domingo, 18 de julho de 2010

Brasil x Conselho de Segurança da ONU



Eu pedi ao Papa que nos seus pronunciamentos ele fale da crise econômica, pois, se todo o domingo o papa der um conselhozinho, quem sabe a gente encontra mais facilidade para resolver o problema.
SILVA, Luis da, Presidente do Brasil, Estadão, 13/11/2008
O magnífico tour internacional usufruído pelo senhor DA SILVA na condição de Presidente do Brasil está prestes a findar. O que era apenas movimento de reinvindicação salarial operária perante aqueles malvados patrões sobrepujou nações como um foguete. Não foram poucas as comunidades estrangeiras envolvidas, e conturbadas.
A condição de país emergente que saiu da crise antes de outros e com rico portfólio de riquezas naturais impulsionou sua ascensão ao ranking da credibilidade, dando-lhe assento em fóruns qualificados. Nessa posição, passou a ser ouvido com mais atenção, apesar de ter liderado episódios que causaram rebuliço como a questão nuclear envolvendo o Irã. TORQUATO, Gaudêncio, Eu, nós e eles 18/7/2010
A intensa propaganda varou o mundo inteiro. Para Obama, o cara. Ganhou de presente a canarinho autografada. Dos vários pleitos e arroubos o senhor não logrou êxito algum, exceto na providencial logística empenhada para cobrir tirano estrangeiro. O desempenho internacional do Brasil foi sofrível, do quilate da vexatória representação esportiva recepcionada pelas vunvunzelas  do Cabo da Boa Esperança, para dar cabo a nossa esperança. De nada  serviu aquela mais velha visita ao Vaticano, exceto para desapontar o Pontífice:
Faz pouco, o presidente da República voltou a Cuba para mais uma visita ao seu envelhecido caudilho, exatamente quando morria, ao cabo de 85 dias de greve de fome, o preso político Orlando Zapata, calando em todas as línguas a violência do modelo cubano; chegou a igualar os presos políticos do Comandante aos condenados em penitenciárias paulistas, que não são presos políticos e rendeu homenagem à justiça cubana. Ele, que poderia dizer alguma coisa útil a respeito, com a maior discrição, valendo-se da intimidade entre ambos os governantes, não disse nada. Eis senão que pelos esforços da Igreja Católica de um lado, de outro da Espanha de D. Juan Carlos, começaram a ser libertados presos políticos de Fidel. E eles externaram sua mágoa pela complacência ou conivência do presidente brasileiro. BROSSARD, Paulo, ex-ministro do STF, Desvarios e abusos perigosos, 20/7/2010
Depois de passar meia-vida no desfrute dos braços públicos, S. Exa. volta à Terra, e deve ter noção do que significa esta sua reentrada na atmosfera. A pista da ONU lhe apetece. Requisita uma cabeceira no Conselho de Segurança; e não hesita invocar o país inteiro, de povo feliz, do carnaval, do samba e do futebol. E tome Olimpíadas, e Copas do Mundo, promessas de chapéu alheio, posto não lhe caberá cuidar, para que de fato os gigantescos compromissos se realizem. Gastem que o pré-sal garante! A BP demontra a insanidade da operação marítima, mas nosso destemido presidente crê que a exploração do petróleo na camada pré-sal do litoral brasileiro será muito mais segura:“Temos tecnologia e, se Deus quiser, não vamos permitir que isso aconteça aqui” (SILVA, presidente Luiz, cit. ORSI, Carlos, Insolência, Golfo do México e o pré-sal 16/7/2010)

Tecnologia em si não é sinal de mentalidade moderna; o que moderniza é a atitude e a concepção pedagógica e social que se usa. A tecnologia, por ser também ferramental (embora não exclusivamente), pode ajudar a proteger a vida no seu conjunto, ou então contribuir para a sua destruição, com o falecimento do futuro, a desertificação da esperança e a anulação de uma história. CORTELA, Mario Sergio, Filósofo pede humildade e ética no uso educacional da tecnologia. www.inovacaotecnologica.com.br, 16/7/2010
Essa é boa. Se temos tecnologia, e só falta DEUS querer, talvez o mais indicado à presidência do próximo exercício deve ser um sacerdote, que pode melhor convencer a quem serve. O políticos tem que obedecer e se preocuparcom  o povo, saber se ele quer, e não lhe impor o que lhe é gratificante.  No fornecimento das mais básicas informações à pós-graduação o ministro de  Educação o ministro garante:"Se a criança tiver uma boa formação de base, ela consegue progredir muito mais facilmente. Por isso, nos fixamos muito nas metas (de qualidade) dos anos iniciais do ensino." (HADAD, F., Haddad: falta de mão de obra qualificada é momentânea. www,economia.terra.com.br, 19/7/2010)
Se começarmos agora, daqui há uns vinte anos poderemos recuperar tanto perdido. O horizonte, todavia, não é favorável:

Quem gosta de estudar não é admirado no Brasil, Além de o professor chinês ganhar bem, os alunos respeitam. Existe uma cultura que valoriza o conhecimento. Não é que nem a gente vê na televisão aqui. Na TV, parece que só se admira quem participou do Big Brother, tem dinheiro, é modelo.
Prof. HAI, Guo Qiang, USP, cit. MIOTO, Ricardo, 19/7/2010.

Nesses anos, participei de 45 mil reuniões e nenhuma começou na hora. Aí falamos sobre a Copa, mulheres, Maradona, o tempo acaba e marcamos outra. Muitos brasileiros ainda a encaram universidade como uma fábrica de canudos.
CAMMAROTA, Prof. Neurocientista argentino Martín, PUCRS, Cordialidade demais do brasileiro atrapalha pesquisa, cit. idem.
Escolas públicas tem cerca de cem candidatos por vaga, e prestam maus serviços. A maioria foi desclassificada, em exame nacional, hoje divulgado.
No que diz depender da vontade de DEUS, de fato ainda não aconteceu maior tragédia por aqui, exceto algumas mortes nas plataformas. Mas a julgar pela decepção causada ao seu Embaixador, e de resto a todo mundo, DEUS agora deve estar meio afastado, para desespero da tripulação de um navio-tanque de bandeira brasileira, hoje à deriva em oceano Índico, com equipamento obsoleto e comida estragada!
Enquanto isso, carros elétricos já circulam no Rio e em outros lugares em estrondoso sucesso, indicando a virtual mudança energético-automotiva rumo à categoria limpa.
E dê-lhe promessas de compras de caças em troca do voto, e chegam helicópteros, e submarinos, mis apetrechos, e dinheiro para lá, dos vizinhos sulamericanos, alguns africanos até o Oriente Médio; e da Europa à própria ONU, todos lavados com as penas do canarinho. E mete-se a tentar apaziguar conflitos pelos quais não não deu causa e sequer é chamado, e em outros que lhes são parceiros. Tudo em vão, tanto quanto foi a homenagem, inédita, de Estadista Mundial. O forfait por stress deu motivo à chacota: o astro principal borrara as cuecas!
O pleito à cadeira do Conselho de Segurança das Nações Unidas é temerário,  à raia napoleônica. O inglês vê, e ri. Ele não conta mais quantos escravos são livres. O computador se encarrega das estatísticas. Seu monitor aponta: o índice de criminalidade em todas as cidades do Brasil vem por movimento retilíneo uniformemente acelerado há duas décadas. Disso a própria ONU há muito sabe:

Com aproximadamente 48 mil mortes por ano, o Brasil é um dos países que detém uma das maiores taxas de homicídios no mundo, segundo relatório divulgado pelo relator especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre Execuções Arbitrárias, Sumárias ou Extrajudiciais, Philip Alston.
Folha de São Paulo
, 15/9/2008.
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Quando visitei o Brasil há dois anos, a polícia executava suspeitos de crimes e cidadãos inocentes durante suas operações em favelas. Policiais fora de serviço operando em esquadrões da morte e em milícias também assassinavam civis.
ALSTON, Philip, BBC-Brasil, 1/6/2010
Com tamanha inércia nada pode ser ou estar seguro. Que tal um Conselho de Segurança por aqui mesmo?

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