sexta-feira, 18 de maio de 2012

Capitalismo de Estado & concentração de renda


O proletariado utilizará sua supremacia política, para arrancar, aos poucos, todo o capital à burguesia, para centralizar todos os instrumentos de produção nas mãos do Estado, isto é, do proletariado organizado como classe dominante. MARX, K., Manifesto Comunista.
A centralização favorece uma minoria, empobrecendo a massa. 
H.C. Carey,  cit. HUGON, P , História das Idéias Econômicas: 420 
O capitalismo precisa ser sempre reinventado. Onde está dando mais certo? Nos países que adotaram o capitalismo de Estado.
Ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega,
Se necessita reinvenção, qual minerva inspira copiar o modelo de outros, e logo o "capitalismo de Estado", responsável direto pelas mais nefastas experiências já sofridas  pela civilização?
Nestes últimos anos lemos não sei quantas páginas sempre mais polêmicas e sempre mais documentadas sobre a crise deste Estado capitalista mascarado que é o Estado do bem-estar, sobre a hipócrita integração que levou o movimento operário à grande máquina do Estado das multinacionais. Agora estamos tendo outras tantas páginas não menos doutas e documentadas sobre a crise deste Estado socialista igualmente mascarado que, com o pretexto de realizar a justiça social (que Hayek declarou não saber exatamente o que seja), está destruindo a liberdade individual e reduzindo o indivíduo a um infante guiado do berço à tumba pela mão de um tutor tão solícito quanto sufocante BOBBIO, N., O Futuro da Democracia: 132.
A não ser nos livros de História, "onde" mais encontraremos este non sense dos '30? Na China? Xuan Chuanshu, do Centro para o Socialismo Internacional, admite que o socialismo chinês se degenerou, seja pelo fato de que alguns de seus valores simbólicos não foram alcançados, como a igualdade, seja porque o crescimento econômico dá a sensação de que o modelo apenas copia o atual caminho de modernização do Ocidente. Quiçá em Cuba, o grande exemplo heróico da ignorância extremada? Como, enfim, o Estado pode possuir capital, se ele nada produz?  A missão do  capitalismo de Estado se resume no reforço à corrupção. Os principais expoentes do modelo ocupam posições nada louváveis no ranking de corrupção da Transparência Internacional: o Brasil está em 73º lugar, a China em 75º e a Rússia em 143º.
"Em um sentido macroeconômico, todos os projetos de investimento que o governo empreende podem ser classificados como desperdício de riqueza." (, O problema com os gastos do governo, 16/7/2010) 
De acordo com Mises, 
é preciso enfatizar o fato óbvio de que um governo somente pode gastar ou investir aquilo que tira dos cidadãos, e que os gastos e investimentos adicionais diminuem, na mesma medida, os gastos e os investimentos que seriam feitos pelos cidadãos. Disso, podemos concluir que, sendo o governo um ente que não gera riquezas, ele consequentemente não pode fazer a economia crescer em termos reais. Contrariamente à crença popular, quanto mais o governo gastar, pior será para a saúde da economia e, por conseguinte, para o crescimento econômico.
Neste caso sua função passa a ser justamente a antítese pelo que foi criado - de preservar a integridade e o patrimônio do cidadão - justamente o que ocorreu no fascismo, no nazismo e no comunismo.
O Estado Poder inverte a ordem dos fatores. Para ele, sua força é que confere liberdade e prosperidade aos cidadãos. Seu princípio prioritário é a autoridade. Ávido de tudo reger, sequioso de tudo regular, absorve e centraliza um número sempre crescente de atividades. Apoiando-se num aparelho tecno-burocrático, dirige, comanda, ordena. Sem ouvir, nem informar-se. Distante, com relação ao Parlamento e aos organismos intermediários; cheio de suspeitas diante das associações e das coletividades locais, e a arrogância no poder. O Estado-Poder mantém a Nação sob tutela. Para fazer a felicidade dos cidadãos a despeito deles, senão contra eles. SCHWARTZENBERG, Roger-Gérard,  O Estado Espetáculo:  320
Seguramente este não é um método apropriado à Nação civilizada, tampouco o alvo que acena, mas um meio, claríssimo, de subjugá-la por todos os poros. 
Identifica-se, aqui, o que Roger-Gérard Schwartzenberg cognomina do novo triângulo do poder nas democracias, que junta o poder político, a administração (os gestores públicos) e os círculos de negócios. Essas três hierarquias, agindo de forma circular, cruzando-se, recortando-se, interpenetrando-se, passam a tomar decisões que se afastam das expectativas do eleitor.Presos na teia de aranha
Os impostos no Brasil - com uma gigantesca carga tributária indireta, embutida nos preços de toda a cadeia produtiva, o que gera impostos em cascata - são ainda maiores que aqueles que Obama planeja implementar. O intervencionismo estatal no país é verdadeiramente horrendo. ROCWELL, Lew, As ideias são mais poderosas que exércitos.
A aparelhagem da administração pública não serve a sociedade, ao contrário, a sociedade sustenta um estado barroco. Não há como escapar do imposto. No Brasil sempre tem uma relação com o Estado, em geral e, lamentavelmente, uma relação espúria: o apadrinhamento, um superfaturamentozinho, sobretudo, na área de obras contra a seca e contra as chuvas…No Brasil, o foco do privilégio continua sendo o Estado”, diz Roberto DaMatta
 Diante da mais simples aritmética, isso não pode acabar bem.
O capitalismo de Estado é uma armadilha. São inúmeras as ameaças que ele contém. Dá ao Estado demasiado poder em relação à regulamentação econômica. Em geral, isso atrapalha os negócios e cria dificuldades para as empresas. O Estado pode usar a economia de maneiras não democráticas, como maquiar os números para manipular a opinião pública, ou intervir em setores essenciais da economia, como energia e agricultura, para iludir a população. O principal problema é a corrupção. Quando há um Estado inchado, é impossível controlar e fiscalizar todos os seus setores. Isso permite que os corruptos usem o sistema em benefício próprio, com ação de lobistas, pagamento de propinas e práticas clientelistas.Francis Fukuyama, 
Mais do que pode para si mesmo, digo aos seus jockeys, o capitalismo de Estado aniquila com a natural redistribuição de renda pelo óbvio motivo: para formar e manter seu capital, ele necessita extrair de todas as camadas o máximo de rendimentos que seus tentáculos alcançarem. Professores de 38 universidades aderem à greve. "Governadores desembarcam em Brasília para renegociar dívida com a União. Uma queda de braço entre governadores e Ministério da Fazenda que ocorrerá a partir desta semana." (15 de abril de 2012)  Pelo menos 1,4 mil prefeitos devem deixar dívidas para seus sucessores   Brasília assiste a Marcha dos Prefeitos "O valor médio das dívidas com cheques sem fundo cresceu 29,1% nos primeiros nove meses do ano, frente o mesmo período de 2009, atingindo R$ 1.244,34. Os títulos protestados e cartões de crédito e financeiras também apresentaram crescimento de 6,9% e 4,9%, respectivamente. (Folha, 15-10-2010) O volume de cheques sem fundos no primeiro bimestre de 2012 foi o maior em três anos, mostra indicador divulgado hoje pela empresa de informações econômicas Serasa Experian. Inadimplência sobe 18% em 12 meses, aponta Serasa  
Nunca o brasileiro deveu tanto. Entre cartões de crédito, cheque especial, financiamento bancário, crédito consignado, empréstimos para compra de veículos, imóveis - incluindo os recursos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) -, a dívida das famílias atingiu no fim do ano passado R$ 555 bilhões. O valor é quase 40% da renda anual da população, que engloba a massa nacional de rendimentos do trabalho e os benefícios pagos pela Previdência Social. Estadão, 15/2/2010.
Ontem a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou microbalanço. O consumo mostra redução de 3,1% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.
Cenário ecônomico exige cautela do consumidor ao assumir dívidas financeiras; ouça   
A retração da produção industrial foi ainda mais drástica: 4,2%; e o sumiço do consumidor, alarmante: Serasa: procura do consumidor por crédito cai 7,6% de janeiro a abril  Demanda recuou em todas as faixas pesquisadas, especialmente entre consumidores com maior renda Pedidos de empréstimo atingem o menor nível dos últimos quatro anos Postos de trabalho se reduzem drasticamente: Emprego na indústria de SP tem pior nível para abril em 6 anos
Os crimes de roubo e latrocínio - roubo seguido de morte - podem, por sua vez, ter aumentado por causa da crise. Quando se fala em crime de natureza patrimonial, a relação de causa e efeito com a crise financeira acaba sendo, no mínimo, intuitiva. Basta uma sacudida na economia para que o último degrau da escada social despenque no abismo de miséria de onde saiu, tornando inevitavelmente maior a sua propensão ao crime (pesquisa recente do Centro de Pesquisa Social da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que São Paulo é a região do País onde mais se produziu miséria - 5,9% - no ano da crise financeira) SIMANTOB, Fábio Tofic, Estatísticas do crime e discurso do medo 12/2/2010

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