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Feliz aquele que ainda esperança pode ter, desse mar de equívocos emergir! O que não se sabe, é o que mais se precisou saber, E do que se sabe, não se pode mais servir.
Fausto, à Wagner, por Goethe.
BEBÊ CUSTA se impor à gravidade. Quando solto, anda de arrasto. Acaba pegando o macete. Move as pernas de acordo com o sentido. Vê-se rei-da-cocada, mas observa o equilíbrio. Depois dos primeiros passos, para vida toda dele necessitará: correntes, cabos e fios estendidos são condutores costumeiros; não raros, traiçoeiros. Poderá percorrê-los, saltar as cordas, ou simplesmente estancar, tornar ao que lhe convém.
Muitos psiquiatras mantém Aristóteles e Platão no arrimo. Além do Princípio do Prazer demonstra a existência de dois intintos opostos: um, de preservação, ligado ao prazer (Eros) e outro de destruição, de ausência de energia, de morte (Tanatos).
A arataca evoluiu. A passarela do novo século se ilumina com o laser: TranstornoBipolar!
Sempre jogada num labirinto previamente desenhado, a dialética padece de imaginação. A abordagem cartesiana corrompe o objeto que lhe atrai
A esquizofrênica cultura ocidental procura pelo seu centro, por algum ponto de equilíbrio entre a vida interior e a vida exterior. O mundo interior de toda a época busca uma compreensão para algumas falhas de consciência, uma restauração do equilíbrio rompido pela unilateralidade, uma reconciliação de opostos gritantes. Pois justamente, a finalidade do médico, termo aparentado à média, ou medium, provém do telos aristotélico - a faina de recolocar o equilíbrio no paciente. No meio repousa a sabedoria. A mediocridade também.
O famoso discípulo Carl Gustav Jung se rebelou:
"Caro professor Freud... Eu mostraria, contudo, que a sua técnica de tratar os discípulos como pacientes é uma asneira. Desse modo o senhor produz ou filhos servis ou fedelhos impudentes. Sou objetivo o bastante para perceber o seu pequeno ardil. O senhor anda por aí farejando todas as ações sintomáticas que ocorrem em sua vizinhança, reduzindo, assim, cada uma ao nível de filhos e filhas, que admitem, envergonhados, a existência de seus erros. Enquanto isso, o senhor permanece no alto, como o pai, em situação privilegiada. Por puro servilismo, ninguém se atreve a puxar o profeta pela barba e a perguntar de uma vez o que o senhor diria a um paciente com tendência a analisar o analista em lugar de si mesmo. Certamente o senhor perguntar-lhe-ia: quem tem a neurose?... Se o senhor se livrasse completamente de seus complexos e parasse de bancar o pai para seus filhos, e, ao invés de visar continuamente os pontos fracos destes, examinasse bem a si próprio, para variar, eu então me corrigiria e erradicaria de um só golpe o vício de hesitar em relação ao senhor..."* * *
A Justiça tem na balança seu símbolo. Partes, fatos e provas nela são pesadas; as sentenças, se presumem ajustadas. Lêdo engano. É inviável bem aquilatar tantos motivos. São incontáveis, de intensidade variável, e provindos de inúmeros sítios. Como pesar os vetores que incidem sobre qualquer ação ou omissão sem cometer arbitrariedades?
"Outras alterações, no plano jurídico, passam a subverter os próprios conceitos de eficácia da norma, da hierarquia entre elas e da sua territorialidade: uma simples regra de caráter secundário numa grande bolsa de Chicago ou Londres pode, não só refletir diretamente - causar efeitos, portanto ter eficácia - na situação de equilíbrio macroeconômico de um país inteiro, como ensejar modificações legais e valorizar ou desvalorizar ativos de todo um ramo industrial." (Tarso Genro, Direito e Globalização. - Jornal do Comércio. - Porto Alegre, 12/12/1996, p. 26.5)
A meta tem escassa serventia, em todos os campos:
"Nichos são continuamente criados por novos mercados, novas tecnologias, novos comportamentos e novas instituições. O próprio ato de se preencher um nicho já cria novos nichos. O resultado é um sistema onde sempre aparecem novidades. Inovações são desenvolvidas, levando a produtos mais avançados que, por sua vez, demandam mais inovações. Como novos nichos e novas possibilidades estão sempre sendo criados, a economia opera fora de uma situação de equilíbrio global, ou seja, sempre há espaço para melhora." (John Holland, cit. Gleiser, 202/3)`l
O Princípio da Indeterminação, peculiaridade atômica anunciada pelo pioneiro Werner Heisenberg (1901-1976) adverte: é impossível conhecer o ponto ou momento de órbita do elétron.Felizmente ou não, a natureza não se equilibra à consciência. Fosse coisa de Deus, como interpretavam os que se achavam no centro do Universo, a Terra poderia ser mesmo plana, chata, um espeto de picanha, quem sabe. Poder-se-ia calcular a temperatura com antecedência. Todavia, o futuro é tecido e presente a todo instante, em cada átomo da natureza, e tecido paulatinamente por cada um de nós. A incerteza nos persegue. Se navegar é preciso, viver não é. Nem satélites, estações orbitais, muito menos a Nav's ALL podem definir quantos pingos molharão os jardins. Só com torneira, e de conta-gotas. Qual a graça?* * *
Descartes, Maquiavel, Hobbes, Newton, Hegel, Platão, Rousseau, Comte e Marx lograram o equilíbrio: abordaram a ciência por ângulos de aproximação e desenvolvimento invertidos. Quanto mais acreditavam em suas verdades, mais longe delas ficaram.
Freud foi apenas mais um sisudo, dotado com sinto-de-insegurança. Sinto, mas ele nada explica. Ruma à Marte por não amar-te. Acompanha-lhe milhares que ainda embarcam, por ingenuidade, imitação, interesse, justificativa, sei lá por que tipo de necessidade, desespero ou comodidade, na nave onírica dessa perfídia sideral.
Rapaz você é demais ,super radical no bom sentido falando,gostariamos de fazer uma parceria contigo,visite a nossa pagina www.estudanteolhovivo.blogspot.com
ResponderExcluirParabéns Feliz Natal
Pablo Terrazza.
Cesar,
ResponderExcluirMuito bom teu Site/blog.
Comecei hoje e vou adiante, devagar e sempre, tem muita coisa e quero ler tudo.
Tens mais é que partir para a edição de tuas idéias, da maneira que for possível.
Quando editares o teu livro me avisa que vou na noite de autógrafos, e mais importante que isto, vou lê-lo.
Do Amigo
Claudio Kruter
ckruter@terra.com.br