quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Da faina pela Ciência - Introdução

.Há muitas espécies de homens que se dedicam à ciência, nem todos por amor à própria ciência. Alguns penetram no seu templo porque isso lhes dá ocasião de exibir os seus talentos especiais. Para essa classe de homens a ciência é um esporte, em cuja prática se regogizam como o atleta exulta no exercício de sua força muscular. Há outra casta que vem ao templo fazer ofertório para seus cérebros, movida apenas pela esperança de compensações vantajosas. Estes são homens da ciência pelo acaso de alguma circunstância que se apresentou por ocasião da escolha de uma carreira. Se a circunstância fosse outra, eles se teriam feito políticos ou financeiros. No dia em que um anjo do senhor descesse para expulsar do templo da ciência todos aqueles que pertencem às categorias mencionadas, o templo, receio eu, ficaria quase vazio. Mas restariam alguns fiéis - uns de eras passadas e outros de nosso tempo. A estes últimos pertence o nosso Planck. E é por isto que lhe queremos bem. ALBERT EINSTEIN
Ponteiro lusitano formulou o tema do dia.
- Vale a pena esforço mental? De que pode servir saciar curiosidades? Por certo nenhuma fome tem fim; e como as almas não necessitam assim tanta energia, tentar uma sempre inatingível carga máxima seria, além de inóquo, um passaporte à frustração, quando não traído pelo cansaço.
Cabe-me responder as judiciosas ponderações.
De fato, qualquer atividade, se excessiva, tende prejudicar. Mas de antemão, ainda temos que enfrentar o primordial obstáculo*:
As pessoas são educadas para seguir uma carreira, e não por amor ao trabalho e à criatividade, e os partidos políticos se tornam corruptos com as contribuições financeiras do grande capital...
O valor da educação universitária não está em aprender muitos fatos, mas em treinar a mente para pensar.
EINSTEIN, A., cit. ISAACSON, W.: 513/312

As descobertas científicas de Isaac Newton rapidamente tomaram conta da sociedade, tornando-se também um modelo de vida. A sociedade aproveitou-se desse conceito, aliou-se ao poder econômico capitalista e elegeu o dinheiro como sendo o sinônimo de felicidade.
BIEHL, Luciano Volcanoglo, O mundo quântico: uma nova percepção da realidade: 16.
O próprio NEWTON usou sua chave-inglesa para entrar e assumir a Casa da Moeda!.
* * *
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Os mestres não ambicionam realização.
Sem ambição, sem expectativa.
Eles sempre estão preparados, e acolhem a todas as coisas

Tao Te King
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Apraz-me traçar minhas viagens, e assim os trechos do percurso dificilmente me são enfadonhos. Ademais, sempre logro encontrar felizes andarilhos, desses que não vislumbram algum porto seguro, ou atraente, como sóem declamar as arcaicas e capciosas escrituras.
Ela se renova, assim como as gerações, graças a uma atividade que constitui o melhor jogo do 'homo ludens': A ciência é, no mais estrito e melhor dos sentidos, uma gloriosa diversão.
BARZUN, Jacques,
cit. BERNSTEIN, Jeremy, Observación de la Ciencia. Trad. Lorenzo Aldrete. México: Fondo de Cultura Económica, 1988: 11.
Por assim me divertir, cumpre-me de plano esclarecer: não presumo que todos devam praticar o mesmo passatempo. Ademais, como bem salienta o Grande Relativo, existem muitos peregrinos de santos-de-pau-oco. No cortejo desses missionários não há diversão, mas apenas sacrifícios a duras-penas, como qualquer tributo. Pagãos de promessas! O eterno se espraia a todas direções, mas eles costumam escolher um passado, por visível. Nas mais remotas experiências os catadores juntam seus cacos do arco da velha, do tempo em que a vela era a rainha da noite, para comporem seus patchworks. Por paradoxo, quanto mais se atém nos fatos pretensamente racionais, porque "provados", ou coincidentes com suas aspirações, mais os mosqueteiros se distanciam da emergente realidade:
A informação proporcionada pela experiência histórica não pode ser usada como material para a construção de novas teorias ou para a previsão de acontecimentos futuros.
MISES, Ludwig von, Ação Humana - Um Tratado de Economia: 72
Sob tal prisma, nem eu nem ninguém pode ser dono-da-verdade. E se ela já fosse predisposta, instalar-se-ia através de tantos pontos quantos são os átomos que compõem a estupenda teia universal. Impossível alguém disso tudo se apropriar, embora em parte, ou precariamente, feito andaime, algum felizardo possa detê-la. Dessarte não tenciono aliciar, imprimir o proselitismo às ciências. Todavia, tirante aquelas funções mais elementares, francamente: a civilização deveria mesmo parar imediatamente com tudo que faz, para se dedicar a encontrar melhor razão ao que faz:
Este novo mundo pode ser mais seguro se for
informado sobre os perigos das doenças dos antigos.
DONNE, John, An anatomic of the world -
The first anniversary (1611). -
cit. SAGAN, C., Bilh
ões e bilhões: 84.
A visão materialista estabelece: mais dinheiro=vida melhor. Porém, tendo adquirido mais e tendo descoberto que o vazio permanece, a conclusão da premissa materialista está errada.
ARNTZ, W.: 30
Essa "novidade" nasceu há século, no estábulo E=mc2. Se a matéria é apenas expressão energética, o materalismo não tinha, como não tem, qualquer objeto!
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*Tradução do quadro:
Onde o mundo cessa de ser a cena dos desejos pessoais, onde encararmos a liberdade dele ser, admirando, perguntando e observando, lá nós incorporamos o reino da arte e da ciência





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