Mutatis mutandis, tudo
passou a girar exclusivamente pela aparente "queda de braço" entre a
mais repleta classe operária, e a seleta empresarial. Os empresários,
contudo, financiadores do fascismo e do nazismo, mantinham os governos
de Hitler e Mussolini sob controle. Foram montados apenas teatros,
simulacros nos quais os mais humildes mergulharam com total credulidade.
"Arranjos corporativos são fórmulas de institucionalização do conflito
de classes, levando-as ao diálogo ou a regras mínimas deconvivência com a
arbitragem do Estado. Entre nós este arranjo produziu o completo
distanciamento das classes que supostamente deveria aproximar.."( COSTA, V.,: 49)
Os
que trabalhavam em situações mais perigosas fariam jus a mais 30% do
que recebiam, pagos pelo empregador, claro. Optantes por afazeres
insalubres, 20¨%. Filho dava direito ao pai o "direito" de receber
auxílio. Trinta dias por ano ele receberia seu salário sem precisar dar
nada em troca além do recibo. E ao cabo do ano, merecia outros trinta, a
título de gratificação natalina, mesmo sendo ateu.
Ora,
como nenhuma empresa tem sua contabilidade mensal, esses
valores pagos por determinação governamental apenas seguravam
por ano a fio um dinheiro que poderia ter sido adiantado como integrante
do salário. Ademais, como a riqueza não provém de atividades perigosas
ou insalubres, mas da produção, pura e simplesmente, e este acréscimo e
todas as benesses eram (e são) totalmente fora-de-propósito, os governos
não titubearam em lançar mão de violentos processos inflacionários,
deixando lira e marco alemão ao res do chão, para o desespero de quem
nada entendia. Eis o dilema vivido atualmente por alguns países europeus: de um lado, uma imensa rede de segurança social; do outro, pelo engessamento na moeda única, a impossibilidade de inflacionar. Desta tensão emerge a inusitada crise européia, curiosamente mais acentuada em redutos latinos.
Marx ganhou
uma espécie de alternativa apenas com Keynes, projetista inflacionáro,
mas pelos anos '30 o alemao enfrentou uma plêiade de economistas de
melhor gabarito, aptos a falsear, da base ao telhado, o monumento
marxista Os erros do socialismo - arrogância fatal, apontam
imensa série de erros e avaliações. F. Hayek sai condenando a
corruptela: “O darwinismo social está errado, mas a intensa aversão que
provoca hoje é também de vida em parte a seu conflito com a arrogância
fatal de que o homem seria capaz de moldar o mundo ao seu redor de
acordo com seus desejos”.
Darwin e Marx, contudo, estavam na crista da onda. Hayek somente seria ouvido mais de quarenta anos depois, ao abiscoitar o Nobel de Economia.