sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O distúrbio do presidente

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A imprensa repercute a crise de hipertensão que levou o presidente Lula da Silva a ser internado na quarta-feira, 27, à noite em Recife. Seu aspecto era mesmo deplorável, espelhado em profundas olheiras, conquanto por demais assustado. E não era para menos. Com certeza.
Políticos, comentaristas, e principalmente médicos são convocados para esmiuçarem à população o significado, e razões desse tipó de anomalia. Ouçamos Cony, Xexéo & Viviane Mosé
Ele é um dos 17 milhões de brasileiros portadores dessa
doença, que não tem cura, mas pode ser controlada.
Jornal O Sul, 29/10/2010
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Seu cardiologista ROBERTO KALIL FILHO sugere que o presidente está "muito cansado".
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Para um dos pelegos, o chefe "precisa de férias".
De novo?
Há quinze dias o estressado voltou de largo período entre as paradisíacas ilhas de Fernando de Noronha e a Base Naval de Aratu, área restrita da Marinha, costa baiana.
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Por via das dúvidas, o médico-chefe da coordenação da saúde da Presidência da República, CLÉBER FERREIRA, se postou para medir pressão e batimentos cardíacos. Cercado pelo exército branco. o paciente será submetido a bateria de exames no Instituto do Coração (InCor) em São Paulo, em reservadas três horas de check-up: ecocardiograma, tomografia das artérias, ultra-som do abdômen e da próstata, teste de função pulmonar e exames de sangue e urina.
"Pessoas com sobrepeso, que apresentam uma dieta desregrada e que fazem uso abusivo do sal tendem a desenvolver a hipertensão", compreende MARCOS KNOBEL, cardiologista e coordenador da unidade coronariana do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo.
Isso é o que não lhe atinge. Decididamente:
Lula gosta é de carne argentina. Sábado, ele chegou animado a Brasília, após o check-up médico, mandou comprar 20kg de picanha do país dos Kirchner e chamou alguns 'cumpanhêro' para comemorar.
www.claudiohumberto.com.br - 2/2/2010
A idade é outro importante fator de risco:
"Atualmente, cerca de 50% das pessoas em torno dos 50 anos no Brasil têm pressão alta", destaca DÉCIO MION, chefe da Unidade de Hipertensão do Hospital das Clínicas de São Paulo.
"O abuso do sal, um quadro infeccioso e uso de medicamentos inapropriados para hipertensos são as razões recorrentes" confirma o especialista.
Não faltou quem justificasse o distúrbio como proveniente de gripe mal curada
Para a canditada oficial, senhora DILMA, o piloto do Brasil cumpre agenda de Rally Paris-Dakar. Se examinarmos as feições daqueles campeões, contudo, nada consta de abatimentos, stress, ou fraqueza. Ao contrário, a cada posto ultrapassado se revigoram as forças, porque o podium se faz premente. S.Exa ministra-chefe da Casa-Civil demonstra pouco entender de esporte, o que é bastante compreensível se considerarmos seu nebuloso passado guerrilheiro.
A OMS informa que 13% das mulheres e 9% dos homens brasileiros são obesos.
O Ministério da Saúde, como sói fazer, adverte espalhando o terror:
A hipertensão arterial, quando não controlada, pode acarretar derrames, doenças do coração - como infarto, insuficiência cardíaca e angina (dor no peito) -, insuficiência renal ou até falência dos rins, além de alterações na visão que podem causar cegueira. Por isso, é fundamental prevenir e controlar a doença.
Ele acrescenta os fatores de risco:
"Diabete, histórico de hipertensão na família, e ser da raça negra."
Nada se aplica no caso em tela; porém, se isso não for racismo, "pode me tirar o tubo".
Ao Ministério tudo se faz muito sério:
"Curitiba, no Paraná, foi a cidade escolhida pelo Ministério da Saúde para o lançamento, nesta sexta-feira, do Dia da Visibilidade dos Travestis." (O Globo, 29/1/2010)
O oficial está, rigorosamente, vidrado em outra (o). Nivela por baixo, ou considera por cima?
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O médico paulista Dr Rubens Pitliuk relaciona outras inferências ao stress:

Trânsito, problemas financeiros, profissionais, familiares, situações de vida, doenças, álcool, drogas, acidentes, correria, insegurança, dificuldades com chefes, colegas, carro quebrado, Marginal parada, etc., fazem nosso corpo produzir excesso de dois hormônios, Adrenalina e Cortisol.
Nenhum desses males lhe acomete. Com certeza.
O presidente do Brasil contabiliza 426 dias no exterior.
Tirante a praia, seu país não tem graça. As viagens no imenso território que lhe compete totalizam irrisórios 69 dias, incluídos fins-de-semana e sei-lá quantas férias.
No Brasil o eleito tem direito a qualquer cruzeiro internacional que escolher, a tantos que quiser, pelo prazo que estipular, na companhia dos amigos que preferir, copa franca em avião transatlântico especialmente preparado e decorado para ele. Hospeda-se nos melhores hotéis, e pode gastar, à vontade, através de cartões de crédito corporativos, sem a menor necessidade de comprovação. Por qual razão ainda deverá trabalhar?
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O homem mau sente-se bem,
até quando o mal não der frutos.
Mas quando o mal se frutificar,
o mau, sim, o mal sentirá.
Darmapada: 66
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"Seria o dia de uma consagração mundial." (LEITÃO, M., O que Lula deveria refletir no seu fim de semana)
Trinta chefes de estado e de governo, quase tres mil pessoas, e a imprensa internacional, aguardavam ouvir a catequese do novo messias, um jardineiro muito além do jardim; ou, mais adequado, um torneiro que por tapete-voador decolou do chão-de-fábrica, sem noção, sequer, da Rosa dos Ventos.
O francês Le Monde destacou a ausência recordando o desdém de LULA às vésperas do embarque para a magnífica homenagem:
"O Forum Econômico Mundial perdeu o prestígio em razão da crise econômica e financeira".
Segundo o ministro de Relações Institucionais ALEXANDRE PADILHA, a preocupação de LULA era apenas com o discurso. De todos os depoimentos, esse parece cercar a verdade, mas não completamente. LULA nunca se preocupou com nenhum discurso. Diz o que lhe vem à mente, e fim. Por isso promete estrepolias, mente e se jacta à vontade. Ademais, a responsabilidade pela formulação dos discursos oficiais não lhe pertence. Cabe à profissional equipe "multidisciplinar" que lhe circunda a tarefa da costura dos lidos para ingles ver, para "convencer o consumidor". Coisa de agência.
Francamente. O título de Primeiro (e único) Estadista Global só pode ser irônico, típico fairplay britânico. Recordo a distinção de OBAMA, sujeito ultrapreparado, PhD em Ciências Políticas, recentemente eleito pela Nação mais pujante da face da Terra. Quando presenteado com a camiseta canarinho, o presidente do USA afirmou perante o mundo que estava frente ao cara! Só podia ser gozação. Ou será que o americano sentir-se-ia orgulhoso em envergar a jaqueta de um RONALDINHO GAÚCHO? Mas vai ser um piegas tão infantil assim lá em Garanhus! Logo notei a sutileza, mas ela entusiasmou principalmente o alvo, e seus satélites. Certamente algum diplomata tomou ciência da mais nova picardia, desse GP Mundial, aconselhando o insólito forfait. Recentemente The Economist enfatizou a "política" externa brasileira, calcada numa "harmonia ilusória" da região.
Além daqueles que lhe concederam o inédito tributo estariam presentes, e propensos ao aplauso, parceiros de negócios; outro tanto, por afinidades políticas, ou pura simpatia; os bem-educados; os colegas que gastam dinheiro suportamente endereçados a obras e programas sociais, e/ou adquirem bancos e empresas; a dúzia que recebe benemerências brasileiras; mais alguns, por ingenuidade, ou levados pela onda.
Em foruns há cadeiras-de-réus, também. Não poucos conhecem, e condenam o modo do Brasil proceder: entidades financeiras com sedes em paraísos fiscais, isto é, aquelas não aquinhoadas com os depósitos endereçados às concorrentes; os que percebem a dubiedade de atitudes, setor onde despontam palestinos e israelenses; os ligados ao Vaticano, cuja representação brasileira não lhe poupa críticas; os que enxergam a má companhia de CHÁVEZ, CASTRO & MORALES; os que repudiam o apoio dado ao perigoso Irã; países que disputavam a indicação para sediar as Olimpíadas, e que tributam a derrota à incidência das nossas já tradicionais forças ocultas; a Itália, ainda indignada com a negativa de extradição do italiano Battisti; os preteridos em negócios que seriam mais vantajosos ao próprio Brasil, como no caso dos respeitáveis suecos; os que assistiram o fiasco de Honduras; e isto tudo sem falar no Sol Maior recém-nascido no Chile. Como encarar esses "brancos de olhos azuis"?
Logo que chegou em Recife, o presidente parecia buscar confortável alternativa:
"Eu quero ser o primeiro paciente desta UPA aqui... está tão organizada, tão estruturada, que dá vontade da gente ficar doente para ser atendido aqui".
Pessoal levou na brincadeira, óbvio, e o presidente não foi atendido, até porque teria que apresentar algum sintoma, pelo menos. Em lugar disso, receberam-no em palácio, para o costumeiro laudo jantar, regado à vinho francês.
Em seguida o condecorado se queixou de dor de garganta, quiçá ressentido de alguma corda no pescoço, mas este sim, contratempo suficiente para afastá-lo do compromisso de se apresentar à mais seleta platéia do mundo. Claro que esta desculpa também era muito fraca; então, amarelou de vez.
O bom humor de Lula, ontem, no Supremo Tribunal Federal,
não sugeriam cansaço ou estresse. Inédito: ele até chegou antes da hora.
www.claudiohumberto.com.br - 2/2/2010
Pelo sim, pelo não, e visando, antes de mais nada, colaborar com seu reestabelecimento, detive-me em pesquisar origens e procedimentos mais adequados ao quadro clínico divergente que ouso oferecer, na certeza de que levantar hipóteses de nada prejudicará. Se por ventura mais algum elemento subjacente, ora obscuro acaso encontrar, quiçá possa torná-lo mais feliz, e assim lhe ensejar melhor disposição para livrar nosso barco da deriva; ou, como ele próprio afirmou, para nos tirar da "m" na qual estamos envoltos, mais densa desde que S.Exa. assumiu o timão.
Até mais.
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