como disse James Buchanan (cit. Klaus, Václav, Ministro das Finanças da Tcheco-Eslováquia, 1991), “o socialismo está morto, mas Leviathan ainda vive”.
O Estado comprovou ser um gastador insaciável, um desperdiçador incomparável. Na verdade, no século XX, ele revelou-se o mais assassino de todos os tempos. O político fanático oferecia o New Deal, grandes sociedades, e estados de bem-estar social; os fanáticos atravessaram décadas e décadas e hemisférios; charlatães, carismáticos, exaltados, assassinos de massas, unidos pela crença de que a política era a cura dos males. JOHNSON, P.: 616
Economia do governo em setembro é a menor para o mês em 3 anos
Até mesmo a responsabilidade social, tradicionalmente afeta ao Estado, porquanto razão primaz do Leviathan, pela dialética foi possível transferi-la aos empresários - burgueses culpados pela miséria proletária. O governo tira partido de tudo. Engrossam os encargos sobre a folha salarial suportados pelas empresas, ou melhor, pelos consumidores, que pagam a conta final, as contribuições patronais à Previdência Social.  Na indústria de transformação, a contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sozinha, corresponde a 20% da folha de salários. Há também incidências por Risco de Acidente de Trabalho, Salário Educação, retiradas ao Incra, Sesi, Senai e Sebrae, que correspondem a até 8,8% da folha de salários. Somando-se as contribuições do empregador ao FGTS, indenizações trabalhistas e outros benefícios, como o 13.º salário e o abono de férias, o total de encargos chegou a 32,4% dos gastos com pessoal da indústria em 2009, ano-base do estudo do BLS.  Além disso o poder público determina às empresas que arquem com uma série de necessidades individuais, correspondentes à pessoa contratada, não ao objeto do contrato. São vales de roldão: vale-transporte, alimentação, folgas em profusão, como a pais gestantes, etc., somados à pagamentos extras incidentes sobre insalubridades, ou risco demasiados.   O contratante se queixa que a estipulado do valor salarial corresponde apenas à metade; a outra se deve ao fisco.
Os sacerdotes fiscais já trataram de reter parte de seu salário e embutir nos preços do mercado a taxa de manutenção de nossas obras divinas. O valor está passando um pouco do dízimo -beira 40% de sua renda- mas acredite, minha senhora: todo ele é destinado ao bom caminho, à construção do paraíso escandinavo, ao poder infinito e sagrado do Estado. A religião do momentoLeandro Narloch
Ironicamente vê-se flagrante que o governo, muito antes de se colocar como defensor do polo por ele qualificado mais fraco, na verdade dele retira as forças. Caso dispensasse o guardião  o operário embolsaria o dobro, mensalmente. Ademais, nenhuma vida se faz estática.
[Marx] deveria reconhecer que as relações entre os degraus ou as camadas da realidade social que distinguira, também elas eram totalmente variáveis e que sua hierarquia, enquanto forças dinâmicas da mudança, se alterava sem cessar conforme os tipos de sociedade. Somente assim teria evitado a cilada do 'determinismo econômico' no qual finalmente caiu. GURVITCH, Gurvitch, G., cit. GOLDMAN,  L.: 46
Por isso se debatia o socialista BERTRAND RUSSELL (O poder: 187; cit. FONSECA: 26):
As coisas verdadeiramente valiosas na vida humana são individuais e não coisas como as que acontecem num campo de batalha ou nas lutas políticas ou na marcha de massas arregimentadas em direção a uma meta imposta de fora. Nisso reside a diferença essencial entre a perspectiva liberal e a do Estado totalitário: a primeira considera o bem do Estado como consistindo em última análise no bem-estar do indivíduo, enquanto o segundo considera o Estado como o fim e os indivíduos meramente como ingredientes indispensáveis, cujo bem-estar está subordinado a uma totalidade mística, que é simples disfarce para o interesse dos dominadores.
"Contemporaneamente o mito vai se identificando com a ideologia política: é que o processo mitológico sempre coloca suas crenças a serviço de uma ideologia." (WARAT, Luiz Alberto, Mitos e Teorias na Interpretação da Lei: 128) 
A classe proletária exige a concessão de direitos e benefícios apenas por ser classe. A patronal tira proveito da celeuma para se autopromover. A ambas interessa manter a chama da discórdia acesa, ainda que seja apenas encenação recíproca.
Acertou em cheio o editorial dos jornais da RBS que tachou de arcaica a legislação trabalhista brasileira, mas trouxe também a possibilidade de uma interpretação contraditória. Ao apoiar as corajosas (na minha avaliação) declarações do presidente do Tribunal Superior do Trabalho, que apontam a necessidade de uma atualização da CLT, o editorialista endossou a argumentação do ministro João Oreste Dalazen, em favor de um cenário que abrigue “cada vez mais os entendimentos entre patrões e empregados”, com a condição de que “sejam preservadas as grandes conquistas dos trabalhadores, constantes da CLT”. Ocorre que, ironicamente, esses desejados entendimentos não têm tido mais espaço, no Brasil, justamente por força do excesso de disposições contidas na CLT, indiscriminadamente consideradas “conquistas intocáveis”, quer pelos sindicalistas, em geral, quer por boa parte dos membros do Judiciário trabalhista.O bom entendimento entre a empresa e os seus empregados é, sem dúvida, um dos fatores fundamentais do sucesso empresarial, em tempos de economia globalizada e competição implacável. Assim, o prenúncio de uma alteração legislativa, que estimule e valide esse diálogo, é algo digno de comemoração, mas não será com atitudes tímidas que venceremos o arcaísmo entranhado na CLT e na cultura paternalista e irrealista, que remanesce à sua sombra. Os direitos sociais inscritos na Constituição Federal, em todo o seu idealismo quase utópico, é que devem constituir a base para a legislação trabalhista nova de que o Brasil necessita. Legislação arcaica, pelo Representante dos empregadores brasileiros junto à Organização Internacional do Trabalho
 Brasil é líder em adoção de barreiras comerciais nos últimos seis meses

Elimine moral e leis, e as pessoas farão o certo
TAO TE KING: 19

Enquanto retrocedem institucionalmente os peronistas e os bolivarianos, capturados por uma inadequada visão de mundo, avançam celeremente os países da Aliança do Pacífico. O Chile, a exemplo do que acontece hoje na China e ao contrário do que ocorreu no Brasil e na Rússia, executou sua abertura econômica antes da abertura política. Seu extraordinário sucesso econômico inspirou históricos rivais, os peruanos, a aprofundarem suas reformas de modernização. E a Colômbia, notável por seu histórico democrático na região, mergulha também na Aliança do Pacífico em busca da prosperidade. O México, que já participa do Nafta, a zona de livre comércio com os Estados Unidos e o Canadá, amplia seus acordos comerciais com as economias mais dinâmicas da América do Sul. Tudo isso no vácuo de uma liderança geopolítica não exercida pelo Brasil. Somos agora os retardatários. Caminhos diversos -  Paulo Guedes
Ponto com domina o mundo. Não há razão, muito menos ciência na "legislação trabalhista".  Tal qual valor comercial, a relação de trabalho não deve ser regulada, engessada, tabelada, imposta. Não é nem questão politica. Não se trata de Direito, tampouco de Justiça, mas de conveniência dos contratantes, sob pena de não prosperar nada que preste.  São relações civis, de livre estipulação entre as partes, independentemente dos respectivos status
A visão da evolução como uma crônica competição sangrenta entre indivíduos e as espécies, um desvirtuamento popular da noção de Darwin da 'sobrevivência dos mais aptos', dissolve-se diante de uma nova visão de cooperação contínua, forte interação e dependência mútua entre as formas de vida. A vida não conquistou o globo pelo combate, mas por um entrelaçamento. As formas de vida multiplicaram-se e tornaram-se complexas cooptando outras, e não apenas matando-as. SAGAN, D., cit. DAWKINS, R.: 288
Numa sociedade que se quer democrática primam a igualdade e a liberdade. Contrariu sensu, se requer paternalismo, esta sociedade não é apta sequer para dirigir sua vontade,  o próprio destino.  Mister dissipar a alienação
A razão pela qual as pessoas comuns tentam criar um mundo melhor e mais seguro para si e para seus filhos...  tem muito pouco em comum com esses sonhos ignorantes e irracionais de dominação. Infelizmente, o senso comum é um instrumento por demais comum para impressionar os intelectuais, e por isso eles o abandonaram há muito tempo e o substituiram por suas próprias convicções, tentando redirecionar o político de acordo com elas. Devemos limitar sua influência, retirá-los das posições de poder e transformá-los de senhores dos cidadãos livres em seus criados mais obedientes. FEYERABEND, P.,Adeus à Razão: 126

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O caráter ideológico das leis trabalhistas - 2/3 - A burla fascista

Percorreste o caminho que medeia do verme ao homem, e ainda em vós resta muito do verme. Noutro tempo fostes macaco, e hoje é ainda mais macaco do que todos os macacos. NIETZSCHE, Assim falou Zaratustra, 1961: 7 
Napoleão III e Bismarck, após a dantesca destruição franco-prussiana. 
AS CONSTATAÇÕES previamente colocadas sob o fogo antagônico de Hegel, diante da escassez de recursos anunciada por David Ricardo, confirmada por Malthus e Darwin no âmbito biológico, e por Marx, no âmbito "econômico" compuseram generosa munição a todos os sentimentos bélicos, de Bismarck a Lênin, de Mussolini a Hitler: "Marx agravou o erro de Ricardo e sua falácia consiste numa seleção tendenciosa de evidências.” (BOHM-MAWERK A Teoria da Exploração do Socialismo-Comunismo:3) A primeira providência aristocrática veio coadunada com a ciência disposta, ao fito de minimizar a concorrência prenunciada:
A guerra é uma necessidade biológica de suma importância, o elemento regulador da vida da humanidade, a qual não a pode dispensar. Não é, contudo, apenas uma obrigação moral; e é, como tal, um fator indispensável da civilização. (Gen. Von Bernhardi 1849-1930, cit. CHALLITA, M. Os Mais Belos Pensamentos de Todos os Tempos, 3. Vol.: 94)
"Só a Alemanha, doravante, e não mais qualquer Estado e principalmente a França, se acha qualificada para realizar a humanidade. O problema presente, a primeira tarefa é simplesmente o de preservar a existência e a continuação de tudo o que é alemão." (FICHTE, J.G., Discursos a Nação Alemã: Nacionalismo e Formação Nacional, cit. MCNALL, Edward e outros: 573) 
Paris resistiu aos prussianos, mas capitulou após quatro meses - ironia - por falta de alimento. Como resistência francesa, surgiu a Comuna de Paris, ensaio ao descalabro russo. "O que impulsionou o autor de O Capital a decretar ‘uma verdadeira capitulação da liberdade face à necessidade foi a ambição de erguer a sua ‘ciência’ ao nível da ciência natural, cuja categoria fundamental era ainda a necessidade." (ARENDT, A., On Revolution, 1963, cit. GIORELLO: 243)
A vencedora assumia enorme responsabilidade social pelos milhões tombados, mutilados, pelos patrimônios perdidos, pela desorganização geral da população civil. Imperativa uma Previdência Social. "Reconhecendo" a cientificidade marxista, a Prússia partiu à inovação jurídica, editando leis de arrefecimento à volúpia proletária internacional.  “Bismarck compreendeu muito bem o partido que poderia tirar das idéias do socialismo de cátedra: usou-as como um instrumento de luta contra o socialismo e como meio de expandir o poderio do Estado.” (HUGON, Paul, História das Idéias Políticas: 279.) Os despojos franceses cobriram todas as despesas; até 1914.
Da I Mundial emergiu o monstro vermelho,  cuja assombração já havia aparecido na Place de La Concorde. "O medo atingiria o povo e a liderança seria entregue àqueles que oferecessem uma saída fácil, a qualquer preço. A época estava madura para a solução fascista." (POLANYI: 27) Os governos partiram à edição de inúmeras cartilhas e regulamentos pretensamente em favor da classe operária, ao tempo em que cediam até mesmo as dependências dos congressos às S.Exas. os representantes dos trabalhadores. 
O totalitarismo de esquerda criou o totalitarismo de direita, o comunismo e o fascismo eram o martelo e a bigorna pelos quais o liberalismo foi despedaçado. Se o leninismo gerou o fascismo de Mussolini, foi o stalinismo que tornou possível o leviatã nazista  JOHNSON, P.: 232 
Mutatis mutandis, tudo passou a girar exclusivamente pela aparente "queda de braço" entre a mais repleta classe operária, e a seleta empresarial. Os empresários, contudo, financiadores do fascismo e do nazismo, mantinham os governos de Hitler e Mussolini sob controle. Foram montados apenas teatros, simulacros nos quais os mais humildes mergulharam com total credulidade. "Arranjos corporativos são fórmulas de institucionalização do conflito de classes, levando-as ao diálogo ou a regras mínimas deconvivência com a arbitragem do Estado. Entre nós este arranjo produziu o completo distanciamento das classes que supostamente deveria aproximar.."( COSTA, V.,: 49) 
Os que trabalhavam em situações mais perigosas fariam jus a mais 30% do que recebiam, pagos pelo empregador, claro. Optantes por afazeres insalubres, 20¨%. Filho dava direito ao pai o "direito" de receber auxílio.  Trinta dias por ano ele receberia seu salário sem precisar dar nada em troca além do recibo. E ao cabo do ano, merecia outros trinta, a título de gratificação natalina, mesmo sendo ateu.
 Ora, como nenhuma empresa tem sua contabilidade mensal, esses valores pagos por determinação governamental apenas seguravam por ano a fio um dinheiro que poderia ter sido adiantado como integrante do salário. Ademais,  como a riqueza não provém de atividades perigosas ou insalubres, mas da produção, pura e simplesmente, e este acréscimo e todas as benesses eram (e são) totalmente fora-de-propósito, os governos não titubearam em lançar mão de violentos processos inflacionários, deixando lira e marco alemão ao res do chão, para o desespero de quem nada entendia. Eis o dilema vivido atualmente por alguns países europeus: de um lado, uma imensa rede de segurança social; do outro, pelo engessamento na moeda única, a impossibilidade de inflacionar. Desta tensão emerge a inusitada crise européia,  curiosamente mais acentuada em redutos latinos.
Marx ganhou uma espécie de alternativa apenas com Keynes, projetista inflacionáro, mas pelos anos '30 o alemao enfrentou uma plêiade de economistas de melhor gabarito, aptos a falsear, da base ao telhado, o monumento marxista Os erros do socialismo - arrogância fatal, apontam imensa série de erros e avaliações. F. Hayek sai condenando a corruptela: “O darwinismo social está errado, mas a intensa aversão que provoca hoje é também de vida em parte a seu conflito com a arrogância fatal de que o homem seria capaz de moldar o mundo ao seu redor de acordo com seus desejos”.
Darwin e Marx, contudo, estavam na crista da onda. Hayek somente seria ouvido mais de quarenta anos depois, ao abiscoitar o Nobel de Economia.
O que agora excita... é o efeito, considerado desastroso, das políticas keynesianas adotadas pelos Estados econômica e politicamente mais avançados, especialmente sob o impulso dos partidos social-democráticos ou trabalhistas. Nestes últimos anos lemos não sei quantas páginas sempre mais polêmicas e sempre mais documentadas sobre a crise deste Estado capitalista mascarado que é o Estado do bem-estar, sobre a hipócrita integração que levou o movimento operário à grande máquina do Estado das multinacionais. Agora estamos tendo outras tantas páginas não menos doutas e documentadas sobre a crise deste Estado socialista igualmente mascarado que, com o pretexto de realizar a justiça social (que Hayek declarou não saber exatamente o que seja), está destruindo a liberdade individual e reduzindo o indivíduo a um infante guiado do berço à tumba pela mão de um tutor tão solícito quanto sufocante BOBBIO, Norberto, O Futuro da Democracia: 132 
O proselitismo aos operários obteve pleno êxito frente à ameaça comunista, e o mundo capitalista adotou a "solução" prussiana.
No final do século XIX, a principal influência sobre a teoria acadêmica social e econômica era das universidades. A idealização bismarckiana do Estado, com suas funções previdenciárias centralizadas foi devidamente reestudada pelos milhares de ocupantes de postos-chave do meio acadêmico que estudaram em universidades alemãs nas décadas de 1880 e 90. Schesinger, Arthur M., The Crisis of the Old Order 1919-1933, p. 20; cit. em Johnson, Paul, p. 13.
O início desse processo é por ele colocado em 1909/10, quando Lloyd George, o chefe do primeiro governo trabalhista britânico (Labour Party) introduziu uma legislação que criava o imposto de renda progressivo. O imposto deixava de ser igualitário e revelava uma verdadeira intenção expropriadora. (Prefácio a Edição Brasileira apresentado por José Osvaldo de Meira Penna in Jouvenel, Bertrand de,  A Ética da Redistribuição: 13)
O capitalismo de hoje não é um capitalismo liberal; o que realmente existe é um capitalismo burocrático que está sob forte controle e regulamentação dos governos dos estados nacionais.  A característica fundamental deste sistema é um intervencionismo caótico e desordenado — com uma legitimidade precária baseada no sistema redistributivo do estado de bem-estar social e da democracia das massas.  O que existe é um sistema altamente precário, um sistema que está sempre em perigo de colapso. Cada crise provoca mais intervenções, produz mais burocracia e mais regulação, mais gastos do setor público e uma carga tributária cada vez maior. Além da boa governança por , 8/8/2011

domingo, 28 de outubro de 2012

O caráter ideológico das leis trabalhistas - 1/3 - O amparo darwinista

Herdam-se as leis e os direitos em profusão. Como uma eterna doença que segue sem parar, elas se arrastam de geração a geração, e se vão suave de lugar para lugar. Bom senso torna-se bobagem; benefício, tormento. Mefistófoles, in GOETHE, Fausto: 65
 O Manifesto Comunista incendiou a Europa inteira, por século a fio.  Desde Adam Smith se criara enorme proletariado, náo propriamente pela economia liberal adotada, mas por causa da Revolução Industrial. Na época do escocês existiam também grandes fortunas, mas havia pouco para comprar. A rigor nem o dinheiro, tampouco o status diferenciavam tanto assim os habitantes, Agora um homem  chegava na cidade e podia escolher, entre uma infinidade de ofertas, onde e como gastar, de que modo se divertir. Marx lograva hegemonia desprovido de adversário. Claro, a quase totalidade dos europeus não concordava com o postulado,, mas simplesmente porque tal solução não lhes interessava, não porque a vissem incorreta. Até mesmo os capitalistas se obrigavam a reconhecer que a tese de Marx espelhava a mais pura realidade. Ninguém se dava conta da sua construção por dialética - per se suscetível de discussão:
"Sejam quais forem os atrativos das descrições dialéticas de certos períodos da história, não podemos deixar de pensar que a diversidade dos acontecimentos e dos homens não se ajusta assim tanto a este esquema. O salto da antítese para a síntese aparece muitas vezes como arbitrária." (GRANGER, G.-G.: 99). "O dialético degrada a inteligência de seu antagonista. Só se escolhe a dialética quando não se tem mais nenhuma saída." (NIETZSCHE, 2000:20)

Tirante raros meteoritos, contudo, não havia algum expoente da Economia para de imediato refutar a elucubração marxista, que dirá  ela vindo com Filosofia, Ciências Naturais, ou Biológicas, até a Fisica, interligadas. Fazendo as contas malthusianas e darwineanas, a equação marxista não tinha erro: os proletários se multiplicariam exatamente pelas contas do dito reverendo; e os operários, os menos aptos, por não deterem os meios-de-produção, tenderiam a desaparecer. Se alguém iria morrer de fome, jamais seria quem detivesse os meios-de-produção. Como contestar a obviedade?  Em terra de cego basta um olho para ser rei, ou ladrão. .
A asserção de que o marxismo-leninismo, ideologia basilar da União Soviética, tinha alguma coisa a ver com a verdadeira ciência foi um puro artifício retórico, um dos maiores logros deste século, embora propaganda deste tipo fosse ensinada a todas as crianças dos países comunistas. DESCAMPS: 139
De plano foi Malthus quem mais impressionou, conferido pela devastação napoleônica: No Ensaio sobre a população, (1798), Malthus assegurava que a natureza prescrevera limites inflexíveis ao progresso humano no que toca à felicidade e à riqueza, de modo que se não houvesse guerras e epidemias o povo morreria de fome.  Darwin logo veio emprestar conotação cientifica às estatísticas malthusianas.
Toda a teoria darwineana da luta pela existência é simplesmente a transferência, da sociedade à natureza viva, da teoria de Hobbes sobre a guerra de todos contra todos e da teoria econômica burguesa da concorrência, bem como da teoria da população de Malthus. (A.R. Wallace & R.Young, Sciences studies, 1971, p.184; cit. Japiassú, 1978: 56)

Quanto a Darwin, ele se arranjou por meio de laboriosas ‘negociações’ teóricas, manipulando como podia as definições e os conceitos. O essencial é ver essas manobras como elas eram, em seu contexto, com seus lados bons e seus lados maus; e, depois disso, não procurar dissimulá-las com elogios superficiais ao 'gênio' darwineano'. THUILLER, P.: 210
A civilização se mantém embarcada na quimera.


 A analogia sobre a crise financeira srve para mostrar que as teorias de Darwin - agrupadas no que se convencionou chamar de 'darwinismo' - foram mais longe ainda: extrapolaram os limites da biologia e colonizaram outras áreas da ciência, influenciando várias esferas do pensamento humano. Mais até do que uma analogia, a evolução por seleção natural é um elemento crucial da teoria econômica moderna, segundo o economista José Eli da Veiga. 'A ideia é que qualquer sistema evolutivo obedece às leis do darwinismo. E a economia é certamente um sistema evolutivo', afirma Veiga, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP. Estadão, 8/2/2009.
Essas postulações mutuamente reforçadas tornaram a desgraça receptiva, dentro da normalidade. "A tentativa de impor uma verdade universal provocou desastres no domínio social e levou a formalismos vazios combinados com promessas que nunca serão cumpridas nas ciências naturais. " (FEYERABEND, P.,  Adeus à razão: 77
"Se rebobinássemos o filme da evolução e reencenássemos o processo mudando alguns detalhes do início, seriam grandes as chances de não chegarmos a nada parecido com a inteligência." (Vida inteligente)
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sábado, 27 de outubro de 2012

Quem se faz ouvir?

Agora, em 2012, o Supremo não condenou somente os personagens principais dos acontecimentos de 2003. De fato condenou a impunidade, o conceito de que para poderosos nada dá em nada. Condenou a pizza como princípio, a pizzaria como um fim em si mesmo. As penas destinadas a cada um importam menos do que a abrangência da matéria julgada pelo STF. A sociedade se fez ouvir. Supremo: a repercussão de um julgamento em relação ao país 
Nem percebo essas decisões assim, como eco social. O êxito na iniciativa da Lei da Ficha Limpa poderia ser um reflexo direto da inconformidade do povo,  mas ela foi alcançada graças a alguns individuos que a promoveram, e milhares de individuos, catados um a um, que assinaram a petição. Tirante as Diretas Já, porquanto atraída por shows de fafás e quetais, a massa sói dar de ombros ao que acontece depois de bailes em ilhas fiscais. Por isso tantos golpes. Rei morto, rei posto. Golpistas aprenderam a não temer a sociedade. Eles costumam até serem apoiados por ela.
A massa se rege por sentimentos, emoções, preconceitos, como a psicologia social já demonstrou exaustivamente. A opinião das massas formando a opinião pública será por conseqüência irracional. Não se iluda o publicista democrático a esse respeito, cunhando a expressão agora uso corrente no vocabulário político da propaganda: o ‘estereótipo’, ou seja o ‘clichê’, a ‘frase feita’, a idéia pré-fabricada, que se apodera das massas e elas, numa economia de esforço mental, como diz Prelot, aceitam e incorporam ao seu ‘pensamento’, entrando assim a constituir a chamada ‘opinião pública’. BONAVIDES, P, Ciência Política: 459.  
Em dado momento se apresentou candidato que se dizia igual, porém também fazia. Rouba, mas faz!   Obteve surpreendente votação.  Mais recentemente os fiscais se empolgaram com a seriedade do bigode de Sarney. Quando se perceberam vítimas, aquietaram-se.. Um dia viria a  desforra. O dia chegou logo, trazendo a figura impoluta do Caçador. No raiar do dia Collor se apropriou de quase todo o dinheiro da Nação. E não foi por causa deste disparate que o destemperado presidente caiu.  A sociedade aceitou passivamente o absurdo cometido. E pela parcimônia ele ainda voltou, e senta praça como senador, naturalmente ungido pelo voto popular. FHC golpeou a Constituição, para em seguida ser reeleito. O povo não lhe levou a mal. "Avança Brasil!" Recentemente um deputado federal abusou da sinceridade: estava "pouco se lixando à opinião pública." Lula aplicou o mensalão. O capo dividiu o butim com os demais partidos, assim afastando qualquer impeachment. "Brasil, país de todos!" A julgar pela requisição a vários palanques, e principalmente por sua franqueza, a multidão não dá bola ao detalhe. 
Lula, há dias, garantiu que o povo não está nem aí para o mensalão. Estaria mais preocupado com a situação do Palmeiras no campeonato nacional. O mais grave, porém, não é o escárnio com que o ex-presidente avalia o povo, uma entidade que julga dominar. O mais grave é que parece ter razão. Mais uma frustração?, por Ruy Fabiano
Do alto de sua magnífica trajetória Lula vê  o povo brasileiro como idiota, visão extensiva ao mundo inteiro. A menos que se trate de semelhante burlescco, quem mais lhe concederia titulo de Doutor Honoris Causa?
O "positivismo" sufoca o Brasil. Um país emperrado(Rolf Kuntz).
Na história republicana terminou se consolidando, à sombra da cultura política emergente das variáveis mencionadas, um modelo identificado mais com a prática do despotismo do que com o moderno republicanismo. Castilhismo, getulismo, tecnocratismo autoritário, lulopetismo, eis os resultados desse amálgama nada republicano. Como dizia Tocqueville, se referindo à França de 1848, a face da República viu-se desfigurada pelas práticas despóticas das lideranças. O MENSALÃO E AS INSTITUIÇÕES REPUBLICANAS Ricardo Vélez-Rodríguez 
A sociedade, amorfa, burra, conduzida por dogmas e fetiches, aceita tudo, de bom grado ou  então resignada.
O estudo da sociedade é tão precioso porque o homem é muito mais ingênuo como a sociedade do que como indivíduo. A sociedade jamais considera outro modo a virtude senão como meio para atingir a força, a potência, a ordem. NIETZSCHE, F., Vontade de Potência, Parte 2 : 276
Nos grandes embates, às maiores decisões mister inteligência, não truculência. "A Atenas de Péricles e Aspásia, 400 anos antes de Cristo, brilhou entre as cidades-estado. Tinha elite minoritária (políticos, religiosos e militares) que decidia, democraticamente, mas no debate entre os iguais. A maioria numérica não governava." (Receitas democráticas) Saúdo o conselho de PLATÃO (cit. WHITEHEAD, A.N.:31): "Os sábios deverão dirigir e governar; e os ignorantes deverão segui-lo." Cabe ao povo, à sociedade, ouvir o Supremo. Felizmente, isto acontece. 
A nossa vida democrática parece ter reencontrado a vitalidade que parecia fenecida na crise em que o Executivo, sobranceiro à lei, tentou comprar definitivamente o apoio do Legislativo, mediante a prática da corrupção sistemática, ao ensejo do episódio que o denunciante do esquema, Roberto Jefferson, denominou de “Mensalão”. O MENSALÃO E AS INSTITUIÇÕES REPUBLICANAS  Ricardo Vélez-Rodríguez 
Juiz suspende gratificações de ministros acima do teto constitucional
Mão pesada do Supremo Tribunal Federal deixa réus em pânico; ouça
Vida longa ao Brasil .
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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A cisma por classes 3/3


A viciosidade peculiar do racionalismo é que ele destrói o próprio conhecimento que possivelmente viria salvá-lo de si próprio, ou seja, o conhecimento concreto ou tradicional. FRANCO, P., cit. GIDDENS: 39
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O capitalismo precisa ser sempre reinventado. Onde está dando mais certo? Nos países que adotaram o capitalismo de Estado. Ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega,
Apagões: falta de investimento e manutenção podem ser a causa
Quem praticou o capitalismo de Estado?  Bismarck, Lenin, Stálin, Mussolini, Hitler, Hiroíto, Getúlio, Perón, Franco, Salazar. Os respectivos regimes se encontram sepultados em profundidade tão acentuada que sequer é possível profaná-los.
Ao se colocar como  mero capitalista em vez de estadista; ao se despir de sua magânima função em função do vil metal;  ao  distinguir beneficiados e penalizados;  ao tratar a Nação disposta em classes, enfim, o Estado fere o princípio mais elementar da justiça social que diz perseguir.
A doutrina da igualdade!... Mas não há nenhum veneno mais venenoso: pois ele parece estar sendo pregado pela própria justiça, enquanto é o fim da justiça. NIETZSCHE
Nestes últimos anos lemos não sei quantas páginas sempre mais polêmicas e sempre mais documentadas sobre a crise deste Estado capitalista mascarado que é o Estado do bem-estar, sobre a hipócrita integração que levou o movimento operário à grande máquina do Estado das multinacionais. Agora estamos tendo outras tantas páginas não menos doutas e documentadas sobre a crise deste Estado socialista igualmente mascarado que, com o pretexto de realizar a justiça social (que Hayek declarou não saber exatamente o que seja), está destruindo a liberdade individual e reduzindo o indivíduo a um infante guiado do berço à tumba pela mão de um tutor tão solícito quanto sufocante BOBBIO, N., O Futuro da Democracia: 132.
Doravante já não são todos iguais perante a lei, mas de acordo com a classe arbitrada. É com esta metonímia que os governos taxam o rico com maior percentual sobre a renda. Ora, o imposto não é sobre a pessoa, muito menos sobre seu status social, O imposto recai sobre a renda. .Com percentual justo, igualitário, único, quem ganha mais, paga proporcionalmente mais. No caso da alíquota diferenciada, quem mais produz vê seu ganho capado geometricamente. Perde ele, perdem os vizinhos,  perdem-se investimentos, perde-se um Universo, em favor do Leviathan.  Nas manipulações dos impostos adicionais sobre a produção fulgura a crueldade: "Discursos oficiais enfatizam os benefícios que crédito artificial e desoneração tributária trazem a grupos específicos. Mas escondem os incentivos dados à indústria do lobby e as penalidades que caem sobre os consumidores e empreendedores brasileiros condenados a pagar a conta." (http://www.imil.org.br/carta/) Mais do que pagar a conta, apuramos proporcionais prejuízos nos segmentos preteridos, posto a cadeia de preços ser relativa, par excellence.  Os pobres constituem biombos às falcatruas.
Mas o dinheiro vai em grande parte não para os pobres, que ficam com as migalhas, mas para aqueles grupos de interesse poderosos o suficiente para subornar e fazer lobby a favor da redistribuição. O dinheiro real vai é para os 'pobristas'- os reais defensores da pobreza -, para os consultores, para as empreiteiras que constroem as moradias populares, para os funcionários de hospitais públicos, e principalmente para os próprios membros da burocracia que coordena todo o esquema. Os pobres são maldosa e intencionalmente transformados em uma subclasse perpétua, dependente do governo, para que alguns parasitas possam viver confortavelmente bem à custa de todo o resto da sociedade. Graças ao estado assistencialista, praticamente não há mais uma genuína mobilidade social.  ROCKWELL, Lew, Por que o estado cresce? (E o que podemos fazer quanto a isso)
"Com a mesma falta de escrúpulos, tendo o poder nas mãos, manipula igualmente as carências dos mais necessitados e dos ressentidos." (Ferreira Gullar) A obssessão (falsamente) racionalista da política econômica 
De fato, é como as nações modernas estivessem repetindo cegamente o erro que foi fatal para as cidades gregas, dois mil e quinhentos anos atrás. Por mais incongruente que isso possa parecer, minha impressão é de que a peça que estamos encenando já foi montada na Grécia, na época do nascimento da filosofia socrática. É que, desde Platão, as coisas praticamente não mudaram. É como se a espécie humana não pudesse escapar da mediocridade de seu destino. SAUTET, M. 2006: 15
É curioso que o médio, o justo meio tomado desde Aristóteles ainda constitua mote de governo. Isto nada tem de científico, ao contrário. Que média  pode salvar o pesado veículo, ou expressar um sonho qualquer?
Um Giscard D’ Estaign (Democracia Francesa,: 52) até compreenderia uma tentativa de amparo social, desde que verdadeira, efetiva: “Os países do terceiro mundo não têm muita escolha, devem pensar e agir em termos de massas. Alimentá-las, vesti-las, educá-las, constitui tarefa prioritária, pouco espaço deixando ao indivíduo.” Mas em seu estádio não aplicaria sequer a retórica que lhe corresponde: “Uma concepção coletivista da organização social, dominada pela noção de massa, é o oposto da evolução almejada por nossa sociedade.”    
Os niveladores... rapazes bonzinhos e desajeitados... mas que são cativos e ridiculamente superficiais, sobretudo em sua tendência básica de ver, nas formas da velha sociedade até agora existente, a causa de toda a miséria e falência humana... O que eles gostariam de perseguir com todas as suas foras é a universal felicidade do rebanho em pasto verde, com segurança, ausência de perigo, bem-estar e facilidade para todos; suas doutrinas e cantigas mais lembradas são 'igualdade de direitos' e 'compaixão pelos que sofrem' - e o sofrimento mesmo é visto por eles como algo que se deve abolir. NIETZSCHE, F. Além do Bem e do Mal: 45
Ideais são prerrogativas individuais; portanto, incomparáveis. 
O poder de compra é um atributo de quem produz, e não daqueles que consomem. O poder de compra é uma consequência da produção: o poder de propriedade que você pode trocar por outros bens. A 'compra' ('comprar') é uma troca de bens (ou serviços) para outros produtos (ou serviços). Qualquer outra forma de transferência de propriedade de uma pessoa para outra pode pertencer a diversas categorias de transações, mas não uma compra. Ele pode ser um presente, um empréstimo, uma herança, uma esmola, uma fraude, um roubo, uma expropriação. Com relação aos serviços, no entanto (não contando com atos temporários ou ocasionais de amizade, em que o pagamento é o valor de um amigo), há apenas uma alternativa para troca voluntária: os serviços não remunerados, não pagos, ou seja, escravidão. Liberdade: O poder aquisitivo
É o cidadão, e não o paquiderme, o grande personagem da história.
O esforço natural de cada indivíduo para melhorar suas  própria condição constitui, quando lhe é permitido exercer-se com liberdade e segurança, um princípio tão poderoso que, sozinho e sem ajuda, é não só capaz de levar a sociedade à riqueza e prosperidade, mas também de ultrapassar centenas de obstáculos inoportunos que a insensatez das leis humanas demasiadas vezes opõe à sua atividade. SMITH, Adam. cit. DOWNS: 56
O processo é recordado por Priestley (cit. FALCON; 73): "Os ricos obrigam-se, pelas leis naturais da economia e pelos ditames morais da natureza, a difundir sua riqueza às camadas menos favorecidas." É o fenõmeno denominado Trickle-down. ora usufruído até mesmo por chineses, a partir de Taiwan | World news Entre nosotros apenas percentual de dígito domina o inglês. 
O Iluminismo é uma paisagem distante das belas praias de Pindorama, onde se banham os filhos de Macunaíma – 'um herói sem nenhum caráter, o herói da nossa gente', segundo os epítetos de Mario de Andrade – com sua frivolidade de Maria Antonieta, hedonismo de carpe diem horaciano e ignorância de Crassus, a assim chamada ignorância crassa. Mario Guerreiro
Infelizmente, estamos cercados de gente que diz saber muito mais do que realmente sabe. Quando essas pessoas sonham e fazem projetos contando com seu próprio tempo e dinheiro, tudo bem. O problema é que muitas dessas pessoas confiam tanto na própria sabedoria que pretendem impor aos demais os seus planos, utilizando-se para isso da força dos governos. Esses indivíduos sentem-se capazes de planejar cada detalhe de nossas vidas, não importa quão bem (ou mal) planejem as suas. Infelizmente, estamos cercados de gente que diz saber muito mais do que realmente sabe. Quando essas pessoas sonham e fazem projetos contando com seu próprio tempo e dinheiro, tudo bem. O problema é que muitas dessas pessoas confiam tanto na própria sabedoria que pretendem impor aos demais os seus planos, utilizando-se para isso da força dos governos. Esses indivíduos sentem-se capazes de planejar cada detalhe de nossas vidas, não importa quão bem (ou mal) planejem as suas. O uso da ciência
Por não se contentar em permanecer na média S. Exa galgou o mais alto posto da Nação. É só ela, agora. O resto, que fique na média, isso para não se interpor um r, claro. 
Temos sido governados por personagens que, com sua retórica populista e demagógica, nos tratam como se fôssemos mulas, aquelas nas quais se amarra uma cenoura à frente para estimulá-las a seguir adiante, irracional e resignadamente, perseguindo uma isca, um objetivo, que jamais alcançarão. Vivemos sob a égide de uma economia regida pelo Estado, sempre autocrático, por demais castrador, e invariavelmente perdulário. Nossos revolucionários acabam completando giros de 360 graus e terminam seguindo no mesmo sentido e direção para onde rumavam aqueles que lhes antecederam. A revolução à brasileira
O ex-presidente Sociólogo Fernando Henrique Cardoso também entrou na onda. FHC propugna por uma revisão profunda da estratégia do PSDB e da oposição para voltar ao poder, informa reportagem da Folha, Ao  tucano a oposição deveria desistir de conquistar as camadas mais pobres do eleitorado e se conectar com a nova classe média.
Para haver esta nova classe média  é mister existir uma nova pobre e uma nova rica, pelo mínimo, em semelhantes extensões. Um governante voltado apenas à esta minoria acabará até mesmo com ela, por falta de parâmettro,  "Daqui a muitos anos, a leitura do amontoado de cretinices ajudará a compreender como eram as cabeças que governaram o Brasil durante a Era da Mediocridade." (NUNES, A., revista Veja, 14/9/2010)
(Estudo do HSBC  diz que, em 2050 o Brasil ainda será país de renda média)
Stálin obteve lá seu êxito. Os soviéticos ganharam até mesmo a corrida para Berlim. Hoje o globo conhece o tamanho do blefe. Disposição por classes só se mantém na imaginação. Corresponde a querer parar o tempo. 
[Marx] deveria reconhecer que as relações entre os degraus ou as camadas da realidade social que distinguira, também elas eram totalmente variáveis e que sua hierarquia, enquanto forças dinâmicas da mudança, se alterava sem cessar conforme os tipos de sociedade. Somente assim teria evitado a cilada do 'determinismo econômico' no qual finalmente caiu. GURVITCH, Gurvitch, G., cit. GOLDMAN,  L.: 46

terça-feira, 23 de outubro de 2012

A cisma por classes 2/3

O Marxismo introduziu dois axiomas: o de que a sociedade está dividida em classes cujos interesses estão em eterno conflito; e o de que os interesses do proletariado - só realizáveis através das lutas de classes - exigem a nacionalização dos meios de produção, de acordo com seus próprios interesses e em oposição aos interesses das outras classes. MISES, L., Uma Crítica ao Intervencionismo: 139.
O Manifesto Comunista (1848), desencaminhava a nova geração. Marx  conclamava os proletários a se insurgirem contra a classe dirigente porque nada tinham a perder exceto “os grilhões.” E tinham “o mundo” a ganhar. Coube a Prússia inventar o mais exitoso anteparo à volúpia emulada: o estabelecimento das leis trabalhistas.
O Estado alemão era, evidentemente, uma burocracia. E, embora outros Estados também o fossem, a burocracia alemã entrou para a história como um exemplo, enquanto mecanismo de controle e regulação da sociedade. O povo alemão lhe dispensava um respeito e uma obediência sem paralelo no resto da Europa. Comparando-se com outros impérios, somente na Rússia se incluia uma gama tão vasta de profissões e vocações nas categorias de serviço público como a que se registrava na Alemanha da época. AMORIM: 48
Eis a picada ao Welfare State,  modelo aplicado pelo fascismo, e consagrado no Eua de Roosevelt. 
Foi portanto do utilitarismo do século XIX que nasceu a idéia de que se podia subordinar a atividade do legislador a uma teoria 'científica' da justiça, definida pela maximização do prazer, a um algorritmo que daria automaticamente a solução 'correta' e que permitiria fazer a economia do político. AUDARD, Catherine, cit. RAWLS, John, Justiça e Democracia, p. XXX.
O que pode ocorrer com a civilização perante essa visão utilitarista que leva a descambar no interesse puro e simples, desprovida de valores de alçada superior, sem aquele ideal que possa significar a civilização plena baseada nos valores do homem indivíduo, da sociedade individual, da sociedade em geral, como somatória das unidades sociais que a compõem? BRAGA, A. C., in NIETZSCHE, F., O livro do filósofo:8
"Protegidos" pelas trabalhistas os proletários dos '30 iniciavam a marcha com alegria e otimismo, para morrerem com dignidade nos campos talados de minas e canhões. "A mecânica social marxista obedece a mesma estrutura lógica da mecânica fascista, ambos tomam os homens como peões num tabuleiro de xadrez, peões que podem não só ser sacrificados, como também ter seu sacrifício 'racionalmente' defendido e justificado." (PEREIRA, J.C.,; 140).
No incremento da dialética lá se vai a simples ética. "Com efeito, quase todos os vícios, quase todos os erros, quase todos os preconceitos funestos que acabo de pintar deveram seu aparecimento, ou sua duração, ou seu desenvolvimento à arte da maioria de nossos reis de dividir os homens para governá-los mais absolutamente." (TOCQUEVILLE, A., 1997, cap. XII: 139)  
Eis o maior dos sofismas, banhado no esplendor ideológico, borderline à metafisica, isso em pleno XXI, vê se pode:
Os ricos ficaram ricos porque eles têm direitos, enquanto os pobres não têm. Por 'direitos' deve entender 'direitos humanos', não 'privilégios'. É possível que todos os cidadãos têm acesso ao privilégio, o privilégio é apenas uma pequena minoria. Se resolver a questão dos ricos e pobres, é preciso primeiro estabelecer direitos iguais para todos Ensayo de Mao Yushi: La paradoja de la moralidad
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domingo, 21 de outubro de 2012

A cisma por classes - 1/3

 Financial Times publicou matéria e entrevista em que a presidente se propõe a fortalecer não mais o proletariado, mas o consumidor remediado: 'Queremos um Brasil de classe média'. Não deixa de ser objetivo marcadamente diferente do que guiou seu antecessor, o presidente Lula, em suas duas administrações. Ele buscou o resgate do trabalhador e dos mais pobres, com seu programa Fome Zero e com a distribuição de cestas básicas. A vez da classe média - Celso Ming - Estadao.com.br
Penso que o eleitor mediano tem priorizado governos que reduzam a desigualdade e elevem a renda e o consumo. Esse objetivo tem sido compatível com o desempenho medíocre de crescimento da economia brasileira. Baixo crescimento do Brasil    
 "O Welfare State – o Estado do Bem-Estar Social – está aí como prova dessa afirmação. Se não é o paraíso, é muito próximo dele." (Roda-Viva, uma aula e tanto, por Maria Helena RR de Sousa
"O Estado de bem-estar era um ardil político: uma criação artificial do Estado, pelo Estado, para o Estado e seus funcionários. É um eco irônico da democracia de Lincoln de, por e para ‘o povo’. Quando seus bem escondidos, porém crescentes, excessos e abusos no governo central e local foram revelados recentemente, havia se passado um século de defesa falaciosa." (SELDON, 60)
No paraíso habitavam Adão e a namorada. Na Ilha da Fantasia, o ex-presidente e a entrevistada. Programação de verão: viagens e recepções internacionais, férias em praias privadas, condecorações e títulos-honoris causa, honrarias adquiridas por mensalões. "Nos raros planos de governo propostos e executados pelo PT, como o Fome Zero, os resultados foram desastrosos." (São Paulo quer mais um Tiririca)
R$ 15 bilhões destinados ao PAC estão parados  
Dívida pública cresce e chega a R$1,90 trilhão em setembro
Defesa de Valério diz que Lula foi um dos protagonistas do mensalão  Trabalho mais importante do ex-líder sindical. Tal contribuição ainda não foi reconhecida. O cara (de pau) declara-se isento: “Eu já fui julgado pelo mensalão. A eleição da Dilma foi um julgamento extraordinário”.(Eu já fui julgado', diz Lula sobre mensalão na Argentina)
Urna não é lavanderia, por Dora Kramer
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Esse bandido maior de todos os tempos da política no Brasil merece el paredon, o método que ele tanto aprova do seu amigo cubano senil. (‘Lula confunde ministro do Supremo com supremo ministro da Casa Vil’ Afonso Lembi, comentário).
Os asseclas sim, estão sendo julgados, e condenados pelo STF.  “Estamos a condenar não atores políticos, mas protagonistas de sórdidas artimanhas criminosas” (Min Celso de Mello).
Ora S. Exa. reside em duplex de cobertura, veste terno sob medida (Alfaiate de Lula mostra sua moda no Rio) fez do filho milionário, e continua aplicando o chavão: "A burguesia não pode voltar ao poder”. Óbvio - com Lula ela já está no poder. " "O maior inimigo do Brasil é a aliança entre uma ideologia 'de esquerda' e a oligarquia 'de direita' – como é hoje." (A vitória do partido do 'mesmo' Arnaldo Jabor) 
A direção, como eles próprios diriam em 1980, 'se aburguesou'. Vestem roupas caras, fizeram plásticas, aplicam botox a três por quatro. Só frequentam restaurantes caros e a cachaça foi substituída pelo uísque e o vinho, sempre importados, claro. A estratégia petista conta com o apoio do que há de pior no Brasil. É uma associação entre políticos corruptos, empresários inescrupulosos e oportunistas de todos os tipos. O que os une é o desejo de saquear o Estado." (Marco Antonio Villa: A condenação do PT
Ferreira Gullar (Piada de salão) ironiza a bandeira lulista: "Sim, a burguesia não pode voltar ao poder porque agora quem nos governa é a classe operária, aquela que já chegou ao paraíso". E João Ubaldo Ribeiro sugere (A zelite): "O pessoal ganha, chega ao poder já pela terceira vez, está no topo da zelite governante e, no entanto, a zelite, até mesmo através do voto, fica atrapalhando. É por essas e outras que dá vontade de arrolhar a zelite e sua imprensa e estabelecer aqui uma verdadeira democracia, igual à da Coreia do Norte."
A estupenda publicidade oficial, o marketing incrementado ao máximo durante o infeliz exercício apenas aumentou a decepção e a preocupação internacional com aquele que se dispunha "emergente" FMI alerta para os riscos da expansão do consumo e do baixo investimento
"Dilma procura quase apenas e desesperadamente reaquecer a economia enquanto toca o nosso pobrinho e precário Estado de Bem-Estar Tropical, sem grandes novidades." (Os postes iluminados  de Lula)   "Em um sentido macroeconômico, todos os projetos de investimento que o governo empreende podem ser classificados como desperdício de riqueza." (SHOSKAT, Frank, O problema com os gastos do governo, 16/7/2010)
A falta de boas maneiras em troca de mal-feitos só recrudesce a mazela. "As políticas mundiais de crescimento induzido pelo Estado tiveram exatamente o efeito oposto do que pretendiam: tinham aumentado, e não reduzido, o custo da produção de bens e serviços e tinham abaixado, e não aumentado, a capacidade das economias de conseguirem uma produção vendável." (SKIDELSKY: 140) A Nação agoniza em meio ao charco:
O levantamento revela que quase a metade dos domicílios brasileiros não têm condições adequadas para moradia. Mais de 27 milhões de residências, onde vivem 105 milhões de pessoas, não reúnem níveis satisfatórios de abastecimento de água, saneamento básico, coleta de lixo e possuem mais de dois moradores por dormitórios. As desigualdades sociais e a corrupção
Quem tem baixo rendimento depende, antes de qualquer governo, de haver quem produza. O governo, igualmente. Para socorrer quem nada produz exceto voto, ele necessita da produção, posto que também nada produz. Como o essencial não lhe compete, ele tem que se recolher.  O vacilo atola a Nação. Um país emperrado"A implicação geral da teoria do equilíbrio competitivo é que o papel do governo deve ser o menor possível e um setor público pequeno implica que os custos de manutenção serão pequenos, assim como os impostos necessários para financiá-los. Na medida do possível, segundo esse modelo, as funções do Estado devem desaparecer."  (ORMEROD, P; 1996: 86)
Eis o retrato de um comando em borderline da esquizofrenia:
Mantega admite 'flutuação suja'
Governo quer capital privado em projetos de infraestrutura
Como a presidente já disse, "o protecionismo sufoca qualquer possibilidade de superação da pobreza de tantas nações pela via do esforço de produção”
Dilma mira o avanço, mas cai no protecionismo
Protecionismo pode subir até o preço da batata frita
"É tão provável o intervencionismo ter sucesso como é o de a água correr rio acima... No entanto, que os governos fazem, é destruir este processo de progressão numa tentativa de o reproduzir com crescimento estatístico." (A Ilusão do Crescimento Económico)
Todo o sistema de política que se esforce, seja por extraordinários incentivos, para destinar a uma espécie particular de indústria uma parte do capital da sociedade maior do que naturalmente atrairia, seja por extraordinárias restrições, para afastar de uma espécie particular de indústria parte do capital que do contrário nela se teria empregado, na realidade subverte o grande propósito que deveria promover. SMITH, A.,Teoria dos Sentimentos Morais, LXIV