terça-feira, 23 de outubro de 2012

A cisma por classes 2/3

O Marxismo introduziu dois axiomas: o de que a sociedade está dividida em classes cujos interesses estão em eterno conflito; e o de que os interesses do proletariado - só realizáveis através das lutas de classes - exigem a nacionalização dos meios de produção, de acordo com seus próprios interesses e em oposição aos interesses das outras classes. MISES, L., Uma Crítica ao Intervencionismo: 139.
O Manifesto Comunista (1848), desencaminhava a nova geração. Marx  conclamava os proletários a se insurgirem contra a classe dirigente porque nada tinham a perder exceto “os grilhões.” E tinham “o mundo” a ganhar. Coube a Prússia inventar o mais exitoso anteparo à volúpia emulada: o estabelecimento das leis trabalhistas.
O Estado alemão era, evidentemente, uma burocracia. E, embora outros Estados também o fossem, a burocracia alemã entrou para a história como um exemplo, enquanto mecanismo de controle e regulação da sociedade. O povo alemão lhe dispensava um respeito e uma obediência sem paralelo no resto da Europa. Comparando-se com outros impérios, somente na Rússia se incluia uma gama tão vasta de profissões e vocações nas categorias de serviço público como a que se registrava na Alemanha da época. AMORIM: 48
Eis a picada ao Welfare State,  modelo aplicado pelo fascismo, e consagrado no Eua de Roosevelt. 
Foi portanto do utilitarismo do século XIX que nasceu a idéia de que se podia subordinar a atividade do legislador a uma teoria 'científica' da justiça, definida pela maximização do prazer, a um algorritmo que daria automaticamente a solução 'correta' e que permitiria fazer a economia do político. AUDARD, Catherine, cit. RAWLS, John, Justiça e Democracia, p. XXX.
O que pode ocorrer com a civilização perante essa visão utilitarista que leva a descambar no interesse puro e simples, desprovida de valores de alçada superior, sem aquele ideal que possa significar a civilização plena baseada nos valores do homem indivíduo, da sociedade individual, da sociedade em geral, como somatória das unidades sociais que a compõem? BRAGA, A. C., in NIETZSCHE, F., O livro do filósofo:8
"Protegidos" pelas trabalhistas os proletários dos '30 iniciavam a marcha com alegria e otimismo, para morrerem com dignidade nos campos talados de minas e canhões. "A mecânica social marxista obedece a mesma estrutura lógica da mecânica fascista, ambos tomam os homens como peões num tabuleiro de xadrez, peões que podem não só ser sacrificados, como também ter seu sacrifício 'racionalmente' defendido e justificado." (PEREIRA, J.C.,; 140).
No incremento da dialética lá se vai a simples ética. "Com efeito, quase todos os vícios, quase todos os erros, quase todos os preconceitos funestos que acabo de pintar deveram seu aparecimento, ou sua duração, ou seu desenvolvimento à arte da maioria de nossos reis de dividir os homens para governá-los mais absolutamente." (TOCQUEVILLE, A., 1997, cap. XII: 139)  
Eis o maior dos sofismas, banhado no esplendor ideológico, borderline à metafisica, isso em pleno XXI, vê se pode:
Os ricos ficaram ricos porque eles têm direitos, enquanto os pobres não têm. Por 'direitos' deve entender 'direitos humanos', não 'privilégios'. É possível que todos os cidadãos têm acesso ao privilégio, o privilégio é apenas uma pequena minoria. Se resolver a questão dos ricos e pobres, é preciso primeiro estabelecer direitos iguais para todos Ensayo de Mao Yushi: La paradoja de la moralidad
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