sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Malvindas Malvinas

A curta Guerra das Malvinas causou frisson internacional. A imprensa dobrou a tiragem. Marcado o sensacional confronto com antecedência de trinta dias, as  torcidas se acomodaram de acordo com suas conveniencias, interesses.  O Brasil do presidente que preferia cheiro de cavalo do que de gente logo desfraldou a bandeira do colega militar. Ledo engano, mais um crasso equívoco daquele que pediu para ser esquecido. E de fato o foi, somente lembrado agora, por inevitável.
O Reino Unido mandou os porteños de volta  ao lixo da Boca, porque o que estava em jogo não era propriamente a questão da terra, facilmente definida por qualquer tribunal, até mesmo por composição. Neste caso, temos o exemplo de Taiwan, verdadeira cabeça-de-ponte do melhor capitalismo, devolvida, de bom grado, à nova China. A Marinha Real desceu as pirambeiras para salvar não sua posse, uma mixórnia perto de uma Austrália, por exemplo. O que a Rainha costuma defender são seus súditos, não a riqueza. E naquela Terra de Falk, mesmo nome de uma cidade escocesa, pelos britânicos Falkland, e pelos argentinos Malvinas, moravam famílias de gerações e gerações, todas pacatas, desarmadas, vivendo da simplicidade daquele estádio, sem a menor preocupação de consumismo, tampouco maior comércio. Falklands History & Culture The English navigator, John Davis, aboard the "Desire" made the first confirmed sighting of the Islands in 1592.
Os 3 mil habitantes chamam de Ilhas Falkland o lugar onde moram, comunicam-se em inglês, têm cidadania britânica, pilotam carros com o volante instalado no lado direito, circulam por ruas e estradas que adotam a mão inglesa e, sempre que consultados, reafirmam quase por unanimidade que preferem que tudo continue como está. Mas o governo brasileiro acaba de reiterar, pela voz de Celso Amorim, que os  súditos de Sua Majestade merecem virar argentinos. O Pintassilgo do Planalto volta ao picadeiro
Por qual razão as ilhas pertenceriam à  Argentina? Foram os primeiros a tomar posse? Adquiriram de algum outro país? Estaria em seus limites marinhos? Ou seria apenas, por acaso, pelo fato de se encontrar na exata latitude de Rio Gallegos corroborado porque a Argentina é mais próxima do pequeno arquipélago do que a Grã-Bretanha? Nada disso. O pretenso direito advém de uma negociata mais traiçoeira impossível, protagonizada pelo povo que os frígios diziam aprender só com pauladas, segundo Erasmo de Roterdã. Já no Canadá os ingleses não se importaram em compor aquele belo país com a nação francesa. O resultado surpreendeu, posto não haver litígios nacionalistas, ou racistas, ao contrário. Ambos os povos foram inteligentes o suficiente para fazer daquele agreste rincão um país exemplar, por todos aspectos. Porque os britânicos expulsariam os franceses que vinham para ocupar uma parte ainda não habitada naquele longínquo e agreste  reduto ?
Por dois anos (1764-1766) Luiz XV, que já havia provocado confusão na Europa inteira, cercou seu novo condomínio, para vendê-lo à Espanha. A Espanha já chegou atirando, com isso conseguindo manter a cidadela sob seus domínios. Os ingleses não são de brigar por terras. Nunca houve mais paz, todavia, naquela pacífica localidade, mesmo desprovida de riquezas a extrair.  Os espanhóis se cansaram do capricho, e entregaram o estádio a los hermanos, para que estes instalassem uma colônia penal, vê se pode!! Espanhóis formam um aglomerado muito peculiar, em meio a dialéticas, em constante tensão. Ao tempo em que turbina ações e pensamentos, também porta o vírus destruidor de tudo que não for compatível com seus ideais. Mas depois de se acabarem as guerras de cavalarias, e mesmo as marítimas, mais esporádicas, os espanhóis já não tendo mais com quem brigar, brigaram entre si mesmo, proporcionando ao mundo uma matança autogenocida tão inédita quanto, arrisco, eterna campeã mundial. Insuflados pelos dois arietes do extermínio, os toureiros se dividiram entre eleger Stálin ou Mussolini. Os sinos dobraram ao júbilo do Duce e do Nazi, crentes já disporem da melhor cabeça-de-ponte para retomar a grande ilha aos domínios de seu império greco-romano -  Eixo com partida marcada para o além. Mas, dizia, a posse de um pedacito da ilha agora estava com a guarda dos gauchos. Mal passaram alguns barcos pela frente, e los valientes já mandaram bala firme, prendendo os marinheiros de tres baleeiras norteamericanas, tomando-lhes os víveres. Agora já se tratando de pessoas, veio a determinação do norte para deixarem a ilha, sob pena de por lá serem imediatamente enterrados:
Em 02 de janeiro de 1833, veio a fragata britânica HMS Clio, comandado pelo capitão John James Onslow, que informou aos argentinos que o Império Britânico iria retomar a posse das ilhas. O Capitão José Maria Pinedo, considerando que não havia condições para resistência, embarcou seus homens e voltou para a Argentina. Wikipédia.
Pois foi pela colônia penal, nada mais do que isso, que a rigor nem direito tinham, que milhares de jovens argentinos foram insuflados a enfrentar o colosso, como se fossem disputar uma final de Copa do Mundo contra o English Team  no Monumental de Nuñes. Neste caso as chances seriam meio a meio. No mínimo, como com os espanhóis, viria uma negociação, tipo fifty-fifty. O cálculo dos economistas não era errado: custaria muito mais caro à Grã-Bretanha mandar uma força-tarefa para defender aqueles parcos metros, do que ceder pelo menos a metade do quinhão.  Os apaixonados argentinos embarcaram rumo ao além mercê da mais irresponsável ação política já vista em nosso sofrido continente. Eles não precisam de mais oceano, tampouco de mais terras. Eles nem dão assim, tanto valor às terras - preferem se amontoar em torno da capital, que centraliza toda a produção do belíssimo pais, ao molde peronista.
Buenos Aires e os municípios da Grande Buenos Aires e de áreas vizinhas (entre as cidades de Escobar e La Plata) ilustram um peculiar modus vivendi “espremido” dos argentinos: ali, em 1% do território nacional, concentra-se 80% da população do país. Este dado – que reforça a denominação da área metropolitana de Buenos Aires como “Cabeça de Golias” (Cabeza de Goliath, nome do livro de Ezequiel Martínez Estrada, que já em 1940 criticava a concentração excessiva da população e atividade política e econômica do país na área da capital) é um dos diversos resultados do censo nacional argentino, elaborado pelo Instituto de Estatísticas e Censos (Indec). Peculiarmente espremidos: 80% dos argentinos em 1% do território
A partir da desventura lá se foi o controle econômico e monetário recuperado com muito custo depois de Perón. A hiperinflação explodiu em 1989, algo que tradicionalmente representa o estágio final do colapso gerado por políticas protecionistas, salários inflados e regulamentações extremamente burocráticas da economia.  A prática do governo argentino de imprimir dinheiro para pagar suas dívidas destruiu a economia quando a inflação atingiu níveis que lembravam os da República de Weimar.  Badernas e saques de supermercados em busca de comida tornaram-se desenfreados.  Lojas eram pilhadas. Já em 1994, o sistema previdenciário da Argentina havia implodido.  Mesmo com os encargos sociais sobre a folha de pagamento tendo subido de 5% para 26%, a arrecadação ainda não era suficiente.  Assim, a Argentina instituiu um imposto sobre valor agregado, novas (e mais altas) alíquotas para o imposto de renda e um imposto sobre a riqueza.  Tais medidas esmagaram o setor privado.  ,
Dia desses li que a diletante presidente argentina, custeada pela famosa mala-preta venezuelana, reconvocou a honra porteña em atenção às malvindas ilhas. Albert Einstein já dizia: "Insanidade é fazer a mesma coisa repetidas vezes e esperar resultados diferentes". A viúva não conhece a história; não tem a menor sensibilidade, nem pudor em relembrar a dor para as milhares de famílias que perderam seus filhos, completamente em vão, em fragorosa derrota, humilhante, e avassaladora, como era de se esperar. Sorte da Argentina que o Reino Unido não colheu o ensejo para tomar o país inteiro, como sói acontecer em qualquer conflito armado internacional.
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Argentinos parecem querer se afirmar em cima de adversários.. Precisam de sparrings. O Papa teve que intervir numa questiúncula lá nos confins da Patagônia, frente aos corretos chilenos. Ano passado estavam arrumando uma encrenca com o Uruguai, por causa de uma construção em território uruguaio! Uruguai é chico, pero cumpridor!  Com o Brasil, não se metem, limitando-se a levantar a mediocridade de um Maradona, frente a grandiosidade e reconhecimento internacional do Rei.
A Argentina é país riquíssimo, de terras férteis, e gente muito capacitada. Culta, e trabalhadora. Uma agricultura pujante, uma seleção animal invejável, e um parque fabril mais tradicional do que o nosso. Seu comércio é fortíssimo, tanto quanto a exploração do Turismo - onde se sobressaem a própria capital, Mendoza, Bariloche,Mar del Plata, e Ushuaia. Sua infraestrutura de estradas, ferrovias e navegação dava de relho em qualquer país latinoamericano. Seu território tem o tamanho ideal para uma boa administração, com quatro estações definidas, e uma  miscigenação que torna aquele povo elegante, por certo o mais civilizado da América do Sul. Infelizmente, para eles, também parecem ser os mais apaixonados, aguerridos. Qualquer um que de um grito, arrasta uma multidão cega para seu intento, E assim esses pastores vão deformando o caráter de um povo tão desenvolvido a ponto de ter Buenos Aires como capital do Brasil, isto é, como pensavam os americanos. ‘Argentina dificulta relação entre Reino Unido e Brasil’
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