sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A cisma por classes 3/3


A viciosidade peculiar do racionalismo é que ele destrói o próprio conhecimento que possivelmente viria salvá-lo de si próprio, ou seja, o conhecimento concreto ou tradicional. FRANCO, P., cit. GIDDENS: 39
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O capitalismo precisa ser sempre reinventado. Onde está dando mais certo? Nos países que adotaram o capitalismo de Estado. Ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega,
Apagões: falta de investimento e manutenção podem ser a causa
Quem praticou o capitalismo de Estado?  Bismarck, Lenin, Stálin, Mussolini, Hitler, Hiroíto, Getúlio, Perón, Franco, Salazar. Os respectivos regimes se encontram sepultados em profundidade tão acentuada que sequer é possível profaná-los.
Ao se colocar como  mero capitalista em vez de estadista; ao se despir de sua magânima função em função do vil metal;  ao  distinguir beneficiados e penalizados;  ao tratar a Nação disposta em classes, enfim, o Estado fere o princípio mais elementar da justiça social que diz perseguir.
A doutrina da igualdade!... Mas não há nenhum veneno mais venenoso: pois ele parece estar sendo pregado pela própria justiça, enquanto é o fim da justiça. NIETZSCHE
Nestes últimos anos lemos não sei quantas páginas sempre mais polêmicas e sempre mais documentadas sobre a crise deste Estado capitalista mascarado que é o Estado do bem-estar, sobre a hipócrita integração que levou o movimento operário à grande máquina do Estado das multinacionais. Agora estamos tendo outras tantas páginas não menos doutas e documentadas sobre a crise deste Estado socialista igualmente mascarado que, com o pretexto de realizar a justiça social (que Hayek declarou não saber exatamente o que seja), está destruindo a liberdade individual e reduzindo o indivíduo a um infante guiado do berço à tumba pela mão de um tutor tão solícito quanto sufocante BOBBIO, N., O Futuro da Democracia: 132.
Doravante já não são todos iguais perante a lei, mas de acordo com a classe arbitrada. É com esta metonímia que os governos taxam o rico com maior percentual sobre a renda. Ora, o imposto não é sobre a pessoa, muito menos sobre seu status social, O imposto recai sobre a renda. .Com percentual justo, igualitário, único, quem ganha mais, paga proporcionalmente mais. No caso da alíquota diferenciada, quem mais produz vê seu ganho capado geometricamente. Perde ele, perdem os vizinhos,  perdem-se investimentos, perde-se um Universo, em favor do Leviathan.  Nas manipulações dos impostos adicionais sobre a produção fulgura a crueldade: "Discursos oficiais enfatizam os benefícios que crédito artificial e desoneração tributária trazem a grupos específicos. Mas escondem os incentivos dados à indústria do lobby e as penalidades que caem sobre os consumidores e empreendedores brasileiros condenados a pagar a conta." (http://www.imil.org.br/carta/) Mais do que pagar a conta, apuramos proporcionais prejuízos nos segmentos preteridos, posto a cadeia de preços ser relativa, par excellence.  Os pobres constituem biombos às falcatruas.
Mas o dinheiro vai em grande parte não para os pobres, que ficam com as migalhas, mas para aqueles grupos de interesse poderosos o suficiente para subornar e fazer lobby a favor da redistribuição. O dinheiro real vai é para os 'pobristas'- os reais defensores da pobreza -, para os consultores, para as empreiteiras que constroem as moradias populares, para os funcionários de hospitais públicos, e principalmente para os próprios membros da burocracia que coordena todo o esquema. Os pobres são maldosa e intencionalmente transformados em uma subclasse perpétua, dependente do governo, para que alguns parasitas possam viver confortavelmente bem à custa de todo o resto da sociedade. Graças ao estado assistencialista, praticamente não há mais uma genuína mobilidade social.  ROCKWELL, Lew, Por que o estado cresce? (E o que podemos fazer quanto a isso)
"Com a mesma falta de escrúpulos, tendo o poder nas mãos, manipula igualmente as carências dos mais necessitados e dos ressentidos." (Ferreira Gullar) A obssessão (falsamente) racionalista da política econômica 
De fato, é como as nações modernas estivessem repetindo cegamente o erro que foi fatal para as cidades gregas, dois mil e quinhentos anos atrás. Por mais incongruente que isso possa parecer, minha impressão é de que a peça que estamos encenando já foi montada na Grécia, na época do nascimento da filosofia socrática. É que, desde Platão, as coisas praticamente não mudaram. É como se a espécie humana não pudesse escapar da mediocridade de seu destino. SAUTET, M. 2006: 15
É curioso que o médio, o justo meio tomado desde Aristóteles ainda constitua mote de governo. Isto nada tem de científico, ao contrário. Que média  pode salvar o pesado veículo, ou expressar um sonho qualquer?
Um Giscard D’ Estaign (Democracia Francesa,: 52) até compreenderia uma tentativa de amparo social, desde que verdadeira, efetiva: “Os países do terceiro mundo não têm muita escolha, devem pensar e agir em termos de massas. Alimentá-las, vesti-las, educá-las, constitui tarefa prioritária, pouco espaço deixando ao indivíduo.” Mas em seu estádio não aplicaria sequer a retórica que lhe corresponde: “Uma concepção coletivista da organização social, dominada pela noção de massa, é o oposto da evolução almejada por nossa sociedade.”    
Os niveladores... rapazes bonzinhos e desajeitados... mas que são cativos e ridiculamente superficiais, sobretudo em sua tendência básica de ver, nas formas da velha sociedade até agora existente, a causa de toda a miséria e falência humana... O que eles gostariam de perseguir com todas as suas foras é a universal felicidade do rebanho em pasto verde, com segurança, ausência de perigo, bem-estar e facilidade para todos; suas doutrinas e cantigas mais lembradas são 'igualdade de direitos' e 'compaixão pelos que sofrem' - e o sofrimento mesmo é visto por eles como algo que se deve abolir. NIETZSCHE, F. Além do Bem e do Mal: 45
Ideais são prerrogativas individuais; portanto, incomparáveis. 
O poder de compra é um atributo de quem produz, e não daqueles que consomem. O poder de compra é uma consequência da produção: o poder de propriedade que você pode trocar por outros bens. A 'compra' ('comprar') é uma troca de bens (ou serviços) para outros produtos (ou serviços). Qualquer outra forma de transferência de propriedade de uma pessoa para outra pode pertencer a diversas categorias de transações, mas não uma compra. Ele pode ser um presente, um empréstimo, uma herança, uma esmola, uma fraude, um roubo, uma expropriação. Com relação aos serviços, no entanto (não contando com atos temporários ou ocasionais de amizade, em que o pagamento é o valor de um amigo), há apenas uma alternativa para troca voluntária: os serviços não remunerados, não pagos, ou seja, escravidão. Liberdade: O poder aquisitivo
É o cidadão, e não o paquiderme, o grande personagem da história.
O esforço natural de cada indivíduo para melhorar suas  própria condição constitui, quando lhe é permitido exercer-se com liberdade e segurança, um princípio tão poderoso que, sozinho e sem ajuda, é não só capaz de levar a sociedade à riqueza e prosperidade, mas também de ultrapassar centenas de obstáculos inoportunos que a insensatez das leis humanas demasiadas vezes opõe à sua atividade. SMITH, Adam. cit. DOWNS: 56
O processo é recordado por Priestley (cit. FALCON; 73): "Os ricos obrigam-se, pelas leis naturais da economia e pelos ditames morais da natureza, a difundir sua riqueza às camadas menos favorecidas." É o fenõmeno denominado Trickle-down. ora usufruído até mesmo por chineses, a partir de Taiwan | World news Entre nosotros apenas percentual de dígito domina o inglês. 
O Iluminismo é uma paisagem distante das belas praias de Pindorama, onde se banham os filhos de Macunaíma – 'um herói sem nenhum caráter, o herói da nossa gente', segundo os epítetos de Mario de Andrade – com sua frivolidade de Maria Antonieta, hedonismo de carpe diem horaciano e ignorância de Crassus, a assim chamada ignorância crassa. Mario Guerreiro
Infelizmente, estamos cercados de gente que diz saber muito mais do que realmente sabe. Quando essas pessoas sonham e fazem projetos contando com seu próprio tempo e dinheiro, tudo bem. O problema é que muitas dessas pessoas confiam tanto na própria sabedoria que pretendem impor aos demais os seus planos, utilizando-se para isso da força dos governos. Esses indivíduos sentem-se capazes de planejar cada detalhe de nossas vidas, não importa quão bem (ou mal) planejem as suas. Infelizmente, estamos cercados de gente que diz saber muito mais do que realmente sabe. Quando essas pessoas sonham e fazem projetos contando com seu próprio tempo e dinheiro, tudo bem. O problema é que muitas dessas pessoas confiam tanto na própria sabedoria que pretendem impor aos demais os seus planos, utilizando-se para isso da força dos governos. Esses indivíduos sentem-se capazes de planejar cada detalhe de nossas vidas, não importa quão bem (ou mal) planejem as suas. O uso da ciência
Por não se contentar em permanecer na média S. Exa galgou o mais alto posto da Nação. É só ela, agora. O resto, que fique na média, isso para não se interpor um r, claro. 
Temos sido governados por personagens que, com sua retórica populista e demagógica, nos tratam como se fôssemos mulas, aquelas nas quais se amarra uma cenoura à frente para estimulá-las a seguir adiante, irracional e resignadamente, perseguindo uma isca, um objetivo, que jamais alcançarão. Vivemos sob a égide de uma economia regida pelo Estado, sempre autocrático, por demais castrador, e invariavelmente perdulário. Nossos revolucionários acabam completando giros de 360 graus e terminam seguindo no mesmo sentido e direção para onde rumavam aqueles que lhes antecederam. A revolução à brasileira
O ex-presidente Sociólogo Fernando Henrique Cardoso também entrou na onda. FHC propugna por uma revisão profunda da estratégia do PSDB e da oposição para voltar ao poder, informa reportagem da Folha, Ao  tucano a oposição deveria desistir de conquistar as camadas mais pobres do eleitorado e se conectar com a nova classe média.
Para haver esta nova classe média  é mister existir uma nova pobre e uma nova rica, pelo mínimo, em semelhantes extensões. Um governante voltado apenas à esta minoria acabará até mesmo com ela, por falta de parâmettro,  "Daqui a muitos anos, a leitura do amontoado de cretinices ajudará a compreender como eram as cabeças que governaram o Brasil durante a Era da Mediocridade." (NUNES, A., revista Veja, 14/9/2010)
(Estudo do HSBC  diz que, em 2050 o Brasil ainda será país de renda média)
Stálin obteve lá seu êxito. Os soviéticos ganharam até mesmo a corrida para Berlim. Hoje o globo conhece o tamanho do blefe. Disposição por classes só se mantém na imaginação. Corresponde a querer parar o tempo. 
[Marx] deveria reconhecer que as relações entre os degraus ou as camadas da realidade social que distinguira, também elas eram totalmente variáveis e que sua hierarquia, enquanto forças dinâmicas da mudança, se alterava sem cessar conforme os tipos de sociedade. Somente assim teria evitado a cilada do 'determinismo econômico' no qual finalmente caiu. GURVITCH, Gurvitch, G., cit. GOLDMAN,  L.: 46

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