A inteligência possui o atributo de interligar os elementos, os vetores responsáveis pelo objeto em tela. O pessoal prega, que o livre-arbítrio não nos foi tolhido. Não concordo com isso, porque restrito ao eixo mais simplório. Nossa prerrogativa excede a bipolaridade. A escolha do rumo mais conveniente pode mirar qualquer um dos bilhões e bilhões de pontos que compõem a proa da expansão do Universo. Pois bem. De que modo a Suprema Inteligência poderia captar, determinar ou oferecer um dado futuro? Francamente. Só por ingenuidade extremada, ou por muita má-fé. Como a primeira é inadmissível em maior de idade, trato de esconder minha carteira.
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O gênio irriquieto e ambicioso dos europeus...
impaciente para empregar os novos instrumentos do seu poderio.
FOURIER, JEAN-BABTISTE-JOSEPH, Descritiption de l'Égypte, prefácio.
Na antiguidade o que menos havia era amor. Nem sei como o pessoal nascia, mas na idade escolar o gajo já era adestrado para servir à ambição do Rei, este confortavelmente sentado, rodeado de ninfas e paraninfas. E como pelo amor nada se fazia, e dinheiro nada adiantava porque nada havia para comprar, o que tornava o povo dócil à megalomania era impregnação do medo - do Rei, do chicote, do julgamento popular, dos trovões, dos inimigos, das invasões, e principalmente do DEMIÚRGO, o responsável pelo descalabro, mas tomado grande e justo organizador.
No homem primitivo era o medo, acima de quaisquer outras emoções, que o levava à religião. Esta religião do medo – medo da fome, de animais selvagens, de doenças e da morte – revelava-se através de atos e sacrifícios destinados a obter o amparo e o favor de uma divindade antropomórfica, de cujos desejos e ações dependiam aqueles temerosos sucessos.
EINSTEIN, A., cit. GABERDIAN, H. GORDON: 314
E ai daquele que se metesse a decifrar Seus segredos, querer ser igual: o destino era o mesmo de LÚCIFER, o revoltado que quis ser DEUS - o inferno, queimando no fogo do enxofre - visto real na sucumbência de Pompéia e Herculano, em plena comemoração à BACO. Veja a relíquia de sentença numa escavação emergida:
"Quisquis ama, valia, Peria qui nosci amare! Bis tanti peria quisquis Amare vota."
"Viva todo aquele que ama, pereça quem não sabe amar,"
E não me passem das colunas de Gibraltar! É por elas que ATLAS mantém o mundo de pé. É lá que começa o caminho do despenhadeiro, onde se inicia o despencar da horripilante cachoeira, a qual depois de afogar todo mundo, desemboca no fogo intenso do enxofre para secá-los
A historieta permaneceu incólume por milênio e meio. O artifício legou considerável atraso à civilização, condenando-a às trevas durante toda a Idade Média, para mim Idade Infantil, por datar do I ao XV.
COLOMBO ascendeu as velas e apagou o preconceito. Em
1984, o navegador brasileiro
AMYR KLINK (www.amyrklink.com.br) urinou diretamente por sobre a cabeça de
ATLAS ao cruzar o tenebroso com as próprias mãos, à remo.
AMYR pegou muita carona nas correntes, claro, em ondas produzidas pela costa africana a partir de
Luderitz,
Namíbia. O notável comandante aportou no Farol da Barra, em
Salvador,
Bahia, onde lhe aguardava entusiasmada multidão.
Cem dias de sol e mar, de sua própria autoria, vale a leitura, seja para se inteirar da inusitada epopéia, pelo estilo empregado, a riqueza de detalhes, e as belas fotografias. Conheci pessoalmente a exemplar personalidade. Impressiona o status de sua consciência.
O Atlântico comparado ao Pacífico parece um rio indomável, um turbilhão descendente do Polo Norte. Já o oceano batizado por MAGALHÃES oferece uma dimensão arredondada, própria à mansidão das lagoas.
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Por desconhecerem a terrível cachoeira, os asiáticos desenvolveram a bússula, o papel, a tecelagem há mais de 2000 anos da Revolução Industrial; desenvolveram as primeiras redes de pesca, até mesmo a tipografia (VIII) o leme, o balão, o álcool, o sismógrafo, etc. etc.. Seus laços sociais se fortalecem em consonância com a ética, a tolerância, o respeito incondicional aos mais velhos, solidariedade e usufruto da vida, ao gáudio do DRAGÃO, responsável pela harmonia do meio-ambiente, começando pelas águas. O Zenith prescinde de regras. Quando há um Lehmon Brothers, ele nem aguarda julgamento - ao optar por ferir a verdade, a ética, traindo seus iguais, ele se suicida, reconhecendo seu drástico erro, e almejando a redenção de si e dos seus, pelo mais corajoso ato.
Constato em inúmeras cidadelas de toda orla uma harmonia apropriada ao nome do magestoso. É a Polinésia, o Hawaii, a Oceania, a ilha de Rapa-Nui, rebatizada Páscoa. Mesmo a costa oriental, tirante Japão, Viet-Nam, e Coréia, talvez Filipinas, mais diretamente atingidos pelo vírus greco-romano, de resto reina a mais absoluta harmonia. E se repararmos na costa leste, nas Américas, onde habitavam os avançadíssimos aglomerados dizimados pelos cristãos, os próprios americanos podem hoje em dia constatar as diferenças nos modos de vida entre californianos e os da Pennsilvânia, por exemplo. Nosotros divisamos o contraste entre os acolhedores chilenos e os belicosos argentinos.
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Em trágico paradoxo, a exuberanteTriste Figura ocidental se impõe através de dialéticas, no apreço ao poder. De plano, dominar a natureza:
A partir de Bacon, o objetivo da ciência passou a ser aquele conhecimento que pode ser usado para dominar a natureza. A natureza, na opinião dele, tinha que ser ‘acossada em seus descaminhos’, ‘obrigada a servir’, ‘escravizada’. Devia ser ‘reduzida à obediência’ e o objetivo do cientista era ‘extrair da natureza, sob tortura, todos os seus segredos’.
Depois, o nobre objetivo visou os animais, alguns quase à extinção. No prolongamento entraram os escravos, e os estrangeiros.
A conquista da terra, que quer dizer sobretudo tomá-la daqueles que têm compleição diferente ou narizes ligeiramente mais achatados que os nossos, não é uma coisa bonita, quando se olha demais para ela. O que redime é apenas uma idéia. Uma idéia por trás dela; não um pretexto sentimental, mas uma idéia; e uma abnegada fé na idéia - uma coisa que podemos instalar, diante da qual podemos curvar-nos e para a qual podemos oferecer sacrifícios.
CONRAD, JOSEPH, Heart of darkness.
Ao cabo, o exclusivo fito de domínio contaminou os próprios comensais, convidados á eternos confrontos, em casa, no trânsito e no trabalho, em medições de forças e concorrências, cujos campeões são saudados no Olímpo, ah, minha vozinha Olímpia, saudades!
O resultado de tao elevada cultura culminou com seu mais elevado representante orgulhosamente envergando a suástica.
Usando calça jeans e nenhuma camisa, um Jesus Cristo que exibe músculos bem definidos segura jornais e um prato vazio, com expressão de dor. Na mesma cena, pessoas usam máscaras por causa da gripe A e o líder nazista Adolf Hitler encara quem observa. Folha de São Paulo, 31/3/2010
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Desde COPÉRNICO e GALILEU, com raras exceções, todos cientistas e filósofos e quase todo mundo tem prurido, receio de ofender a crença alheia. Pouco importa no que alguém pense ou acredite. Ademais, que dano pode produzir um ajoelhado em súplicas? Pois pagamos caríssimo pela desídia. Não me proponho a eliminar da face da Terra os religiosos, seja por minha insignificância, incapacidade, impossibilidade, ou por não querer produzir uma maldade ainda maior. Mas sou voluntário a combater, de frente, puxar a máscara da farsa, levantar a saia do travesti, porque nossas crianças precisam ver um Universo íntegro, e não fragmentado, esquizofrênico a ponto de requerer enfermeiros à sua religação. Custa muito caro, e os enfermeiros sequer sabem o que fazer com a muamba auferida por sua falsidade ideológica, dos crimes que eles próprios ensejam, para justificar a pieguice. Então, reaplicam os altíssimos rendimentos sem causa, e ainda livre de impostos por causa da promíscua parceria com os governos, na aquisição de mais sedes, e veículos de comunicação social - redes de televisões, rádios, jornais, revistas, helicópteros e jatos, assim ocupando espaços destinados à comunidade, alienando-a no fito de conduzi-la à Marte, justo por não amar-te!
As mais nefastas experiências da civilização não precisavam ter acontecido, caso fosse avisada à Santa Sé, e aos seus milhões de prosélitos, que se DEUS não tinha colocado o homem no centro do Universo, tampouco montou o Sol no centro, para nos iluminar, para começo de conversa; e depois, demonstrar que se E=mc2, nem o materialsmo contém objeto, muito menos a alma é diferente, ou pode ser separada do corpo.
JESUS,que havia andado por aqui há muito, já poderia ter avisado o pessoal, mas nada consta nas chamadas Sagradas Escrituras, as quais nem sei por que "sagradas", uma vez que são apenas testemunhos. E como na escada ao Direito já há advertência para que o acadêmico não confie cegamente em testemunha, posto prostituta das provas, essas sagradas podem bem ser meras dulcinéias, mormente porque o próprio interessado jamais prestou depoimento, nunca aportou nenhuma linha, sabe-se lá se por analfabeto, preguiça, ou falta de tempo. E digo mais: se nos detivermos no estilo, na proliferação de metáforas do paupérrimo conteúdo, no método dialético cumprido de ponta à ponta, tudo indica que a proeza se deve à no máximo quatro mãos, as que admitem o piano. O restante foram nicks acostados na intenção de reforçar a prova testemunhal pelo número dos depoentes, segundo o script há muito lavrado:
Se o justo aparecer na terra, será açoitado, atormentado, posto em cadeias, cegado de ambos os olhos, e, finalmente, depois de todos os martírios, pregado numa cruz, para chegar á compreensão que o importante neste mundo não é o ser justo, mas parecê-lo.
PLATÃO, República: 361 a.. C.
Nada se faz, assim, engrenado. Só se pode esperar de um Perfeito, a perfeição. Neste caso, para que serviria o tempo? Aí vem a falácia, o costumeiro sofisma:
É antes aquela forma platônica de pensamento, que descobre sempre o perfeito atrás de todo imperfeito, que o move, levando-o a ver, por trás de todas as verdades particulares, que são apenas verdades parciais, a verdade absoluta, como Platão vê, em todo bem particular, o Bem. Também Agostinho aceita as idéias, regras e fundamentos eternos (ideae, formae, species, rationes aeternae, regulae), constitutivos e bases de todo ser de verdade.
HIRSCHBERGER, J., Agostinho: o mestre do ocidente. www.consciencia.org
Não há razão a Relojoeiro. Se assim fosse, o projetista estaria em maus-lençóis. "Se a fé move montanhas, como diz o provérbio, pode também evitar tempestades."
(CASTELO BRANCO, Gil, As enchentes e a fé, 31/3/2010)
O relógio se mostra por demais desarranjado. As pás, em vez de cavarem às sementes, cavam milhões de buracos à toda gente. E os sinos que badalavam lembrando a presença do Senhor, ora assinalam a partida de milhões, a chamado do Senhor! Como bem disse RUSSELL, ainda mais se considerarmos aquela erupção do Vesúvio, providencialmente relembrada no raiar da Renascença; a caça às bruxas; a covardia dos bandos cruzados, o massacre dos incas, aztecas, mesmo dos indígenas norteamericanos, e muitos dos tupiniquins, fora as epidemias, tufões, tsunamis, terremotos, crimes de toda a ordem, em especial contra crianças, governantes corruptos em nome de DEUS, destacando-se CARLOS MAGNO, CROMWELL, ROBESPIERRE, NAPOLEÃO, MUSSOLINI, e mais um monte, se a tal Suprema Inteligência de fato existisse, isto é, se fosse expressão da vontade de um ponto qualquer, ela deveria sentar no banco dos réus para responder pela infinidade de crimes contra a humanidade!
Se CRISTO entrou no templo com o relho para expulsar os comerciantes, me alcança os jatos dágua, o brucutu, balas de borracha e gás lacrimogênio para expulsar da praça seu bando partidário, ficcionistas, inescrupulosos e oportunistas, aliciadores de gente já por demais sofridas, esfaceladas, enfraquecidas, quase sem reação. Maior covardia é impossível. .