NOSTÁLGICO COMO ARGENTINO? Difícil. O tango nao sai das paradas. Está no ar pelas rádios, cafés, cines, teatros, e até no hangar do aeroporto, desta feita gracas a Menem. Vem Piazzola, vem Gotan Project, voltam Vicente Celestino, Mercedes, Perón & Evita. La Boca curte a imigracão italiana. Ramos Mejia destoa. A noite moderna ruge às margens do Tigre.
Los hermanos devem ser espíritas. Adoram aquela de não deixar ninguém sair da Terra. Os espíritos vão e voltam. O da Evita está na ponte-aérea: primeiro a legítima, a putanesca de Perón. Depois a clone, pela Isabellita. Agora vem ela de novo, sempre com nome católico. Haja mistificação. Haja enganacão.
Argentinos se consideram muito espertos. São mesmo competitivos. A USAF tem o Air Force One; eles, o Tango 1. Hoje o platino desceu em Ezeiza rebolando, sambando de asa torta. Nao adianta. O érforss 51 é só nosso.
As Malvinas foram requeridas depois de um empate em Wembley. A Casa Rosada supôs que o jogo em casa ser-lhe-ia favorável. Nada rosado. Muito rosário. Gral. Belgrano jaz no fundo do oceano. Patriotas à malbordo não tiveram funeral.
Em Buenos Aires já raiou o novo dia. É o mesmo de 1937: inflacao, juizes corruptos, políticos malfeitores, povo sonhador.
Os precos galopam pelos pampas. Os nossos nao se alteram. Deveriam correr para trás, mas ninguém sabe o que é isso. É que trocamos a inflação pela deflação. Se em La Plata recomeca a sobrar la plata, aqui na terra, há 12 anos, ninguém mais vê as notas de cem. Nem bancário. Elas dormem no paraíso. O resto é igual. Todos à beira-da-morte. Quem mandou acreditar em vigarista?
Nao adianta "rogai por nós". Chorai, Argentina, chore também por nós.
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
(CH)ORAI POR NÓS, ARGENTINA!
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